Você está na página 1de 4

UNIDADE CURRICULAR: HISTÓRIA DAS CIVILIZAÇÕES CLÁSSICAS

CÓDIGO: 31047

DOCENTE: José das Candeias Sales/ Marta Covita

A preencher pelo estudante

NOME: Leonel Dinis Dias Barbosa

N.º DE ESTUDANTE: 2100133

CURSO: Licenciatura em História

DATA DE ENTREGA: 11-12-2021

Página 1 de 4
TRABALHO / RESOLUÇÃO: A sociedade romana no seu período histórico teve três
períodos: a Monarquia (753 a 509 a.C.), a República (509 a 27 a.C.) e o Império (27
a.C. a 476 a.C.). Durante estes períodos surgiram grupos sociais diversificados e que
viviam em conflitos constantes, existindo instituições políticas incumbidas para
representar e defender as diferentes camadas sociais. O período aqui analisado será a
sociedade romana durante a República, como refere o texto mencionado. Na época da
monarquia romana e durante o primeiro século da República, o estado superior da
sociedade romana era constituída por patrícios (nobreza de sangue), com terras e
privilégios definidos. A seguir a plebe (povo livre) com direito à cidadania, criados à
semelhança dos patrícios, mas não com privilégios iguais. Seguem-se os clientes,
plebeus associados a uma família patrícia, com uma relação de patrocínio, espécie de
dependência entre o poderoso e o protegido. Existem dúvidas em saber se
originalmente, as gens eram só formadas por patrícios ou por patrícios e plebeus.
Havendo pouco conhecimento sobre a origem da divisão destes cidadãos. Quanto à
origem dos plebeus, há várias opiniões, uns pensam que os plebeus eram descendentes
de antigas populações, que eram identificados aos Sabinos, tinham proveniência nos
antigos clientes ou origem em estrangeiros que foram para Roma.

Em 509 a.C. dá-se a queda da Monarquia e surge a República como o novo regime.
Fazendo com que o poder politico se mantivesse nas mãos dos patrícios. O período
republicano vai ser marcado por consideráveis conflitos e tensões entre os patrícios e
plebeus. Como mencionam os autores do texto o “ (…) período em que os patrícios
parecem ter-se fechado sobre si e assumindo a exclusividade no acesso aos cargos
políticos e religiosos, bem como o controlo do direito, o que gerou conflito”. O motivo
era que os plebeus exigiam direitos políticos e melhores condições sociais, pois
pretendiam ter o direito de poder participar na vida política de Roma. Com o
fortalecimento do Senado (o órgão máximo de poder, constituíam a magistratura
suprema, com cargo vitalício, controlavam a sociedade e formulavam as leis) e o
exercício do poder executivo pelos magistrados, conduziram à exclusão dos plebeus da
vida política romana. No período republicano, a sociedade romana era dividida pelos
patrícios (nobres proprietários de grandes terras), pelos clientes (servidores com
proteção dos nobres) e os plebeus (homens livres, constituídos por artesãos,
comerciantes e camponeses) que constituíam a maior parte da população romana. A

Página 2 de 4
sociedade começou a desenvolver-se, os patrícios a enriquecer, levando os plebeus a
organizarem-se para tentar superar a situação social em que viviam.

A constante revolta dos plebeus contra os patrícios levou à criação de leis para
garantirem os direitos à plebe. As conquistas dos plebeus ficaram conhecidas a partir de
algumas leis que foram decretadas durante o período Republicano, que lhe forneceram
esses direitos que tanto exigiam. A primeira lei a destacar é a Lei da 12 Tábuas (450
a.C.), uma espécie de código que estipulava direitos e deveres para os cidadãos da
cidade de Roma, e que eliminava algumas diferenças que havia entre a classe dos
patrícios e dos plebeus. Esta lei apenas formou algumas respostas a problemas jurídicos
da vida diária, tal como a área da família, a posse e transferência da propriedade,
assaltos a pessoas e bens, dívidas e escravatura. Nesta lei ficam de parte assuntos
importantes como a vida económica, as magistraturas, as instituições da cidade e a
repartição da propriedade. Este código beneficiou a plebe, pois não os interditou o
acesso às magistraturas, assim como lhes deu novas leis, oferecendo-lhes
reconhecimento estatutário à organização plebeia. A segunda é a Lei Canuleia (445
a.C.) que permitia o casamento entre patrícios e plebeus, até então proibido. Com todas
as pressões socias, de guerra, a aristocracia a dominar o povo (que perdem influência,
não têm terras, distribuídas para os grandes proprietários rurais) e com a invasão
Gaulesa, a comunidade plebeia endivida-se, muitos plebeus mudam para a condição
servil, constituindo fatores de grande instabilidade e de agitação social. Surge a
aprovação das Leis Licínio-Sestianas (367 a.C.), que atenuam as tensões, igualando os
direitos civis dos patrícios e plebeus. Os dois tribunos Licínio e Séstio apresentam três
propostas de alteração à lei a favor da plebs: atenuação do endividamento, imposição de
um limite específico para o número de territórios que pertenciam a uma só pessoa e a
admissão dos plebeus ao consulado. Em 367 a.C., a crise termina com estas rogationes
a terem consenso e aprovadas pelo Senado. Foi criado o cargo de pretor, com funções
judiciais, introdução de dois edis curules e criação de censores autónomos. O colégio de
dois magistrados encarregados das cerimónias religiosas foi alargado para dez
membros, cinco patrícios e cinco plebeus. Esta reforma teve como consequência que se
declarasse a sociedade em duas classes distintas, patrícios e plebeus, terminar com o
caráter revolucionário dos plebeus e a assimilação da assembleia dos plebeus, pela
assembleia do povo. Com as guerras Etruscas e Samnitas, aparece um movimento de
reformas socias exigidas pelos plebeus. Surgindo a Lex Hortensia que destinou os

Página 3 de 4
plebiscitos como leis aplicáveis a todos os cidadãos sem necessidade de uma sanção
prévia do Senado. Com estas modificações surge a nova elite, nobilitas, reunindo
patrícios e plebeus, e a forma de acesso era uma carreira política de sucesso. Com as
lutas progressivas, há avanços sociais e a normalização dos direitos civis de patrícios e
plebeus fica quase completo.

Bibliografia:

ALFOLDY, Géza – A História social de Roma. Lisboa: Ed. Presença, 1989.

ANDRADE, Ana Luiza Mello Santiago de – Sociedade Romana. [em linha]. [consult.
2021-12-09]. Disponível na Internet: <URL: Sociedade romana - História -
InfoEscola>.

ANDRADE, Raphael Meza de – Constituição da sociedade romana arcaica. [em


linha]. [consult. 2021-12-09]. Disponível na Internet: <URL:Constituição da Sociedade
Romana Arcaica (recantodasletras.com.br)>.

CENTENO, Rui Manuel Sobral – Civilizações Clássicas II – Roma. Lisboa:


Universidade Aberta, 1997.

FERNANDES, Cláudio – Sociedade Romana. [em linha]. [consult. 2021-12-09].


Disponível na Internet: <URL: Sociedade romana. Características da sociedade romana
- Mundo Educação (uol.com.br)>.

LIMA, Elicio – A Sociedade Romana. [em linha]. [consult. 2021-12-09]. Disponível na


Internet: <URL: (PDF) A SOCIEDADE ROMANA | Elicio Lima - Academia.edu>.

RAMOS, Jefferson Evandro Machado – Sociedade Romana. [em linha]. [consult. 2021-
12-09]. Disponível na Internet: <URL: Sociedade Romana - classes sociais na Roma
Antiga - Sua Pesquisa>.

Página 4 de 4

Você também pode gostar