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ISCTEM

DIREITOS HUMANOS
 
I. Refira-se à problemática da universalidade versus relativismo dos direitos
humanos. (3 valores)

R: Muito embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 tenha declarado
o caráter universal dos direitos humanos, atualmente ainda há acirrada discussão a
respeito da aplicabilidade desses direitos a todo ser humano indistintamente.

Para os defensores do relativismo cultural, cada cultura possui a sua própria concepção
acerca dos direitos fundamentais, arraigada em seus princípios, valores e costumes, não
havendo, portanto, uma moral universal.
Fazendo um contraponto a este pensamento, a corrente universalista defende que o
pluralismo cultural não pode servir para encobrir qualquer tipo de violação aos direitos
humanos.

Em virtude desse debate, surge uma terceira corrente, que busca harmonizar o
universalismo com o relativismo, defendendo o entrecruzamento e a mescla de ideias.
Trata-se do diálogo intercultural, precursor de uma proposta conciliatória, que busca dar
maior efetividade aos direitos humanos.
Buscando aclarar esta temática, se mostra necessária a análise dos principais marcos
históricos dos direitos humanos e a exposição dos argumentos utilizados, tanto pelos
universalistas, quanto pelos relativistas, para a defesa de seus ideais, fazendo,
posteriormente, um contraponto com a vertente multicultural.

 
II. Debruce-se sobre a problemática das eficácias vertical e horizontal dos direitos
humanos. (3 Valores)
R: O estudo da eficácia horizontal dos direitos fundamentais tornou-se objeto de pesquisa
dentre doutrinadores e juristas em termos relativamente recentes, e isso se deu face à
tendência de constitucionalização do processo, ou pós positivismo, tendência revelada no
século XX.

Quando os direitos fundamentais surgiram, eram tidos como aqueles ligados à liberdade,
os chamados direitos de defesa, ou seja, direitos que exigem uma abstenção do Estado.
Os únicos destinatários dos direitos fundamentais eram os Poderes Públicos. Os direitos
individuais eram direitos atribuídos ao indivíduo para que este pudesse se proteger contra
os Poderes Públicos. Como a relação entre os particulares e os Poderes Públicos é de
subordinação e não de coordenação, esta eficácia dos direitos fundamentais ficou
conhecida como eficácia vertical, em razão dessa relação estado-particular ser de
subordinação. Esta é a eficácia clássica dos direitos fundamentais. Quando surgiram,
tinham apenas eficácia vertical, eram aplicados apenas a essa espécie de relação.

Com o passar do tempo, foi se constatando que a opressão e a violência vinham não só do
Estado, mas de outros particulares. Então, houve uma mudança na eficácia dos direitos
fundamentais. Há instituições no mundo que tem um poder econômico muito maior do
que muitos Estados. Então, a idéia de que não só o Estado é órgão opressor dos
indivíduos, mas também outros particulares, o que fez com que surgisse a eficácia
horizontal, aplicada nas relações privadas, onde os interesses antagônicos são entre
particulares.
Enquanto a eficácia vertical é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações
particular-Estado, a eficácia horizontal é a aplicação dos direitos fundamentais às
relações entre particulares. Como a relação entre particulares é, ao menos teoricamente,
de coordenação, de igualdade jurídica, quando os direitos fundamentais são aplicados a
essas relações, se fala que os direitos fundamentais têm uma eficácia horizontal ou
privada.

III. Refira-se às obrigações dos Estados com relação aos direitos humanos. (3 Valores)

Os Estados e outros detentores de deveres têm de cumprir as normas e padrões legais


consagrados nos instrumentos de direitos humanos. Quando não o fizerem, os titulares de
direitos lesados têm o direito de instaurar procedimentos para uma reparação adequada
perante um tribunal competente ou outro adjudicador, de acordo com as regras e
procedimentos previstos na lei.

O Estado promove a eficácia e proteção dos direitos à quem os sujeitos são titulares .
Há uma necessidade de obrigação de promover a explanação das normas jurídicas , no
âmbito dos tratados internacionais.
A primeira forma de cumprimento das normas , é o conhecimento das mesmas.
Artigo 56, nr 1 da CRM.
A eficácia dos direitos referem-se a quem são vinculados os direitos humanos .

Princípios relativos aos Direitis Humanos .


Princípio da Igualdade- Igualdade formal “Todos os cidadãos são iguais perante a lei “
artigo 36 da CRM 

As convenções internacionais consagram este princípio 

Igualdade material 
Princípio da proporcionalidade 
Direito à informação e a privacidade .

IV. Indique os requisitos necessários para peticionar junto do Comité de Direitos


humano (3 Valores)

QUEM PODE APRESENTAR PETIÇÃO?

Qualquer pessoa, em representação pessoal ou de terceiros, pode apresentar petição à


Comissão com finalidade de denunciar uma violação aos direitos humanos. Também
podem apresentar queixas as Organizações Não-Governamentais (ONGs). A petição em
favor de um terceiro é necessária, por exemplo, no caso de quem esteja preso e impedido
de formulá-la pessoalmente ou de não desejar que as autoridades que o prenderam se
inteirem da sua reclamação.

REQUISITOS PARA APRESENTAR UMA PETIÇÃO

Antes de apresentar uma queixa, devem-se cumprir três condições: Primeira, o Estado
acusado deverá ter violado um dos direitos estabelecidos na Convenção Americana ou na
Declaração Americana; Segunda, deverá o queixoso ter esgotado todos os recursos legais
disponíveis no Estado onde ocorreu a violação, e a petição à Comissão deverá ser
apresentada dentro dos seus meses da data da decisão final sobre o caso pelo tribunal
correspondente (“esgotar os recursos” significa que, antes de recorrer à Comissão, o caso
deverá ter sido apresentado aos tribunais de justiça ou às autoridades do país de que se
trate, sem que se tenham obtido resultados positivos); e terceira, a queixa não deverá estar
pendente de outro procedimento internacional.
Estas condições não são rígidas. Não será necessário cumprir o requisito do esgotamento
dos recursos internos se a vítima teve negado o seu acesso aos mesmos, se foi impedida
de obter satisfação ou se as leis locais não asseguram o devido acesso aos procedimentos
legais de proteção dos direitos. Por exemplo: se as leis permitem deter uma pessoa sem
que esta seja acusada de cometer um delito, seria inútil iniciar um processo jurídico local
porque tal detenção estaria autorizada por lei.
Também é desnecessário esgotar os recursos da jurisdição interna nas situações em que o
Estado se tenha atrasado em emitir decisão final sobre o caso sem que exista razão válida
pata tanto, ou seja, quando tenha ocorrido atraso injustificado.
 
Finalmente, a Corte Interamericana de Direitos Humanos determinou, mediante parecer,
que não se exigirá o cumprimento dos requisitos se uma pessoa não puder recorrer à
justiça no seu país por falta de meios econômicos ou por temor geral entre a comunidade.

 
V. Refira-se às características peculiares dos mecanismos convencionais (4 Valores)
Os Mecanismos Convencionais são aqueles criados por convenções específicas de
direitos humanos, como a Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial, a Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher, a Convenção sobre os Direitos da Criança, o Pacto
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, dentre outras. As principais características
dos órgãos protetivos criados por esses tratados internacionais estão:
 Primeiro, no fato de apenas se voltarem à proteção de direitos previstos nas convenções
que os criaram.
Segundo, no fato de terem competência para analisar relatórios e petições individuais
apenas no que toca àqueles Estados que ratificaram a convenção específica instituidora
do órgão.

Os Mecanismos Extra-Convencionais derivam principalmente de um único tratado


internacional: a Carta da ONU.
Apresentam, nesse sentido, algumas peculiaridades:
Primeiro, recebem petições individuais mesmo de países que não tenham ratificado
nenhuma convenção específica de direitos humanos.
Segundo, tratam de violações a quaisquer direitos, contanto que relacionados a violações
sistemáticas.

DIFERENÇAS ENTRE OS MECANISMOS CONVENCIONAIS E OS MECANISMOS


EXTRA-CONVENCIONAIS
Mecanismos Convencionais
1) A apresentação de petições individuais perante os Comitês convencionais depende da
ratificação do Tratado respectivo pelo Estado denunciado.
2) Usualmente, a apresentação de petições depende, ainda, de uma declaração de
reconhecimento da vigência de uma cláusula facultativa do tratado ou da ratificação de
um protocolo adicional.
3) As petições individuais podem versar apenas sobre os direitos previstos no tratado
específico.

Mecanismos Extra-Convencionais
1) A apresentação de denúncias por indivíduos ou grupos de indivíduos não depende da
ratificação de convenções específicas.
2) Não depende, tampouco, de declaração relativa a cláusulas facultativas ou de
ratificação de protocolo adicional.
3) A apresentação de denúncias pode versar sobre quaisquer direitos humano

 
VI. Em certas convenções as petições individuais apresentam-se como cláusulas
facultativas. Justifique (4 Valores)
  
Através das Comunicações Interestatais, um Estado-parte pode denunciar que outro
Estado-parte violou direitos humanos enunciados em certo tratado. É um mecanismo
previsto como cláusula facultativa e, portanto, requer que o Estado-parte expressamente
declare a sua aceitação, como por exemplo dispõe o art. 45 da Convenção Americana.
         Já pelas Petições Individuais (ou comunicações individuais), qualquer pessoa ou
grupo de pessoas tem o direito de petição a organismos internacionais, desde que
respeitados os requisitos de admissibilidade  .Esse mecanismo também consta nos
tratados em geral; como cláusula facultativa, à exceção do que determina o art. 44 da
Convenção Americana de Direitos Humanos, o qual não exige o reconhecimento
expresso do referido mecanismo.
         Sobre as petições individuais, cabe ainda enfatizar que em princípio cabe ao
reclamante/peticionário escolher qual o instrumento ou até mesmo organismo
internacional mais favorável a seu caso, na hipótese de o mesmo direito ser protegido
em esferas global e regional.

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