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História Antiga:

Mundo
Greco-Romano
Material Teórico
O Mundo Romano

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Andrea Borelli

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
O Mundo Romano

·· Os Romanos
·· O Império Romano

Conhecer a civilização romana antiga e sua influência na formação da


sociedade ocidental

Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.

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Unidade: O Mundo Romano

Contextualização

Observe a imagem:
Figura 1 - O Fórum Romano em ruínas. Ele era o centro político, econômico, cultural e religioso da cidade
durante a República e, mais tarde, durante o Império.

Fonte: Robert Lowe/Wikimedia Commons

Os romanos construíram um império de proporções gigantescas, que, no seu auge, abrangeu


quase todo o continente europeu e partes do Oriente Médio e da África, estendendo-se da
Inglaterra ao Egito, da Espanha ao Iraque e do sul da Rússia ao Marrocos.
Vamos discutir, nesta unidade, os fatores que implicaram na ascensão e na queda deste
povo tão fascinante.

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Os Romanos
Mapa do Império Romano em 117 d.C.

Fonte: taionara.blogspot.com.br

Os romanos construíram um império de proporções gigantescas, que, no seu auge, abrangeu


quase todo o continente europeu e partes do Oriente Médio e da África. O império se estendia
da Inglaterra ao Egito, da Espanha ao Iraque, do sul da Rússia ao Marrocos.

Além disso, a civilização romana prosperou por quase mil anos e sua influência se faz sentir
ainda hoje por conta de ações como: disseminaram sua concepção sobre a lei, a ordem e
o direito nos territórios que conquistaram; sua língua, o Latim, tornou-se a base para várias
línguas modernas, incluindo o Italiano, Francês, Espanhol e Português; depois de adotarem o
cristianismo no século 4 d.C., os romanos foram os responsáveis pela sua disseminação.

Os romanos eram particularmente hábeis na administração, organização e construíram uma


burocracia eficiente. Eles tinham um exército altamente treinado, disciplinado e profissional.

O Nascimento de Roma
Segundo a mitologia romana, a cidade foi fundada pelos irmãos Rômulo e Remo, os filhos
de Marte, deus romano da guerra.

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Unidade: O Mundo Romano

Lupa Capitolina Abandonados ao nascerem, os gêmeos


foram criados por uma loba e, quando eles se
tornaram mais velhos, destronaram o rei Amúlio
da cidade de Alba Longa, que tinha tomado a
coroa de Numitor, avô de Rômulo e Remo.
Em comemoração à vitória, eles decidiram
fundar uma cidade ao longo do rio Tibre, perto
do local onde tinham sido abandonados.
Cada um escolheu uma colina e a
disputa sobre o local acabou em uma briga,
na qual Rômulo matou seu irmão em um
acesso de raiva. A cidade foi fundada no
local escolhido por Rômulo e, apesar de
Fonte: Jastrow / Wikimedia Commons
seu início violento, prosperou.

A Roma Monárquica
Roma1 está localizada às margens do Rio Tibre, cerca de 25 quilômetros do Mar Mediterrâneo.
Os romanos tinham fácil acesso ao mar, contudo, estavam relativamente protegidos de uma
invasão por mar. Por fim, a localização central da península itálica no Mar Mediterrâneo tornou
possível para os romanos negociarem e se comunicarem com todos os povos da região.
Incialmente, a cidade foi governada por sete reis, sendo o primeiro o lendário Rômulo.
Rômulo não era somente considerado o fundador de sua cidade, mas também o criador de suas
instituições sociais e políticas. Numa Pompílio foi eleito como o segundo rei de Roma e, segundo
a tradição, foi o fundador da religião cívica dos romanos.
As sete colinas de Roma e a Muralha de Servius Tulius
O terceiro rei seria Tullus Hostilius e seu reinado
foi marcado pela conquista de Alba Longa.

Ancus Marcius, o próximo rei, era neto de


Numa Pompílio. Ele publicou as leis estabelecidas
no governo de seu avô e tentou retomar o
desenvolvimento das artes. Conquistou muitas
de suas cidades latinas e transferiu seus habitantes
para Roma, na região do monte Aventino.

Os próximos reis, em vez de romanos ou


sabinos, eram etruscos e contribuíram para dar a
Roma algo do caráter das cidades etruscas.

Com a morte de Ancus Marcius, Tarquínio


Priscus tornou-se rei. Ele foi responsável por Fonte: Renata3 / Wikimedia Commons
diversas guerras contra os latinos e sabinos. Ele
ampliou o Fórum e fundou um templo a Júpiter no monte Capitolino. Depois de um reinado de 38
anos, foi assassinado pelos filhos de Ancus Marcius.
1 Veja o vídeo produzido pela UNESCO mostrando o centro histórico da cidade de Roma: http://whc.unesco.org/en/list/91/video

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O rei seguinte foi Servius Tullius, o qual firmou um tratado com os latinos, no qual era
reconhecida a supremacia de Roma no Lácio. Como agradecimento por essa união, ele construiu
um templo a Diana no monte Aventino. Ele ampliou a cidade e cercou as sete colinas em uma
única muralha.
Depois de um reinado de 44 anos, Servius Tullius foi assassinado por seu próprio genro, Tarquinius
Superbus. O governo de Tarquinius foi marcado por guerras, especialmente contra os latinos, e por
forte oposição interna, o que levou ao fim da monarquia e ao surgimento da república.

A República Romana
Os romanos estabeleceram um novo tipo de governo em que os cidadãos eram eleitos para
governar. A república é muito diferente de uma democracia ou de uma aristocracia. A classe
mais tradicional dominou o início da República Romana. Nesta sociedade, os aristocratas eram
conhecidos como patrícios e ocupavam os cargos mais importantes do governo.
A cidade era administrada por dois cônsules e um senado que era responsável por eleger os
cônsules e legislar para a cidade. Neste momento, os outros grupos, conhecidos como plebeus,
não tinham praticamente nenhum direito ao governo. Tanto as mulheres quanto os homens, os
patrícios, eram cidadãos da república romana, mas apenas os homens podiam votar.
A tradição ditava que patrícios e plebeus deviam ser mantidos separados, ou seja, os
casamento entre as duas classes eram proibidos. Com o tempo, os plebeus ganharam o direito
de eleger seus representantes, chamados tribunos da plebe, e tinham o poder de vetar medidas
aprovadas pelo Senado.
Aos poucos, os plebeus obtiveram ainda mais poder e, eventualmente, puderam ocupar o
cargo de cônsul. Apesar dessas mudanças, os patrícios ainda eram capazes de usar suas riquezas
para comprar o controle e a influência sobre os líderes eleitos.
Ocasionalmente, em uma situação de emergência, o Senado e os cônsules poderiam nomear
um ditador para governar até que a crise fosse resolvida. Esses ditadores tinham todo o poder
para tomar decisões sem qualquer aprovação, e tinham total controle sobre as forças militares.
Uma das inovações da República Romana era a noção de igualdade perante a lei. Em 449
a.C., os líderes do governo reuniram as leis da cidade em 12 tábuas que deveriam ser colocadas
em um lugar público. A Lei das Doze Tábuas, como veio a ser conhecida, foi a primeira lei
escrita da cidade e, embora fossem bastante duras para os padrões atuais, elas garantiam que
todos os cidadãos fossem tratados igualmente.
No que diz respeito à lei e à cidadania, os romanos tomaram uma abordagem única para as
terras que eles conquistaram: ao invés de tratar os moradores dessas cidades como conquistados,
os romanos passavam a considerá-los cidadãos. Essas pessoas recebiam os mesmos direitos legais
que qualquer romano e tornavam-se parte de Roma, ao invés de inimigos que lutariam contra ela.
Diversas estruturas de poder foram criadas durante a república e a maioria continuou a
existir no império, mesmo que com funções alteradas. A alteração mais significativa era que o
imperium agora estava reservado ao imperador. Este atributo era o mais alto poder político, que
incluía o direito de comandar os exércitos, interpretar e aplicar as leis, bem como determinar
sentenças de morte.

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Unidade: O Mundo Romano

Vamos conhecer parte da estrutura de organização romana:


»» O Senado: embora, tecnicamente, fosse um órgão consultivo, na prática, controlava as
finanças públicas, os assuntos externos, os comandantes militares e debatia e aprovava
as leis que seriam submetidas às assembleias para ratificação final.
»» As Assembleias: Eram, teoricamente, compostas por todos os cidadãos romanos. Não
havia debate e os cidadãos eram agrupados para que a contagem de votos fosse facilitada.
O voto de cada grupo era determinado pelo voto da maioria dos indivíduos nesse grupo.

Assembleias

Comitia Comitia Comitia


Curiata Centuriata Tributa

Concillium
Plebis

»» A Comitia Curiata era a mais antiga e suas funções eram basicamente cerimoniais. A
Comitia Centuriata era responsável pela eleição dos cônsules, pretores, censores, e serviu
como tribunal de recursos para os cidadãos condenados à morte, além de ser responsável
pela declaração de guerra.
»» A Comitia Tributa era responsável pela eleição de todos os outros magistrados e votava
as leis com um simples sim ou não. Um subgrupo desta assembleia era o Concilium Plebis,
que reunia apenas plebeus. Este conjunto plebeu era responsável pela eleição do tribunos da
plebe. Após 287 a.C., as medidas aprovadas pelo Concilium Plebis tinham a força de leis para
todo o Estado.
»» Os Magistrados: eram os responsáveis pela administração da cidade.

2
Consules

8
Pretores

2
Censores

4
Aediles

10
Tribunos

20
Questores

10
Os cônsules eram os magistrados que presidiam o Senado e as assembleias, aplicavam a
legislação, comandavam as campanhas militares e representavam Roma em assuntos externos.
Os cônsules podiam nomear ou servirem como ditadores por até 6 meses em momentos de
emergência. Quando seus mandatos terminavam, os cônsules normalmente eram mandados
para as províncias como proconsul.
Os pretores eram basicamente juízes, mas podiam convocar o Senado e as assembleias.
Quando o mandato dos pretores terminava, podiam ser mandados para as províncias como
parte da administração local. Já os aediles supervisionavam os locais públicos, jogos públicos
e a oferta de grãos na cidade de Roma.
Os tribunos tinham que ser plebeus, porque o cargo foi criado para proteger os plebeus de
ações arbitrárias de magistrados. Eles poderiam vetar o ato de qualquer magistrado e impedir
qualquer ato oficial de administração, além de poderem convocar o Senado e as assembleias e
propor novas leis.
Por fim, havia os questores que administravam as finanças do Estado e participavam da
administração das províncias.

As Guerras Púnicas
No início da República, os romanos estavam constantemente em conflitos e guerras com
seus vizinhos.
O mais importante desses conflitos foi o que envolveu a cidade de Cartago e tinha por objetivo
controlar o comércio no Mar Mediterrâneo. Ele ficou conhecido como as Guerras Púnicas.
Fundada pelos fenícios, Cartago estava localizada em uma colina perto do Golfo de Tunis e
era a cidade mais importante da civilização fenícia na África.
Cartago teve um papel central na Antiguidade como um grande centro comercial.

Fonte: Christian Manhart/UNESCO

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Unidade: O Mundo Romano

Explore
Veja o vídeo da UNESCO sobre Cartago (em inglês):
http://whc.unesco.org/en/list/37/video

Durante as Guerras Púnicas, os cartaginenses ocuparam os territórios


que pertenciam à Roma, mas, em 146 a.C., os romanos destruíram
sua rival. A cidade foi reconstruída pelos romanos sobre as ruínas da
cidade cartaginense.
No segundo conflito, Aníbal Barca invadiu a Itália, liderando um
exército com seus famosos elefantes através dos Alpes. Depois de ocupar e
devastar a Itália por mais de uma década, Aníbal foi finalmente derrotado
pelo general romano Cipião na batalha de Zama, em 202 a.C.
Na Terceira Guerra Púnica, Roma decidiu destruir a ameaça
cartaginense de uma vez por todas. Depois de um cerco de vários anos,
os romanos queimaram a cidade e, segundo a lenda, jogaram sal no
Phaidon Verlag / Wikimedia Commons solo para que nada voltasse a crescer no lugar.

O Império Romano

Muito antes de Júlio César tornar-se ditador, entre 47 Busto de Júlio Cesar
e 44 a.C., a República Romana havia entrado em um rápido
declínio. Os ricos tinham-se tornado mais ricos e mais poderosos,
como resultado de muitos sucessos militares de Roma. Enquanto
isso, a vida para o romano pobre estava cada vez mais difícil. As
tentativas de reformar a situação, como as propostas dos irmãos
Tibério e Caio Graco, foram recebidas com forte oposição,
inclusive levando ambos à morte.
Uma nova prática então foi desenvolvida entre os soldados, eles
passaram a receber pagamentos em ouro e terra. A partir daí, já não
lutavam para o bem da República, mas por recompensas tangíveis
e, aos poucos, tornaram-se mais leais aos generais que poderiam
pagá-los do que à República em si. Foi neste ambiente de mudança
que líderes militares, como Júlio César, assumiram o controle da
opinião pública.
Júlio César nasceu em uma família patrícia e, segundo o que é Andreas Wahra / Wikimedia Commons

descrito, era muito inteligente, um excelente orador, possuía um agudo senso de humor, charme
e personalidade. Todas essas características combinadas ajudaram a fazer dele um político hábil.
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Além disso, César era um grande líder militar e, por causa de campanhas bem-sucedidas que
empreendeu, ganhou amplo apoio e popularidade entre as pessoas comuns. César também
manteve a lealdade eterna de seus soldados, o que lhe garantiu o poderio militar necessário
para tomar o poder.
Júlio César começou sua ascensão ao poder em 60 a.C., forjando uma aliança com outro
general, Pompeu, e um patrício, Crasso. Juntos, esses três homens assumiram o controle da
República Romana, e César assumiu o cargo de cônsul – trata-se do Primeiro Triunvirato.
Ao longo do tempo, no entanto, o triunvirato entrou em crise: Crasso foi morto em batalha,
Pompeu tentou ampliar seu poder, enquanto César lutava na Gália (atual França).
Pompeu e o Senado ordenaram que César regressasse a Roma sem o seu exército; César,
contudo, atravessou o rio Rubicão com o seu exército e desafiou a ordem do Senado. Essa
decisão levou a uma guerra civil, que terminou com a derrota das forças de Pompeu.
Durante seu governo, César promoveu várias reformas, como a fundação de várias colônias
em territórios recém-conquistados. Em 44 a.C., anunciou sua intenção de tornar-se ditador
vitalício. As ações de César ameaçaram acabar com a República de uma vez por todas e,
temendo tal mudança, um grupo de senadores o assassinou. Os senadores conseguiram acabar
com a vida de César, contudo, a República Romana já caminhava para o seu fim, Roma estava
às portas do império.

Busto Augusto César Depois da batalha de Actium, em 31 a.C., Gaius Octavian


Thurinus, sobrinho e herdeiro de Júlio César, tornou-se o primeiro
imperador de Roma e tomou o nome de Augusto César.
Apesar de Júlio César ser muitas vezes apontado como o
primeiro imperador de Roma, ele não foi. Ele nunca utilizou o
título de imperador, mas sim o de ditador – um título adequado ao
cargo de supremo poder militar e político da época. Entretanto, o
Senado voluntariamente concedeu a Augusto o título de imperador,
porque ele tinha destruído os inimigos de Roma e trazido grande
estabilidade a todos.
Augusto governou o Império de 31 a.C. até 14 d.C., quando morreu.
Augusto reformou as leis da cidade e, por extensão, do Império.
Garantiu as fronteiras de Roma, iniciando vastos projetos de
construções, realizadas em grande parte pelo General Marcos
Agripa, que construiu o primeiro Panteão. A Pax Romana, também
Fonte: mfa.org
conhecida como a Pax Augusta, foi um período de paz e prosperidade
até então desconhecida e que durou mais de 200 anos. Augusto costumava dizer: “Eis que
encontrei Roma de barro e deixo-a de mármore para vocês” – e ele tinha razão.
Após a morte de Augusto, o poder passou para o seu herdeiro, Tibério, que continuou
muitas das políticas de Augusto, mas lhe faltava a capacidade política e administrativa. Aliás, a
continuidade das políticas de Augusto pode ser vista nos governos dos demais imperadores da
dinastia Júlio-Claudiana: Calígula, Cláudio e Nero.

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Unidade: O Mundo Romano

Embora Calígula tenha se tornado conhecido por sua aparente insanidade, o início de seu
governo foi marcado pela reafirmação das políticas tradicionais – como aconteceu com seu
sucessor, Cláudio, que ampliou o poder de Roma na Grã-Bretanha. O mesmo pode ser dito
do governo de Nero, que durante alguns anos governou de forma eficiente. Calígula e Cláudio
foram assassinados, o primeiro por ordem da guarda pretoriana e o segundo, aparentemente,
por sua esposa. O suicídio de Nero terminou com a dinastia Júlio-Claudiana e iniciou o período
de agitação social conhecido como o ano dos quatro imperadores.
Esses quatro governantes eram Galba, Oto, Vitélio e Vespasiano. Após o suicídio de Nero
em 68 d.C., Galba assumiu o cargo e foi assassinado pela Guarda Pretoriana, que não ficou
satisfeita com seu desempenho.
Oto sucedeu Galba e os registros indicam que ele era considerado, de início, um bom
imperador. Mas General Vitélio desejava seu cargo e provocou uma breve guerra civil que
provocou o suicídio de Oto e a ascensão de Vitélio ao trono.
Vitélio mostrou-se inapto para o governo e, com o apoio das legiões, o general Vespasiano marchou
por Roma. Vitélio foi assassinado e Vespasiano tomou o poder, iniciando a dinastia dos Flávios.

Dinastia Julio-Claudiana

Augusto

Tibério

Gaius Germanicus - Calígula

Caludio

Nero

Galba, Oto e Vitelio

Vespasiano fundou a dinastia dos Flávios, que foi caracterizada por grandes projetos de
construção, prosperidade econômica e expansão do Império. Vespasiano governou de 69 a 79
d.C. e, nesse período, iniciou a construção do Anfiteatro Flaviano, o famoso Coliseu de Roma,
que seria completado por seu filho, Tito.
Durante o governo de Tito, aconteceu a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., que destruiu
as cidades de Pompeia e Herculano.

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Pompeia

Fonte: taionara.blogspot.com.br

Explore
Visite o site oficial da Superintendência Especial para o Patrimônio Arqueológico de
Nápoles e Pompeia, que é responsável pela preservação dessas cidades.
• http://www.pompeiisites.org/index.jsp?idProgetto=2 (em italiano ou inglês)

Veja, também, o vídeo produzido pela UNESCO sobre o tema:


• http://whc.unesco.org/en/list/829/video (em inglês ou espanhol)

Quando o Vesúvio entrou em erupção, em 24 de agosto de 79 d.C., engoliu essas duas florescentes
cidades romanas, bem como ricas vilas estabelecidas no local. A área tem sido progressivamente
escavada e é acessível ao público desde meados do século XVIII. A vastidão da cidade comercial de
Pompeia contrasta com os restos menores, mas melhor conservados, de Herculano.
Tito morreu em 81 d.C. e foi sucedido por seu irmão, Domiciano, que governou de 81 a 96
d.C. Domiciano ampliou as fronteiras de Roma, reparou os danos causado à cidade pelo grande
incêndio, continuou os projetos de construção iniciadas por seu irmão e melhorou a economia do
império. Mesmo assim, ele entrou em conflito com o Senado romano e foi assassinado em 96 d.C.

Dinastia dos Flavios

Vespasiano

Tito

Domiciano

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Unidade: O Mundo Romano

O sucessor de Domiciano foi o seu conselheiro, Nerva, que fundou a Dinastia Antonina,
que governou Roma de 96 a 192 d.C. Esse período é marcado pelo aumento da prosperidade
devido aos governantes conhecidos como “Os cinco grandes imperadores de Roma”.
Entre 96 e 180 d.C., cinco homens excepcionais levaram o Império Romano ao seu apogeu:
Nerva (96-98), Trajano (98-117), Adriano (117-138), Antonino Pio (138-161) e Marco Aurélio
(161-180). Sob suas lideranças, o Império Romano se tornou mais forte, mais estável e teve
seu tamanho e sua influência ampliados. Lúcio Vero e Cômodo são os dois últimos dessa
dinastia. Verus foi coimperador com Marco Aurélio, até sua morte, em 169 d.C., e parece ter
sido bastante ineficaz. Commodus, filho e sucessor de Aurélio, foi universalmente retratado
como incapaz. Esse foi estrangulado e o governo passou a Pertinax.

Dinastia Antonina

Nerva

Trajano

Adriano

Antonino Pio

Marco Aurélio

Lúcio Vero

Comodo

Pertinax governou por apenas três meses, sendo assassinado por sua própria guarda. Ele
foi sucedido por mais quatro imperadores, no chamado “Ano dos Cinco Imperadores”, que
culminou com a ascensão de Septimus Severus ao poder.
Severus governou Roma 193-211 d.C. e fundou a Dinastia Severa, ele derrotou os partos,
e expandiu o império. Suas campanhas na África e na Grã-Bretanha foram extensas e caras,
contribuindo para as dificuldades financeiras posteriores de Roma. Ele foi sucedido por seus
filhos, Caracalla e Geta.

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Caracalla governou até 217 d.C., quando foi assassinado por sua guarda. Foi sob o reinado
de Caracalla que a cidadania romana foi expandida para incluir todos os homens livres dentro
do Império.
Essa lei provavelmente foi promulgada como um meio de aumentar a arrecadação de
impostos, pois todo o cidadão era obrigado a contribuir.
A dinastia Severa continuou, em grande parte, sob a orientação e manipulação de Julia
Maesa, tia de Caracalla, até que o assassinato de Alexandre Severo em 235 d.C., mergulhou o
império no caos. Este período, também conhecido como a crise imperial, foi caracterizado por
uma guerra civil constante, como vários líderes militares lutando pelo poder.

Dinastia Severa

Septimus Severus

Caracala

Geta

Heliogabalo

Alexandre Severus

O império foi reunificado por Diocleciano, que governou de 284 a 305 d.C. e estabeleceu
a Tetrarquia, divisão do império em que quatro regiões administrativas mantinham a ordem
em todo o império. Após a morte de Diocleciano, em 311 d.C., Constantino e Maxêncio
mergulharam o Império novamente em uma guerra civil.
Em 312 d.C., Constantino derrotou Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvia e reunificou
o Império. Acreditando que Cristo tinha sido o responsável por sua vitória, Constantino se
converteu ao cristianismo e deu início a uma série de leis – como a do Edito de Milão (317 d.C.),
que determinou a tolerância religiosa em todo o império e, especificamente, ao cristianismo. Da
mesma forma que imperadores romanos anteriores tinham reivindicado uma relação especial
com uma divindade, como forma de ampliar sua autoridade, Constantino escolheu a figura de
Jesus Cristo para tal.
Constantino estabilizou o Império, fortaleceu a moeda e reformou o exército, bem como
fundou uma nova cidade que foi batizada de Constantinopla.

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Unidade: O Mundo Romano

Teodósio I (379-395 d.C.) ampliou a reforma religiosa


de Constantino e proibiu o culto pagão em todo o
Império, convertendo os templos pagãos em igrejas
cristãs. Muitas de suas reformas eram impopulares,
tanto para a aristocracia romana quanto para as pessoas
comuns que se mantinham apegadas aos valores
tradicionais de prática pagã.
O Império Romano do Ocidente terminou
oficialmente em 4 de setembro de 476 d.C., quando
o imperador Romulus Augustus foi deposto pelo rei
germânico Odoacro. O Império Romano do Oriente
continuou como o Império Bizantino até 1453, quando
a cidade de Constantinopla caiu sob o domínio turco.

Organização Social
Roma era uma sociedade altamente hierárquica, mas
havia a possibilidade de mobilidade entre a maioria das
classes, pois já no segundo século a posição social não
era definida unicamente pelo nascimento.
As classes descritas abaixo substituíram a antiga
Joseph-Noël Sylvestre (1847–1926)/Wikimedia Commons
distinção entre patrícios e plebeus, ainda que certas
posições religiosas e rituais fossem reservados para os patrícios. Havia um grande abismo entre
as classes ricas e as classes mais pobres e, mesmo que a ascensão fosse possível, era muito difícil
adquirir riqueza suficiente para tal.

As classes ricas
A classe senatorial era reconhecida por sua ação política. Este grupo incluiu todos os
homens que pertenciam ao Senado e, por extensão, suas famílias. Essa classe foi dominada por
famílias cujos antepassados incluíam, pelo menos, um cônsul. Senadores tinham que provar
possuir propriedades no valor de pelo menos um milhão de sestércios. Não havia salário para
servir no Senado e os senadores eram proibidos de se envolverem pessoalmente em atividades
não agrícolas, ofícios ou contratos públicos.

civilization.org.uk

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Os homens da classe senatorial usavam a túnica com listras largas, os laticlavi.
A classe dos equestres era definida por seu poder econômico. Um homem poderia ser
formalmente inscrito na ordem equestre se ele provasse que possuía uma renda de pelo menos
400 mil sestércios e, por extensão, seus familiares também seriam considerados equestres. No
entanto, se um cavaleiro fosse eleito para a magistratura ou entrasse para o Senado, passava
a pertencer à classe senatorial. Os equestres estavam envolvidos principalmente em negócios
proibidos aos senadores e usavam uma túnica com listras estreitas, as angusti clavi.
Os romanos aceitavam que as mulheres, que não eram consideradas membros ativos da
sociedade, pertencessem à classe social de seus pais e depois à de seu marido, contudo, nenhuma
vestimenta especial marcava sua condição social, como os laticlavi ou os angusti clavi.
Pertencer a uma dessas classes garantia inúmeras vantagens, além de prestígio. Além disso,
existiam diversas oportunidades econômicas e políticas, bem como direitos e benefícios.
O banquete Romano de Roberto Bompiani – 1890 – Museu J.P Getty

Fonte: getty.edu

Roma não tinha nada comparável à nossa classe média, o abismo entre essas duas classes altas
e as classes mais baixas era imenso. No entanto, desde que você fosse um cidadão romano e livre,
havia uma pequena possibilidade de se mudar para a classe equestre através da aquisição de
riquezas. A entrada na classe senatorial, mesmo para cavaleiros ricos, era extremamente difícil, uma
vez que durante séculos um pequeno número de famílias da elite tinha monopolizado esta classe.

As classes pobres
Os plebeus eram o grupo que abrangia todos os cidadãos romanos nascidos livres e que
tinham o direito de contratar um casamento legal com outro cidadão romano e gerar filhos
legítimos que também seriam cidadãos.
Os latinos eram os indivíduos nascidos livres na Itália e em alguns municípios romanos, eles
tinham alguns direitos legais, mas não eram cidadãos romanos plenos. Essa situação foi alterada
em 89 a.C., quando a cidadania plena foi concedida a estes indivíduos.

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Unidade: O Mundo Romano

Eram considerados estrangeiros todos os homens e mulheres que eram nascidos e viviam em
territórios romanos, e eram livres. Em 212 d.C., a cidadania romana foi concedida a todas as
pessoas nascidas livres.
O grupo dos libertos era formado por homens e mulheres que tinham sido escravos, mas
haviam comprado sua liberdade ou foram alforriados. Eles tinham várias restrições aos seus
direitos e mantinham uma série de deveres com os seus antigos senhores, que se tornavam
seus patronos. Tratava-se de uma classe da qual não era possível progredir, contudo, a próxima
geração, os filhos nascidos livres, tornavam-se cidadãos com pleno direito, isto é, membros da
comunidade – esses filhos nascidos livres poderiam até mesmo se tornar equestres, caso fossem
ricos o suficiente.
Libertos tinham baixo status social e, provavelmente, eram bastante pobres, mas era possível
para eles alcançar algum sucesso econômico através do comércio, alguns podiam até enriquecer.
Mosaico mostrando atividades de escravos – Tunísia.

Fonte: Pascal Radigue/Wikimedia Commons

Os escravos eram indivíduos que nasciam escravos ou eram vendidos como escravos por
meio da guerra ou da pirataria.
Os escravos eram propriedade de seus donos, contudo, de acordo com o costume, podiam
manter suas próprias poupanças, o pecúlio. A escravidão romana não era baseada na raça e
os escravos não tinham nenhuma distinção especial no vestir.
As mulheres e as crianças eram consideradas membros da classe social de seus pais; exceto
no caso dos libertos, uma vez que apenas a primeira geração era considerada parte desse grupo.
Se os pais eram cidadãos romanos e tinham contraído um casamento romano legal, as crianças
seguiam o status social de seu pai, ou seja, eles eram cidadãos romanos. No entanto, no caso
dos latinos, estrangeiros e escravos, as crianças tomavam o status social de sua mãe, mesmo que
o seu pai fosse um cidadão romano nascido livre.
A exibição pública de status foi uma característica central da sociedade romana. Não era
suficiente pertencer a uma das classes, era necessário tornar esse fato público e conhecido – daí
a importância das roupas para as classes mais altas.

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Outro elemento importante para demonstrar status era a relação entre o patrono e o cliente.
A maior parte dos aspectos da vida romana foi afetada pelo sistema generalizado de patrocínio,
com base no qual se reconhecia publicamente a desigualdade entre o patrono e o cliente.

O cliente contava com o patrono para a resolução de suas necessidades cotidianas – como
dinheiro ou alimentos –, e o patrono, por sua vez, ampliava seu reconhecimento social pela
ampliação do número de clientes sob seu cuidado.

A vida cotidiana
Para os romanos ricos, a vida era boa. Eles moravam em belas casas – muitas vezes nas
colinas, longe do barulho e do mau cheiro. Eles tinham um estilo de vida extravagante, cercado
por servos e escravos que atendiam todos os seus desejos.

Os romanos mais pobres, no entanto, só podiam sonhar com uma vida assim. Morando na
cidade, eles viviam em casas miseráveis e podiam ser despejados a qualquer momento.

Tanto pobres quanto ricos desfrutavam dos grandes eventos de entretenimento da época: as
corridas de bigas, as apresentações de gladiadores e de outros jogos.

Apesar de levarem uma vida muito diferente, em qualquer vida familiar romana, o chefe
era o homem. Embora sua esposa cuidasse da casa, era ele que controlava todos os aspectos
cotidianos. O chefe da vida familiar romana era o homem mais velho vivo, chamado de
paterfamilias (pai de família). Ele cuidava dos negócios da família e da propriedade e era
responsável por todos os ritos religiosos ligados às divindades familiares. O paterfamilias tinha
domínio absoluto sobre a sua casa e seus filhos e, portanto, tinha o direito legal de renegar esses
filhos, vendê-los como escravos ou até mesmo matá-los.

Somente o paterfamilias poderia possuir propriedades e, independentemente da idade de


seus filhos, eles só recebiam um subsídio, ou peliculum, para gerir as suas próprias famílias.

Os meninos eram muito importantes para as famílias romanas, porque representavam a


continuidade do nome da família. Se um homem não tivesse filhos, ele poderia adotar um –
muitas vezes um sobrinho – para se certificar de que a linhagem da família não morreria.

As mulheres romanas geralmente casavam em seus primeiros anos de adolescência; para os


homens, o costume ditava que o casamento acontecesse por volta dos vinte e poucos anos. Como
resultado, a materfamilias (mãe da família) era geralmente muito mais jovem que o marido.

Deve-se destacar que as mulheres romanas não exerciam poder formal, mas tinham influência
dentro de seu grupo familiar. Admite-se que a materfamilias era responsável pela gestão dos
agregados e, nas classes mais ricas, seu apoio era fundamental para o avanço da carreira do
marido. O casamento era um acordo entre famílias, que levava em condição a ampliação da
riqueza e do status da família.

A influência das mulheres, contudo, deve ser relativizada. Um exemplo concreto deste limite
está no fato de caber ao pater decidir se queria ou não manter as crianças recém-nascidas.

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Unidade: O Mundo Romano

Família romana Museu de Ara Pacis.

Fonte: avekrenides.blogspot.com.br

Após o nascimento, a parteira colocava o bebê no chão e somente se o paterfamilias pegasse


o bebê no colo, ele era formalmente aceito na família.
Caso isso não acontecesse, a criança era exposta, ou seja, era abandonada e exposta em
lugares específicos onde poderia ser escolhida para ser criada como escravo.
Mesmo para os bebês aceitos pelo paterfamilias o início da vida era bem difícil, pois cerca de
25% dos bebês não sobreviviam ao primeiro ano e aproximadamente metade de todas as
crianças morriam antes dos dez anos de idade.
Os vestígios da grande Roma Antiga são grandiosos, como o Coliseu e as Termas de Caracala,
no entanto, esses grandes prédios eram cercados por construções precárias, cheias de pessoas
comuns, cuja vida era marcada por trabalho duro e pouco conforto.
Modelo de Insulae
A maioria dos cidadãos romanos viviam em construções
chamadas de insulae.
Estes pequenos prédios eram geralmente destinados a
habitações de aluguel. Neles, além de quartos, existiam lojas de
rua da frente e oficinas, cujos proprietários podiam viver na parte
de cima ou atrás da área de trabalho.
Os insulae eram geralmente mal construídos e poucos
tinham água corrente, saneamento ou aquecimento.
Como dito, a vida era muito diferente para as classes mais
altas. Romanos mais ricos – incluindo aqueles que viviam
no campo – viviam em casas chamadas domus, uma casa
construída em torno de um pátio aberto ou de um átrio.
O átrio funcionava como sala de estar e em torno dele
ficavam a cozinha, o banheiro, os quartos e a sala de jantar.
Os quartos e os móveis refletiam a riqueza da família e,
para alguns, eram incrivelmente luxuosos. Os romanos ricos
Fonte: historia7-penedono.blogspot.com.br podiam ter uma banheira ou biblioteca privada.

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Fonte: catedu.es

1. Implúvio – tanque para recolher água da chuva


2. Atrium – sala de estar utilizada para recepção
3. Taberna – loja que podia vender bebida e comida
4. Peristylium – pátio com jardim
5. Triclinio – sala de jantar
6. Cozinha
7. Tablinium – sala que ficava no fundo do átrio e que funcionava como um escritório e
local para guardar registros da família e imagens dos ancestrais
8. Quartos para vários usos

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Unidade: O Mundo Romano

A maior parte dos cidadãos romanos obedecia ao mesmo tipo de ritual no que diz respeito às
refeições. O café da manhã e o almoço eram refeições leves, muitas vezes divididas com colegas
ou amigos nos cafés ou nas tabernas.
Taberna – Pompéia

Fonte: italyheaven.co.uk

O jantar era a refeição mais importante do dia, deveria ser dividido com a família e, logicamente,
a qualidade e o tipo da comida a ser servida variava de acordo com a posição social.
O jantar das famílias ricas, normalmente, era dividido em três partes: os aperitivos, ou
Gustatio, que incluíam ovos, mariscos ou vegetais; as entradas, chamadas de mensa prima,
normalmente formada de algum legume cozido e de carne; por fim, a sobremesa, ou mensa
secunda, composta de doces, como frutas ou bolos. Para a maioria dos romanos, no entanto, o
jantar era muito mais simples e as famílias mais pobres, normalmente, comiam uma espécie de
mingau e pão.
Embora o menu variasse de acordo com a renda familiar, o jantar era uma parte integrante
do modo de ser romano e uma das tradições observadas no dia a dia.
Termas de Caracala - Roma.

Fonte: italyheaven.co.uk

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Geralmente, os romanos terminavam suas atividades no meio da tarde e seguiam para
os banhos públicos. Nesses espaços, os homens e as mulheres de todas as classes sociais
partilhavam o ritual dos banhos diários.
Os complexos de banho eram conhecidos como Thermae. Esses lugares incluíam áreas ao ar
livre para exercícios e esportes e, também, barracas de comida e atendentes que ofereciam todo
tipo de serviço – estes pagos pelo interessado, já que o acesso aos banhos era gratuito.
No interior do Thermae, encontrava-se uma série de salas aquecidas e de piscinas. O sistema
de aquecimento utilizado era formado por fornos escondidos sob os pisos elevados dos banhos
e permitia que o vapor resultante fosse canalizado através de câmaras especiais, sob o piso e nas
paredes, o que tornava o ambiente muito agradável.
Os gladiadores – Mosaico de Zilten – Museu Arqueológico de Tripoli

Fonte: Wikimedia Commons

A violência ritualizada representada pelos jogos foi o entretenimento favorito dos romanos por
séculos. Essa prática começou como um antigo ritual funerário etrusco – quando um chefe tribal
morria, seus guerreiros organizavam um sacrifício sangrento – que foi alterado pela nobreza,
transformando-se em espetáculos públicos.
Os jogos ocorreriam em anfiteatros e as lutas entre os Gladiadores eram o principal
confronto da arena.
As corridas de bigas, que aconteciam em locais como o Circus Maximus, eram, também,
muito populares.
O Circus Maximus era um enorme estádio oval que, acomodava cerca de 200.000 espectadores
Circus Maximus - Roma

Fonte: Petar Miloševic/Wikimedia Commons

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Unidade: O Mundo Romano

Modelo do Circus Maximus

Fonte: wikimapia.org

As bigas formavam quatro equipes principais: vermelha, branca, azul e verde. Cada equipe tinha
seus próprios olheiros que procuravam por pilotos talentosos e cavalos de qualidade. Além disso,
as equipes atraiam multidões de fãs, que se organizavam para apoiar seu time e para vaiar o rival.
O poeta Ovídio, no livro A Arte do Amor, aponta as “vantagens” das corridas para os apaixonados:
[...] você não deve negligenciar as corridas de cavalos, muitas oportunidades
esperam por você no espaçoso Circus. Ninguém vai impedi-lo de se sentar ao
lado de sua bela, lado a lado, o mais próximo que puder; nada o impede [...].
Lembre-se de perguntar para quais cavalos ela está torcendo e de concordar
com a escolha dela.2

Religião
Romanos também tinham um conjunto de deuses públicos, como Júpiter e Marte, e o culto
era bastante formal: os sacerdotes faziam os rituais aos deuses em nome de todos os cidadãos
de Roma. O objetivo era garantir a bênção dos deuses e, assim, obter prosperidade para si, para
suas famílias e comunidades.
Muitos Imperadores compreendiam a importância central da religião no cotidiano da cidade
e, como Augusto, auto nomeavam-se Pontifex Maximus, para alinhar sua imagem a dos deuses.
Ao contrário da maioria das religiões modernas, a religião romana envolvia, basicamente, a
questão da observância dos cultos.
2 Disponível em: http://www.mariamilani.com/ancient_rome/Ancient_Roman_Chariot_Races.htm. Acesso em 13 de nov. de 14

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A aprovação dos deuses não dependia do comportamento das pessoas, mas dos cuidados
com os rituais. Cada deus precisava de uma imagem – geralmente uma estátua ou relevo em
pedra ou bronze – e de um altar ou templo em que se fizesse os sacrifícios e as orações.
Os mais importantes deuses cívicos eram: Júpiter (protetor do Estado), Juno (protetora das
mulheres), Minerva (deusa do artesanato e da sabedoria), Marte (deus da guerra), Mercúrio
(deus do comércio e mensageiro dos deuses) e Baco (deus das uvas e da produção de vinho).

Altar doméstico – Casa de Vettii em Pompeia.

Fonte: Wikimedia Commons

Cada família romana honrava seus antepassados e outras forças sobrenaturais, de acordo
com suas crenças particulares. O paterfamilias era considerado o sumo sacerdote de sua própria
religião doméstica, visto que ele era responsável por todos os ritos para honrar os antepassados.
A residência do paterfamilias era considerada o templo dos deuses domésticos e, por isso, a
casa também era sagrada. O fogo em que os alimentos eram cozidos e que aquecia a casa era
considerado uma das manifestações da deusa Vestia.
Cada família pertencia a um clã, e esses clãs tinham divindades de proteção especiais e
ritos próprios, por exemplo: o clã dos Julios honrava Vênus e Apolo; o clã Claudios honrava
Hércules. As famílias mais ricas de cada clã eram responsáveis pela manutenção dos santuários
de seus protetores e pelos ritos que eram realizados em nome de todo o clã.

Aqueduto de Segóvia

Fonte: Manuel González Olaechea/Wikimedia Commons


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Unidade: O Mundo Romano

A arquitetura
• Aquedutos e pontes - Estas estruturas eram imensas e garantiam a circulação de água
e de pessoas por todo o Império. O mais antigo dos aquedutos de Roma foi Aqua Appia,
provavelmente construído em 312 a.C.
O aqueduto romano de Segóvia, construído provavelmente em 50 d.C., é um bom
exemplo desse tipo de construção. Ele está bem preservado e transportava água do rio
Fuente Fría, que fica em uma região de montanha a cerca de 17 km da cidade, numa região
conhecida como La Acebeda.

Explore
Veja o vídeo da UNESCO sobre o aqueduto:
http://whc.unesco.org/en/list/311/video (em inglês)

• Basílicas - A basílica foi concebida pelos romanos como um lugar coberto onde se podia
realizar qualquer grande encontro, contudo o uso mais comum era para julgamentos. Elas
eram, geralmente, construídas ao lado do fórum ou do mercado da cidade. Um exemplo
típico é a Basílica Severa, construída aproximadamente em 216 d.C., em Léptis Magna,
na atual Líbia.

Basílica Severa - Lepis Magna

Fonte: SashaCoachman/Wikimedia Commons

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Explore
Veja o vídeo da UNESCO sobre a cidade e a basílica:
http://whc.unesco.org/en/list/183/video (em inglês)

• Banhos – Os banhos romanos exibiam a imensa capacidade dessa sociedade de


construir utilizando arcos, cúpulas, abóbadas e contrafortes. A maior parte destes
enormes complexos foi construída de forma simétrica ao longo de um único eixo e incluía
piscinas, salas frias e quentes, fontes, bibliotecas, aquecimento de piso e, às vezes, o
aquecimento das paredes através de tubulações de terracota. O exterior desses complexos
era geralmente simples, mas por dentro eles eram suntuosos, com o uso abundante de
colunas, mármore e mosaicos. Um dos melhores exemplos desse tipo de construção são
as Termas de Caracalla, em Roma.

Termas de Caracaracalla

Fonte: Chris 73/Wikimedia Commons

Vista Aérea

Fonte: diariodelviajero.com

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Unidade: O Mundo Romano

• Casas Particulares – As casas romanas ficaram famosas por suas paredes interiores
ricamente decoradas. Um exemplo típico é a Casa de Vettii em Pompeia.

Casa de Vettii

Fonte: utexas.edu

As habitações populares, os insulae, eram construídas em tijolo, concreto e madeira. Às vezes


tinham uma sacada e lojas no térreo do prédio. A maioria delas tinha entre 4 ou 5 andares, mas
existem registros de edifícios com até 8 andares. Alguns dos poucos exemplares sobreviventes
podem ser vistos em Ostia Antica.

Insulae de Ostia Antica

Fonte: Nashvilleneighbor/Wikimedia Commons

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• Templos - Os templos romanos eram uma combinação de elementos etruscos e gregos.
Eles eram construídos sobre uma plataforma elevada, com uma área interna na parte de
trás do edifício e rodeados por colunas. Um exemplo dessa construção é o Maison Carrée
em Nimes, na França.

Maison Carrée - Nimes, França

Fonte: Wikimedia Commons

Os templos eram geralmente retangulares, mas poderiam ter outras formas – circular ou
poligonal –, como o templo de Vênus em Baalbeck.

Templo de Vênus em Baalbeck, no Líbano

Fonte: Wikimedia Commons


Fonte: traianvsnet.blogspot.com.br
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Unidade: O Mundo Romano

O Panteão é o edifício mais bem preservado e, provavelmente, mais conhecido da cidade. Sua
magnífica cúpula é um testemunho duradouro da genialidade dos arquitetos romanos e, como o
edifício está praticamente intacto, oferece uma oportunidade única para o visitante moderno.
O Panteão pode ser considerado o primeiro edifício da arquitetura clássica, no qual o interior é
deliberadamente feito para ofuscar o exterior. A parte circular do edifício, ou rotunda, mede 43,2
m de diâmetro, que é exatamente a altura máxima da abóbada – em si um hemisfério perfeito.
No topo da cúpula há uma abertura para o céu (óculo) que mede 8,8 m de diâmetro e tinha
um friso decorativo de bronze.

Panteão - Roma

Fonte: Jean-Pol GRANDMONT/Wikimedia Commons

• Teatros e Anfiteatros - O teatro romano era inspirado no grego, mas os romanos


acrescentaram um edifício na parte de trás que tinha uma função decorativa, o frons
scaenae, que integrava diferentes níveis de colunas, frontões e estátuas.

Teatro Romano de Bosra

Fonte: Wikimedia Commons

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O anfiteatro completamente fechado era o favorito dos romanos. O mais famoso deles é o
Coliseu, ou Anfiteatro Flaviano. Ele foi construído durante os governos de Vespasiano (69-79
d.C.), Tito (79-81 d.C.) e Domiciano (81-96 d.C.). A arena oval media 87,5m por 54,8m e foi
usada para diversos espetáculos, como os conflitos entre os gladiadores. O teatro foi construído
basicamente com pedra calcária extraída localmente, contudo, em vários locais, encontra-se
também o uso do tijolo e do concreto.
Coliseu - Roma

Fonte: Paolo Costa Baldi/Wikimedia Commons

• Arcos triunfais – O arco triunfal era construído para marcar eventos significativos, como
as vitórias militares. O Arco de Constantino (315 d.C.), em Roma, é, talvez, o último
grande monumento da Roma Imperial.

Arco de Constantino

Fonte: Wikimedia Commons

• Muralhas - A largura das muralhas romanas podia variar enormemente – de 18


centímetros a 6 m de espessura. Elas podiam ser feitas com grandes blocos de pedra,
mas o mais comum foi o uso de tijolo e de pequenas pedras que formavam o núcleo de
mistura do concreto.

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Unidade: O Mundo Romano

A mais famosa dessas muralhas era a Muralha de Adriano, construída entre 122 e 126 d.C. Ela
tinha cerca de 118 quilômetros e foi construída pelas legiões romanas estacionadas na Inglaterra

Muralha de Adriano

Fonte: Wikimedia Commons

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Material Complementar

Site Roman Reborn – recriação 3D da cidade da Roma Antiga (em inglês):


• http://romereborn.frischerconsulting.com
Site do governo italiano sobre Pompeia, Herculano e a tragédia do Vesúvio:
• http://www.pompeiisites.org/index.jsp?idProgetto=2
Documentário – Construindo um Império: Roma.
Documentário sobre o Império Romano produzido pelo History Channel:
• http://youtu.be/liMvesSFM0A
Documentários da série Diálogos sem Fronteira da UNESP.
Romanização – Prof. Renato Pinto:
• http://youtu.be/zLmpCw05v-E?list=UUuZzOiV_7XDkKisvgDBsZTQ
História Antiga e nosso cotidiano - Renata Senna Garraffoni:
• http://youtu.be/buzbrdjJGfc?list=UUuZzOiV_7XDkKisvgDBsZTQ
A atualidade do Império Romano - Greg Wolf:
• http://youtu.be/vqDXHn_56fk?list=UUuZzOiV_7XDkKisvgDBsZTQ
Teatro Romano - Isabella Cardoso:
• http://youtu.be/jiDQpfOHzdQ?list=UUuZzOiV_7XDkKisvgDBsZTQ

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Unidade: O Mundo Romano

Referências

ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 2001.

FUNARI, P. P. A. Roma: Vida Pública e Vida Privada. São Paulo: Atual, 1998.

GIARDINA, A.; ANDREAU, J. O Homem Romano. Lisboa: Presença, 1992.

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Anotações

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