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Introdução

A filosofia desde dos tempos de Aristóteles nunca foi o mesmo , na idade moderna e
contemporânea tem sido notório a contribuição da filosofia no campo cientifico, ao questionar o
porque , a consciência do pensamento filosófico tem olhado o abstrato e dela solucionar os
paradigmas . Deste muito cedo que a filosofia em contra se em todos campos de saber, como é o
caso do Filosofo Karl Marx que abordou vários campos de saber .

Ele nascido aos 5 de Maio de 1818 Londres e faleceu aos14 de Março de 1883 foi


um filósofo, economista, historiador, sociólogo, teórico político, jornalista, e revolucionário
socialista alemão.

Nascido em Tréveris, Prússia, Marx estudou direito e filosofia nas universidades de


Bona e Berlim. Casou-se com a crítica de teatro e ativista política alemã Jenny von
Westphalen em 1843. Devido às suas publicações políticas, Marx tornou-se apátrida e viveu no
exílio com a sua mulher e filhos em Londres durante décadas, onde continuou a desenvolver o
seu pensamento em colaboração com o pensador alemão Friedrich Engels e a publicar os seus
escritos, pesquisando na Sala de Leitura do Museu Britânico. Os seus títulos mais conhecidos são
o panfleto Manifesto Comunista de 1848 e o triplo volume O Capital (1867–1883). O
pensamento político e filosófico de Marx teve uma enorme influência na história intelectual,
económica e política subsequente. O seu nome tem sido usado como adjetivo, substantivo e
escola de teoria social.
Teorias de Marx

As teorias críticas de Marx sobre sociedade, economia e política, entendidas coletivamente


como marxismo, sustentam que as sociedades humanas se desenvolvem através da luta de
classes. No modo capitalista de produção, isto manifesta-se no conflito entre as classes dirigentes
(conhecidas como a burguesia) que controlam os meios de produção e as classes
trabalhadoras (conhecidas como o proletariado) que permitem a existência destes meios através
da venda da sua força de trabalho em troca de salários. Empregando uma abordagem crítica
conhecida como materialismo histórico, Marx previu que o capitalismo produzia tensões internas
como os sistemas socioeconómicos anteriores e que estas levariam à sua autodestruição e
substituição por um novo sistema conhecido como o modo de produção socialista. Para Marx, os
antagonismos de classe sob o capitalismo — em parte devido à sua instabilidade e natureza
propensa a crises — iriam dar origem ao desenvolvimento da consciência de classe da classe
trabalhadora, levando à sua conquista do poder político e, eventualmente, ao estabelecimento de
uma sociedade comunista sem classes, constituída por uma livre associação de produtores. Marx
insistiu ativamente na sua implementação, argumentando que a classe trabalhadora deveria levar
a cabo uma ação proletária revolucionária organizada para derrubar o capitalismo e provocar
a emancipação socioeconómica.

Marx é descrito como uma das figuras mais influentes na história da humanidade, e o seu
trabalho tem sido elogiado e criticado. Muitos intelectuais, sindicatos, artistas e partidos políticos
em todo o mundo foram influenciados pelo trabalho de Marx, com muitos a modificarem ou
adaptarem as suas ideias. Marx é tipicamente citado como um dos principais arquitectos
da ciência social moderna.

Em 1830, Marx iniciou seus estudos no Liceu Friedrich Wilhelm, em Tréveris, ano em que
eclodiram revoluções em diversos países europeus. Em 1835, Marx, com 17 anos, se prepara
para deixar Trier e ingressar na universidade, num ensaio sobre a escolha de uma carreira,
conclui:

O principal guia que deve nos orientar na escolha de uma profissão é o bem-estar da humanidade
e o nosso próprio aperfeiçoamento … a natureza humana é de tal modo constituída que o homem
só atinge a própria perfeição trabalhando pelo aperfeiçoamento, pelo bem, de seus semelhantes
… Se ele trabalha só para si mesmo, pode vir a ser um erudito famoso, um grande sábio, um
excelente poeta, mas jamais será um homem perfeito, um grande homem de verdade … Se
escolhemos a posição na vida em que possamos trabalhar principalmente pela humanidade,
nenhum fardo nos há de derrubar, pois serão sacrifícios pelo benefício de todos; de modo que
não sentiremos uma alegria mesquinha, limitada e egoísta, mas nossa felicidade será a de
milhões, nossas proezas viverão em silêncio mas eternamente atuantes, e sobre nossas cinzas
serão derramadas fervorosas lágrimas de pessoas nobres. Marx foi produto de seu tempo: "Antes
de poder contestar a sociedade capitalista Marx pertencia a ela, estava espiritualmente mais
enraizado no solo da sua cultura do que admitiria, e que diante dos padrões da Inglaterra
vitoriana mostrou: traços típicos das limitações de seu tempo". Como moças aristocráticas, suas
filhas tinham aulas de piano, canto e desenho, mesmo que não tivessem desenvoltura para tais
atividades artísticas.
Marx e o Socialismo

Marx e Engels observaram em diferentes períodos da História e em diversos lugares no mundo


sociedades com um ordenamento social em que os grupos eram posicionados de maneira
gradativa. Esse arranjo pode ter múltiplas estruturações conforme a escala de valores de cada
povo. Nas sociedades capitalistas, essas dinâmicas foram cristalizadas em dois grupos
específicos: a burguesia, composta pelos donos dos meios de produção, e o proletariado,
composto pelos operários que produzem a riqueza desse sistema socioeconômico, mas são
excluídos de sua distribuição, o que gera grande desigualdade e tensiona o tecido social,
produzindo conflitos. Embora distinções e hierarquizações entre grupos sejam comuns em
diversas sociedades, Marx e Engels admitiam na classe uma categoria específica das sociedades
capitalistas.

Pôster soviético em homenagem a Marx e Engels (1970). A Revolução Russa foi uma das
tentativas históricas de implantar o marxismo.

Para Marx, a base da divisão de classes na sociedade burguesa, que também fundamenta as
distinções sociais das sociedades pré-capitalistas, está na relação entre os proprietários dos meios
de produção e os produtores diretos de riqueza. Assim, existem três grandes classes:
proprietários fundiários, capitalistas e trabalhadores assalariados. Os dois primeiros pertencem ao
grupo de proprietários, e o último, ao grupo de produtores de riqueza.

Mesmo reconhecendo que houvesse outros grupos, em termos analíticos, esses três estavam
centralmente ligados ao processo produtivo, por isso obtiveram maior atenção na teoria marxista.
Marx afirmou que:

“Os proprietários de simples força de trabalho, os proprietários de capital e os proprietários de terras, cujas respectivas fontes de receitas são o
salário, o lucro e a renda do solo, ou seja, os operários assalariados, os capitalistas e os latifundiários, formam as três grandes classes da
sociedade moderna, baseada no regime capitalista de produção”. 
Em seus estudos empreendidos no século XIX, Marx realizou uma divisão conceitual em duas
classes, embora reconhecesse haver outras. A classe que dispunha das condições de produção é
a classe dominante, composta por um grupo minoritário que detinha os ativos para produção de
riqueza (industrial, fundiária, comercial e financeira) e de influência sobre o Estado para proteger
suas propriedades e disseminar a ideologia produzida por essa classe para legitimar sua
dominação sobre a classe dominada.

Fábrica têxtil na Inglaterra do século XIX. A Inglaterra foi o berço da Revolução Industrial.

A classe proletária, por sua vez, embora composta por um grupo majoritário que vende sua força
de trabalho em troca de remuneração, não dispunha da mesma coesão de sua antagonista. Ainda
que haja uma situação comum de exploração que gere demandas comuns, não há uma identidade
de interesses que resulte em um elo, uma organização e ação em prol de realizar esses interesses.
Além disso, a própria estrutura do trabalho assalariado e seu ensejo em estimular a concorrência
individual poderiam enfraquecer essa ligação, o que tornaria importante, além da consciência de
classe, a solidariedade de classe.

Marx estabeleceu uma distinção entre condição de classe e consciência de classe: classe em si e


classe para si. A condição de classe é uma situação objetiva, isto é, possuir ou não o controle dos
meios de produção. Porém, a consciência de classe é uma questão subjetiva, requer conhecer a
própria posição no processo produtivo e organizar-se politicamente para uma defesa consciente
dos interesses de sua classe. Nas palavras do próprio Marx:

“As condições econômicas transformaram, em primeiro lugar, a massa do povo em


trabalhadores. A dominação do capital sobre os trabalhadores criou a situação comum e os
interesses comuns dessa classe. Assim, essa massa já é uma classe em relação ao capital, mas
não ainda uma classe para si mesma. Na luta, da qual indicamos apenas algumas fases, essa
massa se une e forma uma classe para si. Os interesses que ela defende torna-se interesses de
classe”. 

Para Marx, a formação da consciência de classe, tanto da burguesia quanto do proletariado,


desenvolveu-se no embate político. No caso da burguesia, na confrontação ao regime feudal e
aristocrata. No caso do proletariado, essa confrontação foi inicialmente limitada ao ambiente de
trabalho, em lutas sindicais, depois se ampliou, galvanizando demandas que se tornaram
interesse de classe formalmente vocacionado em partidos políticos.

Congresso da Internacional Socialista em 1904. A teoria marxista foi fundamental para a


organização política do operariado.

A consciência de classe está umbilicalmente ligada à organização de classe e possibilita a


compreensão da participação no processo de produção e a definição de objetivos comuns e meios
de alcançá-lo politicamente na dinâmica da luta de classes, “por meio de Parlamento ou
convenção”.

Luta de classes

Marx e Engels afirmaram em seus escritos que “toda luta de classes é uma luta política”. No seio
das sociedades capitalistas, essa luta é protagonizada pela burguesia e pelo proletariado, entre
proprietários que não produzem e produtores que não são proprietários. Os autores viam no
proletariado o produto mais autêntico do desenvolvimento da grande indústria, que se espalhava
pelo mundo, permitindo assim a formação de um proletariado sem caráter nacional e catalisador
de interesses universais. Assim, mesmo que inicialmente a luta de classes devesse ocorrer dentro
de cada país capitalista, a revolução proletária seria mundial.

O mecanismo de perpetuação da exploração do proletariado pela burguesia seria a ideologia,


conceituada como falsa consciência e criada pela classe exploradora para conduzir a classe
explorada a aceitar passivamente sua condição e não compreendê-la corretamente de modo a se
organizar para transformá-la. A ideologia seria usada para naturalizar a condição de cada classe,
de modo que todos cressem que ela não poderia ser modificada, e para universalizar os interesses
de um grupo (a burguesia) como se fossem os melhores para todos. Essas formas ilusórias de
conhecimento, chanceladas pelo Estado moderno e disseminadas principalmente pelas
instituições educacionais e imprensa, serviriam para mascarar os conflitos e gerar alienação no
proletariado, impedindo a formação de sua consciência de classe.

Nas sociedades capitalistas, o conflito de classes tem como força motriz a exploração e
a desigualdade social. O século XIX, vivido e estudado pelos fundadores do marxismo, foi palco
do período mais duro do capitalismo, quando não havia nenhum tipo de regulação, leis
trabalhistas, nem organizações de reivindicação e negociação, como os sindicatos.
Os trabalhadores tinham jornadas exaustivas, de 14 a 18 horas diárias, não havia segurança no
ambiente laboral, sendo comuns acidentes fatais, mortes por exaustão, doenças contraídas pelos
operários, trabalho infantil e baixíssimas remunerações. As mulheres e crianças ganhavam ainda
menos que os homens. Embora haja outras relações de classe conflituosas, a que se configura
entre os detentores dos meios de produção e os assalariados é o conflito central. Marx e Engels
apontaram que |3|:

“A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os
antagonismos das classes. Estabeleceu novas classes, novas condições de opressão, novas formas
de luta no lugar das antigas . A manufatura já não era suficiente.

Em consequência disso, o vapor e as máquinas revolucionaram a produção industrial. O lugar da


manufatura foi tomado pela indústria gigantesca moderna, o lugar da classe média industrial,
pelos milionários da indústria, líderes de todo o exército industrial, os burgueses modernos”.

Todo o aparato de relações sociais (jurídicas, políticas, científicas, religiosas) tem como base as
relações de produção, a base econômica pela qual os homens buscam a sobrevivência. Cada
modelo de produção, como o escravista, o feudal e o capitalista, por exemplo, tem relações
sociais marcadas por antagonismos evidentes ou camuflados.

O movimento gerado pelo embate entre grupos contrários é o responsável pela mudança de um
modo de produção para o outro ao longo da História. A luta de classes, para Marx e Engels, é o
motor da história, e o proletariado é o agente de mudanças em direção a uma sociedade sem
classes e sem propriedade privada, ancorada em um modelo justo e igualitário. Ao longo do
século XX, alguns países implantaram governos de inspiração marxista, porém um governo
socialista ou comunista que corresponda fielmente à teoria marxista nunca ocorreu.

Deprimido pela morte de sua esposa em dezembro de 1881, Marx desenvolveu, em consequência
dos problemas de saúde que suportou ao longo de toda a vida, bronquite e pleurisia, que
causaram seu falecimento em 1883. Foi enterrado na condição de apátrida, no Cemitério de
Highgate, em Londres.
Referencias

MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política – vol. I – livro primeiro – tomo 2. São
Paulo: Abril Cultural, 1984.

MARX, Karl. Misérias da Filosofia. 1985.

MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. O Manifesto do Partido Comunista. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1998, 10ª Edição.

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