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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

No século VII a.C. surgiu, ao largo do mar mediterrâneo, uma das civilizações
que marcou a época clássica da história universal (tempo e espaço), quer a ocidente,
mas também a oriente. A Roma Antiga, tendo o seu centro na cidade de Roma, na
península itálica, deixou um legado cultural e expansão territorial, ao longo dos vários
séculos, que a tornou num marco civilizacional que ainda influencia a época
contemporânea.

O texto em análise, retirado do livro de John M. Roberts, intitulado História


Ilustrada do mundo, Roma e o Ocidente Clássico, propõe uma análise e caraterização
sobre a sociedade romana durante os dois tipos de governo, a República e o Império.
Baseando-nos no texto em análise, com o fim da monarquia, a Roma Antiga foi
governada por regime de governo designado por República. Através de senadores,
magistrados e povo, criaram-se instituições importantes que permitiram conquistar
terras e domínios fora da península. No ano de 27 a.C., a civilização romana com a
desagregação da República, surgiu o Império Romano com um regime autocrático.
Estes dois tipos de governo tiveram diferentes influências na sociedade romana, a nível
de realidades sociais.

A sociedade romana passou por um período de prosperidade durante a


República. A implementação da Lei das XII Tábuas, levou à codificação jurídica do
direito civil (jus civile). Esta lei regulou problemas jurídicos da vida quotidiana.
“Apesar de não estabelecer uma igualdade jurídica entre os diferentes grupos sociais,
este código favoreceu a situação da plebe” (Centeno, 1997, pp. 74). A plebe
reivindicava protagonismo político e esta situação criou agitação social. Com a
aprovação das leis licínio-sestianas em 367 a. C., ocorreu uma transformação económica
e social. A plebe reivindicou direitos políticos e sociais “a divisão de todo o corpo social
romano em dois grupos bem distintos (patrícios e plebeus) foi uma consequência, e não
uma causa, da luta da aprovação destas leis” (Centeno, 1997, pp. 76). Apesar das
instituições da plebe terem sido integradas nas estruturas governativas, continuaram a
existir diferenças entre os dois grupos, os patrícios, senhores ricos (formavam a elite
social e política romana) e os plebeus, a maioria da população com profissões de
comerciantes e camponeses. No final da República, a sociedade romana permaneceu
com desigualdades e surgiram novas categorias na tradicional organização dos censos,

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designado por ordens. A Ordem Senatorial e a Ordem Equestre, tinham em comum os
seus membros pertencerem a um estrato social de maiores fortunas, mas a maioria da
população continuava a ser plebs, com profissões diversificadas. O mundo rural era
composto por população com um nível de vida muito baixo e existiam ainda os escravos
e tinham condições de vida miseráveis.

Após a queda da República, foi sobre o regime imperial que o império viveu o
maior período de paz e até ao século III, não se verificaram grandes alterações no
sistema social, apenas se verificou a instituição da monarquia imperial e a integração da
sociedade provincial no sistema social romano. O Senado colocou as escolhas do
imperador na ordem senatorial e os provinciais entraram no Senado. Posteriormente na
governação de Constantino I, confiou aos clarissimi a maior parte das funções até então
entregues aos cavaleiros (ordem equestre). A ordem senatorial absorveu os
perfectissimi, influentes e também burguesias. Uma lei chamada de lei Valentiniano I
estabeleceu uma nova hierarquia na ordem senatorial, repartindo nas categorias de
ilustres, spectabiles e clarissimi. Os elementos das ordens equestres e senatorial
formavam o topo da hierarquia na época imperial romana, formando junto com as
“burguesias” municipais da ordem dos decuriões o estrato alto da sociedade. «Em parte,
o materialismo romano traduzia as realidades sociais em que o império assentava, pois,
tal como todo o mundo antigo, a sociedade romana também se desenvolveu com base na
divisão entre ricos e pobres e, na própria capital, esta divisão equivalia a um abismo
conscientemente expresso.” (Roberts, pp.55-57). Como nos indica o texto em análise, a
plebe, durante o império manteve praticamente os serviços que tinha no final de
República. No mundo provincial a realidade social era diferente e nas cidades surgiram
latifundiários e grandes homens de negócio que controlavam o acesso à magistratura e
instituições locais. Aqui mais uma vez se denota que os ricos têm assento no Senado em
detrimento do povo. O estrato mais baixo da população da sociedade romana imperial
era muito díspar devido à diversificada diferença económica e cultural das distintas
regiões do império. A plebe rural ocupava a maior parte da população do império e a
partir do sec. III viram as suas conjunturas de vida piorar vítimas de abusos dos grandes
proprietários.
Em suma, a sociedade romana durante a República e Império passaram por
vários processos de estratificação da população, existindo a clara evidencia de grupos
privilegiados e mesmo quando as leis permitiam o acesso à política de todos os homens

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livres esse estatuto apenas era obtido a quem tivesse dinheiro, deixando a maioria da
população de fora. No Império e com a conquista de mais terras e com a entrada de
provinciais, a disparidade social mantém-se conforme evidenciado acima e no texto em
análise, sendo que a população até assumia como “normal” existir esta hierarquia.
Bibliografia

CENTENO, Rui M. Sobral (coord.) Civilizações Clássicas – II. Roma, Lisboa,


Universidade Aberta, 1996

ROBERTS, John M, História Ilustrada do Mundo, Roma e o Ocidente Clássico, Vol.


III, Barcelona, Círculo de Leitores, 1999, pp.55-57

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