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Roma (Parte 01)

Diz o ditado que “Roma não fez-se num dia”.

A capital da Itália possui uma longa história, iniciada na Antiguidade.

Quais são as origens de Roma?

Relatos tradicionais remontam-nos à Guerra de Tróia (1194-1184 AC).

Após a derrota dos troianos para os gregos, os sobreviventes da devastação uniram-se sob o comando de Enéias, um dos
nobres da cidade, filho do príncipe Anquises e da deusa Afrodite.

Enéias e seu grupo deixaram as terras da Anatólia (Tróia estava localizada na atual Turquia) para lançarem-se no
Mediterrâneo, que atravessaram com dificuldade até chegarem na Itália.

Enéias e seu grupo desembarcaram em Laurento, cidade mais importante do Lácio, região localizada no centro da Itália e
habitada pelo latinos.

Enéias e seu grupo foram recebidos por Latino, o rei dos latinos, que permitiu-lhes viver entre seu povo.

Latino havia recebido uma profecia dos deuses que sua filha, Lavínia, deveria casar-se com um homem vindo de terras
distantes.

Impressionado pela coragem e pelo caráter de Enéias (que havia resgatado não só seu pai idoso, mas também as estátuas
dos deuses troianos), o rei convenceu-se que ele era o homem da profecia.

Lavínia foi prometida a Enéias, mas ela estava prometida também a Turno, rei dos rútulos, outro povo que habitava a Itália.

Buscando vingança, os rútulos promoveram uma guerra contra os latinos, mas foram derrotados.

Turno foi vencido por Enéias em combate e pediu clemência.

Enéias sentiu-se inclinado a perdoar Turno, mas mudou de idéia quando descobriu que ele havia assassinado Palas, um
nobre grego que o troiano considerava como um filho.

Turno foi morto e a guerra chegou ao fim.

Enéias casou-se com Lavínia e, após a morte de Latino, fundou uma cidade no Lácio, batizada de Lavínio em homenagem
à sua esposa.

Com o tempo, Lavínio tornar-se-á a cidade mais importante do Lácio.

Após a morte de Enéias, seu filho, Ascânio, subiu ao trono como rei dos latinos e, no ano de 1151 AC, construiu a cidade
de Alba Longa, localizada nas Colinas Albanas.

Ascânio e seus descendentes, “a dinastia de Alba Longa”, como ficaram conhecidos, governaram os latinos durante
quatrocentos anos.

O penúltimo rei dessa dinastia, Procas, teve dois filhos, Numitor e Amúlio.

A sucessão real pertencia a Numitor, mas Amúlio destronou seu irmão e usurpou o poder.

Amúlio também obrigou a filha de Numitor, Réia Sílvia, a tornar-se uma vestal, sacerdotisa da deusa Vesta que deveria
permanecer virgem por toda a vida.

Amúlio pretendia com isso que Réia Sílvia não pudesse ter nenhum filho que poderia assassiná-lo para reclamar o trono.

Amúlio descobriu mais tarde que Réia Sílvia havia visitado um bosque consagrado ao deus Marte e ali havia sido
engravidada por ele.
Réia Sílvia foi aprisionada e seus filhos gêmeos, Rômulo e Remo, foram atirados no rio Tibre para morrerem afogados.

Contudo, os deuses tomaram partido dos irmãos, que foram poupados das águas por Tiberino, deus do Tibre.

Rômulo e Remo foram amamentados por uma loba que havia perdido seus filhotes, período em que viveram numa caverna
chamada Lupercal.

Rômulo e Remo foram adotados pelo pastor Fáustulo e sua esposa, que criaram-nos como seus filhos.
Roma (Parte 02)
Rômulo e Remo cresceram sem saberem de suas origens semidivinas e tornaram-se pastores como seu pai.
Os dois eram líderes naturais e formaram um grupo de amigos que também habitava as colinas onde viviam.
Um dia, Rômulo e Remo, já adultos, envolveram-se numa disputa entre os apoiadores de Numitor e os de Amúlio.
Remo foi preso e levado para o palácio de Amúlio em Alba Longa.
Enquanto isso, Rômulo tomou conhecimento da sua verdadeira história e reuniu seu grupo de amigos para atacar o palácio
e libertar seu irmão.
Tanto Numitor quanto Amúlio desconfiaram da real identidade de Remo, mas nenhum possuía provas suficientes.
Durante o resgate os dois revelaram a Numitor quem eram e ele aliou-se aos netos na batalha contra Amúlio, que foi
derrotado e morto.
Rômulo e Remo reinstituíram seu avô ao trono de Alba Longa e partiram para fundar sua própria cidade.
Os dois retornaram para onde foram criados, as sete colinas próximas ao Tibre.
Rômulo queria fundar a cidade na colina Palatino, enquanto Remo preferia a colina Aventino.
Os dois recorreram aos áugures, sacerdotes que observavam o vôo dos pássaros para nele interpretar a vontade dos deuses.
Rômulo foi escolhido, mas Remo não aceitou o veredito e atacou-o, sendo morto na luta que seguiu-se.
Em 21 de abril de 753 AC, Rômulo iniciou a construção da nova cidade, batizada de Roma.
Quando a construção terminou, Rômulo realizou uma cerimônia em homenagem ao deus Júpiter e recebeu auspícios
favoráveis.
Após ser reconhecido por seus aliados como rei, Rômulo assumiu o trono e escolheu cem homens para auxiliá-lo no
governo da cidade.
Esses homens receberam o título de patres, pois deveriam constituir o Senado e agir como se fossem os pais dos seus
governados.
Mais tarde, os patres foram chamados de “patrícios”, enquanto os demais habitantes eram chamados de “clientes” e
“plebeus”.
Nessa época, Roma era composta quase inteiramente por homens jovens e solteiros.
Para remediar essa situação, Rômulo enviou embaixadores até as cidades vizinhas, para que trouxessem mulheres dispostas
a casar com os romanos.
Temendo o crescimento de Roma, as cidades recusaram a proposta.
Rômulo inventou uma nova estratégia: convidou os habitantes dessas cidades para um festival e, durante as celebrações,
ordenou aos romanos que capturassem todas as mulheres aptas ao casamento.
A maioria dessas mulheres era sabina e por isso esse episódio ficou conhecido como “o rapto das sabinas”.
Em resposta, Tito Tácio, rei dos sabinos, atacou Roma e os exércitos encontraram-se nas proximidades do lago Cúrcio.
Seguiu-se uma batalha encarniçada que terminou quando as sabinas colocaram-se entre os exércitos e imploraram pela
reconciliação.
Romanos e sabinos concordaram em depor armas e os sabinos foram incorporados aos romanos.
Para reforçar essa união, Rômulo e Tito passaram a governar Roma conjuntamente.
Tito foi morto cinco anos depois numa revolta em Lavínio.
O reinado de Rômulo durou trinta e sete anos.
Ao final desse período ele foi levado ainda vivo para os céus por Marte.
Ou então foi assassinado por uma conspiração de patres, não se sabe ao certo.
Roma (Parte 03)
Após a morte (?) de Rômulo em 717 AC, Roma permaneceu sem rei por um ano.
O Senado assumiu a liderança, mas estava dividido em relação ao sucessor de Rômulo.
Os romanos preferiam um romano como próximo rei, enquanto os sabinos queriam um sabino.
Depois de muitas discussões, os dois povos concordaram em eleger um sabino e Numa Pompílio foi escolhido.
Seu governo durou quarenta e dois anos e foi marcado por uma profunda valorização da paz e da religião.
Numa garantiu acordos de paz com os povos vizinhos e instituiu os cultos aos vários deuses, como Júpiter, Marte e Vesta.
Também reformou o calendário e criou o cargo de Pontífice Máximo (líder dos sacerdotes).
Numa foi sucedido por Túlio Hostílio, cujos principais feitos foram a conquista de Alba Longa e a construção da Cúria
Hostília, templo onde os senadores reuniam-se para aconselhar o rei.
Túlio foi sucedido por Anco Márcio, rei lembrado por ser adepto tanto da paz (como Numa) quanto da guerra (como
Túlio).
Ele codificou os ensinamentos religiosos legados por Numa e repeliu um ataque promovido pelos latinos, que foram
incorporados aos romanos.
Anco deu lugar ao primeiro rei etrusco, Tarquínio Prisco.
Os etruscos eram originários da Etrúria, região localizada ao norte da Itália.
Foram influenciados pelos gregos e desempenharam um papel importante na história de Roma.
O quinto rei promoveu guerra contra os remanescentes latinos e sabinos, além de lutar contra seu próprio povo.
Essas batalhas expandiram as fronteiras da cidade, que agora já pode ser considerada um reino.
Tarquínio foi responsável pela construção do Circo Máximo, estádio cuja principal atração eram as corridas de bigas, e da
Cloaca Máxima, o sistema de esgoto de Roma.
Após o assassinato de Tarquínio por um dos filhos de Anco, seu genro, Sérvio Túlio, tornou-se rei.
Ele continuou a campanha contra os etruscos, demonstrando coragem no campo de batalha ao conquistar três vitórias
contra os inimigos.
Também estendeu o direito ao voto aos plebeus, decisão que garantiu-lhe a simpatia de boa parte da população, mas que
desestabilizou o equilíbrio político construído desde Rômulo.
Sérvio foi vítima de uma conspiração liderada por seu genro, Tarquínio Soberbo.
O crime chocou o público, mas o conspirador conseguiu tomar o poder e instaurar uma tirania.
O primeiro ato de Tarquínio Soberbo foi ordenar a morte dos senadores suspeitos de não aceitar sua autoridade.
Outro ato que causou profundo descontentamento, especialmente entre os romanos mais religiosos, foi sua recusa em
sepultar o corpo de Sérvio.
Na religião romana, não realizar os ritos funerários era considerada uma falta grave, pois acreditava-se que a alma do morto
permaneceria impossibilitada de descansar até que o ritual fosse cumprido.
Roma (Parte 04)
Tarquínio fez guerra contra os rútulos, na esperança de que os espólios obtidos com uma vitória amenizariam o repúdio que
seus súditos sentiam dele.
Em 509 AC, o filho de Tarquínio, Sexto Tarquínio, estuprou Lucrécia, esposa de Lúcio Colatino, um dos patrícios mais
destacados de Roma.
Depois de denunciar o estupro ao seu marido, Lucrécia cometeu suicídio pegando uma adaga e cravando-a no coração.
Colatino estava acompanhado de outro patrício, Lúcio Bruto, que retirou a adaga do peito de Lucrécia e ergueu-a para os
céus, clamando aos deuses por vingança.
Colatino e Bruto foram até Roma e reuniram a Assembléia das Cúrias, local onde os patrícios reuniam-se para ratificar as
decisões reais.
Bruto proferiu um discurso detalhando os crimes de Tarquínio e os demais patrícios votaram pela deposição do rei.
Com a monarquia desacreditada, a Assembléia das Cúrias debateu sobre qual forma de governo deveria substituí-la.
Foi escolhida uma república onde dois cônsules executariam as leis criadas pelos senadores.
Colatino e Bruto foram eleitos os dois primeiros cônsules.
Um grupo de homens armados liderado por Bruto foi até Ardea, onde Tarquínio estava guerreando contra os rútulos.
O rei foi informado da situação e escapou antes da chegada de Bruto.
Sexto refugiou-se em Gabii, mas foi assassinado por soldados revoltados.
Tarquínio tentou retornar para Roma, mas teve de exilar-se em Care.
O primeiro ato de Bruto como cônsul foi convocar os romanos a prestarem um juramento de fidelidade à República.
Um novo cargo, chamado rex sacrorum (“rei do sagrado” em latim), foi criado para realizar as funções religiosas que eram
atribuição do rei.
Tarquínio gerou um repúdio tão grande entre os romanos que Colatino, um dos principais responsáveis pela criação da
República, teve de abdicar do cargo de cônsul por ser parente dele.
O rei não aceitou sua deposição e fez duas tentativas de retomar o trono.
Primeiro tentou subverter a República através duma conspiração apoiada por alguns senadores.
A conspiração foi descoberta e os conspiradores, entre os quais estavam os filhos de Bruto, Tito e Tibério, foram
executados.
Em seguida, tentou retornar ao poder pela força das armas.
Conquistou o apoio de cidades etruscas e fez uso dos seus exércitos para atacar Roma, que saiu vitoriosa apesar da
desvantagem numérica.
Derrotado, Tarquínio morreu exilado em Cumas no ano de 495 AC.
Roma (Parte 05)
A história de Roma é a história de um triunfo militar.
A cidade que transformou-se no maior império da Antiguidade e conquistou todo o mundo conhecido precisou primeiro
travar guerras que expandiram seus domínios.
No seu caminho em direção à conquista da Itália, Roma teve de defrontar-se com povos inimigos: etruscos, gauleses,
gregos, latinos, samnitas e volscos.
A rivalidade entre romanos e etruscos data da época da monarquia e não terminou quando os patrícios depuseram Tarquínio
Soberbo em 509 AC.
Um ano depois, Tarquínio aliou-se a Porsena, rei de Clúsio, poderosa cidade etrusca.
O primeiro ataque quase alcançou os portões de Roma, mas foi repelido por três soldados: Espúrio Lárcio, Horácio Cocles
e Tito Aquilino.
Porsena decidiu dobrar Roma pelo cansaço e organizou um cerco que isolou a cidade do resto do mundo.
Os romanos elaboraram estratégias para romper o cerco, mas nenhuma obteve resultado.
Decidido a romper o cerco, um jovem chamado Caio Cévola voluntariou-se para entrar no acampamento etrusco e matar
Porsena.
Caio assim o fez e conseguiu acesso à tenda de Porsena.
Na hora de matá-lo, Caio foi capturado pela guarda de Porsena.
Caio declarou quem era e o que viera fazer, acrescentando que era um dos três mil jovens romanos dispostos a fazerem o
mesmo para libertar sua cidade.
Para provar a verdade do que dizia, Caio foi até uma fogueira e manteve seu punho direito no fogo.
Impressionado com a coragem de Caio, Porsena permitiu que ele voltasse para Roma.
Pouco depois, Porsena enviou embaixadores para negociar a paz.
Esta paz, contudo, foi temporária, pois romanos e etruscos enfrentaram-se em outras sete guerras.
Ocorridas entre 505 e 280 AC, elas terminaram com a conquista da Etrúria e a integração dos etruscos à sociedade romana.
O último reduto etrusco, Volsínios, foi conquistada após a supressão de uma revolta de escravos em 264 AC.
Os gauleses eram um povo celta que habitava a Gália, região da Europa localizada na França.
Eles buscavam estender seus domínios para além dos Alpes, cordilheira que serve de fronteira entre a França e a Itália.
Em 400 AC, os gauleses, comandados por Breno, cruzaram os Alpes e invadiram a Úmbria.
Em 391 AC, Breno invadiu a Etrúria, que solicitou o apoio de Roma para lidar com os gauleses.
Caso nada fosse feito, os gauleses logo estariam nos portões de Roma.
Uma missão diplomática foi enviada para dissuadir Breno, mas um desentendimento entre romanos e gauleses ocorrido em
Clúsio minou os esforços dos diplomatas.
Breno prometeu vingar a honra de seus guerreiros invadindo Roma.
A promessa foi cumprida um ano depois, quando os gauleses derrotaram os romanos na Batalha do Ália.
Roma foi ocupada pelos gauleses, que não conseguiram capturar o Monte Capitolino, tido pelos romanos como
inexpugnável.
O cônsul Marco Capitolino e seus soldados defenderam as muralhas do Monte Capitolino durante meses, enquanto boa
parte da cidade já havia sido saqueada.
Os romanos concordaram em pagar mil libras de ouro aos gauleses desde que estes retirassem-se de Roma.
Decidido a aproveitar-se de tal situação, Breno resolveu extorquir os romanos e iniciou uma discussão sobre os pesos que
seriam utilizados para pesar o ouro.
Os gauleses possuíam pesos mais densos que o normal e queriam utilizá-los para receberem mais que o acordado.
Diante dos protestos, Breno ria e exclamava “Vae victis!” (“Ai dos vencidos!”, em latim).
Os gauleses abaixaram a guarda e não perceberam que a discussão estendia-se para além do que era prudente.
Nesse meio tempo, o general Marco Camilo organizou um exército que derrotou os gauleses, expulsando-os da cidade.
Breno foi morto por Marco, que, antes de matá-lo, proclamou “Non auro, sed ferro, recuperanda est patria” (“Não pelo
ouro, mas pelo ferro será recuperada a minha pátria”, em latim).
Por ter liderado a reação que libertou a cidade, Marco foi saudado como um “segundo Rômulo” e recebeu o título de
“Segundo Fundador de Roma”.
Os romanos expulsaram gradativamente os gauleses da Itália, principalmente após a Batalha de Telamão (225 AC).
A conquista da Gália deu-se após a Batalha de Alésia (52 AC), quando o general Caio Júlio César derrotou Vercingetórix,
líder dos gauleses.
Roma (Parte 06)
Ao fim das guerras samnitas, Roma conquistou territórios no centro e no sul da Itália.
Ao sul, nas regiões da Calábria, Lucânia e Sicília, estavam assentadas colônias gregas, sendo Tarento a mais forte.
Em 282 AC, navios romanos foram atacados pela marinha tarentina.
Os romanos decidiram não declarar guerra, mas demandaram o retorno dos prisioneiros capturados durante o ataque.
Os tarentinos ridicularizaram os romanos, chegando a urinar em alguns deles.
Tal ofensa causou grande comoção em Roma, que agora buscava restituir sua honra.
Tarento não possuía um exército que pudesse enfrentar o poderio romano.
A solução encontrada foi buscar o apoio de Épiro, outra colônia grega localizada na Itália.
Épiro era governada por Pirro, rei tido como um adversário à altura de Roma.
Ao se dispor a enfrentar Roma, Pirro ganhou o apoio dos reis Antígono II (Macedônia), Antíoco I (Pérsia) e Ptolomeu II
(Egito), todos interessados na diminuição da influência romana.
Pirro ignorou Cinéas, seu conselheiro, um grego da Tessália que havia sido aluno de Demóstenes.
Cinéas sabia que Pirro não possuía reservas suficientes para sustentar uma guerra prolongada, tipo de conflito necessário
para derrotar a superioridade numérica romana.
Em 280 AC, gregos e romanos encontraram-se entre as cidades de Heracléia e Pandósia.
Pirro saiu vitorioso e prosseguiu com sua marcha até Roma, mas perdeu soldados necessários para os combates futuros.
Em 279 AC, Pirro conquistou a Apúlia, onde gregos e romanos enfrentaram-se novamente.
Cada nova vitória de Pirro vitimava soldados que não tinham como ser substituídos.
“Se formos vitoriosos em mais uma batalha, estaremos completamente arruinados”, disse Pirro após a batalha na Apúlia.
A última batalha foi travada em 275 AC, quando os romanos derrotaram os gregos, que tiveram de retornar para Épiro.
Os latinos eram os habitantes do Lácio, região localizada no centro da Itália.
Muitas das características de Roma devem-se à influência dos latinos.
Isso não significa que a história das relações entre latinos e romanos foi sempre pacífica.
Entre 753 e 509 AC, ocorreram três revoltas contra o domínio romano, mas foram derrotadas.
Entre 499 e 496 AC, a Liga Latina, formada por trinta cidades, insurgiu-se contra Roma, mas foi derrotada.
Entre 383 e 379 AC, Palestrina, uma cidade latina, insurgiu-se contra Roma, mas foi derrotada por Lúcio Cincinato.
Entre 361 e 354 AC, Tivoli, uma cidade latina, insurgiu-se contra Roma, mas foi derrotada.
Entre 340 e 338 AC, uma aliança formada por latinos e volscos insurgiu-se contra Roma, mas foi derrotada.
Como resultado, o Lácio foi incorporado à esfera de influência romana.
Roma (Parte 07)
Os samnitas eram um povo da Itália que habitava a Sâmnia, localizada ao leste da Campânia.
Em 354 AC, eles firmaram um acordo com Roma, estabelecendo o rio Líris como fronteira natural entre seus territórios.
A Primeira Guerra Samnita (343-341 AC) teve origem quando os samnitas atacaram os sidicínios.
Os sidicínios buscaram o auxílio dos campânios.
Os campânios socorreram os sidicínios, mas foram derrotados.
Não restava aos campânios outra alternativa senão buscar o auxílio de Roma.
Roma sentiu-se compelida a auxiliar os campânios, mas concluiu que não seria possível fazê-lo sem desrespeitar o acordo
firmado com os samnitas.
Os campânios renderam-se aos romanos, colocando seu território sob o poder de Roma.
Roma concluiu que sua honra estaria comprometida caso ela não auxiliasse os campânios.
Roma enviou embaixadores até a Sâmnia, na esperança de dissuadir os samnitas do assédio.
Os samnitas deixaram claro que era sua intenção promover guerra contra a Campânia.
Restou aos cônsules Aulo Cornélio Cosso e Marco Valério Corvo mobilizarem seus exércitos.
Os romanos conquistaram três vitórias contra os samnitas, que tiveram de render-se.
A Segunda Guerra Samnita (326-304 AC) teve sua origem na fundação, pelos romanos, da cidade de Neapólis.
Perto de Neapólis ficava uma cidade mais antiga, chamada Paleopólis.
Os habitantes de Paleopólis, aliados dos samnitas, atacaram os construtores que edificavam Neapólis.
Roma exigiu uma retratação, mas a resposta dos habitantes de Paleopólis foi negativa.
O conflito foi composto batalhas onde era difícil saber quem estava ganhando.
A superioridade militar romana falou mais alto e os samnitas enviaram diplomatas para negociar um tratado de paz.
Desconfiada de que a rendição poderia ser um truque, Roma enviou o cônsul Públio Semprônio Sofo para investigar.
Sofo percorreu a Sâmnia e encontrou um povo pacífico, que ajudou-lhe com provisões para sua viagem.
Romanos e samnitas reestabeleceram o acordo firmado em 354 AC.
A Terceira Guerra Samnita (298-290 AC) teve sua origem numa tentativa de aliança entre os samnitas e os lucanos.
Ao falharem em estabelecer uma aliança, os samnitas atacaram os lucanos, que buscaram a proteção de Roma.
Receosos do poder que os samnitas arregimentariam caso anexassem a Lucânia, Roma aceitou proteger os lucanos.
Diplomatas foram enviados até a Sâmnia, mas conseguiram apenas promessas de guerra.
O grosso do conflito durou até 293 AC, quando os romanos capturaram Amiterno e Duronia.
Em 290 AC, os cônsules Mânio Cúrio Dentato e Públio Cornélio Rufino lançaram uma campanha que desmantelou os
últimos focos de resistência.
Tarquínio Soberbo foi o primeiro romano a guerrear com os volscos.
Em 509 AC, Tarquínio saqueou Suessa Pomécia e utilizou os espólios na construção do Aedes Iovis Optimi Maximi Capitoli
(“Templo de Júpiter Ótimo, Máximo e Capitolino”, em latim).
Durante o século 5 AC, volscos e équos invadiram o Lácio e devastaram as vilas localizadas na periferia.
Os latinos formaram o Foedus Cassianum (“Tratado de Cássio”, em latim), aliança militar liderada por Roma e batizada em
homenagem ao cônsul Espúrio Cássio Vecelino.
Em 493 AC, os romanos repeliram uma invasão que partiu de Anzio, a capital dos volscos.
Os volscos fugiram e abrigaram-se em Corioli, que foi sitiada.
Certa noite, os romanos foram atacados por volscos de Anzio e Corioli.
Uma das sentinelas, Caio Márcio, liderou um grupo de soldados que repeliu os volscos vindos de Corioli.
Caio Márcio entrou na cidade e incendiou as casas próximas das muralhas.
Corioli foi capturada e os volscos derrotados.
Caio Márcio foi apelidado de “Coriolano” e recebido como herói.
Em 491 AC, Coriolano foi exilado por motivos políticos e encontrou abrigo entre os volscos.
Roma celebrava os Ludi Romani (“Jogos Romanos”, em latim), festival esportivo de grande importância.
Os volscos também competiam, mas os romanos convenceram-se que a rivalidade existente era perigosa.
Os volscos foram expulsos e declararam guerra.
Coriolano recapturou cidades capturadas pelos romanos, como a própria Corioli.
Depois, Coriolano sitiou Roma.
Embaixadores foram enviados para demover Coriolano, mas fracassaram.
Foi então que apareceram a mãe e a mulher de Coriolano, Vetúria e Volúnia.
Vetúria e Volúnia clamaram pelas famílias romanas.
Comovido, Coriolano encerrou o sítio, libertando Roma dos volscos.
Volscos e équos prosseguiram sem Coriolano, mas um desentendimento político fez com que guerreassem entre si.
Roma aproveitou a oportunidade e derrotou seus inimigos.
Mais tarde, latinos e volscos aliaram-se durante a Guerra Latina (340-338 AC) para libertarem-se da influência romana.
Ambos foram derrotados e suas cidades incorporadas ao domínio romano.

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