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DOS MITOS DE ORIGEM A FORMAÇÃO DA MONARQUIA ROMANA

Pela literatura clássica, a origem de Roma vai ao encontro com a diáspora grega. Pelo
poema Eneias, de Virgílio, do século I a.C. o troiano Enéias viaja pelo mediterrâneo até
chegar a península itálica, mais precisamente no Lácio, região central onde se fundou Roma,
se casando com Lavinia, a filha de um rei latino. Assim, fundou a cidade de Lavínio em
homenagem a sua esposa Seu filho, Ascânio se muda e funda a cidade de Alba Longa, e após
400 anos, passando o governo da cidade por gerações, até que o rei Numitor é deposto por seu
irmão Amúlio, que assassina todos seus descendentes, deixando apenas Reia Silvia, ao qual a
obriga a se tornar sacerdotisa. Porém ela engravida do Deus Marte, e por isso, foi presa a
mando do rei, e seus filhos, Rômulo e Remo, nascidos no ano 771 a.C. são colocados em um
cesto e jogados no Rio Tibre.

Rômulo e Remo são encontrados por uma loba que os amamenta, e depois por Faustulo,
um pastor de ovelhas que os cria com sua esposa Aca Larência. Já crescidos, Remo é
capturado e levado a Alba Longa. Assim, Fáustulo se abre e revela a origem dos irmãos para
Romulo, que vai a cidade libertar Remo. Como resultado, os irmãos matam Amúlio e
devolvem o trono a Numitor, e após o sucesso do ato se retiram com as pessoas indesejáveis,
chegando no local onde foram encontrados pela loba para fundarem uma nova cidade. Após
divergências quanto ao nome, Romulo mata Remo e funda o Reino de Roma, uma pequena
vila localizada sobre o Aventino, uma das sete colinas as quais se ergueu Roma.

A Monarquia Romana vai durar 753 a.C. a 509 a.C, sendo formada pelos latinos, mas
que também. Contou com a presença dos sabinos e dos etruscos. Assim, tiveram sete reis,
iniciado por Rômulo e terminando com o Etrusco Tarquino, o soberbo.

Do ponto de vista econômico, o Reino de Roma tinha uma economia modesta, pois se
tratava de um pequeno vilarejo no Lácio, se baseando na agricultura de cereais, como trigo e a
cevada, e a pecuária de cabras, ovelhas e porcos.

A sociedade romana se organizava em clãs familiares, denominados gentes, com a


figura do Pater Familias (pai de família) no centro, tendo total direito as suas posses, sendo
bens, escravos e até outros membros do clã. A camada mais rica da sociedade era formada
pelos Patrícios, que detinham as melhores terras, e a base era formada pelos Plebeus
(multidão), que prestavam serviços aos Patrícios como clientes, trabalhando em suas terras,
quando muitas vezes recebiam uma espécie de proteção por isso. Haviam também
estrangeiros comerciantes que compunham a clientela da sociedade.

A escravidão era uma forma muito utilizada na mão de obra romana, os escravos ou
eram capturados em guerras, ou feitos por dívidas. Existiam famílias de plebeus que vendiam
os seus filhos como escravos, caso estivessem enfrentando uma crise econômica forte. Assim,
como escravo, podem ser castigados, enclausurado e vendidos.
As mulheres (matronas) tinham o direito de possuir propriedades, caso haja ausência da
figura do Pater (pai). Circular livremente pela cidade, participar de eventos, mas não podiam
exercer atividades políticas.

Politicamente, o Reino de Roma era organizado pelo rei, que detinha o poder executivo,
mas não era uma monarquia hereditária. Também existia o Senado, formado por cem
patrícios dos gentes mais poderosos, tendo a função de escolher os reis, aconselhá-los e
legislar sobre os plebeus. Concomitante ao Senado, existia a Assembleia das Cúrias, que era
presidida pelo próprio rei, e tinha como função ratificar as ordens dadas pelo poder executivo.

Em 509 a.C. o período de monarquia romana chega ao fim, após os últimos reis serem
de origem etrusca, e mais especificamente o último, Tarquínio, o soberbo, que buscou
governar acima do Senado, revogando leis, além de utilizar de violência para reprimir
opositores e impor intolerância religiosa, destruindo templos religiosos sabinos. Ao fim de seu
reinado, seu filho Sexto Tarquínio, foi acusado de abusar sexualmente de Lucrécia, que era de
uma importante família de patrícios. Após o ocorrido, Lucrécia se suicidou. Assim, o Senado
destituiu Tarquínio do trono, que teve de fugir, e logo após, a República Romana foi
proclamada, dando maiores poderes aos senadores.

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