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Povos da Mesopotâmia

Na Mesopotâmia, formaram-se as primeiras civilizações da humanidade. Os sumérios foram os povos


mais antigos da região, que também abrigou amoritas, assírios e caldeus.

"Mesopotâmia foi o nome da região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio,
principalmente onde hoje se concentra o Iraque. Essa região é considerada um dos berços da civilização,
uma vez que as primeiras cidades do mundo surgiram lá. A palavra “Mesopotâmia” teve origem no
idioma grego e significa “terra entre rios”, fazendo menção exatamente aos dois rios que banhavam seu
território.

Povos da Mesopotâmia

A Mesopotâmia abrigou diversos povos da antiguidade, atraídos pela fertilidade do solo que era
garantida pelos ciclos de cheias dos rios Tigre e Eufrates. Entre os inúmeros povos que habitaram a
região, destacam-se os sumérios, os amoritas, os assírios e os caldeus. Outros povos que tiveram
relevância na história mesopotâmica foram os acádios e os elamitas.

→ Sumérios"

"Os primeiros povos a estabelecerem-se na Mesopotâmia foram os sumérios, por volta de 5000 a.C. Eles
fundaram as primeiras cidades da região, das quais se destacam, por exemplo, Ur, Uruk e Eridu. As
cidades sumérias logo assumiram a condição de cidades-estado, ou seja, possuíam total autonomia e
uma administração própria.

Essas cidades estiveram em constante estado de guerra umas com as outras pela disputa de terras. Cada
uma delas possuía um deus ou deusa distinto e, para a adoração desse deus, eram construídos templos
conhecidos como zigurates. As cidades sumérias desenvolveram uma característica típica dos
agrupamentos humanos: as diferenças entre classes sociais. Na Suméria, existia uma pequena classe
bem estabelecida e privilegiada que vivia à custa do trabalho das classes baixas.

Os sumérios criaram a primeira forma de escrita da humanidade, conhecida como escrita cuneiforme. A
escrita cuneiforme foi desenvolvida pelos sumérios por volta de 3000 a.C. para manter um registro sobre
a contabilidade do comércio, do palácio real e da produção agrícola. Os registros escritos eram realizados
em blocos de argila a partir de um objeto pontiagudo conhecido como cunha. Outros povos que
habitaram a região também utilizaram-se da escrita cuneiforme.

→ Acádios

Por volta de 2200 a.C., os acádios, um povo que habitava a região central da Mesopotâmia, conquistou as
grandes cidades da Suméria e fundaram o Império Acádio. Os acádios tinham Ágade como sua principal
cidade e tiveram Sargão I como importante rei. Esse império foi um dos primeiros centralizados da
humanidade.

O Império Acádio, no entanto, teve um curto período de existência. Rebeliões internas, aliadas à pressão
exercida pela chegada de outros povos estrangeiros, como os gútios e os elamitas, enfraqueceram esse
império. O enfraquecimento dos acádios permitiu a conquista do poder pelos amoritas.

→ Amoritas"

"Os amoritas eram um povo semita originário do deserto da Arábia que haviam se estabelecido na
cidade da Babilônia. Por volta de 1900 a.C., esse povo constituiu um império na região, conhecido como
Primeiro Império Babilônico. A cidade da Babilônia foi transformada em um importante centro urbano e
comercial de toda a Mesopotâmia.

"O principal rei dos amoritas foi Hamurábi, responsável por expandir as fronteiras do Primeiro Império
Babilônico. Atribui-se a Hamurábi o feito de ter promovido um grande desenvolvimento no plantio
agrícola com a construção de inúmeros canais de irrigação. Ele também ficou conhecido por organizar
um conjunto de leis mesopotâmicas em um mesmo código, conhecido como Código de Hamurábi.

O Código de Hamurábi agrupava uma série de leis tradicionais da Mesopotâmia sobre o lema da Lei de
Talião: “olho por olho, dente por dente”. Assim, de acordo com esse código, todo aquele que cometesse
algum delito teria uma punição proporcional e equivalente ao dano que tivesse causado.

Após a morte de Hamurábi, o Primeiro Império Babilônico passou por um processo de enfraquecimento
que contou com intrigas políticas e rebeliões populares. Além disso, a chegada de povos estrangeiros
contribuiu para o fim do domínio babilônico. Nesse período, destacaram-se os ataques dos cassitas e dos
hititas.

→ Assírios

Os assírios eram um povo que habitava a região norte da Mesopotâmia e que, ao longo do segundo
milênio a.C., organizaram uma sociedade extremamente militarizada. O exército assírio era
considerado o mais poderoso e organizado de seu tempo. Isso porque os assírios formaram um
exército profissional em constante treino, que utilizava armas de metal e carros de guerra puxados
por cavalos.

Os assírios ficaram conhecidos como guerreiros cruéis em batalha, pois utilizavam-se de técnicas de
tortura e execução extremamente cruéis. Assim, a partir da formação de um exército profissional,
eles iniciaram a conquista da Mesopotâmia e, por volta de 1200 a.C., já haviam conquistado
praticamente toda a região.

Um dos reis mais conhecidos dos assírios foi Assurbanipal, que foi o responsável por mandar
construir a grande Biblioteca de Nínive (a cidade de Nínive era a capital dos assírios). A Biblioteca
de Nínive concentrou inúmeros blocos de argila com escrita cuneiforme com importantes registros
sobre a vida política, social e cultural dos povos da Mesopotâmia, o que permitiu aos historiadores
ampliar os conhecimentos sobre a região.

Durante o reinado de Assurbanipal, o Império Assírio sofreu um grande declínio e, em 612 a.C., foi
conquistado pelos caldeus, auxiliados pelos medos (povo que habitava as planícies do Irã).

→ Caldeus

Os caldeus, conhecidos como neobabilônicos, constituíram o Segundo Império Babilônico ao


conquistar a Mesopotâmia dos assírios em 612 a.C. O império formado pelos caldeus foi
extremamente curto e, nesse período, Nabucodonosor foi seu principal rei. Atribui-se a
Nabucodonosor o feito de ter ordenado a destruição de Jerusalém e de ter promovido grandes
construções na cidade da Babilônia.

Entre as construções mais conhecidas da Mesopotâmia, e atribuídos ao reinado de Nabucodonosor,


estavam os Jardins Suspensos da Babilônia. Os Jardins Suspensos da Babilônia são considerados
uma das sete maravilhas do mundo antigo, porém, muitos historiadores questionam sua existência
pelo fato de não haver indícios arqueológicos e registros escritos sobre essa construção além dos
registros feitos pelos gregos.

Após a morte de Nabucodonosor, o domínio dos caldeus entrou em decadência, e esse povo foi
conquistado pelos persas, liderados por Ciro II em 539 a.C."

Primeiros Povos da América

Os primeiros povos da América se referem àqueles que viviam na América antes da chegada dos
europeus.

Também são chamados de pré-colombianos, pois são situados no período anterior ao desembarque
de Cristóvão Colombo, em 1492.

Exemplos de povos pré-colombianos são os incas, astecas, maias, guaranis, tupinambás, tupis,
apaches, shawees, navajos, inuítes e muitos outros.

Estreito de Bering

O continente americano já era ocupado por diversos povos há cerca de 10 mil anos, como
demonstram evidências arqueológicas.

A teoria mais aceita entre os cientistas é a de que a povoação do continente americano ocorreu pela
travessia do Estreito de Bering. Perseguindo os animais, os caçadores atravessaram o estreito e se
estabelecerem ali.

Entretanto, há provas que apontam a existência de seres humanos nessa parte do globo, mesmo
antes das incursões pelo Estreito de Bering, por rotas alternativas ou pela navegação.

Teoria de Clóvis ou Clovis First

Há outra teoria sobre a chegada do ser humano no continente americano, a Teoria de Clóvis ou
Clovis First.

Ela defende que todos os povos nativos do continente americano tiveram uma origem única, de uma
onda migratória vinda da Beríngia.

Contudo, atualmente essa teoria não possui tanta relevância, tendo sido já muito criticada e
refutada por estudiosos da área.

Características dos primeiros povos da América

Os primeiros povos da América eram nômades, caçadores e coletores. Segundo os estudos


arqueológicos, suas características físicas têm traços semelhantes aos dos povos da África, Austrália
e de povos mongóis.

Essa teoria é apoiada por pesquisas genéticas, que apontam um paralelo entre o DNA dos índios
americanos e dos povos citados.

Esses povos caçavam como mastodontes, preguiça-gigante, tigre dente de sabre e o tatu gigante.

O extrativismo, contudo, não era a única maneira de subsistência dos povos. Há 7 mil anos, as
nações americanas já dominavam a agricultura e plantavam abóbora, batata, milho, feijão e
mandioca. Da mesma forma domesticaram pequenos animais.

O continente americano estava inteiramente povoado na época da chegada de Cristóvão Colombo.


Além de coletores, divididos em vários povos e espalhados por todo o continente, havia civilizações
organizadas em imponentes impérios, como os Maias, Astecas e Incas.

Essas civilizações não eram melhores nem piores que os europeus em muitos aspectos, mas tinham
ritos e sacrifícios extremamente chocantes para os europeus.

Do mesmo modo, haviam costumes da Europa que pareciam estranhos aos nativos. O problema foi a
força desproporcional usada pelos europeus ao invadir a América, causando genocídios que
dizimaram diversas etnias.
América Central

Na região que compreende a América Central – do México até a Costa Rica – vivia um conjunto de
sociedades estratificadas, com um complexo sistema de exploração agrário e que compartilhavam
crenças, tecnologia, a arte e a arquitetura.

As estimativas arqueológicas apontam que o desenvolvimento da complexidade dessas culturas


tenha começado entre 1800 a.C. e 300 a.C.

Sua tecnologia permitiu a construção de templos e realização de pesquisas nas áreas de astronomia,
medicina, escrita, artes plásticas, engenharia, arquitetura e matemática.

As cidades eram importantes centros de comércio na região hoje ocupada pelo México. Essas
civilizações foram praticamente extintas pelos povos colonizadores e o que sobrou foram evidências
históricas de sua organização e modo de vida.

Astecas

Os astecas viveram na região que hoje corresponde ao México. Tinham uma organização rígida,
extremamente estratificada, com um imperador que era considerado uma semi-dividade e chefe do
exército.

Eram um povo guerreiro, que viveu seu apogeu entre os séculos XV e XVI. No entanto, não se
descuidaram da agricultura.

Deste modo, desenvolveram o cultivo de através de plataformas a fim de aproveitar o máximo o


espaço e terras agricultáveis.

O império asteca era formado por quase 500 cidades num delicado equilíbrio de alianças e
rivalidades. O navegador Hernán Cortez aproveitou-se desta situação para conquistá-los.

Maias

Primeiros povos da America maias

Pirâmide de Chichén-Itzá onde os maias realizavam sacrifícios aos seus deuses. Observem as
esculturas em volta do complexo

Os maias viviam na região que hoje corresponde à Guatemala, Honduras, Belize, El Salvador e
Península de Yucatán. Formavam um conglomerado de cidades-estados que estava em constantes
guerras entre si.

Quando os colonizadores chegaram, havia pelo menos seis milhões de maias na região que foram
dizimados.
Eram hábeis escultores e fizeram verdadeiras obras de artes em materiais duros como o jade.
Avançaram os cálculos matemáticos e possuíam um calendário com 365 dias do ano.

Igualmente, levantaram grandes pirâmides, muitas das quais podem ser visitadas até hoje.

Era um povo politeísta e ofereciam sacrifícios humanos e de animais aos deuses. Assim como a
religiosidade medieval estimulava práticas de jejum e autoflagelação, os maias também incluíam o
auto-sacrifício e ofereciam seu próprio sangue aos deuses.

América do Sul

A América do Sul estava povoada por várias tribos que se organizavam de maneira distinta. Temos a
civilização inca que se estendeu seguindo a Cordilheira dos Andes, bem como os mapuches no sul
do Chile e da Argentina.

Igualmente, o futuro território brasileiro estava ocupado com dezenas de povos como os tupis, os
tamoios, aimorés, tupiniquins, guaranis e muitos outros que foram perdendo seu espaço à medida
que avançava a colonização portuguesa.

Incas

Os incas habitaram o Equador, o sul da Colômbia, o Peru e a Bolívia. Ao menos 700 idiomas eram
falados no Império Inca que, como os demais, foi conquistado e destruído pelos espanhóis.

Embora não dominassem a escrita, este povo criou um sistema de contagem, o quipo, e o aplicavam
para a cobrança de impostos.

Além de terem desenvolvido um método de cálculo que utilizava um instrumento semelhante ao


ábaco.

Consideravam-se filhos do sol, eram politeístas e tinham o seu chefe Inca adorado como um deus. As
famílias deveriam entregar ao menos uma filha para servir ao inca por certo período.

Povos indígenas no Brasil

Povos pre colombianos

Mamelucos conduzindo prisioneiros índios, obra de Jean-Baptiste Debret

A região que hoje é ocupada pelo Brasil era habitada por cerca de 4 milhões de índios quando a
esquadra de Pedro Álvares Cabral aportou. A maioria era constituída por coletores e caçadores.

Hoje, mesmo após a redução do território indígena, há 240 povos indígenas no Brasil que falam até
150 dialetos.
As principais causas da redução da população foram a pressão colonizadora e as doenças trazidas
pelos portugueses.

Os remanescentes de povos indígenas brasileiros ainda vivem em constante disputa por território e
são alvo de doenças e vivem, a maioria, em extrema pobreza.

Entre esses povos está o Guarani-caiuá, que vive na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
O assassinato de líderes indígenas e a ocupação de terras são constantemente divulgados pela
mídia.

Pré-História Brasileira

América do Norte

Primeiros povos da America apaches

Aspecto do interior de uma tenda da tribo Apache

Os primeiros assentamentos humanos da América estão registrados no atual Alasca (EUA). Ali, o
povo inuit ocupou áreas do Canadá e Groenlândia.

À chegada dos europeus, os povos nativos da América do Norte eram tribos de comportamento
seminômades, além de caçadores-coletores; e outros eram povos sedentários que viviam da
atividade agrícola.

Entre eles estão incluídos os Apache, os Shawee, os Navajos, os Creek, os Cherokee, os Sioux e
muitos outros.

Sua religiosidade era politeísta com o culto especial ao espírito dos antepassados e animais. No
entanto, em algumas tribos se registra o culto teísta onde havia uma entidade maior que as outras.

De todas as formas, os indígenas americanos tinham uma cosmovisão peculiar onde os humanos, a
mãe terra e o pai céu são apenas um.

Com a Marcha para o Oeste, os indígenas foram expulsos sistematicamente da suas terras. Morriam
nos campos de batalha, de doenças e também de fome, pois com a ocupação da terra os animais
foram se extinguindo.

A indústria cinematográfica americana transformou a colonização em direção ao Pacífico como um


evento espetacular, onde os indígenas eram tratados de forma estereotipada e violenta.

Entre os últimos acontecimentos está o massacre dos Sioux, em 1890, quando a cavalaria dos EUA
executou 150 indígenas, entre homens, mulheres e crianças. Os corpos foram jogados em uma cova
coletiva.

Povos indígenas no Brasil


Os povos indígenas no Brasil são uma população de quase 1,7 milhão de habitantes que estão
concentrados na região da Amazônia Legal, especialmente no estado do Amazonas.

Mulher indígena pertencente aos desanos, um dos povos indígenas no Brasil.

Os povos indígenas do Brasil representam uma população de quase 1,7 milhão de habitantes. [1]

Os povos indígenas no Brasil são a parcela população descendente dos povos originários, que podem ser
definidos como aqueles que estavam no território brasileiro muito antes da chegada dos colonizadores
portugueses. Atualmente existem mais de 260 povos indígenas no Brasil, somando uma população de
1,6 milhão de habitantes ou 0,83% da população do país. Alguns dos povos indígenas no Brasil são:

guarani;

ticuna;

caingangues;

macuxi;

yanomami;

terena;

guajajara;

xavante;

potiguara;

pataxó.

A maioria dos povos indígenas brasileiros vive na região Norte do país, nos estados por onde se estende
a Amazônia Legal. A diversidade étnica e linguística desses povos tem grande importância para a
manutenção da pluralidade cultural do país. Para além disso, os indígenas são parte fundamental da
história de formação do território nacional e da preservação ambiental, tendo em vista que levam um
modo de vida mais sustentável e em harmonia com os recursos obtidos na natureza.

Resumo sobre povos indígenas no Brasil

Os povos indígenas no Brasil são aqueles que estavam no território brasileiro muito antes da chegada
dos colonizadores portugueses.

Apresentam uma relação de continuidade com a terra, com a cultura e os costumes, e com organização
social e política de seus ancestrais.
De acordo com o Instituto Sociambiental, o Brasil tem 266 povos indígenas.

A população indígena do Brasil é de 1.693.535 habitantes, o que representa 0,83% do total de


brasileiros, segundo o Censo Demográfico de 2022.

Os povos guarani somam mais de 85 mil pessoas, sendo o mais populoso do Brasil. Destacam-se também
os povos caingangues, ticuna, macuxi e yanomami.

A região Norte concentra quase 45% de toda a população indígena do Brasil, com destaque para o
estado do Amazonas, onde vivem 490 mil pessoas que se autodeclaram indígenas.

A cultura dos indígenas é formada por tradições, crenças, costumes e línguas muito particulares a cada
um dos povos, não sendo homogênea.

Os indígenas brasileiros são a base da formação social, cultural e territorial do país, por isso preservar
esses povos é tão importante.

Atualmente existem mais de 476 milhões de indígenas em todo o planeta, correspondendo a 6% da


população mundial.

O que são os povos indígenas?

Os povos indígenas são os descendentes das populações que habitavam um país ou território antes do
seu processo de colonização, apresentando um forte vínculo com a terra por estarem nela há muitas
gerações. Considerando o caso do Brasil, podemos dizer que os povos indígenas são aqueles que já
estavam estabelecidos nas terras que abrigam o território brasileiro muito antes da chegada dos
colonizadores portugueses, no século XVI. Eles foram, portanto, os primeiros povos a habitarem o país
antes mesmo de o Brasil existir enquanto um Estado soberano.

Estima-se que a população indígena brasileira, quando da chegada dos europeus, variava entre 2,5 e 5
milhões de habitantes. Somente na faixa litorânea do Brasil, onde foi estabelecido o primeiro contato
dos portugueses com os indígenas, estima-se que vivia mais de 1 milhão de nativos.|1| Com o passar do
tempo, no entanto, fatores relacionados à entrada dos estrangeiros no país, a introdução de doenças e
os métodos de enfrentamento direto e de subjugação da população nativa levaram a uma redução
gradativa dessa população.

A Organização das Nações Unidas (ONU) descreve os indígenas como os herdeiros da terra ou, ainda, os
descendentes dos povos que viviam em determinada localidade. Embora a ONU não tenha adotado uma
definição padrão para os povos indígenas, a organização entende que existem algumas características
em comum que identificam uma população como sendo indígena. São elas:

perpetuação da cultura dos seus ancestrais e da forma de organização social dos povos nativos;

continuidade histórica com as comunidades pré-coloniais ou outros agrupamentos populacionais que


viviam em determinada localidade;
disposição de tradições culturais e crenças próprias, bem como uma organização social, política e
territorial distinta da do restante da população;

autodeclaração ou autoidentificação enquanto uma pessoa indígena ou um povo indígena, bem como a
aceitação do indivíduo pela comunidade como um de seus membros.

O método da autodeclaração é aquele utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
durante a realização do Censo Demográfico e de outros levantamentos que visam retratar as
características da população brasileira. Mais adiante, veremos os dados referentes aos povos indígenas
brasileiros que foram obtidos por esse sistema.

Quantos são os povos indígenas no Brasil?

Vista aproximada do rosto de um indígena pertencente aos pataxó, um dos povos indígenas no Brasil.

Existem 266 povos indígenas no Brasil atualmente, segundo o ISA.

De acordo com os dados do Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE, o Brasil conta com mais de
266 povos indígenas|2|, totalizando uma população de 1.693.535 pessoas vivendo por todo o território
nacional. Esse número de pessoas autodeclaradas indígenas no Brasil representa uma parcela de 0,83%
de toda a população que vive no país. Em 2010, a população indígena brasileira era composta por
896.917 mil pessoas; com isso, o aumento foi de quase 89% em 12 anos, segundo o IBGE.

Quais são os povos indígenas no Brasil?

Existem mais de 266 povos indígenas no Brasil atual, conforme indica o levantamento do Instituto
Sociambiental (ISA). Na tabela a seguir, apresentamos apenas uma fração deles, mais precisamente
aqueles que têm maior população absoluta (número total de habitantes).

Cultura dos povos indígenas no Brasil

A multietnicidade da população indígena brasileira é o que resulta em uma enorme diversidade cultural,
não somente para os povos originários como também para o território brasileiro como um todo. Cada
uma das etnias indígenas presente no Brasil apresenta seu próprio conjunto crenças e tradições
estabelecidas há centenas de anos e que são propagadas de geração à geração.

Por essa razão, não podemos generalizar e falar em uma cultura una para os povos indígenas brasileiros,
que são multiculturais e carregam consigo símbolos e costumes muito particulares e distintos uns dos
outros. A seguir, vamos entender melhor como é composta a cultura desses diferentes povos.

Indígenas tocando flautas de madeira como representação de um dos elementos da cultura dos povos
indígenas no Brasil.

A cultura indígena é fundamental para a manutenção da multietnicidade do Brasil.

→ Língua dos povos indígenas no Brasil

A língua é um elemento fundamental na cultura dos povos indígenas do Brasil, tendo em vista a
importância que a tradição oral resguarda para eles. De acordo com o Instituto Sociambiental (ISA),
existem cerca de 160 famílias linguísticas que são faladas pela população originária do país. A maioria
dessas famílias linguísticas — como o tupi-guarani, o juruna, o mundunkuru, o jê, o karajá e o maxakali
— pertence a dois troncos: o tupi e o macro-jê.

Um povo indígena pode muito bem falar mais do que uma língua, o que facilita o contato entre as
diferentes etnias e as trocas que acontecem entre elas, não somente no âmbito cultural mas também e
principalmente no interpessoal, do convívio social e da organização política do território em que vivem.

→ Organização social dos povos indígenas no Brasil

A organização social dos povos indígenas brasileiros varia de acordo com as comunidades indígenas.
Existem aqueles que vivem isolados do restante da população brasileira, o que inclui outras pessoas
indígenas. Os indígenas isolados não fazem nenhum tipo de contato com o exterior de suas terras, e a
organização social de suas comunidades é pouco conhecida.

Os povos indígenas brasileiros vivem, em sua maioria, em contato com o restante da população do país
e, principalmente, com aqueles que também se identificam como indígenas. Muitos povos que falam
línguas diferentes estabelecem relações entre os grupos, chegando mesmo a acontecer casamentos
entre pessoas de comunidades distintas. No caso dos indígenas do Alto Xingu|3|, por exemplo, existe
convivência entre povos que pertencem a uma mesma família de línguas.

Nas comunidades indígenas existe uma organização política e hierárquica interna bem delimitada, com
uma divisão de tarefas que compreende desde o cuidado com a residência e o cultivo e a preparação dos
alimentos — atividades delegadas às mulheres — até a caça e a pesca — que ficam a cargo dos homens.
O respeito aos mais velhos e a comunhão com a natureza são dois aspectos muito importantes na
organização social dos povos indígenas, sem contar os ritos religiosos e aqueles que marcam momentos
importantes na vida das pessoas da comunidade.

→ Religião dos povos indígenas no Brasil

O xamanismo é um aspecto muito presente na religião dos povos indígenas do Brasil. O xamã é aquele
indivíduo capaz de estabelecer contato com o mundo espiritual, fazendo, portanto, a ponte entre ele e o
mundo físico. Assim sendo, o xamã é o responsável pela realização de rituais religiosos de determinado
grupo indígena.

O animismo também está muito presente no sistema de crenças indígenas, e se traduz na concepção de
os elementos da natureza — como o Sol, a Lua, as estrelas e os rios — serem dotados de alma e
venerados.

→ Arte dos povos indígenas no Brasil

Cerâmicas adornadas, um dos principais elementos da arte dos povos indígenas no Brasil.

Um dos principais elementos da arte dos povos indígenas no Brasil são as cerâmicas adornadas. Essas
foram feitas pelos marajoara.

A arte é indispensável na cultura dos povos indígenas. Algumas das formas de arte produzidas por eles
são danças típicas de cada uma das comunidades, pintura corporal, confecção de cestos de fibra,
cerâmicas adornadas, e adereços. No caso de artesanatos e trabalhos manuais, a arte se torna uma fonte
de renda para esses povos.

Origem dos povos indígenas no Brasil

A história de origem dos povos indígenas do Brasil é semelhante àquela que explica de onde vieram as
populações nativas que já viviam nos atuais países latino-americanos quando da sua colonização. Os
povos originários teriam se deslocado para o continente americano a partir da Ásia, cerca 12 mil anos
antes do presente, tendo atravessado o Estreito de Bering, em um período que sucedeu a última
glaciação.

Já em terras brasileiras, existem diferentes ideias sobre como os indígenas tupi se instalaram na faixa
costeira. Elas divergem quanto ao ponto de partida dessa população no Brasil: a região Sul ou a região
Norte. O que se sabe é que, já no século XVI, os tupi estavam presentes em todo o litoral do país, desde
o Nordeste até o Sul.

Povos indígenas no Brasil atualmente

Quase 1,7 milhão de pessoas que vivem no Brasil atual se autodeclaram indígenas. A garantia dos
direitos dessa parcela da população brasileira, bem como a sua proteção, é feita pela Fundação Nacional
dos Povos Indígenas, a Funai. Para além da expressão e da manutenção da cultura indígena aqui, a Funai
é responsável pela garantia dos direitos básicos e sociais dos povos indígenas, como o direito à
autonomia e ao acesso ao título de eleitor e a documentos como o RG e o CPF.

A Funai realiza também o processo de demarcação de terras indígenas, que são áreas essenciais e
seguras para a manutenção da cultura indígena, para a segurança dessa população e para reprodução da
sua organização socioespacial. O último censo demográfico do IBGE mostrou que os indígenas no Brasil
atual não vivem majoritariamente nas terras indígenas, mas sim em centros urbanos. É de 63% a parcela
da população indígena que vive fora das terras demarcadas.|4| No momento, o país possui 490 terras
indígenas demarcadas, com outras centenas de milhares ainda em espera.

Importância dos povos indígenas para o Brasil

Duas crianças indígenas abraçadas como representação dos povos indígenas no Brasil.
Os povos indígenas são importantes para a natureza e para a multiculturalidade do Brasil.

Os povos indígenas brasileiros são muito importantes porque eles são a base da formação social, cultural
e territorial do Brasil. A manutenção das comunidades indígenas e a garantia de sua segurança, no
interior ou fora das terras indígenas, preservam a tradição dos povos originários, assegurando a
diversidade de culturas e de crenças pela qual o Brasil é conhecido.

Baseado no respeito à natureza e na harmonia com os ecossistemas, o modo de vida das populações
indígenas é crucial para a preservação do meio ambiente, em especial quando consideramos a vegetação
e as diferentes formas de vida animal que integram a fauna do país. Portanto, os indígenas têm um
ordenamento socioespacial que preza pela sustentabilidade e pela manutenção da natureza, o que é de
grande valia para a nossa sociedade, especialmente como forma de aprendizado.|5|

Povos indígenas no mundo

Os povos indígenas estão presentes, hoje, em mais de 90 países. A ONU estima que a população
indígena ao redor do planeta tenha atingido a marca de 476 milhões de habitantes ou,
aproximadamente, 6% do total da população mundial. Esse contingente populacional está dividido em
mais de 5 mil grupos étnicos. Considerando a população de cada país, aqueles que apresentam maior
parcela de população indígena são Samoa, Groenlândia e Polinésia Francesa. Em todos eles, a população
indígena representa 80% do total da população local ou mais.

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