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Pontos a abordar:
O respeito pelo ser humano não é uma dádiva do poder, é o ser humano que se impõe
ao poder como uma realidade superior e anterior.
Todos temos a mesma dignidade, esta não varia consoante as pessoas, mas quem não
tem compreensão e consciência deveria ter ainda mais dignidade. A dignidade
prolonga-se para além da morte, é irrenunciável e inaliável, mesmo que admita uma
decisão voluntária e consciente. Exige respeito e proteção da vida e da integridade
física. A dignidade pressupõe uma concessão de liberdade e igual participação política:
1 homem = 1 voto.
Não existe dignidade sem liberdade. Existência convicta: Não basta existir para ter
dignidade. A dignidade exige um espaço próprio, imune a intervenção do Estado,
impondo segurança, pois o Estado também o faz para manter justiça social. Não deve
nunca existir um Estado totalitário. Um primado do ser sobre o ter, porque as pessoas
têm mais valor do que as coisas. A dignidade humana é um princípio, um valor, um dos
primeiros da Constituição: Envolve uma obrigação geral de respeito. A minha
dignidade tem o limite da dignidade dos outros. A dignidade humana é a base de todos
os direitos humanos.
Normas constitucionais sobre direitos fundamentais têm uma eficácia reforçada. Mais
fundamentais que as restantes normas: A eficácia reforçada nas normas
constitucionais → Exemplos (4):
1) As normas são dotadas de aplicabilidade direta: Normas sobre direitos
fundamentais aplicam-se na ausência de lei ou contra lei expressa. Artigo 17º
da CRP em conjugação com o artigo 18º Nº1.
Respeito pela dignidade da pessoa humana e garantia de defesa: Sem estes não há́
estado de direitos humanos.
5- Modelo de sociedade de vigilância total: Todos nós somos suspeitos de fazer ou ter
feito algo de errado. Perseverança da segurança em prol da liberdade, pois com o 11
de setembro, foi aumentada a vigilância, o que evitou vários atentados, contudo, criou
uma entidade omnipresente. Há hoje uma prevalência do valor da segurança, que
torna atual Hobbes, e que transforma o modelo de George Orwell.
Isto permite colocar a última questão: Será que hoje ainda se vive estes desafios e
perigos? Nós hoje estamos numa encruzilhada, não apenas no presente, mas também
no futuro.
A resposta a tais ameaças requer uma cooperação global eficaz para conter a
propagação de ideologias autoritárias e proteger os direitos humanos em escala
internacional. A inação ou a resposta inadequada podem permitir que regimes
totalitários continuem a violar os direitos humanos impunemente.
Portugal no Estado Novo era autoritário, se não incomodassem o Estado estava tudo
bem. Tem como principais bases a coletividade, autoridade, a soberania das elites, a
violência, o sentimento e instinto.
Em suma, Platão, não é defensor do totalitarismo, mas suas obras contêm elementos
que podem ser relacionados à discussão sobre autoridade, poder e ética política, que
são relevantes para a compreensão do totalitarismo e do papel da autoridade no
governo. As suas ideias influenciaram de diferentes maneiras o pensamento político ao
longo da história.
Mussolini: Tudo reside no Estado e nada que seja humano ou espiritual existe ou
tem valor fora do Estado. Valor absoluto do Estado perante a pessoa. É dentro do
Estado que a pessoa pode ser livre.
Este afirma que os interesses particulares e coletivos apenas adquirem plena satisfação
no Estado, porém é de ter em conta que os interesses destes estarão sempre
subordinados ao interesse superior do Estado. Assim entende que o Estado é a
expressão da íntima unidade entre o universal e individual, afirmando claramente que
o indivíduo apenas pode realizar a sua liberdade como membro do Estado, sendo
dentro deste que a liberdade adquire o seu valor supremo. Hegel eleva o Estado a uma
entidade divinatória e que o indivíduo apenas se realiza por completo neste. O
pensamento de Hegel observa-se em três ideias nucleares que se encontram
subjacentes à formulação conceptual da ideia do Estado totalitário- 1- O Estado é uma
instituição forte, absoluta, vocacionada para a prossecução da universalidade de fins,
traduzindo uma “unidade ética substancial” e, por isso representa um fim em si
mesmo, local de síntese entre o individual e coletivo ou espaço de dissolução do
individual no coletivo; 2- A liberdade apenas se compreende no âmbito do Estado,
surgindo este como a única expressão da liberdade pública, verdadeiro senhor da
definição da fronteira entre o que é permitido ou proibido em matéria de liberdade; 3-
Há uma clara subordinação do individuo ao Estado, assumindo-se este como senhor
dos destinos e dos direitos daquele numa clara visão transpersonalista
Surge a ideia de que o governo do Estado deve ser assegurado por um chefe que,
detentor da sabedoria e da verdade, seja infalível e goze de uma autoridade
proveniente de um chamamento inorgânico de toda a coletividade, situando-se acima
das leis, consagrando a preferência pelo governo dos homens sobre um governo das
leis; 2- Deve-se à formulação do entendimento de que a cidade ou o Estado são
portadores de interesses próprios, distintos dos interesses dos seus membros e
dotados de uma prevalência absoluta destes. Esta circunstância esta que permite
combater o individualismo e aniquilar totalmente os direitos e as liberdades dos
cidadãos no interesse da cidade e por outro lado habilita a utilização de meios
normalmente ilícitos para a realização de tais interesses prevalecentes, em suma trata-
se de um Estado cujo fins justificam os meios (Maquiavel); 3- Existe a formulação de
um modelo de Estado total, dotado de um grau máximo de intervenção relativamente
a todos os setores da vida social e da própria vida privada e íntima de cada pessoa
incluindo o exercício de funções do papel natural da família e de promotor da
educação e da instrução dos jovens de harmonia com o interesse da cidade;
A doutrina política de Platão afirma-se como “totalitarista e anti-humanista”, o Estado
dá-nos aquilo a que poderíamos denominar o tipo racional mais perfeito de Estado
totalitário, de modelo aristocrático, dórico e espartano. O individuo dentro dele, só
existe e vive para o Estado, não há direitos da pessoa humana, a grande missão do
Estado é a de educar os cidadãos para o bem e para a virtude que é, por definição, o
mesmo que o verdadeiro conhecimento da razão. Platão centra na justiça, enquanto
“coisa mais importante e mais necessária” para a organização da cidade de acordo com
as leis, o fim da atuação dos governantes, vinculados que estavam a servi-la e a
trabalhar para o seu envolvimento. Pressupõem uma completa dedicação dos
indivíduos ao bem comum, compreende-se que o governante da cidade, identificado
com aquele que tem a sabedoria e a virtude, isto é, o filósofo, estivesse isento de se
submeter às leis e exercesse um poder absoluto: A sua sabedoria torná-lo-ia infalível na
processução do bem, ou seja, da justiça.
Em síntese, o totalitarismo do século XX, tal como outras ideologias que a história
regista ao longo dos tempos, escutou-as e procurou colocá-las em prática: O ideal e o
irreal da República tornou-se material e real no modelo de Estado totalitário.
Exclusivamente neste último sentido, sem prejuízo de todas as diferenças que opõem o
totalitarismo racional, ideal e fundado numa ética universal que resulta da conceção
platónica, por um lado, ao totalitarismo irracional, nacionalista e egoísta do século XX,
por outro, Platão deve ser considerado o dador (involuntário) do material genético do
moderno totalitarismo.
O Estado tem como objetivo conservar a pureza da raça, ou seja, o Estado pode matar
os deficientes, idosos e doentes. O melhor governo é o governo dos homens e dos
sábios, é em Platão que está a base da tirania. o Estado deve ter uma intervenção até
em nível social, é assim primeiro alicerce do modelo totalitário.
Desde logo, cumpre ter presente que o atual regime chinês, sem embargo da sua
progressiva abertura económica - talvez mais motivada por razões pragmáticas de
sobrevivência num mundo cada vez mais globalizado e de concretização do desejo
último de anexar a Formosa do que por qualquer sincera opção ideologia de cedência
ao capitalismo -, continua politicamente baseado numa conciliação entre o marxismo-
leninismo e o maoismo, mostrando-se ainda hoje uma poderosa
força alimentadora da sobrevivência dos principais traços do totalitarismo
Num outro sentido, durante a década de 90, o território da ex-Jugoslávia tem sido
palco de diversas manifestações do mais típico espírito de intolerância totalitária e de
um radical esmagamento da dignidade da pessoa humana, especialmente expressos na
violência institucional desencadeada pelo poder político contra certos grupos étnicos,
relembrando o clima de terror provocado pelos extermínios raciais ocorridos na
Alemanha nazi e na União Soviética de Estaline.
Também por esta via, os partidos políticos extremistas que aceitam as regras do jogo
democrático tornam-se hoje os fiéis depositários da sobrevivência, em modelos
democráticos, de projetos de poder portadores de uma tendência globalmente
totalitária, podendo-se assistir aqui a uma verdadeira «contrarrevolução silenciosa”
apesar de populista, cuja ponta de iceberg está a ser protagonizada pela extrema-
direita
⁃ Nunca como hoje a técnica e a ciência foram tão longe, mostrando-se que
muito do impossível de ontem é hoje já possível, apesar de nem sempre se revelar ao
serviço do homem: algumas vezes a técnica e a ciência não estão ao serviço do
homem, antes é o homem que está ao seu serviço, invertendo-se a razão de ser de tais
realidades;