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História Antiga: Mundo

Greco-Romano
Material Teórico
Índia Antiga

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Andrea Borelli

Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Índia Antiga

·· Introdução
·· A civilização do Vale do Indo
·· O período Védico
·· Os impérios da Índia Antiga

· · O objetivo desta unidade é discutir as características das culturas da


Índia Antiga.

Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.

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Unidade: Índia Antiga

Contextualização

Explore
Leia o texto abaixo, publicado em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/arqueologos-
estimam-que-buda-teria-nascido-um-seculo-antes-do-que-se-acreditava

Arqueologia
Arqueólogos estimam que Buda teria nascido um século antes do
que se acreditava
Escavações na área de Lumbini, no Nepal, sob santuário budista,
indicam que o príncipe Siddhartha Gautama teria nascido em 623
antes de Cristo.
Arqueólogos unem esforços para confirmar o ano de nascimento de Buda
que, de acordo com as últimas descobertas, teria ocorrido um século antes
do que se acreditava. No último mês, os cientistas concluíram a primeira fase
das escavações na região de Lumbini, no oeste do Nepal, e descobriram que
Siddhartha Gautama (nome do príncipe antes de atingir a “iluminação”)
poderia ter nascido no ano 623 antes de Cristo.
Em novembro de 2013, a equipe de cientistas britânicos e nepaleses escavou um
santuário budista na área e encontrou estruturas desconhecidas. O lugar parecida ter
abrigado uma árvore – segundo as histórias do nascimento de Buda, sua mãe teria
dado à luz sob os galhos de uma grande árvore ao redor da qual foram construídas
as estruturas que hoje estão sendo escavadas. A datação por radiocarbono indicou
que seriam datadas do século VI antes de Cristo. “No Ocidente se considerava
provado que o ano do nascimento de Buda teria acontecido apenas no século
seguinte”, disse Kosh Prasad Acharya, parte da equipe arqueológica que trabalha
em Lumbini.
História – Todos os anos, centenas de budistas fazem peregrinações religiosas
a Lumbini, conhecido desde o século XIX como o local de nascimento de
Buda. Em 1896, o lugar foi identificado com sendo capital dos domínios do
rei Sudhodhan, pai de Siddhartha Gautama (nome de Buda antes de atingir a
“iluminação”).
No fim do século XX, uma missão japonesa descobriu na área vasilhas
que, para grande parte dos especialistas, confirmou que o local era o berço
de Buda. Em 2010, os trabalhos de escavação na região foram retomados por
Acharya que, no ano passado, levantou as dúvidas sobre o ano de nascimento
de Siddhartha.
(Com Agência EFE)

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Introdução

O povo da Índia antiga vivia em


uma terra de extremos. Existem diversas
paisagens geográficas que apresentam
grandes desafios. O clima pode ser
extremo, com secas violentas e outras
variações trazidas pelas monções, que
também faziam parte da vida nesta
terra. No entanto, grandes civilizações se
desenvolveram e floresceram em meio
a rios, montanhas, planícies e desertos
desse subcontinente. A existência de
vários rios tornava a terra fértil e foi
nas margens do rio Indus, um dos mais
importantes do país, que surgiu a mais
antiga civilização na Índia, conhecida
pelo uso da escrita, a construção de
grandes edifícios e pelo surgimento de
cidades planejadas.

Outro rio importante, na antiga Índia


Fonte: MAGELLAN Geographia
foi o Ganges. Assentamentos, cidades
e vilas existiram nas margens do rio desde tempos pré-históricos. Escavações arqueológicas
descobriram artefatos utilizados por seres humanos, incluindo ferramentas de pedra, o que
sugere uma ocupação precoce da região. Enquanto as civilizações da Mesopotâmia e Egito
têm sido reconhecidas por suas contribuições a humanidade, a Índia tem sido muitas vezes
negligenciada, especialmente no Ocidente, apesar de sua história e cultura tão ricas.

A civilização do Vale do Indo

Entre 2600 a.c e 1700 a.c, um grande número de assentamentos foi construído nas margens
do rio Indus e áreas circundantes. Esses assentamentos cobriam uma região significativa de
quase 1250 quilômetros entre os atuais Afeganistão, Paquistão e Índia.
As cidades da Civilização do Vale do Indo eram bem organizadas e solidamente construídas
em tijolo e pedra. Seus sistemas de drenagem, poços e sistemas de armazenamento de água,
eram um dos mais sofisticados do mundo antigo.
As casas, nessas cidades, tinham um pátio central, uma cozinha/sala de trabalho para a
preparação de alimentos, e pequenos quartos. As atividades domésticas parecem ser centradas
no pátio e, neste aspecto, elas eram semelhantes ao que foi encontrado em escavações em
Roma, Egito, Grécia, e na Mesopotâmia.

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Unidade: Índia Antiga

Eles também desenvolveram sistemas de pesos e comércio, produziram joias e jogos, além de
brinquedos para seus filhos. Ao olhar para as estruturas e objetos que sobrevivem somos capazes
de aprender sobre as pessoas que viveram e trabalharam nessas cidades há muito tempo.
O povo da Civilização do Vale também desenvolveu um sistema de escrita, que foi utilizado
por várias centenas de anos. No entanto, ao contrário de algumas outras civilizações antigas,
ainda não somos capazes de ler o que eles escreveram.
Desse período destacam-se são as grandes cidades de Mohenjo-daro e Harappa ambos
localizados no atual Paquistão.
Mohenjo-daro é a ruína urbana mais antiga e mais
bem preservada no subcontinente indiano e remonta
ao início do terceiro milênio ac. Sabemos que a cidade
exerceu grande influência sobre o desenvolvimento
posterior de urbanização na península indiana. A cidade
floresceu por cerca de 800 anos e, seu planejamento
urbano supera o de muitas outras cidades que surgiram
posteriormente.
Fonte: Pascal Maitre/UNESCO

Mohenjo-daro é uma cidade de enormes proporções e, compreende dois setores: uma área alta
no setor ocidental e, a leste, as ruínas da cidade baixa espalhada ao longo das margens do Indus.
A acrópole, possui prédios altos e grandes muralhas, já a parte baixa da cidade é definida por
regras rígidas, que fornecem evidências de um sistema de planejamento urbano.
A estupa construído sobre uma plataforma massiva de Selo para marcar objetos -
tijolos, é composta pelas ruínas de várias estruturas principais Mohenjo-daro
– o Grande Banho, o Grande Celeiro, o Colégio Quadrado e a
Sala dos Pilares -, bem como uma série de casas particulares. A
extensa cidade baixa é um complexo de casas privadas e prédios
públicos, poços, lojas e edifícios comerciais. Esses edifícios são
dispostos ao longo de ruas que se cruzam entre si em ângulo reto,
de uma forma altamente ordenada. O planejamento da cidade
que também incorporou sistemas de saneamento e drenagem.
Deve-se observar que do vasto complexo de Mohenjo-daro,
apenas cerca de um terço foi devidamente explorado, desde o inicio Fonte: ancientindia.co.uk

das escavações em 1922.

Explore
Você pode explorar as descobertas no sitio de Mohenjo-daro através da apresentação
disponibilizada pelo Museu Britânico, no endereço: http://www.ancientindia.co.uk/
indus/explore/exp_set.html (somente em inglês). Você pode, também, assistir ao
vídeo produzido pela UNESCO sobre a cidade no endereço: http://whc.unesco.org/
en/list/138/video (inglês e espanhol).

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Carroceiro – Harappa
Harappa foi em grande parte destruída no
século 19, quando trabalhadores britânicos
utilizaram os tijolos dos prédios da cidade como
lastro para construção de uma estrada de ferro,
deve-se observar que muitos prédios já haviam
sido desmantelados pelos cidadãos da moderna
vila de Harappa para uso próprio. Por esta razão,
é difícil determinar as dimensões da Harappa
histórica, cabe ressaltar, no entanto, que a
comunidade, na Idade do Bronze, tinha uma
população de cerca de 30.000 pessoas.

Fonte: Miya.m/Wikimedia Commons Em cerca de 1500 a.c, acrum outro grupo,


conhecido como os arianos, migraram para a Índia através da passagem de Khyber, assimilando
a cultura existente.

O período Védico

A influência ariana, segundo alguns estudiosos, deu origem ao que é conhecido como o
período védico na Índia ( entre 1700- 150 a.c), que caracteriza-se por um estilo de vida
pastoral e adesão aos textos religiosos conhecidos como Vedas.
Os Vedas são uma coleção de hinos e outros textos religiosos compostas na Índia entre cerca
de 1500 e 1000 a.c. Eles incluem elementos como material litúrgico, bem como relatos
mitológicos, poemas, orações e fórmulas considerados sagrados pela religião védica.
Entre os mais importantes estão os seguintes livros: o Manuscrito do Rig-veda em alfabeto
Rig-Veda é o texto mais importante da coleção védica; Danagari – século XIX
incluindo 1.028 hinos, dividido em dez livros chamados
mandalas. É um texto difícil, escrito em um estilo muito
obscuro e cheio de metáforas e alusões que são difíceis de
entender para o leitor moderno. A Sama-Veda tem versos
que são do Rig- Veda, mas estão dispostos de uma maneira
diferente, uma vez que são feitos para serem cantados. O
Yajur-Veda é dividido em livro Branco e Preto, contendo
comentários explicativos sobre como executar rituais
religiosos e sacrifícios. O Atharva-Veda contém feitiços e
encantamentos mágicos e tem um estilo mais folclórico .
Em geral, os Vedas têm um viés sacerdotal forte, visto Fonte: Wikimedia Commons
que a classe sacerdotal tinha o monopólio na edição e
transmissão desses textos.

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Unidade: Índia Antiga

Essa sociedade passou a ser dividida em quatro


classes, o conhecido o sistema de castas, que eram
Bramanes constituídos dos Brahmanes (sacerdotes e estudiosos),
os Xatrias (os guerreiros), os Vaixas (agricultores e
Xatrias comerciantes), e o Sudra (trabalhadores). A casta mais
baixa eram os dalits, os intocáveis, que lidavam com
Vaixas carne e todos os tipos de resíduos, embora haja algum
debate sobre se essa classe existia na antiguidade.
Sudras
A princípio, parece que o sistema de castas era apenas
um reflexo da ocupação, mas, com o tempo, tornou-se
Dalits
mais rígido: os indivíduos ficavam restritos a suas castas,
não conseguiam mudar de casta, nem se casar em uma
casta diferente de sua casta de nascimento. Esta alteração foi, provavelmente, um reflexo da
crença na ordem eterna para a vida humana que seria ditada por uma divindade suprema.
As crenças religiosas que caracterizaram o período védico eram muito antigas, contudo, foi durante
esse tempo que elas foram sistematizadas no Hinduismo.
Hinduísmo é uma das principais religiões na Índia há mais de 2000 anos. Os primeiros registros
dos deuses, deusas e crenças hindus foram escritos pela primeira vez por volta do século IV d.c. No
entanto, neste ponto, já havia uma forte tradição oral, que apoiava estas crenças.
Os épicos hindus e mitos nos ajudam a entender a evolução dos deuses e deusas e o desenvolvimento
de crenças que formam a base da religião hindu moderna.
O princípio subjacente ao Hinduismo é que há uma ordem e um propósito para o universo e
para a vida humana e, ao aceitar esta ordem e viver de acordo com ela, o ser humano experimenta
a vida como ela deve ser vivida. Apesar de ser considerada por muitos uma religião politeísta, afinal
possui vários deuses, segundo vários estudiosos, é realmente monoteísta na medida em que há um
somente um Deus, Brahma, que por causa de sua grandeza, não pode ser totalmente apreendido
e somente pode ser parcialmente percebido através dos muitos de seus aspectos que são revelados
nos diferentes deuses do panteão hindu. É Brahma que decreta o fim eterno e mantém o universo
em funcionamento. Essa crença em uma ordem para o universo reflete a estabilidade da sociedade
em que o hinduísmo cresceu e floresceu. Além dos Vedas, outras grandes obras religiosas e literárias
foram produzidas neste período: o Upanishads , os Puranas , o Mahabharata e o Ramayana.
O Upanishads é um conjunto de textos filosóficos escritos em forma de diálogos entre um mestre
e seu aluno e versam sobre o caminho da alma humana em busca de Brahman.
Os Puranas são narrativas nas quais se encontram mitos, lendas, genealogias e sua estrutura
varia significativamente. Alguns são dedicados aos deuses como Shiva ou Vishnu e a mais famoso,
o Bhagavata-purana, que é dedicado a Krishna.

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O Mahabharata é um poema épico que narra a guerra
entre os Pandava e os Karauvas, por um reino no norte da
Índia. O trecho mais famoso, conhecido como Baghavad
Gita, descreve a conversa entre o Deus Krishna e o
príncipe Arjuna, em que o deus afirma que a guerra
faz parte do destino do povo do príncipe e não pode
ser evitada. A batalha termina com a aniquilação de
quase todos os envolvidos, teriam restado apenas cinco
sobreviventes, que perpetuaram a dinastia dos Pandava.

Fonte: Ramanarayanadatta astri/Wikimedia


Commons

O Ramayana conta a história do príncipe Rama de


Ayodhya, cuja esposa Sita é abduzida por um demônio, o
rei de Lanka, Rāvana. Segundo a tradição hindu, Rama é
uma encarnação do deus Vishnu e sua função é demonstrar
o caminho correto para a vida na terra.

Fonte: Wikimedia Commons

No século 6 a.c, os reformadores religiosos Vardhaman Mahavira ( 549-477 a.c) e Siddhartha


Gautama ( 563-483 a.c) se separaram da corrente principal do hinduísmo para, eventualmente,
criarem suas próprias religiões: o jainismo e o budismo.
Siddhartha Gautama nasceu em uma família real. Quando ele era um jovem, suas experiências
com o mundo exterior o levaram a buscar uma maior compreensão da vida e da realização
espiritual.

Através da meditação, Siddhartha atingiu a iluminação e, a partir desse ponto, ficou


conhecido como o Buda, que significa “O Iluminado”. Pelo resto de sua vida, o Buda viajou
grandes distâncias ensinando as pessoas sobre um caminho para a salvação. Após a morte do
Buda, seus alunos continuaram a espalhar seus ensinamentos. O Budismo ofereceu esperança
e acesso a compreensão e satisfação espiritual para as pessoas comum

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Unidade: Índia Antiga

Seus ensinamentos podem ser condensados nas


chamadas “Quatro Nobres Verdades”.
A realidade A primeira das Nobres Verdades afirma que a vida
A realidade
da origem é marcada pelo sofrimento e que não há felicidade
do sofrimento
do sofrimento completa na experiência humana. A segunda das
Nobres Verdades considera que como a experiência
A realidade humana sempre é incompleta, o desejo por felicidade
A realidade
do caminho nos leva a cobiçar e, portanto, o desejo, que é a
da cessação
para a cessação origem do sofrimento.
do sofrimento
do sofrimento
Na terceira, o budismo considera que somente
quando o desejo é completamente erradicado,
atingimos a cessação do sofrimento e, por fim, a
quarta Nobre Verdade, que propõe que o fim do sofrimento é conseguido seguindo o Nobre
Caminho Óctuplo:
··entendimento correto: aceitar os ensinamentos de Buda, depois de conhecê-los e praticá-los;
··intenção correta: cultivar boas atitudes;
··linguagem correta: falar “corretamente”, ou seja: evitar mentiras, fofocas etc.;
··ação correta: comportar-se de forma pacifica;
··modo de vida correto: viver sem causar mal a nada ou ninguém;
··esforço correto: cultivar um estado mental positivo, livrando-se do mal que impede o
avanço a iluminação;
··atenção plena correta: desenvolver a percepção completa do corpo e da mente;
··concentração correta: desenvolver a concentração necessária para ter a percepção
completa sobre o corpo e a mente.
A essência do Jainismo é a preocupação com o bem-
Vardhaman Mahavira estar de todos os seres do universo e com a saúde do
próprio universo.
Os Jainistas acreditam que animais e plantas, assim como
os seres humanos, contêm almas vivas e, cada uma dessas
almas é considerada de igual valor e deve ser tratados
com respeito e compaixão.
Eles acreditam, também, na reencarnação e em atingir
a libertação final - o que significava escapar do ciclo
contínuo de nascimento, morte e renascimento de modo
que a alma imortal viveria para sempre em um estado de
bem-aventurança.
Fonte: Wikimedia Commons A libertação é conseguida através da eliminação de todo
o karma da alma.

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Lugares como, as Cavernas de Ellora são testemunho
da crença nas três grandes religiões, mas ilustram o espírito
de tolerância, característico da Índia antiga, o que permitiu
essas três religiões estabelecerem alguns de seus santuários
e suas comunidades em um único lugar, o que serviu para
reforçar o valor universal das Cavernas.

Você poderá assistir a um vídeo sobre as Cavernas


Ellora produzido pela UNESCO, no endereço:
Fonte: Bruno Poppe/UNESCO
http://whc.unesco.org/en/list/243

Essas mudanças na religião era parte de um padrão mais amplo de convulsão social e cultural
que resultou na formação de cidades-estados e no aumento da urbanização e da riqueza, que
atraiu a atenção de Ciro, governante do Império Persa. Os persas invadiram a Índia em 530
a.c e iniciaram uma campanha de conquista na região. Dez anos mais tarde, sob o reinado de
Dario I, todo o norte da Índia estava firmemente sob controle persa e os habitantes daquela
área estavam sujeitos às leis e aos costumes persas. Uma consequência desta ocupação foi a
assimilação das crenças religiosas persas, que alguns estudiosos, explicam mudanças religiosas
e culturais .

Os impérios da Índia Antiga

Após o domínio de Alexandre Magno, o Império Maurya (322-185 a.c) iniciou sua expansão,
sob o reinado de Chandragupta Maurya (322-298 a.c ), até que, no final do século III a.c, que
governava quase todo o norte da Índia.
O filho de Chandragupta, Bindusara reinou entre 298-272 a.c e estendeu o império por toda a
Índia. Seu filho foi Ashoka , o Grande ( 304-232 a.c), cujo governo representa o auge do império.
Ashoka abraçou os ensinamentos de Buda e iniciou um programa sistemático de defesa do
pensamento e dos princípios budistas. Ele estabeleceu muitos mosteiros e fez grandes doações
às comunidades budistas. Seu apoio fervoroso aos valores budistas eventualmente causou
pressões sobre o seu governo, tanto financeira quanto politicamente e, até mesmo seu neto,
Sampadi, herdeiro do trono, era contrário a suas políticas. Ao final do reinado de Ashoka, o
tesouro real tinha sido reduzido drasticamente devido suas doações regulares as comunidades
budistas e, após sua morte, o império declinou rapidamente e o pais ficou dividido.
Entre os templos construídos por Ashoka, podemos destacar o Templo de Mahabodhi em
Bodh Gaya e os cuidados com Lumbini, a cidade natal de Buda.

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Unidade: Índia Antiga

O primeiro templo do Complexo Mahabodhi foi


construído pelo imperador Asoka no século III a.c.
É um dos mais antigos templos budistas do mundo,
construídos inteiramente em tijolo e que ainda está
intacto. O complexo teve uma influência significativa no
desenvolvimento da arquitetura dos séculos seguintes.

Você poderá assistir aum vídeo sobre o Complexo


Mahabodhi produzido pela UNESCO, no endereço:
http://whc.unesco.org/en/list/1056/video

Fonte: Amos Chapple/UNESCO

Siddhartha Gautama , o Buda, nasceu nos famosos


jardins de Lumbini, que logo se tornou um local de
peregrinação. Entre os peregrinos estava o Imperador
Ashoka, que ergueu pilares comemorativas no local. O
sitio se desenvolveu como umvcentro de peregrinação
budista, que procura destacar os vestígios arqueológicos
associados com o nascimento do Buda.

Você poderá assistir aum vídeo sobre o Lumbini


produzido pela UNESCO, no endereço:
Fonte: Amos Chapple/UNESCO
http://whc.unesco.org/en/list/666

O Império Gupta foi fundado por Sri Gupta, que provavelmente governou entre 240-
280 d.c. Segundo vários estudiosos, Sri Gupta era da casta dos Vaixas e, portanto, sua
ascensão ao poder desafiando o sistema de castas é sem precedentes. Ele lançou as bases
para o governo estável que permitiu que praticamente todos os aspectos da cultura indiana
atingissem seu auge sob o reinado do Gupta. Filosofia, literatura, ciências, matemática,
arquitetura, tecnologia, arte, engenharia, religião e astronomia, entre outras áreas floresceram
durante esse período, resultando em algumas das maiores das realizações humanas.
Os Gupta defenderam e propagaram budismo como a crença nacional e esta é a razão
para grande quantidade de obras de arte budistas em sítios como como Ajanta e nos templos
budistas nas Cavernas de Ellora.

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Os primeiros monumentos da caverna budistas em
Ajanta datam 200 a.c, mas, durante o período de Gupta
muitas cavernas, ricamente decoradas foram adicionadas
ao grupo original e, as pinturas e esculturas de Ajanta
tiveram uma influência artística considerável.
As Grutas de Ajanta são geralmente decoradas com
figuras pintadas ou esculpidas que demonstram equilíbrio
clássico e leveza refinada na decoração, com destaque a
beleza das figuras femininas.

Você poderá assistir a um vídeo sobre o Cavernas de


Ajanta produzido pela UNESCO, no endereço:
http://whc.unesco.org/en/list/242

Fonte: Bruno Poppe/UNESCO

O império Gupta diminuiu lentamente sob uma sucessão de governantes fracos até que ele
entrou em colapso por volta de 550 d.c.

Vamos conhecer algumas das divindades hindus!

Agni
É o deus do fogo. Ele é mostrado como um homem com
pele vermelha, três cabeças de fogo, sete línguas, sete
braços e três pernas.
Agni é o mensageiro dos deuses e sempre diz a verdade

Fonte: Wikimedia Commons

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Unidade: Índia Antiga

Brahma
É o criador do Universo e o deus da sabedoria, além de
ser um dos três deuses hindus mais importantes .
Brahma é mostrado como um homem de pele vermelha,
trajando vestes brancas e montado sobre um ganso ou um
cisne. Ele tem quatro braços nos quais carrega os Vedas, e
uma combinação dos seguintes elementos: um cetro, uma
colher, um colar de contas, um arco e uma jarra de água.

Fonte: Wikimedia Commons

Ashwins
São os deuses gêmeos da manhã. Eles são cavaleiros, conhecidos por sua boa vontade para
com os seres humanos, além de serem também os médicos dos deuses.

Dyaus
É o deus do céu e da fertilidade. Dyaus é representado como um touro e tinha três filhos com
a deusa Prithvi. Sua filha Ushas era a deusa do amanhecer e seus dois filhos eram Agni, o deus
do fogo, e Indra, o deus do trovão.

Ganesha
É o deus da sabedoria e conhecido por sua habilidade
como escriba. Ganesha é invocado no início de qualquer
projeto ou viagem, e antes de um livro ser escrito. Ganesha
tem a cabeça de um elefante e o corpo de um ser humano,
com quatro braços.

Fonte: Wikimedia Commons

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Indra
Indra é o rei dos deuses e do trovão. Ele é representado
como um homem com a pele dourada.
Incialmente, Indra era mostrado em uma carruagem
puxada por dois cavalos. Ele carregava um raio em sua mão
direita. Nas representações mais recentes, ele é mostrado
andando em um elefante branco chamado Airavarta.
Como o deus da tempestade e deus da fertilidade, ele é
responsável por trazer chuva para as planícies. Indra é,
também, responsável por regular os céus, dias, meses e
Fonte: Wikimedia Commons
estações do ano.

Lakshmi
É a deusa da riqueza, da generosidade e da boa sorte.
Lakshmi é representada como uma mulher dourada,
com quatro braços. Ela é geralmente mostrada sentada
ou em pé sobre uma flor de lótus Lakshm e é a esposa
do deus Vishnu.

Fonte: Wikimedia Commons

Maruts

São espíritos das tempestades e trovões. Eles são homens jovens que usam capacetes,
couraças e pulseiras de ouro. Os Maruts também usam peles de animais sobre os seus ombros
e andam em um carro com rodas de ouro, que é puxado por três veados.

Prithvi
É a deusa da terra e da fertilidade. Prithvi é representada como uma vaca e tem três filhos
com o deus Dyaus .

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Unidade: Índia Antiga

Rudra
É o deus do gado e animais selvagens. Ele às vezes
aparece como um homem montado em um javali. No
entanto, como o senhor do gado, ele é mostrado também,
como um touro. Rudra é também um curandeiro.

Fonte: Wikimedia Commons

Shiva e sua esposa


Shiva
É o deus que destrói o mundo quando se está em um
estado de caos e impiedade. Ele também é o senhor dos
animais e esta associado à meditação. Shiva usa uma
cobra enrolada em volta do pescoço e cabelo. Ele segura
um tridente na mão e senta-se na pele de um cervo em
uma posição de yoga.
Fonte: Wikimedia Commons

Surya
É o deus sol. Ele é mostrado com cabelo dourado e vários
braços. Surya tem uma carruagem de ouro puxada por
sete cavalos ou por um cavalo com sete cabeças. Surya
controla as águas e os ventos da Terra.

Fonte: Wikimedia Commons

Ushas
É a deusa do amanhecer. Ela veste uma túnica vermelha e um véu dourado e é representada
em uma carruagem brilhante conduzida por sete vacas.

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Varuna
É considerado o criador do universo. Um dos atos mais importantes da Varuna foi dividir os
“três mundos”; a terra, o céu e o ar entre a terra e os céus. Varuna traz a chuva para a terra o
que permite o fluxo de rios. Ele vive em um palácio de ouro no céu, que tem mil colunas e mil
portas.

Vayu
É o deus do ar e do vento. Ele cavalga em uma carruagem
puxada por veados. Vayu é visto como o deus que trouxe
vida a todos os deuses e seres humanos.

Fonte: Wikimedia Commons

Vayu
Vishnu - Tornou um dos principais deuses hindus, sendo
representado como um homem com quatro braços
montando em um pássaro mítico ou descansando em
uma serpente. Em suas quatro mãos, Vishnu tem uma
concha, um disco, um lótus e uma maçã.
De tempos em tempos, Vishnu desce a terra para restaurar
o equilíbrio do bem e do mal no mundo. Pensa-se que
ele desceu nove vezes já. Algumas de suas encarnações
mais conhecidos são o herói Krishna, o herói Rama,
uma tartaruga e um peixe.

Fonte:Ramanarayanadatta astri/Wikimedia
Commons

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Unidade: Índia Antiga

Material Complementar

Olá, seguem algumas sugestões para aprofundar seus estudos.

Explore
Sites em inglês;
Site do Museu Britânico sobre a Índia Antiga
··http://www.ancientindia.co.uk

Site da BBC sobre a Índia Antiga.


··http://www.bbc.co.uk/history/ancient/india/

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Referências

AVARI, Burjor. India: The Ancient Past: A History of the Indian Sub-Continent from c. 7000 BC
to AD 1200. New York. Routledge. 2007.

CHUNDER DUTT, Romesh. HISTORY OF INDIA From the Earliest Times to the Sixth Century
BC. New York. Amazon Digital Services, 2012.

HUNTER. William. History of India. From Ancient Times to the 20th Century. New York,
Lecturable, 2013.

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Unidade: Índia Antiga

Anotações

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