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Governo do Estado do Rio de Janeiro

Secretaria de Estado de Educação


Coordenadoria Metropolitana IV
CE Leopoldina da Silveira

História – Professor Alexandre Carvalho


História Antiga - Parte 6
Roma
Surgimento de Roma
Uma das histórias sobre a fundação de Roma é a famosa lenda dos
irmãos gêmeos Rômulo e Remo que viveram no século VIII a.C..
Conta a lenda que Marte (Deus da Guerra na Mitologia Romana)
seduziu Reia Silvia, filha de Numitor, rei de Alba Longa, e
sobrinha do rei Amúlio, que usurpou o trono do irmão. Este
obrigava Reia a ser uma Virgem Vestal e, por isso, manter-se casta,
evitando assim, que tivesse filhos que pudessem, um dia, destroná-
lo. Porém, Reia o desobedeceu e engravidou de Marte, dando à luz
a Rômulo e Remo. Ao nascerem, os gêmeos foram abandonados no
rio Tibre para morrerem afogados por ordem do monarca, já que
sua mãe não cumpriu o voto de virgindade ao qual estava obrigada Rômulo e Remo mamando na loba Luperca
como sacerdotisa de Vesta (deusa romana que personifica o fogo sagrado).

Assim, de acordo com o que foi contado, os irmãos foram salvos e recolhidos pela loba Luperca que
os amamentou, mas que depois passaram a ser criados por um camponês. Quando cresceram, porém, os
irmãos voltaram para destronar Amúlio, seu tio-avô, que havia mandado deixá-los à própria sorte. Com
isso, no ano 753 a.C. fundaram Roma. Remo não viu o surgimento da cidade como um todo, por ter
sido assassinado pelo irmão pouco depois do estabelecimento da urbe (cidade). Com isso, Rômulo
transformou-se no primeiro rei de Roma.
A realidade, porém, é que Roma surgiu a partir de um agrupamento de pastores que viviam às
margens do Rio Tibre e formou-se da fusão de sete pequenas aldeias latinas (povo de origem indo-
europeia que habitou principalmente a zona centro-sul da península Itálica no primeiro milênio a.C) e
sabinas (tribos da região central da península Itálica).

A Monarquia Romana (753 a.C. a 509 a.C.)


Roma, como a conhecemos, hoje é a região geográfica que
corresponde somente à cidade de Roma, capital da Itália,
exatamente como podemos observar conforme imagem ao lado.
Porém, no decorrer do século VI a.C., Roma estava sob o controle
do povo etrusco (povo que viveu na Etrúria, região da atual
Toscana) e chegou a formar uma verdadeira cidade-estado onde a
forma de poder exercida era a monarquia (forma de governo onde
o rei é o soberano).
Na Roma monárquica a sociedade era formada basicamente
por três classes sociais:
 Patrícios – classe dominante formada por nobres e grandes
proprietários de terra;
 Plebeus – comerciantes, artesãos, camponeses e pequenos
proprietários;
 Clientes – que viviam da dependência dos patrícios e dos
plebeus, e prestavam serviços.
Na monarquia romana, o rei exercia funções executiva, judicial e religiosa. Era assistido pela
Assembleia Curiata, que estava formada por trinta chefes de famílias do povo. A função da
Assembleia Curiata mudou ao longo dos séculos, mas, ainda assim, era responsável por elaborar leis, criar
recursos jurídicos e ratificar (confirmar) a eleição do rei. Em certos períodos a Assembleia Curiata deteve
mais poder que o Senado.

Composto pelos Patrícios, o Senado


assessorava o rei e tinha o poder de vetar as leis
apresentadas pelo monarca. Muitas histórias
narram os acontecimentos dos sete reinados da
época. Porém, durante os três últimos reinados,
que, por sinal, eram etruscos, o poder político
dos Patrícios declinou. A aproximação dos reis
com a plebe descontentava os Patrícios. Em
509 a.C., o último rei etrusco foi deposto e
um golpe político marcou o fim da
monarquia. No entanto, com as constantes
desavenças entre os reis, entre 509 a.C. e 27
a.C. os romanos experimentaram um novo
sistema de governo: A República. Nesta
época, Roma passou a exercer forte poder Senado Romano
colonial, político e militar.

A República Romana e os Triunviratos (509 a.C. a 27 a.C.)

A implantação da República significou a afirmação do Senado, o órgão de maior poder político


entre os romanos. O Poder Executivo ficou a cargo das magistraturas, ocupadas pelos Patrícios. A
República Romana foi marcada pela luta de classes entre Patrícios e Plebeus. Os Patrícios lutavam para
preservar privilégios e defender seus interesses políticos e econômicos, mantendo os Plebeus sob sua
dominação. Entre 449 a.C. e 287 a.C. os Plebeus organizaram cinco revoltas que resultaram em várias
conquistas; foram elas:

 Tribunos da Plebe (494 a.C.) - garantiram a validade jurídica que poderia vetar qualquer
lei que ferisse o interesse dos Plebeus;
 Leis das Doze Tábuas (450 a.C.) - controlada pelos Patrícios, a tradição oral nas leis
romanas prejudicava enormemente os Plebeus. Com isso, os Plebeus conseguiram a
formulação de uma lei escrita, fato inédito dentro de Roma;
 Lei Canuleia (445 a.C.) - que exigiu a permissão do casamento entre Plebeus e Patrícios,
praticamente igualando as duas classes;
 Lei Licínia Sextia (367 a.C.) - a extensão de grandes terras patrícias criava uma desleal
concorrência com os Plebeus, pequenos proprietários de terra. Não resistindo à concorrência
econômica dos Patrícios, muitos plebeus endividavam-se, sendo, então, transformados em
escravos. Nesse contexto, esta lei acabou com a escravidão por dívida e ainda garantiu a
participação dos plebeus nas demais magistraturas e cargos públicos romanos.

Na última revolta plebeia, ocorrida em 287 a.C., os Plebeus garantiram mais uma validade jurídica
das leis formuladas pelos Tribunos da Plebe, de forma que estas tivessem validade para toda extensão
dos domínios romanos. Essa revolta encerrou um processo de reformulação política de longa duração.
Apesar de equilibrar politicamente os grupos sociais romanos, a distinção cultural entre um patrício e
um plebeu não se transformou radicalmente.
A Expansão Romana
A primeira etapa das conquistas romanas foi marcada pelo domínio de toda a Península Ibérica
a partir do século IV a.C. A segunda etapa foi o início das guerras de Roma contra Cartago, chamadas
Guerras Púnicas (264 a.C. a 146 a.C.). Em 146 a.C. Cartago foi totalmente destruída. Em pouco mais de
cem anos, toda a bacia do Mediterrâneo já era de Roma.
O início da crise da República Romana
No século I a.C. a República Romana passava por um momento muito delicado e muitos
acreditavam que o fim do modelo de governo da civilização romana estava por acontecer. Havia
instabilidades política e social intensas em Roma, além de uma série de acontecimentos conturbados
que evidenciaram essa crise. Apesar disso, Roma estava no auge do seu poder, uma vez que as campanhas
de conquista da República Romana tinham levado as fronteiras dessa civilização para terras distantes. As
terras romanas se estendiam da Península Ibérica (Portucalis e Hispânia, atuais Portugal e Espanha) até o
Oriente Médio. O sucesso militar também foi um dos responsáveis pela instabilidade que Roma viveu
no último século a.C. Isso se deu porque os generais romanos tornaram-se figuras muito influentes e
passaram a querer ter, além de poder militar, também o poder político. A ditadura de Lúcio Cornélio
Sula (82 a 79 a.C.) é um exemplo das intenções de alguns militares romanos de tomarem o poder. Muitos
soldados perderam suas terras e não foram devidamente recompensados por seus esforços em batalha.
Havia problemas de desigualdade social com a imensa parcela de Plebeus ficando cada vez mais oprimida
pela minoria de Patrícios, os donos de terras e riquezas.

Na República Romana, a escravidão era a base de toda


produção. Nessa época o número de escravos ultrapassava o de
homens livres. A violência contra os escravos causou dezenas
de revoltas. À frente das forças rebeldes, o gladiador Spartacus
(nascido na Trácia, antiga região da Macedônia que atualmente
é dividida entre a Grécia, Turquia e Bulgária), entre 73 a.C. e
71 a.C., ameaçou o poder de Roma. Estas batalhas ficaram
conhecidas por Terceira Guerra Servil, Guerra dos Escravos
ou, ainda, Guerra dos Gladiadores. Spartacus – cartaz da série Netflix

Diante de um quadro de agitação política em Roma, um acordo se deu informalmente em 60 a.C.


(depois renovado em 56 a.C.) entre os generais Júlio César, Crasso e Pompeu. Eles se uniram para
tentar controlar a política romana e usar isso em benefício próprio. Esse pacto ficou conhecido como o
Primeiro Triunvirato. O trato do Primeiro Triunvirato não durou muito tempo e ruiu com a morte Júlia,
filha de Júlio César, que se casou com Pompeu em 54 a.C., e com a morte de Crasso em 53 a.C. Uma
guerra civil ocorreu entre Júlio César e Pompeu e resultou no assassinato deste em 48 a.C. Com isso,
Júlio César se tornou ditador de Roma.

O Segundo Triunvirato foi uma aliança política que se formou em 43 a.C. e uniu Marco Antônio,
Otávio Augusto e Lépido como governantes e visava garantir estabilidade para a República Romana.
Terminou com uma guerra civil em 31 a.C. Otávio venceu e passou a governar Roma.
Os Gladiadores

Podiam ser de cinco origens diferentes

 Homens livres condenados à morte que saíam desarmados para a arena (noxi ad gladium ludi
damnati - condenado ao jogo da espada);
 Homens livres condenados a trabalhos forçados (ad gladium – para a espada). Uma vez que o
combate terminava, eles eram libertados;
 Escravos atribuídos diretamente a este tipo de espetáculos;
 Escravos alugados pelos proprietários para atuar na munera (eram obras públicas ou
entretenimentos fornecidos em benefício do povo romano por indivíduos de alto status e riqueza);
 Homens livres que se submetiam voluntariamente.

Classes de gladiadores

Samnitas - eram os gladiadores mais Retiarius: estava armado com uma


antigos, estavam armados com um rede na mão direita, um tridente e
capacete, um grande escudo um punhal. Foi protegido com
retangular, uma espada curta e um o galerus ou protetor no braço
braço direito e perna esquerda esquerdo. Sua tática de combate era
protegidos. manter o adversário afastado para
capturá-lo com a rede.

Secutor – também chamado de Hoplomachus - usava um capacete


contraretiarius, estava armado com de bronze, uma manica no braço
uma espada curta e protegido com direito, tanga ( subligaculum ) ,
um capacete simples, um grande acolchoamento pesado nas pernas e
escudo retangular e proteções no um par de grevas altas chegando ao
braço e na perna direita. Ele era o meio da coxa. Suas armas eram a
gladiador mais bem protegido com lança e uma espada curta.
armadura pesando até 18 quilos, um
escudo retangular e um capacete
esférico, eles surgiram no século I d.C., o grande
peso de suas armas o cansava rapidamente .

O Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.)

Mapa dos territórios dominados pelo Império Romano por volta de 70 d.C.
O Império Romano é considerado a maior civilização da história ocidental. Durou cinco séculos,
tendo seu início no ano 27 a.C. e terminando em 476 d.C. Estendia-se do Rio Reno para o Egito, chegava
à Grã-Bretanha e à Ásia Menor. Dessa forma criou uma conexão entre a Europa, a Ásia e a África. No
sistema político de império, o poder político estava concentrado na figura do imperador. O Império
Romano começou com Otaviano Augusto e terminou com Constantino XI.

O Senado servia para apoiar o poder político do Imperador. O Império Romano sucedeu
à República Romana. Com o novo sistema, Roma, que era uma cidade-estado, passou a ser governada
pelo imperador. Foi em seu início que o império conquistou a maior parte do poder. Até 117 d.C., pelo
menos, 6 milhões de quilômetros quadrados e 6 milhões de habitantes estavam sob o domínio do império
romano. Somente a sede do poder, Roma, nessa fase, tinha uma população de, aproximadamente, 1
milhão de habitantes. Entre os pontos fundamentais para o sucesso do império estava o seu exército que
era profissional e atuava como uma legião. Sob o comando de astutos generais, Roma expandiu o poderio
no mar Mediterrâneo.

Características do Império Romano

 Essencialmente comercial;
 Escravizava os povos conquistados;
 O controle das províncias era feito por Roma (capital do Império);
 Religião politeísta;
 O governante tinha cargo vitalício;
 A extensão territorial era obtida por conquistas ou golpes militares.

Imperadores romanos (que mais marcaram o Império)

 Otaviano Augusto (Gaius Iulius Caesar Octavianus Augustus) 27


a.C. a 14 d.C. – primeiro imperador de Roma. Foi responsável por
acrescentar muitos territórios ao império e reorganizar a sociedade
romana. Ampliou a distribuição de pão e trigo e de divertimentos
públicos – Panis et Circenses (a política do pão e circo).

 Cláudio (Tiberius Claudius Caesar Augustus Germanicus) 41 d.C a


54 d.C. – seu principal feito foi conquistar parte da Grã-Bretanha.

 Nero (Nero Claudius Cæsar Augustus Germanicus) 54 d.C. a 68 d.C.


- considerado excêntrico e louco. Assassinou a mãe, a irmã e condenou
um grande número de cristãos à morte. Um episódio que marcou a
trajetória de Nero foi o incêndio que destruiu parte da cidade de Roma,
no ano de 64 d.C.. Porém, de acordo com alguns historiadores, não é
certa a responsabilidade de Nero pelo incidente, pois o imperador estava Otaviano Augusto
fora de Roma naquele momento, porém retornando ao saber que a cidade ardia. Aqueles que apontam
Nero como culpado baseiam-se nos relatos do político e historiador Tácito.

Este afirmava que o Imperador teria ficado cantando e tocando sua lira enquanto a cidade queimava.
Enquanto não se tem certeza da autoria do atentado, o fato é que Nero culpou e ordenou perseguição aos
cristãos que foram acusados por ele próprio de serem os responsáveis pelo incêndio. Muitos foram
capturados, crucificados e jogados no Coliseu para serem devorados pelas feras. Posteriormente, os
historiadores cristãos só fizeram aumentar a lenda de imperador cruel e implacável com os cristãos. Além
destes, outros episódios colaboraram para a fama de imperador violento e desequilibrado. No ano de 55
d.C., Nero matou o filho do ex-imperador Cláudio e em 59 d.C., ordenou o assassinato de sua própria mãe
Agripina. Nero se suicidou em Roma, no dia 6 de junho de 68 d.C., colocando fim à dinastia Júlio-
Claudiana.

 Tito (Titus Flavius Caesar Vespasianus Augustus) 79 d.C. a 81 d.C. – ficou conhecido por ter
destruído o templo do Rei Salomão em 70 d.C., ainda como comandante militar sob o governo de seu
pai, o Imperador Vespasiano.
 Trajano (Marcus Ulpius Traianus) 98 d.C. a 117 d.C. – era considerado um grande conquistador. Foi
em seu governo que o Império Romano atingiu a maior extensão.

 Adriano (Publius Aelius Hadrianus) 117 d.C. a 138 d.C. – ordenou a construção de uma muralha com
seu nome, a Muralha de Adriano, ao norte da Grã-Bretanha. O objetivo era conter os bárbaros.

 Diocleciano (Diocles) 284 d.C a 305 d.C. – Além de ter sido o responsável pela Grande
Perseguição, que foi a última e talvez a mais sangrenta perseguição aos cristãos do Império Romano,
Diocleciano também sugeriu a tetrarquia, divisão do império em quatro partes, porém não dando certo
devido à manutenção de toda a máquina administrativa multiplicada por quatro.

 Constantino I, o Grande (Constantinus Augustus) 306 d.C a 337 d.C. – Foi proclamado Augusto
(título ou nome na Roma Antiga) por suas tropas em 25 de julho de 306 d.C. na localidade de Eburaco
(que hoje é a cidade de York), na Britânia (hoje é a Inglaterra). Além da Britânia, Constantino tomou o
controle da Gália (França), Hispânia (Espanha) e Germânia (Alemanha). Também proibiu a perseguição
aos cristãos e uniu novamente o império, escolhendo Bizâncio como capital em 330 d.C. Constantino, na
época, comprometeu-se com o desenvolvimento cultural, artístico e social da cidade. O imperador
deslocou pinturas e esculturas de diferentes regiões do mundo para a cidade. Arquivos e documentos da
Antiguidade Clássica (Grécia) foram preservados e incorporados às bibliotecas, passando a fazer parte
dos seus acervos. Após sua morte, Bizâncio foi rebatizada como Constantinopla em sua homenagem.

 Teodósio I, o Grande (Flavius Theodosius Augustus) - Em 395 d.C. Teodósio dividiu o Império
Romano em porções oriental e ocidental, sendo o último imperador a governar todo o mundo romano.
Após a sua morte, as duas partes do Império Romano foram governadas por seus filhos Honório, no
Império Romano do Ocidente, e Arcádio no Império Romano do Oriente.

 Rômulo Augusto (Flavius Romulus Augustus) 475 d.C. a 476 d.C. – foi o último imperador de Roma
(Império do Ocidente).

 Constantino XI (Constantinus Dragases) 1449 d.C. a 1453 d.C. – foi o último imperador do Império
Romano do Oriente. Morreu defendendo Constantinopla contra o ataque dos turcos.

Dinastias romanas Divisão do Império Romano



 Dinastia Júlio-Claudiana O Império Romano foi dividido em 395 d.C. como forma de
 Dinastia dos Flávios melhor administrar o poder. A divisão consistiu em:
 Dinastia dos Antoninos Império Romano do Ocidente - capital Roma.
 Dinastia dos Severos Império Romano do Oriente - capital Bizâncio (atual
Istambul, na Turquia).
Economia Romana
A economia romana baseava-se na agricultura, no comércio entre as distintas províncias, nas
conquistas territoriais para alimentar a população e na escravidão. Os romanos também desenvolveram
uma eficiente arrecadação de impostos que deveriam ser entregues diretamente à capital. Com o tempo,
isto foi gerando corrupção, pois era comum os governadores das províncias sonegarem certas quantidades
de dinheiro ao governo central.

Arte Romana
Herdeiros da arte grega, os romanos
espalharam suas esculturas, pinturas e mosaicos
por todos os territórios que conquistavam.
Igualmente, construíam teatros onde podiam ser
representadas peças que serviam para instruir e
divertir a população. Também faziam termas,
praças e mercados a fim de dar mais comodidades
aos habitantes. Em algumas cidades eram
levantadas arenas para jogos de gladiadores,
recriações de batalhas, e lutas entre homens e
animais selvagens.

Arquitetura Romana
Anfiteatro romano na cidade de Nîmes, França.

Os romanos abastados prezavam pelo conforto


e, geralmente, nas casas dos patrícios havia água
encanada. Se o rio não estivesse perto da cidade, um
aqueduto era levantado para trazer água à população
que a recolhia nas fontes instaladas na cidade. As
colunas romanas também se tornaram uma marca
registrada desta cultura e estavam presentes nos
fóruns e templos.

Aqueduto romano na cidade de Segóvia, Espanha

A Religião da Roma Antiga


Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Grande parte dessas divindades
foi trazida do Panteão Grego. Assim, Afrodite se transformou em Vênus, Ares virou Marte, Hera, esposa
de Zeus, foi chamada de Juno pelos romanos, e o Senhor de todos os deuses, Zeus, se converteu em
Júpiter. Além disso, ainda existiam os deuses domésticos que eram cultuados por uma família. Com a
restauração do Império, os governantes mais importantes eram declarados deuses pelo Senado e seu culto
podia se estender todo o território romano.
O Direito Romano
O direito romano inspirou boa parte do Direito de todo o ocidente, tal
como, o conhecemos hoje. Assim como a política e a economia, o Direito
Romano acompanhou a evolução da sociedade. Soube incorporar as
novas populações ao Império Romano, proteger a propriedade
privada, definir os deveres da família, limitar o poder de atuação dos
magistrados, etc. Uma das inovações romanas em relação aos gregos e
aos povos vizinhos foi a sistematização das leis e o aparecimento de
uma classe de juristas profissionais. Desta maneira, os magistrados romanos deviam conhecer e estar
aptos a aplicar essas mesmas leis. Os gregos, por exemplo, nunca trataram as leis como uma ciência
isolada da filosofia.
Decadência do Império Romano do Ocidente

A partir de 235 d.C. o Império começou a ser governado pelos imperadores-soldados, cujo principal
objetivo era combater as invasões. Do ponto de vista político, o século III caracterizou-se pela volta da
anarquia militar. Num período de apenas meio século, de 235 d.C. a 284 d.C., Roma teve 26 imperadores,
onde, 24 foram assassinados. Com a morte do imperador Teodósio, em 395 d.C., o Império Romano foi
dividido entre seus filhos Honório e Arcádio. Honório ficou com o Império Romano do Ocidente e
Arcádio com o Império Romano do Oriente, onde a capital já se chamava Constantinopla. Em 476 d.C. o
Império Romano do Ocidente desintegrou-se e o Imperador Rômulo Augusto foi deposto. Este ano é
considerado pelos historiadores o marco divisório da Antiguidade para a Idade Média. Da poderosa
Roma, restou apenas o Império Romano do Oriente, que se manteria até 1453.

Curiosidades
 Devido à expansão territorial, durante o império, os romanos passaram a representar 25% da população
mundial.
 Os canhotos eram vistos como pessoas de má-sorte e não confiáveis. Esta crença permaneceu até pouco
tempo quando as crianças eram obrigadas a escrever com a mão direita.
 Os romanos prezavam muito pela higiene. As classes abastadas tinham água encanada em casa e os
pobres possuíam fontes perto de suas residências. Igualmente, iam regularmente aos banhos públicos.
 A urina era aproveitada para diversos fins por conta do ácido e outros componentes: usavam para clarear
os dentes, lavar a roupa e fazer moedas.

Civilização ocidental atual


Apesar de ter desaparecido como civilização, o fato é que o mundo ocidental é herdeiro direto da
civilização romana. Podemos ver esta influência nos aspectos mais cotidianos como as artes e arquitetura.
Inclusive, na cultura popular e no folclore podemos ouvir expressões e provérbios até hoje
compreensíveis para nós que estamos no século XXI.

Alguns exemplos:
 Todos os caminhos levam à Roma;
 Em Roma, faça como os romanos;
 Quem tem boca vai à Roma (...vaia Roma);
 Roma não se fez num dia;
 Dai a César o que é de César.

Império Romano do Oriente


O Império Romano do Oriente, também conhecido por Império Bizantino, perdurou até a
chamada Idade Média, em 1453 d.C., quando foi tomado pelos turcos otomanos. Inicialmente
denominada Bizâncio pelos gregos, a capital passou a ser chamada Constantinopla após a proclamação de
Constantino I como Imperador de Roma no ano 306 d.C. No decorrer do século VI, o Imperador
Justiniano (527 d.C. – 565 d.C.) tentou reordenar o Império Romano e abriu frentes de batalhas
conquistando o Norte da África, a Península Itálica (Itália) e a Península Ibérica (atuais Portugal e
Espanha). Os muçulmanos, contudo, terminaram por ocupar o Norte da África, o Médio Oriente e a
Península Ibérica nos séculos VII e VIII da nossa era.
As Legiões Romanas
O Império romano foi a maior potência de sua época. Era um
Império que abrangia a maior parte da Europa Ocidental, zonas extensas
da Ásia Menor (atual Turquia), Oriente Médio, o Egito, bem como outros
territórios do norte da África. Portanto, Roma era uma potência mundial,
a primeira potência europeia da antiguidade. Os dados estatísticos que
sobraram dos Arquivos Imperiais, mais os resultados dos trabalhos
arqueológicos, nos mostram que Roma dominava mais de 120 milhões de
pessoas, quando a população total mundial nessa época era de,
aproximadamente, 250 milhões de pessoas. Roma, portanto, governava,
praticamente, metade da população que existia no mundo. E era uma
potência eminentemente urbana. Os cálculos indicam que só no território
que conhecemos hoje por Itália, tinha 1.197 cidades, enquanto uma
província como a Hispânia (atual Espanha) abrigava 360 cidades. Estas
milhares de cidades estavam ligadas por uma imensa rede de estradas
pavimentadas e eram servidas, também, por centenas e centenas de portos
marítimos e fluviais.

A imensidão da tarefas administrativas era evidente para todos. As


mensagens tinham que trafegar a cavalo ou de barco a vela. Os exércitos Legionário Romano
moviam-se a pé. O trânsito de mercadorias era muito caro.

O poder de Roma era materializado na legião romana, corpo militar que superou tudo o que até
então se conhecia em termos militares na antiguidade. Não é sem razão que da palavra legio (legião),
força bélica, extraiu-se a palavra legge (lei). A lei, para os juristas romanos, respaldava-se em última
instância na força. Os romanos aproveitaram o máximo das capacidades das suas legiões, como a
disciplina, a resistência, a tecnologia superior, e principalmente a faculdade de atuar como um corpo
único, que transformava cada legião num mini-exército altamente eficiente para realizar as suas grandes
conquistas. Durante os vinte e cinco anos que durava seu serviço militar, os legionários viviam em áreas
de fronteira, sujeitos a uma disciplina severa.

O grego Artemidoro de Daldis, também conhecido como Artemidoro de Éfeso, que viveu na
segunda metade do século II d.C., explicou em seus escritos a mudança drástica da sua vida quando se
tornou um legionário romano: “Um homem que se alista no exército muda de vida completamente para
ser alguém que toma suas próprias decisões e embarca numa nova vida, deixando para trás a anterior”.

Naqueles tempos muitos


queriam seguir por esse caminho,
pois além da demanda por soldados
ser intensa em meio a tantas guerras,
a carreira oferecia muitos incentivos
aos candidatos. Roma precisava a
cada ano de 7.500 e 10.000 novos
recrutas e a vida no exército garantia
comida, abrigo, atendimento de
saúde, oportunidades de promoção
interna, bem como certos privilégios
ao lidar com processos judiciais, e
um salário que, se não fosse bem
superior ao de um trabalhador livre,
tinha a vantagem de ser corrigido.

Reconstituição de uma fração de uma Legião Romana


Durante o serviço o combatente romano poderia aprender uma profissão, aprender a ler e escrever, e
receber melhor assistência médica do que a média dos outros romanos. Além disso, o graduado receberia
uma quantia de dinheiro ou terras ao fim da carreira. Naturalmente não faltavam exigências: o legionário
devia obedecer às ordens sem contestação, onde suas faltas eram punidas com fortes castigos corporais e
a pena de morte era aplicada sem grandes opções de defesa. Também eles não podiam se casar
legalmente, embora na prática muitos soldados tivessem mulheres e filhos não reconhecidos oficialmente.

Tal como hoje em qualquer exército, para um


homem entrar numa Legião Romana (Romana Legio,
em Latim) tinha de cumprir uma série de requisitos
verificados pelos oficiais de recrutamento. Como o
serviço durava cerca de vinte e cinco anos, o candidato
tinha de ser jovem, com o máximo de vinte anos de
idade. Era dada preferência aos homens do campo,
porque eles viviam em condições duras e eram
naturalmente preparados para aguentar mais facilmente
os rigores da vida militar. A altura ideal de um recruta
para infantaria, ou cavalaria, variou entre 1,72 e 1,77 Reconstituição de uma fração de uma Legião Romana
metro de altura, embora não fossem rejeitados aqueles mais baixos. Estes, porém, tinham que ser
fortemente constituídos.

No final do Império a exigência de altura caiu para 1,65m. Uma certa simplicidade e ignorância
também eram necessários a este militar, com vista as fileiras não terem homens que questionassem as
ordens recebidas. Mas, para ocupar cargos administrativos, isso não excluía alguns recrutas que tivessem
educação em letras e números. Era muito valioso para as Legiões aqueles que trouxessem da vida civil
profissões e habilidades úteis para a vida nos acampamentos, como ferreiros, carpinteiros e caçadores.
Alguns fizeram uso de cartas de recomendação escritas por pessoas influentes, em que as suas
competências foram exaltadas.

Após o recrutamento o legionário estava


destinado a sua unidade, inicialmente em um
pequeno quartel localizado nas brenhas do
Império Romano, onde o novo militar viveria
de uma forma totalmente diferente do
ambiente civil. Estes aquartelamentos tinham
uma estrutura comum, embora cada um
pudesse apresentar as suas próprias
particularidades. Normalmente sua forma era
retangular e sua extensão cobria cerca de vinte
ou vinte e cinco hectares (1 hectare =
Reconstituição de uma fração da Legião Romana 10.000m²).
Havia duas ruas principais: a Via Principalis,
que ficava no centro e nas laterais do campo; e a Via
Praetoria, que era a entrada principal, que seguia até o
coração do acampamento. No centro geralmente ficava a
sede administrativa da unidade militar, o comando. No
mesmo ponto poderia haver uma grande praça, um pórtico,
ou um templo. Este último era o espaço mais prestigiado
onde altares, estátuas e bustos de imperadores ficavam
expostos e mantidos, além dos padrões e a águia que
representavam a Legião. Ao lado destas dependências
normalmente ficava a residência do comandante, sempre de
qualidade superior, onde este vivia com sua família e sua
comitiva de escravos. Aos centuriões e legionários
sobravam as dependências comuns e coletivas do quartel. Imagem de um acampamento romano
O hospital (do latim “hospes”, que significa hóspede, dando origem a “hospitalis” e
a “hospitium”) era um edifício essencial. Ali era comum a presença dos soldados atingidos por
ferimentos de combate ou, mais comumente, por doenças e acidentes da dura rotina diária. O hospital
costumava ter um pátio central, em torno do qual, os alojamentos para os enfermos estavam prontos. Os
militares eram assistidos por médicos militares com certo grau de profissionalismo.
As descobertas de instrumentos médicos e informações de receitas criadas por médicos militares
indicam uma maior qualidade de cuidados que os militares recebiam em relação a um civil que não
tinham recursos para pagar um médico particular. Muitos soldados viviam em longos barracões, onde era
normal serem alojados cerca de cinquenta homens, que por sua vez, eram subdivididos em grupos de dez.
Cada um desses grupos, chamados Contubérnio, tinha duas pequenas salas, com cerca de cinco metros
quadrados cada: uma para a guarda de bens pessoais e armas, e outra que servia como dormitório. Embora
possa parecer um pequeno lugar para viver, era muitas vezes melhor do que as condições de habitação em
que viviam os civis romanos de baixa renda. Mas também na maioria das vezes os soldados estavam
sempre em suas tarefas diárias fora do quartel.
O centurião tinha o seu alojamento em quartos mais espaçosos que ficavam numa extremidade da
unidade militar e sua missão era comandar. Muitos
centuriões buscavam uma convivência positiva com seus
homens nos quartéis, mas muitos agiam duramente e com
muita brutalidade e arbitrariedade. Alguns centuriões
utilizavam pedaços de madeira durante os treinamentos
ou para punir “adequadamente” as faltas dos soldados. O
historiador Publius Cornelius Tacitus, ou simplesmente
Tácito, deixou escrita a história de um centurião
chamado Lucilius, que era extremamente cruel com seus
comandados. Este costumava quebrar fortes pedaços de
pau nas costas dos subordinados como forma de
disciplinar. Era tão cruel que foi morto em um motim. Centuriões Romanos

Legionários em formação de falange

Um suborno no momento certo poderia fornecer benefícios como uma folga desejada, expandir
outra folga já concedida, ou ainda, fazer com que o soldado recebesse tarefas mais confortáveis. Em uma
carta de um soldado chamado Claudio Terenciano Mauro, este atestava que no exército “nada era
conseguido sem dinheiro”.

Tarefas e manobras
Ficaram cuidadosamente registradas para a posteridade as
atividades diárias da Terceira Legião. Este grupo militar ficava
baseado na região da Cirenaica (costa oriental da moderna Líbia) e as
informações que chegaram até nossos dias consistia nas atividades
dos soldados durante os primeiros dez dias de um mês de outubro, no
final do primeiro século d.C.. Tal como nos atuais quartéis pelo
mundo afora, era dada muita importância aos turnos de guarda, aos
componentes da vigilância do aquartelamento, da disposição dos
homens na área, etc. Treinamento dos legionários
Havia legionários que eram
responsáveis pela manutenção dos calçados,
armas, latrinas e banheiros. Outros
realizavam escoltas de oficiais em tarefas
fora do acampamento ou executando
patrulhas nas estradas. Além de tarefas
individuais os soldados treinavam muito,
tanto de maneira individual, como em grupos.
Realizavam pesadas marchas de desempenho
e formação de grupos de ataque e defesa. Os
vários exercícios e manobras eram realizados
com tal rigor que no primeiro século d.C., o
historiador judeu Flávio Josefo comentou
admirado que os exercícios pouco fossem
diferentes da própria situação de guerra, onde
cada soldado se exercitava todos os dias com
a maior intensidade possível. Reconstrução histórica do cotidiano romano

Comida, entretenimento e religião


Legionários faziam duas refeições por dia: café da manhã (prandium) e jantar (jantar), o principal,
no final do dia. A dieta básica de um legionário consistia basicamente de cereais (principalmente trigo),
carne, verduras, legumes, lentilha e feijão. A caça e a pesca realizadas, próximo aos acampamentos,
poderiam contribuir para uma melhor alimentação. Às vezes, os soldados pediam nas cartas aos seus
familiares que estes lhes enviassem comida extra. Os oficiais tinham maiores variedade, qualidade e
quantidade de alimentos. Para beber havia água, cerveja e vinho azedo. O fato de cozinhar e comer juntos
proporcionava muita camaradagem entre os soldados romanos. O legionário tinha várias opções para
aproveitar seu tempo livre. Uma delas eram os locais de banho, como as fontes, rios e lagos próximos aos
acampamentos. Eram locais adequados não só para a higiene e descanso, mas também para a vida social e
jogos de azar.
Eles poderiam ir para as
comunidades que surgiam na sombra
dos grandes aquartelamentos, que
foram chamados canabae. Havia
sempre os comerciantes ansiosos
para aliviar os bolsos dos
legionários, tabernas para beber e
jogar, e até os prostíbulos. Mas
nestas comunidades também viviam
as famílias dos legionários, embora
pareça que estes também pudessem
ter habitado dentro dos
acampamentos.
Legionários em formação de falange

Estes locais tornaram-se ao longo do tempo as vici (aldeias) e deram origem a cidades. Alguns
acampamentos possuíam um anfiteatro, como em Caerleon (ao norte da cidade de Newport, Gales do Sul,
Grã-Bretanha), em que, além de lutas de gladiadores ou a caça de animais selvagens, eram realizadas
paradas militares e exibições de lutas pelos próprios legionários.
O exército romano não negligenciava a vida religiosa de seus soldados, o que servia como um
aglutinador entre as pessoas de diversas origens e favorecia o equilíbrio pessoal. Cerimônias religiosas em
honra aos deuses e divindades oficiais, como Júpiter, eram incentivadas. Os feriados religiosos eram
também uma válvula de escape para a rotina diária e permitia alguma flexibilização dos costumes.
Oficiais, ao lado dos simples
soldados, podiam adorar os deuses em
particular harmonia. A fim de alcançar a
adesão e lealdade dos legionários à
Roma e ao imperador que estivesse no
poder, eram comuns as festas pela
ocasião do aniversário do imperador ou
a celebração da fundação de Roma.
Como um incentivo em sua vida militar
o legionário romano tinha um salário
regular, que sob o Imperador Augusto,
ascendeu a 225 pence por ano. Este
montante aumentou, gradualmente, à
medida que o avanço do Império
Romano foi acontecendo.
Reprodução de grupamento militar romano

Embora neste pagamento houvesse deduções ocasionadas pela alimentação, manutenção de


equipamentos e outras despesas, aparentemente muitos soldados conseguiam economizar até vinte e cinco
por cento do salário anual. Além disso, o aumento no efetivo do exército implicou em um aumento
considerável no dinheiro circulante nos quartéis, fazendo com que um centurião pudesse ganhar mais com
subornos pagos pelo maior número de soldados, face aos benefícios concedidos.
Como a renda adicional os legionários tinham, ocasionalmente, contribuições extraordinárias pagas
pelos imperadores. Isso acontecia por vontade dos mandatários romanos, por vitórias ou em ocasiões
especiais. Nestas ocasiões as tropas eram pagas proporcionalmente, de acordo com a patente militar.

O prêmio de uma vida de serviço


Exceto a situação de morte, que
não era algo nada excepcional
naqueles tempos, existiam três
maneiras do militar de deixar a sua
Legião. O primeiro era resultado de
uma grave doença, ou lesão que
deixava o combatente inútil para o
exército, a chamada (missio
causaria). Nesse caso, tal como hoje,
o legionário era licenciado após um
rigoroso exame de sua condição. O
segundo caso era por haver cometido
atos criminosos que provocavam sua
dispensa desonrosa e
desqualificação de qualquer serviço
imperial. Esta era conhecida como (missio Centuriões e legionários romanos em formação de marcha
ignominiosa). Por fim havia os legionários, cerca de metade do efetivo, que conseguiram sobreviver
aos vinte e cinco anos, ou mais, de serviço e eram licenciados com honra (missio honesto).
Uma vez licenciados estes homens tinham uma série de direitos e privilégios como cidadãos e
veteranos. Eles estavam isentos de muitos impostos e recebiam um tratamento preferencial em relação à
justiça. Se quisessem, eles também poderiam legalizar seu estado civil. Estes combatentes recebiam um
documento escrito que declarava a sua dispensa. Alguns destes militares se destacavam tanto que
recebiam um diploma de bronze com o detalhamento do seu status legal como soldado veterano. O
licenciamento permitia aos legionários “voltarem para suas casas”. Mas, muitos não voltavam para lugar
algum, pois durante a sua vida, aquilo que significava “casa” sempre foram seus quartéis.
Muitos receberam terras perto de seus
acampamentos ou na região onde eles tinham
servido. As parcelas de terras reservadas para cada
licenciado eram delimitadas por técnicos agrários,
em um processo chamado centuriação. Isso era
interessante, especialmente se eles tivessem casado
com mulheres das regiões dos aquartelamentos.
Aqueles que foram centuriões poderiam desfrutar de
uma boa posição na cidade onde eles decidiram fixar
sua residência e até atingir os mais altos escalões do
judiciário local. Outros investiam suas economias
visando abrir um negócio; por exemplo, a venda de
cerâmica, ou espadas.
Legionários em formação para solenidade

Mas, diferentemente dos centuriões, os legionários


veteranos, mesmo com certos reconhecimentos por parte
do Império, normalmente tinha uma vida muito dura no
fim de sua existência. Na maioria dos casos muitos
terminavam com o corpo mutilado pelas feridas e com a
saúde limitada, além de receber salários miseráveis em
troca de uma vida inteira de dedicação e lutas. Mas, por
incrível que possa parecer, estes soldados viviam melhor
do que muitos civis pobres do Império Romano.

Legionários em marcha

Bibliografia

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