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ROMA ANTIGA

Um dos maiores impérios


A Roma Antiga corresponde a uma Civilização Itálica que teve origem no século VIII a.
C. Essa região que no início era uma pequena aldeia tornou-se um dos maiores impérios
no mundo antigo.
A cidade de Roma se desenvolveu por meio do comércio, tornando-se uma das grandes
potências da Antiguidade. Conquistou inúmeras terras, começando pela Península Itálica
e avançando por regiões como a Ásia Menor e o Norte da África.
A origem da Roma Antiga
A História Antiga abrange o contexto de Roma. A origem da cidade também está baseada
na mitologia. De acordo com a lenda o que levou a fundação foi quando Eneias, chefe
troiano, fugiu dos gregos após eles invadirem Troia. Eneias foi para a Itália e no local ele
se casou com a filha de um rei latino. Com base na mitologia, os descendentes de Eneias,
os gêmeos Rômulo e Remo foram atirados no rio Tibre, por Amúlio, o rei da cidade. No
entanto, eles foram salvos por uma loba que os amamentaram e, após isso, camponeses
criaram as crianças. Na fase adulta Rômulo e Remo voltaram para Alba Longa e tiram
Amúlio do trono. Com isso, fundaram Roma em 753 a.C.
Historicamente, a fundação de Roma se deu por meio da junção de diversas aldeias latinas
na região central da Península Itálica. A cidade de Roma cresceu rapidamente a partir de
sua fundação, prosperando inicialmente por meio do comércio e sendo fortemente
influenciada pela cultura etrusca e grega.

O período da Monarquia
O período da Monarquia vai desde 753 a 509 a. C. Nessa época a sociedade da Roma
Antiga era constituída por quatro grupos: patrícios, plebeus, clientes e os escravos.
Patrícios: a classe social dominante em Roma e detentora de enorme número de terras,
rebanhos e riquezas. Seus membros ocupavam as posições mais importantes da sociedade
romana, possuindo o poder político em suas mãos. Usavam desse poder para controlar a
sociedade e explorar os plebeus.
Clientes: classe social que ocupava posição intermediária, sendo formada por plebeus,
estrangeiros, ex-escravos, entre outros. Sobreviviam realizando trabalhos para os
patrícios, ganhando, em troca pelos seus serviços, um bom status econômico, além de
proteção social. Os patrícios que possuíam o maior número de clientes eram os mais ricos
e poderosos.
Plebeus: classe formada por diversos grupos, como camponeses, comerciantes e
artesãos. Não possuíam posses nem direitos políticos, sendo obrigados a cumprir
obrigações militares e a pagar elevados impostos. Realizaram greves e rebeliões
populares como forma de lutar por seus direitos.
Escravos: classe mais baixa da sociedade romana e que era obrigada a realizar os
trabalhos mais pesados. Era formada por estrangeiros prisioneiros de guerra ou por
plebeus endividados.
Obs.: é importante mencionar que na Roma antiga a escravidão não era baseada em cor.
O primeiro período da história romana foi o da monarquia, que se estendeu da fundação
de Roma, em 753 a.C., até a expulsão do último rei de Roma, em 509 a.C.
Tradicionalmente, afirma-se que Roma foi governada por sete reis diferentes nesse
período, sendo que alguns deles eram de origem etrusca.
Nesse período, os reis eram eleitos pelos membros do Senado e da Assembleia Curiata,
formada pelos chefes das principais famílias romanas. Os reis romanos possuíam o direito
de governar por toda a vida, acumulando poderes militares, executivos, judiciais e
religiosos. Os reis tinham o poder de nomear todos os oficiais dos cargos administrativos,
e eles abandonavam os seus postos quando o rei morria.
Em 509 a.C., o Senado romano decidiu expulsar Tarquínio, o Soberbo de Roma, o último
rei do período monárquico, estabelecendo um governo republicano em Roma.
A era da República
A República na Roma Antiga iniciou em 509 a. C., após o rei Tarquínio ser expulso da
cidade pelos plebeus e patrícios. As instituições sociais e econômicas durante a Roma
Antiga fortaleceram-se e a cidade expandiu o território. A Roma Antiga nessa época
passou a ser uma das civilizações mais poderosas do mudo antigo e o Senado começou a
governar. Era tarefa dos magistrados, ou seja, os responsáveis pelas decisões do Senado,
exercerem atividades como: a cobrança de impostos, julgar crimes, como também vigiar
os costumes públicos. Os patrícios eram quem conduziam as decisões políticas e também
constituíam parte do Senado. Eles ainda organizavam as pautas públicas de maneira que
desfrutassem ao máximo de privilégios. Os plebeus, por outro lado, não tinham o direito
de intervir nas decisões do Senado. Contudo, eram essenciais para o exército de Roma.
Conscientes disso, eles passaram a lutar pelos direitos e conseguiram alguns, como: os
tribunos da Plebe, a Lei das Doze Tábuas e as eleições dos magistrados.

Uma das conquistas: os tributos da Plebe

Os tribunos da plebe chamado também como tribuno plebeu ou de tribuno do povo foi
uma conquista que viabilizou o primeiro cargo para os plebeus. Por meio desse
estabelecimento, os magistrados poderiam vetar qualquer decisão que prejudicasse a
classe. Outro fato era que os plebeus tinham o direito de reivindicar as medidas do
Senado, assim como incluir seus direitos nas leis de Roma. A história aponta que em 493
a. C., foi instaurado o primeiro tributo.
O que era a Lei das Doze Tábuas?
Não apenas os tribunos da Plebe, mas outra importante conquista dos plebeus foi a Lei
das Doze Tábuas. Ela diz respeito a normas escritas válidas para patrícios e os plebeus.
Antes da Lei das Doze Tábuas representantes dos patrícios e os pontífices mantinham as
normas em segredo, no intuito de se beneficiarem. Além disso, antes as leis romanas eram
contra a plebe e, por conta disso, em 462 a.C., o plebeu Terentílio exigiu que fosse
publicado um código oficial e legal. Em síntese, com a Lei das Doze Tábuas os plebeus
conseguiram ter conhecimento das leis escritas de modo que impedissem prejuízos à
classe. Por outro lado, os patrícios no início resistiram a medida, contudo as novas normas
foram estabelecidas e colocadas no Fórum Romano.
Outra conquista: as eleições dos magistrados
Outra conquista dos plebeus foi a eleição dos magistrados em 362 a. C. Esse episódio
estabeleceu a eleição do primeiro cônsul dos plebeus.
O trabalho dos escravos
Em consequência das guerras de expansão, os escravos em Roma eram muito numerosos.
Não eram considerados seres humanos, mas sim propriedades e, portanto, eram
explorados e vendidos como mercadorias. Seu trabalho, no artesanato e na agricultura,
era decisivo para a produção de bens necessários para a sociedade. Podiam comprar a sua
liberdade ou então serem libertados pelo proprietário. A partir do século II a.C.,
sucederam-se diversas rebeliões de escravos, como a comandada por Espártaco.
O exército romano
O Império Romano dependia de um exército forte e bem-organizado, que realizava as
campanhas de expansão e defendia as fronteiras. Os legionários eram a base do exército
romano; a maioria deles eram voluntários. Para entrar no exército era imprescindível ser
cidadão romano. O exército estruturava-se em legiões de seis mil soldados, cada uma
dividida em dez cortes.
A religião romana

A religião romana foi formada combinando diversos cultos e várias influências. Crenças
etruscas, gregas e orientais foram incorporadas aos costumes tradicionais para adaptá-los
às novas necessidades do povo. O Estado romano propagava uma religião oficial que
prestava culto aos grandes deuses de origem grega, porém com nomes latinos, como por
exemplo, Júpiter, pai dos deuses; Marte, deus da guerra, ou Minerva, deusa da arte. Em
honra desses deuses eram realizadas festas, jogos e outras cerimônias. Os cidadãos, por
sua vez, buscavam proteção nos espíritos domésticos, chamados lares, a quem rendiam
culto dentro de casa. O Edito de Milão de Constantino estabeleceu a liberdade de culto
aos cristãos, encerrando as violentas perseguições. No século IV d.C., o cristianismo
tornou-se a religião oficial, por determinação do imperador Teodósio.

A arte romana
Inspirada no modelo grego, a arte romana incorporou as formas e as técnicas de outras
culturas do Mediterrâneo. Roma destacou-se na arquitetura com grandes edifícios
privados e públicos. Entre os privados, incluem-se as casas e as residências coletivas. Os
públicos dividem-se em religiosos (templos), administrativos e comerciais (basílicas) e
lúdicos (teatro, anfiteatro e circo). O espírito prático de Roma reflete-se no urbanismo e
nas grandes obras de engenharia, como estradas e aquedutos.

Cena de banquete, um jovem e uma cortesã (um banquete na Roma antiga, um jovem e
uma cortesã) Afresco romano do 4º estilo Pompeu do local de Ercolano (Herculanum ou
Herculaneum) 60-80 d.C.
A crise da República
A Roma Antiga na era da República foi marcado por muitos conflitos sociais e pela
instabilidade política. Não existe uma data que marque quando começou, assim como o
principal fator que motivou a crise na República romana. Contudo, violências contra os
escravos, reformas agrárias e guerras internas e externas contribuíram com o processo.
Para organizar a política administrativa generais do exército fracionaram o poder de
Roma, foram eles: Júlio César, Pompeu, o Grande e Marco Licínio Crasso, os três
formaram o Primeiro Triunvirato (60 a.C a 53 a. C.).
Depois que Júlio César foi assassinado criou-se o Segundo Triunvirato (43 a.C a 33 a.C.)
composto por Marco Antônio, Otávio e Lépido.
O início do Império Romano
O Império Romano foi formado quando Otávio Augusto (27 a.C. a 14 d.C) foi posto no
poder, tornando-se o primeiro César. Após a morte dele, quatro dinastias de imperadores
assumiram o poder da Roma Antiga, em um período conhecido como Alto império (27 a.
C. a 235 d.C).
A Pax Romana
Pax Romana é o nome que se dá a um período da história romana marcado por uma
aparente paz e por uma prosperidade econômica considerável, que fortaleceu o poder de
Roma sobre as suas províncias, sobretudo as mais distantes. Esse período específico
aconteceu durante a transição da República para o Império e estendeu-se por
aproximadamente 200 anos. O significado do termo “Pax romana” (escrito no latim,
idioma oficial do Império Romano) é paz romana.
A Pax romana foi uma prática iniciada durante o reinado de Otávio Augusto. Esse reinado
iniciou-se em 27 a.C., e sua coroação colocou fim à República Romana. O período final
da República Romana foi marcado por uma série de disputas políticas, guerras civis,
rebeliões de escravos etc.
Por essa razão, assim que assumiu o Império Romano, Otávio precisava garantir a
estabilidade política e, principalmente, impedir que novas rebeliões acontecessem e
ameaçassem a integridade territorial. Para isso, Otávio tomou uma série de medidas
político-administrativas, e o conjunto dessas medidas deu início à Pax romana.
Principais características da Pax romana
Durante seu reinado, uma das maiores preocupações de Otávio Augusto era garantir o
controle sobre as regiões mais distantes do Império Romano que haviam sido
conquistadas a partir da guerra. Outro ponto muito importante era manter essas regiões
estáveis para garantir sua rentabilidade econômica. Para que isso acontecesse, um dos
mecanismos utilizados pelo Império Romano foi o de aculturar essas regiões.
Esse projeto de aculturação consistia basicamente em transmitir os valores culturais de
Roma para as províncias dominadas como forma de mantê-las integradas ao Império e,
assim, satisfeitas. Dentro desse projeto, os romanos começaram a transmitir seu idioma (o
latim), cultura política, arquitetura, crenças religiosas etc.
No caso da religião, uma importante observação é que, ao mesmo tempo que ela
influenciava outros povos, também era influenciada pelas tradições religiosas desses
povos. A transmissão da cultura romana era realizada a partir da presença das legiões
romanas, estacionadas estrategicamente nessas regiões.
Claro que não somente a aculturação garantia a estabilidade desses povos e que eram
necessárias ações no campo econômico e na infraestrutura local. Para isso, diversas
medidas eram tomadas com o objetivo de garantir o desenvolvimento econômico dessas
regiões, além de ser desenvolvida toda uma infraestrutura para garantir a melhoria na
qualidade de vida, como estradas e aquedutos.
Quando a aculturação e a política de desenvolvimento econômico e de infraestrutura não
conseguiam os resultados desejados, as tropas romanas cumpriam o seu papel de
intimidação dos locais. A presença das legiões, além de reforçar a segurança contra-
ataques estrangeiros, também servia como forma de coagir para que as pessoas não se
rebelassem contra a autoridade romana.

Assim, caso uma rebelião fosse organizada pelas elites locais, as tropas romanas que
estavam estrategicamente posicionadas interviam diretamente para derrotar os rebeldes.
As punições para os envolvidos, geralmente, eram rigorosas, principalmente com a
morte. Uma execução muito famosa utilizada pelos romanos era a crucificação.
A Pax romana enquanto prática garantiu, portanto, uma relativa estabilidade para o
Império Romano – apesar de alguns percalços. Os historiadores consideram que essa
prática se estendeu até aproximadamente o ano de 180 d.C. Nessa data, aconteceu a morte
do imperador Marco Aurélio. Muitos consideram que, após essa data, iniciou-se a longa
decadência de Roma, que se estendeu até o século quinto.
Pão e Circo
A política do pão e circo foi um método de governo na Roma Antiga, que consistia na
distribuição de pão e trigo, além da implementação de espetáculos públicos.
Com o império romano em expansão, problemas com saneamento, saúde e atendimento
às necessidades do povo se tornaram maiores. Porém, também era notável que as chances
de rebelião eram bem menores quando o povo tinha acesso a comida e entretenimento.
Essa política foi implementada pela primeira vez por Otávio Augusto, o primeiro
imperador romano, que governou de 27 a.C. até 14 d.C. E ela foi bem efetiva na época
para conter uma revolta popular e viabilizar a contínua expansão do império.
O alimento em questão consistia em pão e cereais como o trigo, que eram distribuídos
para a população da cidade ou vendidos a preço bem baixo. Já o entretenimento podia vir
na forma de música, circos, teatros ou arenas para lutas.
A queda do Império Romano
Roma possuía uma vasta extensão territorial, no entanto, a administração pública não foi
capaz de organizar a civilização de forma ordenada, pois realizaram algumas ações como
o abuso de autoridade e poder.
Em razão da ruim administração política, O Império Romano terminou, principalmente
por motivos como: a falta de escravos, o aumento de impostos e, principalmente, pela
invasão dos povos bárbaros a Roma Antiga.
Por fim, houve os povos germânicos, que habitavam nas fronteiras ao norte do Império
Romano e que, desde o século III a.C., estavam em movimento por diversos motivos,
principalmente em busca de terras mais produtivas. As invasões germânicas eram feitas
por diferentes povos, o que tornou impossível para Roma proteger seus domínios.
O Império Romano sofreu divisão após a morte do imperador Teodósio em 395. Os filhos
dele, Honório e Arcádio assumiram cada uma região. O primeiro ficou com Império
Romano do Ocidente e o segundo com Império Romano do Oriente.
No final, diferentes povos germânicos se estabeleceram nas terras romanas em sua porção
ocidental. Entre eles, estavam visigodos, francos, saxões, lombardos, vândalos, entre
outros. Em 476 a.C., os hérulos invadiram a cidade de Roma e destituíram Rômulo
Augusto, resultando no fim do Império Romano do Ocidente. A porção oriental existiu
até o século XV sob o nome de Império Bizantino.

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