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Referência: KRAMER, Samuel Noah. Mesopotâmia: o berço da civilização. Rio de Janeiro: José
Olympio Editora.
Cap. I – A TERRA ENTRE RIOS
“Olhai para isto ainda hoje: a muralha exterior, com a cornija que a adorna, esplende
com o brilho do cobre; e a muralha interior, não tem igual. Galgai a muralha de Uruk;
caminhai ao longo dos muros, digo eu: vêde a plataforma em sua base e examinai a
construção; não é de tijolo cozido ao fogo e sólida?” – trecho presente na Epopeia de
Gilgamesh.
Epopeia de Gilgamesh – antigo poema épico mesopotâmico, escrito pelos sumérios em
algum momento em torno de 2000 a.C.
Gilgamesh – o rei que teria levado Uruk a hegemonia da Suméria por volta do século
XXVII a.C.
Narrativa – demonstra o orgulho que os mesopotâmicos tinham de suas cidades.
Cidades mesopotâmicas – continham magnificas construções: edifícios públicos,
parques de efeito panorâmico, ruas construídas em formato quadriculado – alto nível de
planejamento.
Agade – fama de ser esplendorosa de acordo com a transcrição as “moradias de Agade
estão repletas de ouro, suas casas reluzentes são cheias de prata...seus muros erguem-
se para o céu como uma montanha”
Grandes metrópoles – para Kramer eram exceções – cidades em sua grande maioria
eram resultado de aldeias e vilas pré-históricas – ausência de planejamento urbano.
Os aspectos do cotidiano, da vida social, política e religiosa para Kramer eram
características compartilhadas por toda a Mesopotâmia.
Grande parte das cidades mesopotâmicas eram de aparência triste e sem atrativos.
Vida nas cidades: descrita por Kramer como divertida, excitante e inspiradora.
Bazar – local de sociabilidade, comércio e trocas culturais.
Praça Pública – local de entretenimentos e diversões, onde aconteciam: lutas corporais,
jogos de azar e outras atrações.
Taverna – local onde se gozava de uma antiga diversão destinada aos adultos “vinho,
mulheres e canções”.
Templo – lugar onde se encontrava o consolo e conforto espiritual – imagens dos
deuses inundavam a imaginação do povo, onde os sacerdotes abrigavam, vestiam e lhe
ofereciam alimentos.
Sacerdotes – instruídos e familiarizados com as necessidades dos deuses.
Crença partilhada por sumérios, babilônicos e assírios – “bem-estar da comunidade
dependia inteiramente do favor dos deuses. Importava acima de tudo conservar as boas
graças da deidade protetora, a padroeira do lugar a qual – em teoria, embora não na
prática – era a dona não só da cidade e dos seus habitantes como também das
lavouras, dos pomares e vilas adjacentes”
Rei – era escolhido pelos deuses e devia zelar pela propriedade divina.
Primeiras cidades – eram era eleito por uma assembleia de cidadãos livres – dividida
em: uma câmara alta de anciãos e uma câmara baixa de homens em idade de portar
armas – nesse período o rei só exercia seu poder em tempos de emergência.
2800 a.C – realeza ganha importância e caráter mais duradouro e hereditário.
Rei – tinha deveres seculares e religiosos – auxiliado por uma vasta burocracia
composta de: conselheiros, intendentes, inspetores, escritas e outros funcionários.
Maior dever do rei: defender a cidade e suas terras, ampliar o território e a dominação.
Deveres sagrados do rei: edificar e reparar os templos.
Outros deveres: manter e expandir canais de irrigação, melhorar os canais navegáveis.
Reis mesopotâmicos – gabavam-se de suas atividades de construção e da abertura e
alargamentos de canais, além da garantia de bom uso das cidades.
Shulgi, rei de Ur no século XXI a.C descreve a si mesmo como “lépido, ligeiro viajante
pelas estradas da terra”.
Ética e moral – reis deviam promover e garantir a lei e a justiça no seu reino – evitar a
opressão de pobres e fracos, de viúvas e órfãos e para que o cidadão comum não
sofresse às mãos de funcionários arrogantes e corruptos.
Cabia ao rei – promulgar regulamentos, editos e códigos de leis.
Paixão por leis – de acordo com Kramer “resultava também de seu temperamento
individualista, propenso à competição, e do grande apreço que atribuíam a propriedade
privada”.
Surgimento da escrita – garantiu a organização de contratos e escrituras.
Código de Ur-Nammu – mais antigo encontrado, teria governado Ur por volta de 2100
a.C.
Exemplo de lei presente no em outro famoso Código, o de Hamurabi diz que “se a
esposa de um homem é apanhada na cama com outro homem os dois serrão amarrados
e lançados na água. Se o marido da mulher quer poupá-la, o rei também poderá poupar
o seu súdito”, ou diz que “se um construtor faz uma casa para um homem, porém não dá
solidez à obra, resultando daí que a casa venha a ruir e causar a morte de seu dono, o
construtor será condenado a morrer” ainda outra diz que “se um homem quiser separar-
se de uma mulher que lhe deu filhos, ou da esposa que lhe deu filhos, deverá devolver a
essa mulher seu dote e lhe dar parte da renda do campo, da horta e de seus bens, para
que ela possa criar os filhos. Se ela criou seus filhos, deverá ser-lhe dada uma parte de
tudo o que for concedido aos filhos, igual à parte de um filho. Ela poderá casar-se com o
homem de seu coração”.
Códigos – retratam uma sociedade organizada e bem estruturada.
Divisão social – “uma aristocracia, a grande massa dos cidadãos comuns e uma minoria
de escravos”
Aristocracia – composta por famílias ricas e poderosas – geralmente daqui saíam os
sacerdotes e onde os reis buscavam seus conselheiros, generais e outros funcionários.
Riqueza da aristocracia – provia de suas propriedades rurais.
Escravos – maior parte pertencia ao templo e ao palácio.
Cidadãos comuns podiam vender seus filhos como escravos, ou si mesmo, ou toda sua
família.
A lei garantia que esses escravos podiam tomar parte em negócios, fazer empréstimos
ou até comprar sua liberdade.
Cidadãos comuns – eram a espinha dorsal da sociedade – eram aqueles que
produziam, fazia parte desta camada: arquitetos, escribas, comerciantes, fazendeiros,
criadores de gado, pescadores, carpinteiros, ceramistas e os artífices em geral.
Trabalhadores especializados – em geral serviam a aristocracia – em troca em muitos
casos ganham lotes de terras, rações de alimentos ou lã.
Agricultor e o negociante – ocupações vitais para a manutenção da vida urbana.
Cevada – grão que germinava mais rapidamente – grão utilizado para fazer o pão e a
cerveja.
Terceiro Milênio a.C – agricultores passam a obedecer a um calendário agrícola –
melhor desempenho das plantações. Um almanaque do agricultor do século XVIII a.C
dar a seguinte instrução “...fique de olhar atento às aberturas dos diques, taludes e
regos [para que a água não suba demais quando o campo fôr alagado... Deixe que os
bois com ferradura nas patas calquem o terreno para você; depois que as ervas
daninhas tenham sido arrancadas [por eles e] o campo estiver aplainado, lavre-os com
enxadas estreitas pesando [não mais do que] dois terços de libra cada uma”.
Mercador-viajante – não tinha limites no desenvolvimento de seu trabalho – contato com
várias regiões.
A criação do Bazar está ligada a função do mercador – o Bazar é definido por Kramer
como um dos prazeres da vida urbana.
A figura do negociante se faz presente desde as aldeias primitivas a partir da existência
da troca de produtos.
Comércio de longa distância – essência para a Mesopotâmia – produção de grãos e lã
me excesso.
Falta de: madeira, pedra e metal para as construções.
Mercadores – além das mercadorias exóticas ou não traziam na bagagem as histórias,
os costumes e os idiomas de outros povos.
Mercadores – foram os que alargaram o horizonte do conhecimento mesopotâmico –
trouxerem requinte para a cidade.
Aqueles que detinham poder ou prosperidade – viviam confortavelmente, além de ter um
padrão de vida bastante elevado.
Mari – cidade Mesopotâmica que forneceu detalhes sobre a vida dos reis destruída por
Hamurabi no século XVIII a.C.
Palácio de Mari – descrito por Kramer como “um conjunto colossal, de quase sete acres,
abrangendo pátios abertos e cerca de 300 salas – algumas das quais belamente
decorada com pinturas e murais – está extraordinariamente bem preservada e é tida
como um exemplo marcante de moradia e centro de ação administrativa de um
governante mesopotâmico”.
Documentos encontrados na cidade ajudaram a reconstruir aspectos da vida palaciana.
Cotidiano mesopotâmico iniciava-se ao alvorecer – aproveitar o frescor das horas
matinais.
Rei em Mari – escolhia o período da manhã para suas audiências e para resolver as
demandas de seu reino.
Rei – era a personificação do deus na terra, era visto como “o deus tutelar da cidade”.
Kramer reflete “as cidades que surgiram e se desenvolveram na Terra Entre os Rios
prestavam, sem dúvida, relevante contribuição ao progresso humano. Se a ordem e a
segurança estabelecidas dentro de suas muralhas não teriam florescido os complexos
elementos que compõem uma civilização – a escrita, um sistema legal, um alto nível de
organização política, a especialização das artes e ofícios”.