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QUESTÃO SOCIAL
Prof.ª Janete Alves
Pedagogia (UECE
Licencianda em História (Estácio)
Especialista em Psicopedagogia (UVA)
Plano de ensino
•A disciplina visa oferecer aos alunos
a possibilidade de estudo e
compreensão dos elementos sócio-
histórios, políticos, econômicos e
culturais que caracterizam a origem
da questão social, contribuindo para o
entendimento dos processos de
desigualdade e exclusão social.
Karl Marx
• Karl Marx nasceu em Trier, Alemanha, em
5 de maio de 1818. Descendente de judeus,
seu avô paterno, Meier Halevi Marx, foi
rabino de Trier e sua mãe, Henrietta
Presburg, também judia. Porém, seu pai,
Heinrich Marx, se converteu ao
cristianismo, não por acreditar na religião,
mas para continuar a exercer sua profissão,
já que nessa época os judeus não tinham
liberdade para exercer todas as profissões e
realizar transações comerciais.
Karl Marx
• É interessante pensar que o principal autor
da causa operária nasceu em uma família
judia de classe média. A região da Alemanha
em que Marx nasceu e o contexto histórico
são fundamentais para compreender sua
biografia e seu pensamento.
• O fato de seu pai ter que se converter ao
cristianismo, as dificuldades que os judeus
viviam apenas por serem judeus, o contexto
político pré revolução e as questões
filosóficas de seu tempo são aspectos
cruciais para compreender sua obra.
Karl Marx
• A principal obra de Karl Marx, intitulada “O
Capital” (Das Kapital), demorou 16 anos
para ser finalizada. Durante este período ele
e sua família viveram períodos de grande
necessidade e quase sempre foi apoiada por
seu principal amigo e colaborador, Friedrich
Engels. A esposa, embora filha de um barão,
não conseguiu sustentar a numerosa família
por muito tempo. E, apesar do
reconhecimento que o autor teve após sua
morte, seus livros não chegaram a fazer
grande alvoroço durante a publicação.
Karl Marx
• Enquanto Karl Marx formulava suas teses,
ele identificou a classe dominante e
opressora como sendo a dos burgueses e a
classe dominada e oprimida como a dos
proletários. Para ele, a historia humana é
de luta de classes, onde uma pequena
classe dominante explora uma classe
bastante numerosa de pessoas, e, no
Capitalismo, a principal maneira de
exploração se dá por vias econômicas: a
classe dominante expropria parte da
produção da classe explorada.
Karl Marx
•A produção é vista como a raiz da
estrutura social. Marx teoriza que o
trabalhador recebe muito menos do que
produz, sendo o excedente de produção
que fica com os burgueses, a mais-valia.
Portanto, uma relação econômica onde o
burguês explora o proletário. Existiriam
duas fases na rotina produtiva do
trabalhador: na primeira, a do trabalho
necessário, o trabalho executado para gerar
o valor do salário do proletário, e a
segunda, a da mais-valia: aquele valor
gerado que fica com o burguês, que não é
repassado para o trabalhador.
• KarlMarx achava que as mercadorias eram vendidas por um valor
igual ao tempo de trabalho socialmente necessário para sua
produção. Para haver justiça, cada proletário deveria receber
como salário o valor correspondente ao fruto de seu trabalho: o
exato preço pago pela mercadoria que ele produziu. Pelo fato do
burguês não executar o trabalho físico feito pelos proletários,
Marx entendeu que ele retinha para si uma parte do valor desses
bens produzidos por causa do seu monopólio dos meios de
produção (sem os quais os trabalhadores não poderiam produzir).
Mais-valia: a absoluta e a relativa
•A mais-valia absoluta acontece com o prolongamento do dia de
trabalho para além do ponto em que o operário produz o
equivalente ao seu salário, seja através de ameaças de perder o
emprego, vigilância sobre os trabalhadores ou etc, esgotando
todas as forças possíveis dos proletários para a produção.
• Jáa mais-valia relativa ocorre quando o burguês potencializa a
produtividade investindo na mecanização, aumentando seu
excedente a ser apropriado através da tecnologia na produção
técnica do trabalho e dos agrupamentos sociais, sem maiores
benefícios à classe trabalhadora.
• Existem dois sistemas político-econômicos praticados no mundo,
denominados capitalismo e socialismo. Esses se diferem pelas
ideias e características totalmente distintas.
• Atualmente, há uma predominância significativa do capitalismo -
esse possui uma série de aspectos essencialmente ligados ao
capital produtivo e sua acumulação.
São características clássicas do capitalismo:
• Propriedade privada: consiste no sistema produtivo vinculado à propriedade individual.
• Lucro: é o principal objetivo capitalista, proveniente do resultado da acumulação de
capital.
• Divisão de classes: esse é um dos pontos mais polêmicos do capitalismo. De um lado está
uma minoria denominada "capitalista" ou donos dos meios de produção e de capitais; e do
outro lado a maioria chamada "proletários", pessoas que vendem sua força de trabalho em
troca de um salário que garanta saúde, alimentação, transporte, lazer, etc. No entanto, é
nesse ponto que constitui a divisão das classes, uma vez que nem sempre o capitalista
oferece uma remuneração que seja suficiente para sanar todas as necessidades básicas da
maioria dos trabalhadores.
• Crescimento da desigualdade social: A desigualdade social é um dos frutos mais
problemáticos do capitalismo, fazendo com que hajam grupos detentores de muita riqueza,
enquanto outros vivendo em extrema pobreza.
CARACTERIZA X INFLUENCIA
Questão Social, Origem e Determinantes
• A história não é determinada previamente, mas construída por homens que nascem sob
condições de fato já estabelecidas pelas gerações anteriores.
• A existência dessas condições, todavia, não impede os homens de alterarem o rumo da
história, mas apenas demonstra sobre que bases irão atuar.
• O homem, por ser o único animal que fabrica os seus instrumentos de trabalho, alarga as
suas potencialidades e pode realizar feitos que seriam inviáveis sem esses instrumentos.
• Tal capacidade estabelece firme distinção entre o trabalho humano e aquele desenvolvido
por outros animais, já que o ato de planejar a execução de uma atividade – o próprio
trabalho de criar um instrumento ou a transformação de uma matéria em outro objeto –
exige do homem uma prefiguração (teleologia), antes em sua consciência, do que irá
executar para, então, em momento posterior, dar curso a uma ação e realizar o que fora
preconcebido.
• O conceito de classe social em sentido pleno é definido, dentro do discurso de Marx,
pelas relações de distribuição que são expressão imediata das relações de produção.
Isso significa que, quando Marx se refere às três grandes classes: a dos trabalhadores
assalariados, a dos capitalistas e a dos proprietários fundiários, ele não está querendo
dizer que existam outras “pequenas camadas” dignas do nome “classe”.
• Violência sexual
A violência sexual é compreendida como todo e qualquer ato de cunho
sexual: violações, assédios, exposição à nudez, etc.. Ocorre quando não há
o consentimento das partes ou quando a vítima é incapaz de consentir ou
de se opor ao ato sexual.
• Violência psicológica
A violência ocorre quando há um abuso de poder ou uma agressão por
palavras, gestos, ameaças, exposição, humilhação, opressão e coação, sem
haver o auxílio ou a utilização da força física. Esse tipo de violência ocorre
sempre que há algum dano psicológico a vítima.
• Por raça:
O etnocentrismo é a análise do mundo de acordo com os parâmetros de nossa
própria cultura. Essa diferenciação cultural gerou condutas preconceituosas e
desqualificadoras em relação a pessoas de nosso ou de outro país ou região.
Inclusive, pessoas com outra cor de pele ou características físicas próprias da
nossa ou de outra região são excluídas e maltratadas por pessoas que
acreditam poder agir assim só por serem diferentes daquelas. Durante muitos
anos, esse tipo de discriminação foi muito marcante na civilização, gerando
desprezo, preconceito e exclusão.
• Por orientação sexual:
A identidade social é construída por processos biológicos, psicológicos e
sociais, os quais em virtude de uma série de variáveis influem na vida das
pessoas. Se uma pessoa sente atração por outra do mesmo sexo, para muitos,
isso é desonroso. Pode ser considerado um crime, pois gera intolerância, ódio,
antipatia ou aversão à pessoa discriminada, limitando sua autonomia e seu
poder de decisão.
• Por gênero:
Embora isso possa parecer que não é um problema, indiretamente é. Esse tipo de
discriminação se refere à diferença de sexo (feminino ou masculino) entre as pessoas.
Tal diferença, em circunstâncias diversas transformou-se em desigualdade social,
porque tudo o que se relaciona com o sexo masculino é considerado superior à
capacidade feminina. Um exemplo dessa atitude é visível no mundo do trabalho:
diferenças salariais, dificuldades de acesso a cargos de direção, conflito lar/trabalho,
etc.
• Por aparência:
• Os padrões culturais determinaram que certos aspectos físicos são sinônimos
de sucesso ou aceitação social. As pessoas são submetidas a intensas
pressões para mudar suas características corporais, são incentivadas pelo
desejo de imitar modelos e personagens midiáticos. Isso faz com que
algumas pessoas discriminem as demais só por serem fisicamente diferentes
dos padrões que as primeiras consideram corretos.
EXPRESSÕES DA
QUESTÃO SOCIAL
• Abuso de drogas • Educação e evasão escolar • Sexismo
• Assalto, roubo • Estupro • Sociedade
• Bullying • Exclusão social • Sociologia
• Controle de armas • Extremismo • Trabalho social
• Crime • Guerra • Tráfico de drogas
• Censura
• HIV e AIDS • Valor ético
• Desemprego
• Desigualdade social • Violência
• Direitos dos
homossexuais • Incesto • Violência doméstica
• Discriminação • Injustiça social • População
• Migração • Integração social • Racismo
• Paz • Justiça • Exclusão social
• Pobreza • Marginalização • Sequestro
• Poluição
Bullying
• Bullying é uma prática sistemática e repetitiva de atos de violência
física e psicológica, tais como intimidação, humilhação, xingamentos e
agressão física, de uma pessoa ou grupo contra um indivíduo. A prática do
bullying geralmente acontece no ambiente escolar e pode provocar danos
psicológicos sérios em suas vítimas.
• Tal prática é caracterizada por constantes agressões, que podem ser de ordem
física, verbal e psicológica (geralmente ocorrem as três juntas), em que um
indivíduo ou um grupo humilha, xinga, expõe e agride um outro indivíduo.
Só podemos chamar de bullying o comportamento sistemático e constante,
de modo que episódios isolados de agressão física ou verbal não são
caracterizados dessa forma. Classificamos como bullying um
comportamento desenvolvido por crianças e adolescentes, sendo que, entre
os adultos, a prática similar a isso é chamada de assédio moral.
• As crianças e adolescentes que praticam o bullying procuram alvos fáceis,
normalmente crianças menores e sem comportamento agressivo. Não
podemos simplesmente julgar e condenar esse tipo de comportamento
quando se trata de menores de idade, pois geralmente ele se revela em
pessoas que passam por problemas emocionais e psicológicos que, muitas
vezes, originam-se no ambiente familiar.
• Bullying escolar
• O ambiente em que os casos de bullying mais se manifestam é a escola, e há
uma razão sociológica para isso: a escola é o ambiente em que as crianças e
os adolescentes passam grande parte do seu dia e convivem diariamente uns
com os outros.
• Como ocorre na sociedade extraescolar, o ambiente escolar comporta a
formação de grupos sociais e, muitas vezes, cria, entre os estudantes,
situações de hierarquia com base na força ou na aceitação que um indivíduo
tem do grupo. Isso não isenta outros ambientes da prática do bullying, como
o condomínio ou a vizinhança.
• Além da violência psicológica, o bullying pode chegar à violência
física, em que alguns indivíduos agridem suas vítimas,
normalmente crianças ou adolescentes menores e mais indefesos.
Em todos os casos, cabe aos profissionais da educação coibir
qualquer prática violenta que ocorra dentro do ambiente escolar.
• Massacre de Columbine
• Em 20 de abril de 1999, dois estudantes adolescentes da Columbine High
Scholl, na cidade de Columbine, Colorado, nos Estados Unidos, invadiram a
escola altamente armados com fuzis, submetralhadoras, pistolas e explosivos de
alto poder de destruição. O caso chocou o mundo. Foram, ao todo, 13 mortos, 21
feridos pelo tiroteio, e 3 feridos por bombas enquanto tentavam fugir do
atentado.
• Os autores do massacre chegaram a trocar tiros com a polícia e acabaram
cometendo suicídio. Os motivos são incertos, e mostram que há muita
especulação por trás do que realmente pode ter acontecido, considerando que os
jovens davam sinais de alerta há quase dois anos em blogs mantidos na internet,
mas nada foi feito.
• Entre os motivos, podemos elencar a falta de atenção das famílias e da escola
quanto aos sinais de personalidade dos autores do massacre e um possível
destempero emocional causado por algum tipo de violência sistêmica (bullying).
• Massacre de Realengo
• Em 07 de abril de 2011, um homem de 23 anos invadiu a Escola
Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, Zona Oeste da
cidade do Rio de Janeiro. O homem era Wellington Menezes de
Oliveira, que entrou na escola armado com dois revólveres e conseguiu
matar 12 adolescentes e ferir 22. Ele chegou a ser interceptado por
policiais, mas cometeu suicídio.
• Wellington deixou uma anotação contendo pistas sobre o motivo do
ataque que, em conjunto com o depoimento de sua irmã adotiva e de
um amigo próximo, revelam que ele sofreu bullying na adolescência
enquanto estudava na Escola Municipal Tasso da Silveira e em outras
instituições pelas quais passou, além de ter sido obcecado por
atentados terroristas.
Desemprego
O desemprego é a condição dos indivíduos que se encontram em idade para
trabalhar, estão em busca de trabalho, mas não conseguem encontrar uma
atividade e, portanto, não possuem fonte de renda. Suas causas vão desde a
automatização de processos produtivos até crises econômicas cíclicas e
temporárias.
Mais recentemente, a pandemia da covid-19 tornou-se um determinante da
condição do desemprego. Entre as consequências estão:
• o empobrecimento;
• o aumento do subemprego e da informalidade;
• o adoecimento da população, acometida sobretudo por problemas
psicológicos.
Causas do desemprego
O desemprego é causado por fatores de ordem estrutural ou
conjuntural, podendo ainda estar atrelado a motivações de caráter
pessoal.
A principal causa estrutural encontra suas origens no processo de
globalização e consequente modernização e informatização das
técnicas produtivas, levando ao maior índice de automatização dos
processos de produção em uma série de indústrias e setores da
economia. Esse processo provoca a redução e extinção de
determinados postos de serviço, sobretudo braçais, e uma série de
demissões.
Tipos de desemprego
• Os diferentes tipos de desemprego são identificados a partir de suas
causas.
• Desemprego natural ou friccional: condição momentânea, é ocasionada
pela demissão, pela troca de empregos (período em que o indivíduo se
desliga de um trabalho e vai para outro) ou pela recente inserção no
mercado de trabalho — isto é, aquelas pessoas que buscam emprego
pela primeira vez.
• Desemprego estrutural: tem como causa o avanço tecnológico e a
incorporação de novos modos de produção oriundos desse processo.
Tende a ser permanente, uma vez que pode levar à extinção de
determinadas profissões. Não se limita somente ao setor secundário,
atingindo também a agricultura e o setor de serviços.
Desemprego conjuntural: oriundo das crises econômicas ou políticas que se
desencadeiam em escala nacional, regional ou global. A conjuntura de crise e
recessão pode levar ao encerramento das atividades de empresas e fábricas,
fechamento de postos de trabalho, queda da demanda pela redução do
consumo e redução ou ausência de investimentos, motivações essas que
podem levar a demissões. É, na maior parte das vezes, temporário.