Você está na página 1de 4

CAPITALISMO, SOCIALISMO E COMUNISMO

NA PERCEPÇÃO DE KARL MARX

Rafaela Menezes Braga Denis1, Natalia Iop Dos Santos1, Manuelli Gelatti Santos1,
Letícia Waldow Da Rosa1, Claudia Maria Prudêncio De Mera2

Palavras-chave: Capitalismo. Socialismo. Comunismo. Marxismo

1 INTRODUÇÃO
Considerando as leituras realizadas, a partir das teorias em relação às temáticas abordadas
sobre os sistemas econômicos, estabelece-se uma reflexão em torno da biografia de Karl Marx,
sua vida e obras, bem como suas teorias.
Considerando que um sistema econômico é a forma como a sociedade está organizada para
desenvolver as atividades econômicas (Produção, Circulação, Distribuição e Consumo de bens e
serviços), cabe enfocar sobre a economia política, e abordar o que é o sistema econômico do
capitalismo, socialismo e comunismo na percepção de Karl Marx.
Diante do contexto, este estudo tem o objetivo de abordar os pressupostos de Karl Marx
sobre o capitalismo, socialismo e o comunismo.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O trabalho foi realizado a partir de pesquisa qualitativa e bibliográfica, abrangendo e
desenvolvendo uma análise sobre a percepção de Karl Marx. Foi utilizado o método dedutivo que
consiste na consulta de obras e documentos eletrônicos, relacionadas ao tema proposto. Essa
pesquisa foi desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de
artigos e livros.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 A formação crítica de Karl Marx à economia política
O alemão Karl Marx (1818–1883) foi um filósofo e revolucionário socialista. Marx
elaborou as estruturas da ideologia comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu
influência em várias áreas do conhecimento, tais como: Sociologia, Política, Direito e Economia.

1
Discente do curso de Direito, da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil.
2
Docente da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. E-mail: cmera@unicruz.edu.br
1
Após mudar para Paris, Karl Marx iniciou um estudo crítico da economia política. A partir
desse momento, suas reflexões, que haviam sido basicamente de uma natureza filosófica, histórica
e política, se voltaram para a nova disciplina que constituiria o cerne de sua pesquisa futura. Ao
mesmo tempo em que fazia esses estudos, Marx fez anotações no qual ele dá atenção especial ao
conceito de trabalho alienado, indo na direção oposta dos principais economistas da época.
Marx iniciou investigações profundas no campo da economia política com um projeto de
escrever uma obra crítica que iria refundar a ciência econômica. Mas o sentimento de inadequação
que Marx tinha em relação ao seu conhecimento o impediu de completar e publicar seus
manuscritos.
Porém, juntamente com Engels, Marx escreveu a obra intitulada “Crítica da política e da
economia política”, publicada no ano de 1859. A principal crítica à economia política era de que
o capitalismo separa as classes sociais, e que um sistema econômico só era possível com uma
sociedade sem classes: sua visão de um mundo de grande abundância, igualdade e liberdade.

3.2 Capitalismo, socialismo e comunismo na abordagem de Karl Marx


Na economia, o capital é considerado um dos fatores de produção, formado pelo conjunto
de máquinas, equipamentos e benfeitorias, que são utilizados na produção de bens e serviços de
uma sociedade. Os capitalistas, conforme Sandroni (1999, p. 81) “são os proprietários destes meios
de produção, e que contratam os trabalhadores para produzir os bens e serviços”.
O entendimento que Marx faz do capitalismo se baseia na ideia de que toda sociedade se
estrutura a partir do modo como os homens se organizam para produzir socialmente seus bens
(MARX, 1973, p. 28). Conforme Fucks (2021, [s.p.]), Marx questionou a ideia de que o
capitalismo se autorregulava. Para ele, não havia uma "mão invisível" que trazia ordem às forças
do mercado, como havia postulado o economista e filósofo escocês Adam Smith em A Riqueza
das Nações (1776).
Ainda, um ponto importante da teoria de Marx é a mais-valia, que Seitz (2017, [s.p.]
conceitua como “o valor criado pelo trabalhador com sua força laboral. O problema, segundo o
pensador alemão, é que os donos dos meios de produção (os capitalistas) se apropriam da mais-
valia e tentam maximizar seus ganhos às custas do proletariado (trabalhador).”
Para ele, as sociedades humanas progridem através da luta de classes (um conflito entre
uma classe social que controla os meios de produção e a classe trabalhadora, que fornece a mão
de obra para a produção). Neste sistema, o Estado foi criado para proteger os interesses da classe
dominante, embora seja apresentado como um instrumento que representa o interesse comum de
2
todos (MELLO, 2018 [s.p.]). Marx ativamente argumentava que a classe trabalhadora deveria
realizar uma ação revolucionária organizada para derrubar o capitalismo e provocar mudanças
socioeconômicas, o socialismo.
O socialismo apresentava- se como um movimento disperso e limitado- e ainda hoje não
há um conceito consensual sobre este sistema. O socialismo seria uma etapa intermediária para
um sistema superior – o comunismo – tornado possível somente após o pleno desenvolvimento
das forças produtivas, “missão histórica” do capitalismo. Portanto, o marxismo necessariamente
está vinculado à luta de classe do proletariado e demais exploradores pela superação do capitalismo
e constituição do socialismo, com via para a sociedade sem classes, o comunismo.
Karl Marx e Friedrich Engels são apontados como os principais precursores do comunismo,
e juntos, eles escreveram o Manifesto do Partido Comunista, onde Marx e Engels (1848, p. 11)
referem que: “[...] Toda a sociedade se divide, cada vez mais, em dois grandes campos inimigos,
em duas grandes classes diretamente opostas: a burguesia e o proletariado.” Para ele, os seres
humanos devem trabalhar de acordo com suas capacidades, não trabalhando mais do que podem.
Logo, segundo ele, os sujeitos devem receber de acordo com as suas necessidades.
Para Karl Marx após o processo do socialismo haverá o comunismo, onde extingue-se
totalmente a propriedade privada dos meios de produção, o trabalho assalariado e a mais-valia.
Entretanto, Silva (2016, p.24) refere que:
Marx em nenhum momento preceitua o fim da propriedade individual sobre os frutos do
trabalho. A apropriação dos bens sociais pelo trabalho não pretende ser extinta, mas
redimensionada para que os bens sejam devolvidos para quem efetivamente os produziu.
De forma simples, se algo foi adquirido pelo trabalho, esse algo é de quem trabalhou, sem
discussões. O que não pode existir é a propriedade adquirida pela exploração do trabalho
alheio, como existe no capitalismo.

Portanto, para Karl Marx o capitalismo se alimenta e se fortalece com as próprias crises, e
por meio deste sistema a diferença entre os ricos e os pobres é extremamente grande, e para garantir
o luxo de poucos, muitos são explorados (SILVA, 2016, p.25). Nesse sentido, Menezes (2021, [s.
p.]) refere que o comunismo é considerado uma ideologia política, social e econômica contrária
ao capitalismo, na qual se estabelece uma sociedade igualitária, onde o Estado poderia ser extinto,
e os proletários seriam os proprietários do seu trabalho e dos bens de produção.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dado o exposto, percebe-se que os pressupostos de Karl influenciam em várias áreas do
conhecimento, tais como: Sociologia, Política, Direito e Economia. As suas percepções sobre
comunismo, socialismo e capitalismo são importantes e geram reflexões.

3
Karl Max previu que o capitalismo produziria tensões internas que conduziriam à sua
autodestruição e substituição por um novo sistema, que seria o socialismo. O socialismo, por sua
vez seria uma etapa para o sistema comunista, onde finalmente os trabalhadores estariam unidos e
não seriam mais explorados pelo sistema capitalista. No entanto, a previsão marxista do triunfo de
uma sociedade socialista, democrática, igualitária, e não exploradora, não se tornou acertada.

REFERÊNCIAS
ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. O manifesto comunista. 5.ed. São Paulo: Ed. Paz e Terra,
1999.

FUKS, Rebeca. Karl Marx e as suas ideias mais importantes. Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro.2018.

MARX, Karl. Contribuição para a crítica da economia política. Lisboa: Estampa, 1973. p.
28.

MELLO, Thiago. Marx e a crítica ao capitalismo. Globo G1.2018

MENEZES, Pedro. Comunismo.Toda Matéria, 19 jan. 2021. Disponível em:


ttps://www.todamateria.com.br/comunismo/ Acesso em 07 set. 2021.

SANDRONI, Paulo Sandroni. Novíssimo dicionário de economia. Editora Best Seller: São
Paulo, 1999.

SEITZ, MAX. 4 ideias de Karl Marx que seguem vivas apesar do fracasso da URSS e do
comunismo. BBC News Brasil, 7 nov 2017. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-41889653

SILVA, Ramom Mapa da. O FANTASMA QUE RONDA: NOTAS SOBRE O ESTADO EM
KARL MARX. Diké: Revista Eletrônica de Direito, Filosofia e Política do Curso de Direito
da UNIPAC Itabirito, Itabirito, n. 9, 1. sem 2016. Disponível em:

https://www.unipac.br/itabirito/wp-content/uploads/sites/4/2018/11/DIK%C3%89-2-2016-PDF-
Final.pdf. Acesso em 6 set. 2021.

Você também pode gostar