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INTRODUÇÃO

O tema que aqui apresentamos, versa sobre a Civilização Romana. Ao


abordarmos sobre a civilização romana, quer partindo duma perspectiva
histórica quer analisando-a duma perspectiva sociológica, Roma, atual capital
da Itália, é o centro de onde emergiu um dos mais extensos impérios
constituídos durante a Antiguidade. Fixada na porção central da Península
Itálica, esta cidade foi criada no século VIII a.C. e contou com diferentes
influências culturais e étnicas. Antes de falarmos sobre a criação da civilização
romana, devemos assinalar os diversos povos que contribuíram para a sua
origem. Entre estes, destacamos os etruscos, úmbrios, latinos, sabinos,
samnitas e gregos.

Antes da criação da cidade de Roma, os etruscos se destacavam como


uma das principais civilizações da porção central da Península Itálica. Os
territórios etruscos alcançavam porções do Lácio e da Campanha. Cerca de
doze centros urbanos eram ali distribuídos, estabelecendo uma economia
bastante estruturada em razão das intensas atividades comerciais. Esse
desenvolvimento se deu também em virtude das boas relações firmadas com
os fenícios, fixados na porção norte do continente africano.

A criação de Roma é conhecidamente marcada pela lenda


envolvendo os irmãos Rômulo e Remo. Segundo a história descrita na obra
Eneida, do poeta Virgilio, o povo romano é descendente do herói troiano
Eneias. Sua fuga para a Península Itálica se deu em função da destruição da
cidade de Troia, invadida pelos gregos em 1400 a.C.. Após sua chegada, criou
uma nova cidade chamada Lavínio. Tempos depois, seu filho Ascânio criou o
reino de Alba Longa.

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Roma Antiga foi uma civilização itálica que surgiu no século VIII
a.C. Localizada ao longo do mar Mediterrâneo e centrada na cidade de Roma,
na península Itálica, expandiu-se para se tornar um dos maiores impérios do mundo
antigo, com uma estimativa de 50 a 90 milhões de habitantes (cerca de 20% da
população global na época) e cobrindo 6,5 milhões de quilômetros quadrados no seu
auge entre os séculos I e II.

Em seus cerca de doze séculos de existência, a civilização romana passou de


uma monarquia para a república clássica e, em seguida, para um império cada vez
mais autocrático. Através da conquista e da assimilação, ele passou a dominar a Europa
Ocidental e Meridional, a Ásia Menor, o Norte da África e partes da Europa
Setentrional e Oriental. Roma foi preponderante em toda a região do Mediterrâneo e foi
uma das mais poderosas entidades políticas do mundo antigo. É muitas vezes agrupada
na Antiguidade Clássica, juntamente com a Grécia Antiga e culturas e sociedades
semelhantes, que são conhecidas como o mundo greco-romano.

A sociedade romana antiga contribuiu para o governo, o direito, a política, a


engenharia, as artes, a literatura, a arquitetura, a tecnologia, a guerra, as religiões, as
línguas e as sociedade modernas. Como uma civilização altamente desenvolvida, Roma
profissionalizou e expandiu suas forças armadas e criou um sistema de governo
chamado res publica, a inspiração para repúblicas modernas, como os Estados Unidos e
a França. Conseguiu feitos tecnológicos e arquitetônicos impressionantes, tais como a
construção de um amplo sistema de aquedutos e estradas, bem como a construção de
grandes monumentos, palácios e instalações públicas. Até o final da República (27
a.C.), Roma tinha conquistado as terras em torno do Mediterrâneo e além: seu domínio
se estendia do oceano Atlântico à Arábia e da boca do Reno ao norte da África. O
Império Romano surgiu com o início da ditadura de Augusto que encerrou o período
da República. Os 721 anos de Guerras Romano-Persas começaram em 92 a.C. com a
sua primeira guerra contra o Império Parta. Este se tornaria o mais longo conflito
da história humana e teve grandes efeitos e consequências duradouros para ambos os
impérios. Sob Trajano, o Império atingiu o seu pico territorial. Os costumes e as
tradições republicanas começaram a diminuir durante o período imperial, com guerras
civis tornando-se um prelúdio comum para o surgimento de um novo imperador.

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Estados dissidentes, como o Império de Palmira, iriam dividir temporariamente
o império durante a crise do terceiro século. Atormentado pela instabilidade interna e
atacado pelas invasões bárbaras, a parte ocidental do império fragmentou-se no século
V, o que é visto como um marco pelos historiadores, que usam para dividir
a Antiguidade Tardia da Idade das Trevas na Europa. A parte oriental do
império permaneceu como uma potência durante toda a Idade Média, até a sua queda
em 1453. Embora os cidadãos do império não fizessem tal distinção, o Império Oriental
é mais comumente referido como "Império Bizantino" para diferenciá-lo do Estado
da Antiguidade no qual ele nasceu.

Fundação

Os primeiros habitantes de Roma, os latinos e sabinos, integram o grupo


de populações indo-europeias originárias da Europa Central que vieram para a península
Itálica em ondas sucessivas em meados do milênio II a.C.; Velho Lácio (Latium Vetus)
era o antigo território dos latinos, atualmente o sul do Lácio; em caso de perigo, as
habitações latino-sabinas uniam-se em confederações para enfrentar seus inimigos. As
colinas de Roma começaram a ser ocupadas nos primórdios do milênio I a.C.; restos
arqueológicos datados entre os séculos XIV-X a.C. são as primeiras evidências de
habitação no monte Palatino. Três recintos muralhados sucessivos sobrepostos foram
datados no local, dois dos séculos VIII-VII a.C. e um dos séculos VII-VI a.C.

Mito
Conforme a versão lendária da fundação de Roma, relatada em diversas obras
literárias romanas, tais como a Ab Urbe condita libri (literalmente, "desde a fundação da
Cidade"), de Tito Lívio, e a Eneida, do poeta Virgílio, Eneias, príncipe troiano filho
de Vénus, fugindo de sua cidade, destruída pelos gregos, chegou ao Lácio e se casou
com uma filha de um rei latino. Seus descendentes, Rómulo e Remo, filhos de Reia
Sílvia, rainha da cidade de Alba Longa, com o deus Marte, foram jogados por Amúlio,
rei da cidade, no rio Tibre. Mas foram salvos por uma loba que os amamentou, tendo
sido, em seguida, encontrados por camponeses.

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Conta ainda a lenda que, quando adultos, os dois irmãos voltaram a Alba Longa,
depuseram Amúlio e em seguida fundaram Roma, em 753 a.C. A data tradicional
da fundação (21 de abril de 753 a.C.) foi convencionada bem mais tarde por Públio
Terêncio Varrão, atribuindo uma duração de 35 anos a cada uma das sete gerações
correspondentes aos sete mitológicos reis. Segundo a lenda, Rômulo matou o irmão e se
transformou no primeiro rei de Roma.

Loba capitolina: Segundo a lenda, o animal teria amamentado os gêmeos Rômulo e Remo

Reino
A documentação do período monárquico de Roma encontrada até hoje é muito
precária, o que torna este período menos conhecido que os períodos posteriores. Várias
dessas anotações registram a sucessão de sete reis, começando com Rômulo em 753
a.C., como representado nas obras de Virgílio (Eneida) e Tito Lívio (História de Roma).
A região do Lácio foi habitada por vários povos. Além dos latinos, os etruscos tiveram
um papel importante na história da monarquia de Roma, já que vários dos reis tinham
origem etrusca.

O último rei de Roma teria sido Tarquínio, o Soberbo (r. 534–509 a.C.) que, em


razão de seu desejo de reduzir a importância do senado na vida política romana, acabou
sendo expulso da cidade e também assassinado. Este foi o fim da monarquia em Roma.
Durante esse período, o monarca (rei) acumulava os poderes executivo, judicial e
religioso, e era auxiliado pelo senado, ou conselho de anciãos, que detinha o poder
legislativo e de veto, decidindo aprovar, ou não, as leis criadas pelo rei.

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O mito da fundação de Roma

Diz a lenda que Roma foi fundada no ano 753 a.C. por Rômulo e Remo, filhos
gêmeos do deus Marte e da mortal Rea Sílvia. Ao nascer, os dois irmãos foram
abandonados junto ao rio Tibre e salvos por uma loba, que os amamentou e os protegeu.
Por fim, um pastor os recolheu e lhes deu os nomes de Rômulo e Remo. Depois de
matar Remo numa discussão, Rômulo deu seu nome à cidade. A história, por sua vez,
nos diz que algumas tribos de origem sabina e latina estabeleceram um povoado no
monte Capitolino, junto ao rio Tibre.

A Monarquia
No início da organização político-social, por volta do século VII a.C., os
etruscos impuseram seu domínio aos italiotas, e a aldeia romana acabou-se por tornar
uma cidade. Ao adquirir características de cidade, Roma iniciou um processo de
organização político-social que resultou na Monarquia.

Política: as instituições romanas

Durante a monarquia, Roma foi governada por rei, senado e Assembleia Curial.
O rei era juiz, chefe militar e religioso. No desempenho de usas funções, submetia-se a
fiscalização da Assembleia Curial e do Senado. São conhecidos sete reis romanos:
Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco (o Antigo),
Sérvio Túlio e Tarquínio ( o Soberbo). Provavelmente deve ter existidos outros reis
porém não há comprovação histórica. Dos reis citados acima quatro eram italiotas e os
três últimos eram etruscos.

O senado era um conselho formado por cidadãos idosos, responsáveis pela


chefia das grandes famílias (genos). As principais funções do Senado eram: propor
novas leis e fiscalizar as ações dos reis.

A Assembleia Curial compunha-se de cidadãos agrupados em cúrias*. Seus


membros eram soldados em condições de servir o exército. A Assembleia tinha como
principais funções: eleger altos funcionários, aprovar ou rejeitar leis, aclamar o rei.

Num período lendário, Roma foi governada por sete reis que tinham poder
absoluto. O Senado, formado por chefes de família, os aconselhava.

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Por volta de 575 a.C., os reis etruscos dominaram Roma e influenciaram
decisivamente o início da civilização romana. Ditaram leis prudentes em favor do
artesanato e do comércio, com os quais Roma adquiriu grande importância. Aos poucos,
porém, esses reis deram lugar a outros monarcas, violentos e tirânicos, que desprezavam
as opiniões do Senado.

Passagem para República

Apesar dos progressos que Roma vinha alcançando com a Monarquia, no


reinado de Tarquínio as famílias romanas poderosas (os patrícios) ficaram insatisfeitas
com as medidas adotadas por esse rei etrusco em favor dos plebeus. Para controlar
diretamente o poder em Roma, os patrícios, que formavam o Senado, rebelaram-se
contra o rei, expulsando-o estabelecendo uma nova organização política: a República.

A república e seus magistrados

Novas instituições políticas e expansão militar. Com a instalação da República,


os patrícios organizaram uma estrutura social e administrativa que lhes permitia exercer
domínio sobre Roma e desfrutar os privilégios do poder. Os patrícios controlavam quase
a totalidade dos altos cargos da República. Esses cargos eram exercidos por dois
cônsules e outros importantes magistrados. Na chefia da República os cônsules eram
auxiliados pelo Senado, composto por trezentos destacados cidadãos romanos. Havia,
ainda, a Assembleia dos Cidadãos, manobrada pelos ricos patrícios.

Os conflitos entre Patrícios e Plebeus, embora os plebeus constituíssem a


maioria da população, eles não tinham direito de participar das decisões políticas.
Tinham deveres a cumprir: lutar no exército, pagar impostos etc. A segurança de Roma
dependia de um exército forte e numeroso. Os plebeus eram indispensáveis na formação
do exército, uma vez que constituíam a maior parte da população.
Conscientes disso e cansados de tanta exploração, os plebeus recusaram-se a
servir o exército, o que representou duro golpe na estrutura militar de Roma. Iniciaram
uma longa luta política contra os patrícios, que perdurou por mais de um século.
Lutaram para conquistar direitos, como o de participar de decisões políticas, exercer
cargos da magistratura ou casar-se com patrícios.

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As famílias patrícias que formavam o Senado, temerosas de perder seu poder
diante da tirania dos reis, os expulsaram e proclamaram a República. Esta se baseava em
três órgãos: o Senado, os magistrados e as Assembleias, simbolizados pela conhecida
sigla S.P.Q.R. (Senatus Populusque Romanus, ou seja, "Senado e povo romano").

Conquistas Militares e expansão territorial

A luta política entre patrícios e plebeus não chegou a desestabilizar o poder


republicano. Prova disso é que a República romana expandiu notavelmente seu território
através de várias conquistas militares.

As primeiras evidências da expansão militar consistiram no domínio completo


da península itálica. Mais tarde, tiveram início as guerras contra Cartago (cidade no
norte da África), conhecidas como Guerras Púnicas* . Posteriormente veio a expansão
pelo mundo antigo.

Guerras Púnicas (264-146 a.C.) – a principal causa das guerras púnicas foi
disputa pelo controle comercial do Mediterrâneo. Quando os romanos completaram o
processo de conquistas da península Itálica, Cartago era uma próspera cidade comercial
que possuía colônias no norte da África, na Sicília, na Sardenha e na Córsega. Era,
portanto, uma forte concorrente dos romanos. Para impor sua hegemonia comercial e
militar na região do Mediterrâneo, os romanos precisavam derrotar Cartago. Após
batalhas violentas, desgastantes e com duras perdas, os romanos conseguiram arrasar
Cartago em 146 a.C.

Expansão pelo mundo antigo – eliminando a rival (Cartago), os romanos abriram


caminho para a dominação de regiões do Mediterrâneo ocidental (Macedônia, Grécia,
Ásia Menor). O mar mediterrâneo foi inteiramente controlado pelos romanos que o
chamavam de nare nostrum (nosso mar).

Consequências das conquistas militares

As conquistas militares acabaram levando a Roma a riqueza dos países


dominados. O estilo de vida romano, antes simples e modesto, evoluiu em direção ao
luxuoso, ao requintado, ao exótico. A elevação do padrão e do estilo de vida romano
refletia-se na construção das casas, no vestuários e na alimentação das classes
dominantes. Mas o luxo e a riqueza eram privilégios de uma minoria de patrícios e
plebeus ricos.
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No plano cultural, as conquistas militares colocaram os romanos em contato com
a cultura de outras civilizações. Nesse sentido, deve-se destacar a grande influência dos
gregos sobre os romanos.

Á sociedade também sofreu transformações. Os ricos nobres romanos, em geral


pertencentes ao Senado, tornaram-se donos de grandes latifúndios, que eram cultivados
pelos escravos. Obrigados a servir no exército romano, muitos plebeus regressaram a
Itália de tal modo empobrecidos que, para sobreviver, passaram a vender seus bens.
Sem terras, inúmeros camponeses plebeus emigraram para a cidade, engrossando a
massa de desocupados pobres e famintos.

Crise e fim da Republica

O aumento da massa de plebeus pobres e miseráveis ornava cada vez mais tensa
a situação social e política de Roma. A sociedade dividia-se em dois grandes polos. De
um lado, o povo e seus líderes, que reivindicavam reformas sociais urgentes. De outro a
nobreza e grandes proprietários rurais.

A reforma de Graco

Diante do clima de tensão, os irmãos Tibério e Caio Graco, que eram tributos da
plebe, tentaram promover uma reforma social (133-132 a.C.) para melhorar as
condições de vida da massa plebeia. Entre outras medidas, propuseram a distribuição de
terras entre camponeses plebeus e limitações ao crescimento dos latifúndios. Sofreram
então forte oposição do Senado romano. Acabaram sendo assassinados a mando dos
nobres, que se sentiram ameaçados pelo apoio popular que os irmãos vinham recebendo.
Fracassadas as reformas sociais dos irmãos Graco, a política, a economia e a sociedade
romanas entraram num período de grande instabilidade.

A transição para o império

Com o agravamento da crise, tradicionais instituições foram questionadas, e um


clima de desordem e agitação foi tomando conta da vida das cidades. Diversos chefes
militares entraram, sucessivamente, em luta pelo poder, marcando o processo de
transição para o império.

Entre os principais acontecimentos desse processo destacam-se:

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 Em 107 a.C., o general Caio Mário tornou-se cônsul. Reformou o exército,
instituindo o pagamento de salário (soldo) para os soldados.
 Em 82 a.C., o general Cornélio Sila, representando a nobreza, derrotou Caio Mário e
instituiu um governo ditatorial.
 Em 79 a.C., Sila foi forçado a deixar o poder devido a seu estilo antipopular de
governo, pois a situação social estava incontrolável.

Em 60 a.C. estabeleceu-se o Primeiro Triunvirato*, formado por Crasso, Júlio


César e Pompeu para governar Roma. Pouco tempo depois de assumir o poder, Crasso
foi assassinado. Surgiu, então, séria rivalidade entre Pompeu e Júlio César. César saiu
vitorioso e tornou-se ditador supremo de Roma. Promoveu, durante o seu governo,
diversas reformas sociais para controlar a situação. Em 44 a.C. foi assassinado por uma
conspiração organizada por membros do Senado.

Em 43 a.C., estabeleceu-se o Segundo Triunvirado, composto por Marco


Antônio, Otávio e Lépido. O poder foi dividido entre os três: Lépido ficou com os
territórios africanos, mas depois foi forçado a retirar-se da política; Otávio ficou
responsável pelos territórios ocidentais; e Marco Antônio assumiu o controle dos
territórios do Oriente. Surgiu intensa rivalidade entre Otavio e Marco Antônio, que se
apaixonara pela rainha Cleópatra, do Egito. Declarando ao Senado que Marco Antônio
pretendia formar um império no Oriente, Otavio conseguiu o apoio dos romanos para
derrotá-lo. Assim, tornou-se o grande senhor de Roma.

Sociedade: a divisão de classes

A sociedade romana estava dividida na seguintes categorias:

Patrícios: eram os cidadãos romanos, grandes proprietários de terras, rebanhos e


escravos. Desfrutavam de direitos políticos e podiam desempenhar funções públicas no
exército, na religião, na justiça, na administração;

Clientes: homens livres que se associavam aos patrícios, prestando-lhes diversos


serviços pessoais em troca de auxílio econômico e proteção social;

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Plebeus: homens livres que se dedicavam ao comércio, ao artesanato e ao trabalho
agrícola. A plebe representava a maioria da população romana, sendo constituída de
imigrantes vindos, sobretudo, de regiões conquistadas pelos romanos.

Durante o período monárquico, os plebeus não tinham direitos de cidadão, isto é,


não podiam exercer cargos públicos nem participar da Assembleia Curial;

Escravos: eram, em sua maioria, prisioneiros de guerra. Trabalhavam nas mais diversas
atividades, como serviços domésticos e trabalhos agrícolas. Desempenhavam funções
de capatazes, professores, artesãos etc. O escravo era considerado bem material,
propriedade do senhor, que tinha o direito de castigá-lo, vendê-lo, alugar seus serviços,
decidir sobre sua vida ou morte.

O trabalho dos escravos


Em consequência das guerras de expansão, os escravos em Roma eram muito
numerosos. Não eram considerados seres humanos, mas sim propriedades e, portanto,
eram explorados e vendidos como mercadorias. Seu trabalho, no artesanato e na
agricultura, era decisivo para a produção de bens necessários para a sociedade. Podiam
comprar a sua liberdade ou então serem libertados pelo proprietário. A partir do século
II a.C., sucederam-se diversas rebeliões de escravos, como a comandada por Espártaco.

O exército romano

O Império Romano dependia de um exército forte e bem organizado, que


realizava as campanhas de expansão e defendia as fronteiras. Os legionários eram a base
do exército romano; a maioria deles eram voluntários.

Para entrar no exército era imprescindível ser cidadão romano. O exército


estruturava-se em legiões de seis mil soldados, cada uma dividida em dez cortes.

A religião romana
A religião romana foi formada combinando diversos cultos e várias influências.
Crenças etruscas, gregas e orientais foram incorporadas aos costumes tradicionais para
adaptá-los às novas necessidades do povo.

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O Estado romano propagava uma religião oficial que prestava culto aos grandes
deuses de origem grega, porém com nomes latinos, como por exemplo, Júpiter, pai dos
deuses; Marte, deus da guerra, ou Minerva, deusa da arte.

Em honra desses deuses eram realizadas festas, jogos e outras cerimônias.

Os cidadãos, por sua vez, buscavam proteção nos espíritos domésticos,


chamados lares, a quem rendiam culto dentro de casa. O Edito de Milão de Constantino
estabeleceu a liberdade de culto aos cristãos, encerrando as violentas perseguições. No
século IV d.C., o cristianismo tornou-se a religião oficial, por determinação do
imperador Teodósio.

A arte romana

Inspirada no modelo grego, a arte romana incorporou as formas e as técnicas de


outras culturas do Mediterrâneo.

Roma destacou-se na arquitetura com grandes edifícios privados e públicos. Entre os


privados, incluem-se as casas e as residências coletivas. Os públicos dividem-se em
religiosos (templos), administrativos e comerciais (basílicas) e lúdicos (teatro, anfiteatro
e circo). O espírito prático de Roma reflete-se no urbanismo e nas grandes obras de
engenharia, como estradas e aquedutos.

A cidade de Roma no século I a.C.


No século I a.C., Roma passou por uma transformação espetacular, tornando-se
uma cidade repleta de confortos, com casas comerciais, jardins e edifícios monumentais.
Construíram-se numerosas residências e locais de diversão – como o Coliseu – e foram
feitas grandes melhorias no sistema de esgotos e nos aquedutos da cidade.

A crise do Império Romano


A partir do século III, o Império Romano entrou em declínio. Com o fim das
guerras de conquista, esgotou-se a principal fonte fornecedora de escravos. Teve início a
crise do escravismo que abalou seriamente a economia, fez surgir o colonato e provocou
o êxodo urbano. Além disso, houve disputas pelo poder e as legiões diminuíram.
Enfraquecido, o Império Romano foi dividido em dois e a parte ocidental não resistiu às
invasões dos bárbaros germânicos no século V Império.

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CONCLUSÃO

Depois de uma breve incursão sobre a Civilização Romana, podemos concluir


que Quando olhamos para a extensão do Império Romano em um mapa, mal chegamos
a imaginar que esta civilização se originou de um pequeno povoado da Península Itálica.
Encravada na porção central deste território, a cidade de Roma nasceu por meio dos
esforços dos povos latinos e sabinos que, por volta de 1000 a.C., teriam erguido uma
fortificação que impediria a incursão dos etruscos.

As poucas informações sobre as origens de Roma são encobertas pela clássica


explicação mítica que atribuem sua fundação à ação tomada pelos irmãos Rômulo e
Remo. Após a fundação, Roma teria vivenciado seu período monárquico, onde o rei
estabelecia sua hegemonia política sobre toda a população e contava com o apoio de um
Conselho de Anciãos conhecido como Senado.

Os membros do Senado eram oriundos da classe patrícia, que detinha o controle


sobre as grandes e férteis propriedades agrícolas da região. Com o passar do tempo, a
hegemonia econômica desta elite permitiu a formação de um regime republicano em
que o Senado assumia as principais atribuições políticas. Entre os séculos VI e I a.C., o
regime republicano orientou a vida política dos cidadãos romanos.

Apesar de tais reformas, a desigualdade social continuava a vigorar mediante


uma sociedade que passava a depender cada vez mais da força de trabalho de seus
escravos. As conquistas territoriais enriqueciam as elites romanas e determinavam a
dependência de uma massa de plebeus que não encontravam oportunidades de trabalho.
De fato, as tensões sociais eram constantes e indicavam as diferenças do mundo
romano.

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BIBLIOGRÁFICA

1. https://www.historiadomundo.com.br

2. Existem várias estimativas diferentes para o Império Romano. Scheidel (2006, p.


2) estima 60. Goldsmith (1984, p. 263) estima 55. Beloch (1886, p. 507) estima
54. Maddison (2006, p. 51, 120) estima 48. Roman Empire Population estima 65
(enquanto menciona várias outras estimativas entre 55 e 120).

3. The philosophy of law: an encyclopedia, Volume 1 por Christopher B. Gray.

4. Hooker, Richard (6 de junho de 1999). «Rome: The Roman


Republic». Universidade do Estado de Washington. Consultado em 24 de março
de 2007. Cópia arquivada em 14 de maio de 2011

5. Dião Cássio, História Romana, XI, XLIII.


 

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