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Direito Romano- Aulas práticas- Professor Regente e Assistente Eduardo Vera-Cruz

Pinto

Elemento de avaliação- Teste e a sua caracterização com 4 perguntas, temos os


tópicos de resposta, escolhemos duas perguntas para fazer em 50 minutos, é um teste
com consulta. Cada pergunta vale 9 pontos, ou seja, 18 pontos e 2 pontos ficam para o
professor para dar depois se o teste tiver mau- O professor não tem tetos de nota

Elementos de avaliação- Testes no dia 27 de outubro e 15 de novembro- Testes apenas


para subturma, não é frequência- Esta última é geral é para a turma A,B,C e TAN, os
testes é apenas para a subturma

Aula de 29 novembro- Falar das notas

Quais as etapas de laicização do direito romano:


Tópicos de resposta

- A lei das XII Tábuas- R: A lei das XII Tábuas, criada em 451 a 449 a.C., desde a sua
feitura à promulgação foi uma das primeiras tentativas de codificar o direito romano.
Essas tábuas de bronze continham leis escritas, tornando-as visíveis e acessíveis ao
público. Isto marcou um passo importante na laicização do direito, pois as regras do
direito não estavam mais exclusivamente sob controle dos sacerdotes e eram
disponíveis para consulta pública. A lei é a segunda fonte manifestandi. A fonte
exsistendi da lei, strictu sensu, são os comícios; da lei sensu lato, são o senado, o
imperador e certos magistrados.
A lei da XII Tábuas é o documento de maior relevo do Direito antigo. Teve origem nas
reivindicações jurídicas dos plebeus. Estes exigiam uma lei escrita, que não provocasse
injustiça e desigualdades, o que acontecia com a interpretatio feita pelos sacerdotes-
pontífices, dos mores maiorum.
É enviada à Grécia, em 452 a.C., uma comissão de três homens com a finalidade de
estudar as leis de Sólon. Em 451 a.C., o povo reunido nos comícios das cúrias nomeia
uma magistratura extraordinária, composta por dez cidadãos patrícios. Estes, durante
um ano, gozariam de plenos poderes, mas teriam de fazer o tão desejoso código, e
assim aconteceu. Redigiram 10 Tábuas que foram aprovadas pelos comícios das
centúrias.
Como essas 10 Tábuas não era suficiente, foi constituído para o ano seguinte um novo
decenvirato – formado por patrícios e plebeus – para que terminasse o código. Este
decenvirato, elaborou as últimas 2 Tábuas, mas governaram com profundo desagrado
do povo. Terminado o prazo do seu mandato, não queriam abandonar o poder. Tiveram
de ser expulsos por uma revolta popular.
Para o ano de 449 a.C. foram eleitos pelo povo, já duma forma normal, os dois
cônsules, Valério e Horácio. Estes, sem atenderem ao descontentamento que tinha
havido por parte do Populus, mandaram fixar no Fórum as XII Tábuas.
A promulgação da Lei das XII Tábuas, cerca de 450 a.C., corresponde à aceitação de que
um direito consuetudinário não-escrito permitia aos intérpretes detentores dos
segredos do sagrado, um imenso arbítrio e amplitude na forma de resolver os litígios
invocando o ius, favorecendo patrícios em detrimentos dos plebeus.
O trabalho dos decemviri legibus scribundis visava acabar, pela publicidade da lei, com
o segredo pontifício do Direito. As normas a aplicar passaram a ser, no seu núcleo
essencial, do conhecimento de todos.
O monopólio pontifício permaneceu na interpretação dos preceitos da Lei das XII
Tábuas, das normas consuetudinárias que ficaram de fora e na formalização dos atos.
Mas a primeira brecha no sentido da racionalização do procedimento jurídico em Roma
estava dada.
A Lei das XII Tábuas contém disposições com conteúdos inscritos nos direitos público,
privado e processual e serviu de base para o labor da jurisprudência.

- Ius Flaviano- R: Durante o período dos imperadores da dinastia flaviana (Vespasiano,


Tito e Domiciano, 69-96 d.C.), houve um esforço para consolidar e sistematizar o direito
romano. Os imperadores flavianos compilaram e publicaram resumos de decisões
legais e precedentes, conhecidos como "Ius Flaviano". Isso contribuiu para a
organização do direito romano e tornou o conhecimento jurídico mais acessível a
estudiosos e juristas. Em 304 a.C., Cneu Flávio, escravo escriba de um sacerdote
Pontífice chamado Ápio Claúdio, publicitou uma coleção de fórmulas processuais das
legis actiones, revelando o segredo bem guardado pelos pontífices do processo
seguido na tramitação das actiones.
Esta coleção ou recolha de fórmulas processuais no âmbito do processo per legis
actiones ficou conhecida como ius Flavianum e permitiu a Cneu ocupar os cargos de
tribuno da plebe e de edil curul. Já magistrado, Flávio publicitou no fórum o calendário
religioso, fazendo desabar um dos últimos segredos dos pontífices, fonte do seu poder
incontestado.
Tendo o ius Flavianum revelado fórmulas processuais e o calendário com os dias fastos
e nefastos, para a coleção de ações, considera-se ser esta uma das etapas mais
importantes para o fim do monopólio pontifício e do domínio do sagrado no âmbito da
criação, interpretação e aplicação do Direito em Roma.

- Ensino público do Direito- R: Uma etapa crucial na laicização do direito romano foi o
estabelecimento de escolas de direito e o ensino público do direito. Essas escolas,
como a Escola de Direito de Roma, proporcionaram uma educação mais formal em
direito, tornando-o acessível a um público mais amplo. O ensino do direito ajudou a
difundir o conhecimento jurídico, formar juristas especializados e contribuir para a
evolução e a secularização do direito romano. O primeiro plebeu que conseguiu aceder
ao cargo de pontifex maximus foi Tibério Coruncâneo, em 253 a.C. Consciente da
importância da transmissão dos conhecimentos por ele obtido na irreversibilidade das
reformas que publicitaram as regras aplicáveis e abriram o Olímpio pontifício aos
plebeus, começa a ensinar Direito em público.
Fá-lo enquanto responde publicamente às questões que lhe são colocadas na
qualidade de pontifex maximus. Assim, os commentarii pontificum deixam de ser de
acesso exclusivo dos pontífices, passando a ser de acesso livre. Todo aquele que
quisesse aprender o Direito podia assistir às consultas de Tibério Coruncâneo.
A partir daqui os pontífices deixaram de ser os únicos consultados para resolver litígios.
Agora sabia-se que o Direito era uma coisa humana que todos podiam conhecer e a
que podiam aceder.
Laicizada a jurisprudência pontifícia, os sacerdotes pontífices são substituídos pelos
iuris prudentes. A interpretatio das regras de ius passa a ser conhecida apenas como
iurisprudentia.
O jurisprudente não é magistrado – pode ter exercido essa função, mas enquanto
jurisprudente não o é –, não tem imperium, não tem potestas, não tem iurisdictio
(aplicação da justiça, não a administra, não vincula ninguém com a sua opinião).

Essas etapas demonstram a transição do direito romano de um sistema


tradicionalmente enraizado em práticas religiosas e costumes não escritos para um
sistema mais codificado, organizado e acessível ao público em geral. Esse processo de
laicização foi fundamental para a evolução e a longevidade do direito romano, que teve
uma influência duradoura no desenvolvimento dos sistemas jurídicos modernos.

Qual a origem e o efeito da guerra entre patrícios e plebeus:


Tópicos de resposta:

- A expulsão dos reis de Roma (Traquínio o Soberbo) - R: A expulsão dos reis


tradicionalmente associada a Lúcio Tarquínio, o Soberbo, foi um evento fundamental
na história de Roma. A revolta contra a monarquia levou à criação da República, na
qual o poder seria compartilhado entre os cidadãos. No entanto, a transição para a
República não eliminou as tensões sociais.

- Causas e efeitos entre etruscos e latinos- Lucrécia, o seu rapto e suicido- R: Roma
estava situada na região central da península italiana, e suas relações com os etruscos,
ao norte, e os latinos, ao sul, tiveram um impacto significativo em sua história. Roma
travou guerras contra os etruscos e os latinos, buscando expandir seu território e
consolidar seu poder. Esses conflitos contribuíram para a instabilidade e a necessidade
de reformas internas. Lucrécia, o seu rapto e suicídio: Um episódio notável na história
de Roma foi o estupro de Lucrécia, uma mulher virtuosa, pelo filho do rei Tarquínio,
Sexto. O evento chocou a sociedade romana e levou à revolta que acabou por depor a
monarquia. Embora o evento tenha sido um catalisador para a expulsão dos reis,
também refletiu a desigualdade de poder e a falta de proteção legal para as mulheres
na sociedade romana da época.

- Organização social de Roma- R: A sociedade romana estava dividida em duas classes


principais: patrícios e plebeus. Os patrícios eram membros da aristocracia romana,
detentores de privilégios políticos e econômicos, enquanto os plebeus eram a classe
mais ampla da sociedade, frequentemente composta por agricultores, comerciantes e
trabalhadores. Os plebeus lutavam por direitos políticos e econômicos iguais aos dos
patrícios, o que resultou em conflitos frequentes e na luta pelo reconhecimento de
suas demandas.

Em resumo, a guerra entre patrícios e plebeus em Roma teve origens multifacetadas,


incluindo a transição da monarquia para a República, conflitos externos com etruscos
e latinos, eventos dramáticos como o estupro de Lucrécia e a divisão social entre
patrícios e plebeus. Essa luta pela igualdade e pelo poder político moldou a história
romana e eventualmente levou a uma maior inclusão dos plebeus na vida política da
República.

Caracteriza a transição entre a Républica e o principado:


Tópicos de resposta:

- Crise das instituições da Républica- R: A República Romana estava enfrentando uma


série de crises institucionais antes da ascensão do Principado. A República estava
governada por um sistema de equilíbrio de poder entre o Senado, os magistrados
eleitos e a assembleia popular, mas esse sistema estava sofrendo com a corrupção, a
manipulação política e a instabilidade. As lutas de fações, como os Optimates e os
Populares, levaram a conflitos políticos frequentes. Crise das magistraturas-

- A reforma agrária dos gracos- O poder está ligado à economia- R: A proposta de


reforma agrária dos irmãos Graco (Tiberius e Gaius Gracchus) foi uma tentativa de
abordar a crescente desigualdade econômica em Roma. Eles procuraram redistribuir
terras públicas para os camponeses pobres, reconhecendo que o poder político estava
diretamente ligado à propriedade de terras. Essas reformas desencadearam conflitos e
polarização na sociedade romana

- Degradação do pretor e degradação do jurisprudente- R: A degradação das


instituições e da autoridade legal na República foi evidente. Os pretores, magistrados
encarregados de administrar a justiça, muitas vezes eram influenciados pela política e
pela corrupção, minando a confiança no sistema legal romano. Além disso, a
jurisprudência (interpretação da lei) estava sujeita a manipulações políticas.

- Júlia César- Era amado pelo povo, quem é amado pelo povo não respeita as
instituições- R: Júlio César, um general romano, emergiu como uma figura carismática
e popular na época. Ele era amado pelo povo romano devido às suas conquistas
militares e ao seu apelo populista. No entanto, o apoio popular a César minou ainda
mais as instituições republicanas, uma vez que ele não respeitava as normas e
tradições republicanas e buscou o poder centralizado em suas mãos.

Esses fatores culminaram na transformação da República em um sistema de governo


mais centralizado sob o governo do Primeiro Triunvirato (composto por Júlio César,
Pompeu e Crasso) e, finalmente, sob o Principado de Augusto (anteriormente
conhecido como Octávio). Augusto consolidou o poder em suas mãos, estabelecendo
o Principado, que marcou o início do Império Romano. A transição da República para
o Principado representou uma mudança fundamental na estrutura de governo e na
dinâmica de poder em Roma.
O Código de Teodósio identificou o Direito e a lei:
Tópicos de resposta:

- Passagem da lei pelos comícios para o imperador, degradação da lei- R: Com o


tempo, houve uma transição do processo de criação de leis em Roma. Inicialmente, as
leis eram aprovadas pelos comícios, assembleias populares onde os cidadãos romanos
podiam votar e propor legislação. No entanto, à medida que o Império Romano crescia
e se tornava mais complexo, o poder legislativo passou cada vez mais para as mãos dos
imperadores. Isso resultou na degradação da influência das assembleias populares na
criação de leis e em um sistema legal mais centralizado.

- Os jurisprudentes passam a ser assessores jurídicos do imperador- R: Os


jurisprudentes eram juristas e especialistas em direito que desempenharam um papel
fundamental no desenvolvimento do sistema legal romano. Com a crescente
centralização do poder nas mãos do imperador, os jurisprudentes passaram a ser
consultores jurídicos do imperador, desempenhando um papel significativo na
interpretação e aplicação das leis. Eles ajudaram a moldar o direito romano e a
aconselhar o imperador sobre questões legais.

- Codificar para assegurar: R: A lei como instrumento de poder- O Código de Teodósio


foi uma das tentativas de codificar e sistematizar as leis romanas. Isso era importante
para consolidar o poder do imperador, pois permitia uma administração mais eficiente
e previsível da justiça em todo o império. A codificação das leis tornou mais fácil para o
governo imperial controlar e aplicar o direito de maneira uniforme em todo o
território.

Assim, o Código de Teodósio desempenhou um papel essencial na identificação do


direito e da lei no Império Romano, ao consolidar o poder nas mãos do imperador,
restringir a influência das assembleias populares na criação de leis e ao tornar o
direito mais acessível e aplicável em todo o império. Isso marcou uma fase
importante na evolução do direito romano e no papel do imperador como
autoridade legal suprema.

Perguntas escolhidas para fazer:

Quais as etapas de laicização do direito romano:


Tópicos de resposta

- A lei das XII Tábuas- R: A lei das XII Tábuas, criada em 451 a 449 a.C., desde a sua
feitura à promulgação foi uma das primeiras tentativas de codificar o direito romano.
Essas tábuas de bronze continham leis escritas, tornando-as visíveis e acessíveis ao
público. Isso marcou um passo importante na laicização do direito, pois as regras do
direito não estavam mais exclusivamente sob controle dos sacerdotes e eram
disponíveis para consulta pública. A lei é a segunda fonte manifestandi. A fonte
exsistendi da lei, strictu sensu, são os comícios; da lei sensu lato, são o senado, o
imperador e certos magistrados.
A lei da XII Tábuas é o documento de maior relevo do Direito antigo. Teve origem nas
reivindicações jurídicas dos plebeus. Estes exigiam uma lei escrita, que não provocasse
injustiça e desigualdades, o que acontecia com a interpretatio feita pelos sacerdotes-
pontífices, dos mores maiorum.
É enviada à Grécia, em 452 a.C., uma comissão de três homens com a finalidade de
estudar as leis de Sólon. Em 451 a.C., o povo reunido nos comícios das cúrias nomeia
uma magistratura extraordinária, composta por dez cidadãos patrícios. Estes, durante
um ano, gozariam de plenos poderes, mas teriam de fazer o tão desejoso código, e
assim aconteceu. Redigiram 10 Tábuas que foram aprovadas pelos comícios das
centúrias.
Como essas 10 Tábuas não era suficiente, foi constituído para o ano seguinte um novo
decenvirato – formado por patrícios e plebeus – para que terminasse o código. Este
decenvirato, elaborou as últimas 2 Tábuas, mas governaram com profundo desagrado
do povo. Terminado o prazo do seu mandato, não queriam abandonar o poder. Tiveram
de ser expulsos por uma revolta popular.
Para o ano de 449 a.C. foram eleitos pelo povo, já duma forma normal, os dois
cônsules, Valério e Horácio. Estes, sem atenderem ao descontentamento que tinha
havido por parte do Populus, mandaram fixar no Fórum as XII Tábuas.
A promulgação da Lei das XII Tábuas, cerca de 450 a.C., corresponde à aceitação de que
um direito consuetudinário não-escrito permitia aos intérpretes detentores dos
segredos do sagrado, um imenso arbítrio e amplitude na forma de resolver os litígios
invocando o ius, favorecendo patrícios em detrimentos dos plebeus.
O trabalho dos decemviri legibus scribundis visava acabar, pela publicidade da lei, com
o segredo pontifício do Direito. As normas a aplicar passaram a ser, no seu núcleo
essencial, do conhecimento de todos.
O monopólio pontifício permaneceu na interpretação dos preceitos da Lei das XII
Tábuas, das normas consuetudinárias que ficaram de fora e na formalização dos atos.
Mas a primeira brecha no sentido da racionalização do procedimento jurídico em Roma
estava dada.
A Lei das XII Tábuas contém disposições com conteúdos inscritos nos direitos público,
privado e processual e serviu de base para o labor da jurisprudência.

- Ius Flaviano- R: Durante o período dos imperadores da dinastia flaviana (Vespasiano,


Tito e Domiciano, 69-96 d.C.), houve um esforço para consolidar e sistematizar o direito
romano. Os imperadores flavianos compilaram e publicaram resumos de decisões
legais e precedentes, conhecidos como "Ius Flaviano". Isso contribuiu para a
organização do direito romano e tornou o conhecimento jurídico mais acessível a
estudiosos e juristas. Em 304 a.C., Cneu Flávio, escravo escriba de um sacerdote
Pontífice chamado Ápio Claúdio, publicitou uma coleção de fórmulas processuais das
legis actiones, revelando o segredo bem guardado pelos pontífices do processo
seguido na tramitação das actiones.
Esta coleção ou recolha de fórmulas processuais no âmbito do processo per legis
actiones ficou conhecida como ius Flavianum e permitiu a Cneu ocupar os cargos de
tribuno da plebe e de edil curul. Já magistrado, Flávio publicitou no fórum o calendário
religioso, fazendo desabar um dos últimos segredos dos pontífices, fonte do seu poder
incontestado.
Tendo o ius Flavianum revelado fórmulas processuais e o calendário com os dias fastos
e nefastos, para a coleção de ações, considera-se ser esta uma das etapas mais
importantes para o fim do monopólio pontifício e do domínio do sagrado no âmbito da
criação, interpretação e aplicação do Direito em Roma.

- Ensino público do Direito- R: Uma etapa crucial na laicização do direito romano foi o
estabelecimento de escolas de direito e o ensino público do direito. Essas escolas,
como a Escola de Direito de Roma, proporcionaram uma educação mais formal em
direito, tornando-o acessível a um público mais amplo. O ensino do direito ajudou a
difundir o conhecimento jurídico, formar juristas especializados e contribuir para a
evolução e a secularização do direito romano. O primeiro plebeu que conseguiu aceder
ao cargo de pontifex maximus foi Tibério Coruncâneo, em 253 a.C. Consciente da
importância da transmissão dos conhecimentos por ele obtido na irreversibilidade das
reformas que publicitaram as regras aplicáveis e abriram o Olímpio pontifício aos
plebeus, começa a ensinar Direito em público.
Fá-lo enquanto responde publicamente às questões que lhe são colocadas na
qualidade de pontifex maximus. Assim, os commentarii pontificum deixam de ser de
acesso exclusivo dos pontífices, passando a ser de acesso livre. Todo aquele que
quisesse aprender o Direito podia assistir às consultas de Tibério Coruncâneo.
A partir daqui os pontífices deixaram de ser os únicos consultados para resolver litígios.
Agora sabia-se que o Direito era uma coisa humana que todos podiam conhecer e a
que podiam aceder.
Laicizada a jurisprudência pontifícia, os sacerdotes pontífices são substituídos pelos
iuris prudentes. A interpretatio das regras de ius passa a ser conhecida apenas como
iurisprudentia.
O jurisprudente não é magistrado – pode ter exercido essa função, mas enquanto
jurisprudente não o é –, não tem imperium, não tem potestas, não tem iurisdictio
(aplicação da justiça, não a administra, não vincula ninguém com a sua opinião).

Essas etapas demonstram a transição do direito romano de um sistema


tradicionalmente enraizado em práticas religiosas e costumes não escritos para um
sistema mais codificado, organizado e acessível ao público em geral. Esse processo de
laicização foi fundamental para a evolução e a longevidade do direito romano, que teve
uma influência duradoura no desenvolvimento dos sistemas jurídicos modernos.

Caracteriza a transição entre a Républica e o Principado:


Tópicos de resposta:

- Crise das instituições da Républica- R: A República Romana estava enfrentando uma


série de crises institucionais antes da ascensão do Principado. A República estava
governada por um sistema de equilíbrio de poder entre o Senado, os magistrados
eleitos e a assembleia popular, mas esse sistema estava sofrendo com a corrupção, a
manipulação política e a instabilidade. As lutas de fações, como os Optimates e os
Populares, levaram a conflitos políticos frequentes.
- A reforma agrária dos gracos- O poder está ligado à economia- R: A proposta de
reforma agrária dos irmãos Graco (Tiberius e Gaius Gracchus) foi uma tentativa de
abordar a crescente desigualdade econômica em Roma. Eles procuraram redistribuir
terras públicas para os camponeses pobres, reconhecendo que o poder político estava
diretamente ligado à propriedade de terras. Essas reformas desencadearam conflitos e
polarização na sociedade romana

- Degradação do pretor e degradação do jurisprudente- R: A degradação das


instituições e da autoridade legal na República foi evidente. Os pretores, magistrados
encarregados de administrar a justiça, muitas vezes eram influenciados pela política e
pela corrupção, minando a confiança no sistema legal romano. Além disso, a
jurisprudência (interpretação da lei) estava sujeita a manipulações políticas.

- Júlio César- Era amado pelo povo, quem é amado pelo povo não respeita as
instituições- R: Júlio César, um general romano, emergiu como uma figura carismática
e popular na época. Ele era amado pelo povo romano devido às suas conquistas
militares e ao seu apelo populista. No entanto, o apoio popular a César minou ainda
mais as instituições republicanas, uma vez que ele não respeitava as normas e
tradições republicanas e buscou o poder centralizado em suas mãos.

Esses fatores culminaram na transformação da República em um sistema de governo


mais centralizado sob o governo do Primeiro Triunvirato (composto por Júlio César,
Pompeu e Crasso) e, finalmente, sob o Principado de Augusto (anteriormente
conhecido como Octávio). Augusto consolidou o poder em suas mãos, estabelecendo
o Principado, que marcou o início do Império Romano. A transição da República para
o Principado representou uma mudança fundamental na estrutura de governo e na
dinâmica de poder em Roma.

12 valores no primeiro teste

Características do próximo teste:

Segundo teste e a sua caracterização com 4 perguntas curtas, escolher fazer 2


perguntas- Respostas de 5 linhas, ou seja, ser sucinto e sistemático; 2 frases para
comentar, escolher 1 frase; 1 tema de desenvolvimento: temos os tópicos de resposta,
escolhemos duas perguntas para fazer em 50 minutos, é um teste com consulta. Cada
pergunta vale 9 pontos, ou seja, 18 pontos e 2 pontos ficam para o professor para dar
depois se o teste tiver mau- O professor não tem tetos de nota
Quatro perguntas, escolher duas perguntas para fazer de resposta curta:

- Lex rogate- Resposta entre 5 a 10 linhas

- Lei das XII Tábuas Resposta entre 5 a 10 linhas

- Pretor- Resposta entre 5 a 10 linhas

- Oratio prínceps- Reposta entre 5 a 10 linhas

Duas frases, escolher uma frase para comentar

O principado já é o início do dominado:

Tópicos de resposta:
- Como surge o principado
- O acentuar do lado monárquico do Principado
- Por que razão o senado e os comícios não funcionam
- Diocleciano

A morte da jurisprudência é o princípio da codificação

Tópicos de resposta:
- O que é a jurisprudência?
- Ius publici respondendi
- Colaboração dos jurisprudentes com o Imperador/Escolas de
jurisprudência/Degradação da jurisprudência;
- Primeiros passos da codificação iniciados em Júlio César;
- Codificação das leis e jurisprudência: Instituições de Gaio;
- Três grandes códigos: Justiniano, Teodosiano e Gregoriano

Tema de desenvolvimento- Vida e morte do pretor

Tópicos de resposta:
- Criação do pretor, onde foi criado como funciona e para que funciona o pretor
(importância do edictum);
- A eleição, para ser eleito tem de ter um programa, cursos honorus- Três partes do
programa do pretor- translatiço, novum, repentinum
- Magistratura degrada-se a tal ponto que cessa a existência do edictum repentinum
(processo de codificação do edictum);
- Adriano, Justiniano e as codificações.
Quatro perguntas, escolher duas perguntas para fazer de resposta curta:

Lex Rogatae: A expressão "Lex Rogatae" remete a um processo legislativo na Roma


Antiga, onde as leis eram propostas pelos magistrados e submetidas à aprovação
popular em comícios. Esse método envolvia a apresentação formal da lei ao povo
romano, que então exercia seu direito de voto. Esse processo democrático destacava a
importância da participação popular na criação das leis e refletia o compromisso da
República Romana com princípios de governo representativo. As leis aprovadas dessa
maneira eram consideradas "rogadas" e desempenhavam um papel vital na evolução
do sistema jurídico romano, demonstrando a interconexão entre a autoridade
legislativa e a vontade da população.

Lei das XII Tábuas: A Lei das XII Tábuas, promulgada no século V a.C., representou um
marco na história legal romana ao ser o primeiro código escrito acessível ao público.
Essas doze tábuas de bronze continham disposições legais abrangentes, abordando
questões como propriedade, família, dívidas e crimes. A Lei das XII Tábuas visava
proporcionar clareza e uniformidade nas práticas jurídicas, estabelecendo um padrão
para resolução de disputas. Embora tenha refletido algumas desigualdades sociais,
essa codificação contribuiu significativamente para o desenvolvimento do direito
romano, influenciando futuras formulações legais e sistemas jurídicos.

Pretor: O pretor desempenhava um papel central no sistema judicial romano como


magistrado encarregado de administrar a justiça. Originado no período republicano,
havia diferentes pretores com funções específicas, como o urbano, responsável por
casos entre cidadãos romanos, e o peregrino, lidando com litígios envolvendo
estrangeiros. Os pretores desenvolveram a prática de emitir editos, decretos que
moldavam a aplicação da lei durante o seu mandato. Sua influência era vasta,
contribuindo para a interpretação e evolução do direito romano ao longo do tempo.

Oratio Prínceps: A "Oratio Prínceps" refere-se aos discursos proferidos pelos


imperadores romanos, conhecidos como "príncipes" ou líderes principais. Esses
discursos desempenhavam um papel crucial na comunicação entre o imperador, o
Senado e o povo romano. Os imperadores utilizavam a oratória para transmitir
mensagens políticas, anunciar decisões importantes e consolidar apoio público. Esses
discursos eram uma ferramenta estratégica para influenciar a opinião pública e manter
a estabilidade política no vasto Império Romano.

Duas frases, escolher uma frase para comentar:

Frase: "O principado já é o início do dominado."

A frase "O principado já é o início do dominado" sugere uma transição significativa na


estrutura de governo romana, marcando a mudança da República para o Império. Esta
frase parece sugerir que o principado, uma forma de governo associada ao início do
Império Romano, representa o início de um período de domínio ou controle. O termo
"dominado" pode ser interpretado de várias maneiras, mas pode se referir ao aumento
do poder nas mãos de um líder central, como o imperador. Isso destaca uma mudança
significativa em direção a uma forma mais centralizada de governo.

Comentário:

Como surge o Principado:


O Principado teve origem com Augusto, anteriormente conhecido como Otávio, que
consolidou seu poder após as Guerras Civis e, em 27 a.C., ofereceu ao Senado o
controle aparente das províncias e exércitos, mantendo para si mesmo uma supervisão
crucial. Esse modelo, formalizado como "Princeps," representou uma tentativa de
preservar as aparências republicanas enquanto estabelecia uma autoridade
monárquica.

Acentuar do Lado Monárquico do Principado:


Apesar das vestimentas republicanas, o Principado acentuou fortemente o lado
monárquico do governo. O "Prínceps" detinha autoridade militar vitalícia, poderes
legislativos significativos e o título de "Augusto," indicando sua elevada posição. Essa
centralização de poder nas mãos do imperador refletiu características monárquicas,
mesmo que mantendo uma fachada republicana.

Por que razão o Senado e os comícios não funcionam:


O enfraquecimento do Senado e dos comícios romanos estava interligado à
instabilidade política, corrupção e à necessidade percebida de um governo mais forte.
Os procedimentos republicanos tornaram-se ineficazes diante das disputas internas e
das crises que assolaram a República. O Principado emergiu como uma resposta
pragmática para restabelecer a ordem e garantir a estabilidade.

Diocleciano:
Diocleciano, embora viesse mais tarde, no final do século III, também desempenhou
um papel crucial na evolução do governo romano. Ao dividir o Império em partes
administráveis (Tetrarquia), Diocleciano buscou melhorar a governança e a eficiência.
Sua abordagem, embora refletisse a necessidade de um governo central forte, marcou
uma transição adicional longe da estrutura original do Principado.

Em resumo, a frase destaca a metamorfose do Principado romano, revelando a


complexidade e a natureza híbrida do governo imperial, que incorporou elementos
republicanos e monárquicos em uma síntese única. Essa transformação marcou o início
de uma nova fase na história romana, onde a autoridade centralizada se tornou uma
característica duradoura do Império.
Duas frases, escolher uma frase para comentar

Frase: "A morte da jurisprudência é o princípio da codificação."

Comentário:

A frase "A morte da jurisprudência é o princípio da codificação" destaca uma mudança


paradigmática no sistema jurídico romano, marcando a transição da tradição
jurisprudencial para a codificação sistemática das leis. Assim a frase sugere uma
mudança no paradigma legal, destacando a transição da jurisprudência, baseada em
decisões judiciais anteriores, para a codificação, onde as leis são sistematizadas por
escrito.

O que é a Jurisprudência:
Jurisprudência refere-se à interpretação e aplicação das leis com base em decisões
judiciais anteriores. Era uma fonte essencial do direito romano, onde juristas
(jurisprudentes) desempenhavam um papel crucial na análise e desenvolvimento das
normas legais. – Laicização do Direito Romano

Ius Publici Respondendi:


O "Ius publici respondendi" concedia a certos jurisprudentes a autoridade de emitir
respostas legais vinculativas, contribuindo para o desenvolvimento da jurisprudência e
a orientação legal. Essa tradição era uma parte significativa do sistema jurídico romano
republicano.

Colaboração dos Jurisprudentes com o Imperador/Escolas de


Jurisprudência/Degradação da Jurisprudência:
Com o tempo, houve uma colaboração mais estreita entre os jurisprudentes e o
imperador. Embora isso tenha fornecido estabilidade, também levou à degradação da
jurisprudência, já que a interpretação legal se tornou mais vinculada às vontades do
imperador e menos à tradição jurisprudencial.

As escolas de jurisprudência, como os Sabinianos e Proculeianos, representavam


diferentes tradições interpretativas. No entanto, a crescente influência imperial
resultou em uma homogeneização das interpretações e, eventualmente, na perda de
autonomia dos jurisprudentes.

Primeiros Passos da Codificação Iniciados em Júlio César:


Os primeiros passos na direção da codificação foram dados por Júlio César, que buscou
consolidar e sistematizar as leis romanas. Esses esforços iniciais foram um prelúdio
para o subsequente movimento em direção a uma codificação mais abrangente.
Codificação das Leis e Jurisprudência: Instituições de Gaio:
O processo de codificação ganhou impulso com as Instituições de Gaio no século II d.C.,
uma tentativa sistemática de organizar e explicar as leis. No entanto, essa codificação
ainda estava em estágios iniciais e não alcançou a abrangência desejada.

Três Grandes Códigos: Justiniano, Teodosiano e Gregoriano:


Os três grandes códigos representaram um marco significativo na história legal romana.
O Código de Justiniano, compilado no século VI, sistematizou e consolidou as leis
romanas. O Código Teodosiano, no século V, focou-se nas leis imperiais para o Império
Romano Oriental. O Código Gregoriano, contemporâneo do Teodosiano,
complementou o esforço de codificação.

Em resumo, a transição da jurisprudência para a codificação foi impulsionada por uma


combinação de fatores, incluindo mudanças políticas, colaboração com o imperador e a
necessidade de uma abordagem legal mais sistêmica. Essa transformação marcou uma
nova era na história jurídica romana, influenciando profundamente o desenvolvimento
do direito ao longo dos séculos.

Tema de desenvolvimento: - Vida e morte do pretor (Criação do pretor, como


funciona) eleição, para ser eleito tem de ter um programa, cursos honorus, três partes
do programa do pretor- translatiço, novum, repentinum

Tema de Desenvolvimento: Vida e Morte do Pretor na Roma Antiga

Vida e Morte do Pretor na Roma Antiga

Criação do Pretor:
O cargo de pretor, na Roma Antiga, teve sua origem em 367 a.C., quando a Lex Licinia
Sextia estabeleceu a criação de um magistrado adicional. Este magistrado, chamado
pretor, foi inicialmente designado para auxiliar na administração da justiça, focando
especialmente em casos envolvendo cidadãos romanos, marcando uma evolução
significativa no sistema legal romano.

Como Funciona e Para Que Funciona o Pretor (Importância do Edictum):


O pretor tinha um papel fundamental na administração da justiça. Sua autoridade era
expressa através do edictum, um pronunciamento anual que delineava suas intenções
e políticas judiciais para o ano. O edictum permitia a adaptação da aplicação da lei às
mudanças sociais e oferecia uma abordagem flexível para garantir uma justiça mais
equitativa.
Eleição e Programa do Pretor:
Para ser eleito, um candidato a pretor precisava apresentar um programa que
delineasse suas intenções e propostas para a administração da justiça. Essa eleição
estava vinculada ao "cursus honorum", uma sequência hierárquica de cargos públicos
que os candidatos precisavam seguir para serem considerados elegíveis.

O programa do pretor era dividido em três partes: "translatiço," envolvendo a


transferência de ações legais entre tribunais; "novum," introduzindo novos processos
ou práticas judiciais; e "repentinum," tratando de casos urgentes e imprevistos. Essas
categorias forneciam uma estrutura abrangente para a abordagem do pretor à justiça.

Degradação da Magistratura e Cessação do Edictum Repentinum:


Com o tempo, a magistratura romana degradou-se, e o sistema judicial enfrentou
desafios significativos. A instituição do edictum repentinum, destinada a responder
rapidamente a casos urgentes, perdeu sua eficácia. A corrupção e a falta de respeito
pela tradição legal contribuíram para o declínio do sistema.

Processo de Codificação do Edictum:


A degradação da magistratura levou a um processo de codificação, buscando
consolidar e sistematizar as leis e práticas judiciais. Este processo, no qual os
imperadores como Adriano e Justiniano desempenharam papéis cruciais, visava trazer
ordem ao sistema legal e preservar a tradição jurídica romana.

Adriano, Justiniano e as Codificações:


Adriano, durante seu governo no século II, iniciou esforços para consolidar e organizar
as leis existentes. Justiniano, no século VI, empreendeu um esforço mais amplo de
codificação, resultando nas compilações conhecidas como o Código de Justiniano, o
Digesto, as Institutas e as Novelas. Essas codificações foram essenciais para a
preservação e continuidade do legado jurídico romano, influenciando
significativamente o desenvolvimento do direito posteriormente na Europa medieval.

Portanto, a vida e morte do pretor não apenas reflete a evolução do sistema judicial
romano, mas também as complexas interações entre a política, a administração da
justiça e os esforços de codificação que marcaram a história legal romana.
A vida do pretor estava intrinsecamente ligada à aplicação da lei, enquanto a "morte"
do pretor, simbolicamente, poderia ser vista na conclusão do seu mandato. Essa
abordagem de rotação no cargo contribuía para a renovação e diversificação da
liderança legal. A análise da vida e morte do pretor na Roma Antiga oferece insights
valiosos sobre a evolução do sistema judicial romano e a interseção entre política e
justiça na antiguidade.
Maturidade- Viveu o suficiente para ter maturidade

Em Direito nada é definitivo

12- + 13+ = 13

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