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INTRODUÇÃO À

QUESTÃO SOCIAL
Prof.ª Janete Alves
Pedagogia (UECE
Licencianda em História (Estácio)
Especialista em Psicopedagogia (UVA)
Plano de ensino
•A disciplina visa oferecer aos alunos
a possibilidade de estudo e
compreensão dos elementos sócio-
histórios, políticos, econômicos e
culturais que caracterizam a origem
da questão social, contribuindo para o
entendimento dos processos de
desigualdade e exclusão social.
Karl Marx
• Karl Marx nasceu em Trier, Alemanha, em
5 de maio de 1818. Descendente de judeus,
seu avô paterno, Meier Halevi Marx, foi
rabino de Trier e sua mãe, Henrietta
Presburg, também judia. Porém, seu pai,
Heinrich Marx, se converteu ao
cristianismo, não por acreditar na religião,
mas para continuar a exercer sua profissão,
já que nessa época os judeus não tinham
liberdade para exercer todas as profissões e
realizar transações comerciais.
Karl Marx
• É interessante pensar que o principal autor
da causa operária nasceu em uma família
judia de classe média. A região da Alemanha
em que Marx nasceu e o contexto histórico
são fundamentais para compreender sua
biografia e seu pensamento.
• O fato de seu pai ter que se converter ao
cristianismo, as dificuldades que os judeus
viviam apenas por serem judeus, o contexto
político pré revolução e as questões
filosóficas de seu tempo são aspectos
cruciais para compreender sua obra.
Karl Marx
• A principal obra de Karl Marx, intitulada “O
Capital” (Das Kapital), demorou 16 anos
para ser finalizada. Durante este período ele
e sua família viveram períodos de grande
necessidade e quase sempre foi apoiada por
seu principal amigo e colaborador, Friedrich
Engels. A esposa, embora filha de um barão,
não conseguiu sustentar a numerosa família
por muito tempo. E, apesar do
reconhecimento que o autor teve após sua
morte, seus livros não chegaram a fazer
grande alvoroço durante a publicação.
Karl Marx
• Enquanto Karl Marx formulava suas teses,
ele identificou a classe dominante e
opressora como sendo a dos burgueses e a
classe dominada e oprimida como a dos
proletários. Para ele, a historia humana é
de luta de classes, onde uma pequena
classe dominante explora uma classe
bastante numerosa de pessoas, e, no
Capitalismo, a principal maneira de
exploração se dá por vias econômicas: a
classe dominante expropria parte da
produção da classe explorada.
Karl Marx
•A produção é vista como a raiz da
estrutura social. Marx teoriza que o
trabalhador recebe muito menos do que
produz, sendo o excedente de produção
que fica com os burgueses, a mais-valia.
Portanto, uma relação econômica onde o
burguês explora o proletário. Existiriam
duas fases na rotina produtiva do
trabalhador: na primeira, a do trabalho
necessário, o trabalho executado para gerar
o valor do salário do proletário, e a
segunda, a da mais-valia: aquele valor
gerado que fica com o burguês, que não é
repassado para o trabalhador.
• KarlMarx achava que as mercadorias eram vendidas por um valor
igual ao tempo de trabalho socialmente necessário para sua
produção. Para haver justiça, cada proletário deveria receber
como salário o valor correspondente ao fruto de seu trabalho: o
exato preço pago pela mercadoria que ele produziu. Pelo fato do
burguês não executar o trabalho físico feito pelos proletários,
Marx entendeu que ele retinha para si uma parte do valor desses
bens produzidos por causa do seu monopólio dos meios de
produção (sem os quais os trabalhadores não poderiam produzir).
Mais-valia: a absoluta e a relativa
•A mais-valia absoluta acontece com o prolongamento do dia de
trabalho para além do ponto em que o operário produz o
equivalente ao seu salário, seja através de ameaças de perder o
emprego, vigilância sobre os trabalhadores ou etc, esgotando
todas as forças possíveis dos proletários para a produção.
• Jáa mais-valia relativa ocorre quando o burguês potencializa a
produtividade investindo na mecanização, aumentando seu
excedente a ser apropriado através da tecnologia na produção
técnica do trabalho e dos agrupamentos sociais, sem maiores
benefícios à classe trabalhadora.
• Existem dois sistemas político-econômicos praticados no mundo,
denominados capitalismo e socialismo. Esses se diferem pelas
ideias e características totalmente distintas.
• Atualmente, há uma predominância significativa do capitalismo -
esse possui uma série de aspectos essencialmente ligados ao
capital produtivo e sua acumulação.
São características clássicas do capitalismo:
• Propriedade privada: consiste no sistema produtivo vinculado à propriedade individual.
• Lucro: é o principal objetivo capitalista, proveniente do resultado da acumulação de
capital.
• Divisão de classes: esse é um dos pontos mais polêmicos do capitalismo. De um lado está
uma minoria denominada "capitalista" ou donos dos meios de produção e de capitais; e do
outro lado a maioria chamada "proletários", pessoas que vendem sua força de trabalho em
troca de um salário que garanta saúde, alimentação, transporte, lazer, etc. No entanto, é
nesse ponto que constitui a divisão das classes, uma vez que nem sempre o capitalista
oferece uma remuneração que seja suficiente para sanar todas as necessidades básicas da
maioria dos trabalhadores.
• Crescimento da desigualdade social: A desigualdade social é um dos frutos mais
problemáticos do capitalismo, fazendo com que hajam grupos detentores de muita riqueza,
enquanto outros vivendo em extrema pobreza.
CARACTERIZA X INFLUENCIA
Questão Social, Origem e Determinantes
• A história não é determinada previamente, mas construída por homens que nascem sob
condições de fato já estabelecidas pelas gerações anteriores.
• A existência dessas condições, todavia, não impede os homens de alterarem o rumo da
história, mas apenas demonstra sobre que bases irão atuar.
• O homem, por ser o único animal que fabrica os seus instrumentos de trabalho, alarga as
suas potencialidades e pode realizar feitos que seriam inviáveis sem esses instrumentos.
• Tal capacidade estabelece firme distinção entre o trabalho humano e aquele desenvolvido
por outros animais, já que o ato de planejar a execução de uma atividade – o próprio
trabalho de criar um instrumento ou a transformação de uma matéria em outro objeto –
exige do homem uma prefiguração (teleologia), antes em sua consciência, do que irá
executar para, então, em momento posterior, dar curso a uma ação e realizar o que fora
preconcebido.
• O conceito de classe social em sentido pleno é definido, dentro do discurso de Marx,
pelas relações de distribuição que são expressão imediata das relações de produção.
Isso significa que, quando Marx se refere às três grandes classes: a dos trabalhadores
assalariados, a dos capitalistas e a dos proprietários fundiários, ele não está querendo
dizer que existam outras “pequenas camadas” dignas do nome “classe”.

• A concepção de organização social de Karl Marx e Friedrich Engels baseia-se nas


relações de produção. Nesse sentido, em toda sociedade, seja pré-capitalista ou
capitalista, haverá sempre uma classe dominante, que direta ou indiretamente
controla ou influencia o Estado; e uma classe dominada, que reproduz a estrutura
social ordenada pela classe dominante e assim perpetua a exploração.
• Assim, as relações de produção entre os homens dependem de suas relações com os
meios de produção e, desta forma, elas podem ser de proprietário/não proprietário,
capitalista/operário, patrão/empregado. Os homens são diferenciados em classes
sociais. Os que detêm a posse dos meios de produção apropriam-se do trabalho
daqueles que não têm esses meios, sendo que os últimos vendem a força de trabalho
para conseguir sobreviver.
• A luta de classes nada mais é do que o confronto dessas classes antagônicas.
• Denominam-se classes sociais os grupos econômica e politicamente distintos em que
se divide cada sociedade. Sua diferenciação depende, pois, das relações que mantêm
dentro do sistema produtivo vigente e de sua respectiva divisão de trabalho.
• Do fim do Império Romano até as revoluções burguesas dos séculos XVII e XVIII, o
sistema feudal imperou na maior parte da Europa, com rígida divisão em três classes
sociais:
• Não havia em sua estrutura nada do que os sociólogos viriam a chamar de
"mobilidade social", isto é, a possibilidade de que membros de uma classe se
deslocassem para outra: a diferença era legitimada pela lei dos homens e pela lei de
Deus, determinada pelo nascimento e pela herança familiar.
• Com o desenvolvimento do sistema capitalista e a ascensão da burguesia,
politicamente consumada na Inglaterra e na França dos séculos XVII e XVIII, a
estratificação social alterou-se, adquirindo uma mobilidade que se consagrará nas
constituições parlamentaristas e republicanas.
• Essa mudança ocorreu no quadro socioeconômico, que se estendeu do início da
revolução comercial, em que a burguesia emergiu e se organizou como classe, até a
primeira etapa da revolução industrial, em que tiveram origem tanto a classe operária
como as classes médias das modernas sociedades industriais.
QUESTÃO SOCIAL
• Questão social é o conjunto das expressões que definem as
desigualdades da sociedade, como por exemplo a pobreza, raça,
etnia, desemprego, violência, descriminalização de gênero, dentre
outros. A questão social surgiu no século XIX com o intuito de
exigir a formulação de políticas sociais em benefício a classe
operária, que estavam em pobreza crescente. O conceito de
questão social está ligado a forma como a riqueza em sociedade é
produzida e repartida.
• Na atualidade, a "questão social" diz respeito ao conjunto
multifacetado das expressões das desigualdades sociais
engendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a
intermediação do Estado. A "questão social"
expressa desigualdades econômicas, políticas e culturais das
classes sociais. É nesse terreno de disputas que trabalham os
assistentes sociais.
• A tendência de naturalizar a "questão social" é acompanhada da transformação
de suas manifestações em programas assistenciais focalizados no "combate à
pobreza" ou em expressões da violência dos pobres, cuja resposta é a segurança
e a repressão oficiais. Isso traz à lembrança o passado, quando era concebida
como "caso de polícia", ao invés de ser objeto de uma ação sistemática do
Estado no atendimento às necessidades básicas da classe operária e outros
segmentos trabalhadores.

• Na atualidade, as propostas imediatas para enfrentar a "questão social", no


Brasil, atualizam a articulação assistência focalizada /repressão, com o reforço
do braço coercitivo do Estado em detrimento da construção do consenso
necessário ao regime democrático, o que é motivo de inquietação.
O Serviço social e a questão social
• Segundo o Conselho Federal de Serviço Social, “o
assistente social analisa, elabora, coordena e executa
planos, programas e projetos para viabilizar os direitos da
população e seu acesso às políticas sociais, como a saúde,
a educação, a previdência social, a habitação, a
assistência social e a cultura.”
O Serviço social e a questão social
• Partimos do pressuposto que a questão social eclode de forma latente com o
processo de industrialização, ancorada nas relações antagônicas entre capital
e trabalho no interior do processo produtivo a partir do surgimento do modo
de produção capitalista. Assim, podemos vincular o surgimento da questão
social com a eclosão da classe trabalhadora e sua inserção no cenário político
e identificá-la no momento em que a contradição fundamental do
capitalismo, como modo de produção social se desenvolve e se revela
(NETTO, 2004)
O Serviço social e a questão social
• É nesse terreno denso e conflituoso que emerge e se desenvolve o conjunto
de problemáticas ao qual denominamos de questão social e que assume
conotações diversificadas durante toda a trajetória do capitalismo.
• Como assinalado por Marx em sua célebre obra “O capital”, a base de
fundação da questão social encontra-se na Lei Geral da acumulação
capitalista onde cada vez mais a produção é socializada enquanto a
apropriação torna-se privada. Do mesmo modo que cresce a riqueza para
poucos capitalistas, cresce exponencialmente a pobreza entre os
trabalhadores.
O Serviço social e a questão social
• Assim sendo, é nesta conjuntura que se põe a profissão do Serviço Social
como alternativa para mediatizar os conflitos e para atender as mais variadas
expressões da questão social. Constitui-se como trabalho especializado na
sociedade a partir da inserção das políticas sociais públicas na nova divisão
social do trabalho.
• É nesse cenário de transformações que o Estado aparece como principal
agente de intervenção, lançando mecanismos que permitam manter o
controle sobre os agravos sociais, de maneira que possa atuar na formulação
e implementação das políticas sociais que, servem como formas de controle
para as atuais manifestações da questão social (SILVA, 2012).
O Serviço social e a questão social
• Dessa maneira, somente através da constituição das políticas sociais públicas
e da sua funcionalidade política e econômica no modo de produção
capitalista que o Estado procura responder às condições de superexploração
da força de trabalho e, para tanto, recruta novos agentes profissionais para
atuarem tanto na formulação quanto na implementação dessas políticas.
EXPRESSÕES DA
QUESTÃO SOCIAL
• A ordem do capital mundial implicou inúmeras transformações no que diz respeito
ao mundo do trabalho. Tais modificações iniciadas nos anos 70 ampliaram-se de tal
forma que atingiram não só os países centrais, como também os periféricos.
• As mudanças geradas no modelo de produção no contexto internacional, na ênfase
no trabalho e a minimização do Estado-Nação encontraram respaldo na perspectiva
política que se traduziu enquanto forma eficaz de maximizar o poder do capital.
• Segundoa OMS, violência é o uso de força física ou poder, em
ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou
contra um grupo ou comunidade que resulte ou possa resultar
em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento
prejudicado ou privação.
•A violência está baseada na intenção do indivíduo que pratica
(deliberadamente) o ato violento.
• A violência pode ser definida a partir de quem sofre:
• Interpessoal:
quando uma pessoa agride outra, pode ser um
membro da comunidade, um familiar ou parceiro.
• Coletiva: quando é causada a um grupo social, podendo ser
política, econômica ou social.
• Autodirigida:
quando o ato é causado contra si próprio, a partir do
auto-abuso ou comportamentos suicidas.
• Também pode ser classificada a partir do tipo de violência:
• Violência física
• Violência sexual
• Violência psicológica
• Violência por privação ou abandono

• Quando se trata de direitos humanos, a violência abrange todos os atos de


violação dos direitos: civis (liberdade, privacidade, proteção igualitária);
sociais (saúde, educação, segurança, habitação); econômicos (emprego e
salário); culturais (manifestação da própria cultura) e políticos (participação
política, voto).
TIPOS DE
VIOLÊNCIA
• Violência física
A violência física corresponde às agressões que causam qualquer dano
físico. Abrange o uso da força física, utilização de objetos, armas de fogo,
armas brancas (instrumentos de corte ou perfuração como facas, punhais,
canivetes, etc.) ou produtos nocivos à saúde.

• Violência sexual
A violência sexual é compreendida como todo e qualquer ato de cunho
sexual: violações, assédios, exposição à nudez, etc.. Ocorre quando não há
o consentimento das partes ou quando a vítima é incapaz de consentir ou
de se opor ao ato sexual.
• Violência psicológica
A violência ocorre quando há um abuso de poder ou uma agressão por
palavras, gestos, ameaças, exposição, humilhação, opressão e coação, sem
haver o auxílio ou a utilização da força física. Esse tipo de violência ocorre
sempre que há algum dano psicológico a vítima.

• Violência por privação ou abandono


A violência por privação ou abandono ocorre a partir da negação do acesso
às condições necessárias para a subsistência ou para uma vida digna.
Nesses casos, há uma relação de poder entre o agressor e a vítima que baseia
esta violência. Ocorre por meio da ausência de cuidado ou abandono, no
caso de crianças, idosos e pessoas incapazes de viver de forma autônoma.
• Tipos de discriminação

• Por raça:
O etnocentrismo é a análise do mundo de acordo com os parâmetros de nossa
própria cultura. Essa diferenciação cultural gerou condutas preconceituosas e
desqualificadoras em relação a pessoas de nosso ou de outro país ou região.
Inclusive, pessoas com outra cor de pele ou características físicas próprias da
nossa ou de outra região são excluídas e maltratadas por pessoas que
acreditam poder agir assim só por serem diferentes daquelas. Durante muitos
anos, esse tipo de discriminação foi muito marcante na civilização, gerando
desprezo, preconceito e exclusão.
• Por orientação sexual:
A identidade social é construída por processos biológicos, psicológicos e
sociais, os quais em virtude de uma série de variáveis influem na vida das
pessoas. Se uma pessoa sente atração por outra do mesmo sexo, para muitos,
isso é desonroso. Pode ser considerado um crime, pois gera intolerância, ódio,
antipatia ou aversão à pessoa discriminada, limitando sua autonomia e seu
poder de decisão.

• Por religião, ideologia, origem étnica:


Existem diferentes religiões ao redor do mundo, mas o fato de que uma pessoa
ou uma cultura adote uma religião não implica que todos devam adotá-la, mas,
sim, respeitá-la. Portanto, não se pode repelir, odiar ou insultar outra pessoa
por ter crenças diferentes.
• Por diversidade funcional (incapacitação):
A incapacitação é uma deficiência física ou psicológica que atinge uma pessoa e que
com o tempo pode afetar sua forma de interagir com a sociedade. Por esse motivo,
muitas vezes as pessoas incapacitadas são socialmente excluídas; esse tipo de
barreiras que a própria sociedade cria pode ser verificado no âmbito do trabalho, dos
transportes públicos, da saúde e da educação. Tais obstáculos devem ser eliminados,
pois todos têm o mesmo direito de viver de maneira segura, confortável e autônoma.

• Por gênero:
Embora isso possa parecer que não é um problema, indiretamente é. Esse tipo de
discriminação se refere à diferença de sexo (feminino ou masculino) entre as pessoas.
Tal diferença, em circunstâncias diversas transformou-se em desigualdade social,
porque tudo o que se relaciona com o sexo masculino é considerado superior à
capacidade feminina. Um exemplo dessa atitude é visível no mundo do trabalho:
diferenças salariais, dificuldades de acesso a cargos de direção, conflito lar/trabalho,
etc.
• Por aparência:
• Os padrões culturais determinaram que certos aspectos físicos são sinônimos
de sucesso ou aceitação social. As pessoas são submetidas a intensas
pressões para mudar suas características corporais, são incentivadas pelo
desejo de imitar modelos e personagens midiáticos. Isso faz com que
algumas pessoas discriminem as demais só por serem fisicamente diferentes
dos padrões que as primeiras consideram corretos.
EXPRESSÕES DA
QUESTÃO SOCIAL
• Abuso de drogas • Educação e evasão escolar • Sexismo
• Assalto, roubo • Estupro • Sociedade
• Bullying • Exclusão social • Sociologia
• Controle de armas • Extremismo • Trabalho social
• Crime • Guerra • Tráfico de drogas
• Censura
• HIV e AIDS • Valor ético
• Desemprego
• Desigualdade social • Violência
• Direitos dos
homossexuais • Incesto • Violência doméstica
• Discriminação • Injustiça social • População
• Migração • Integração social • Racismo
• Paz • Justiça • Exclusão social
• Pobreza • Marginalização • Sequestro
• Poluição
Bullying
• Bullying é uma prática sistemática e repetitiva de atos de violência
física e psicológica, tais como intimidação, humilhação, xingamentos e
agressão física, de uma pessoa ou grupo contra um indivíduo. A prática do
bullying geralmente acontece no ambiente escolar e pode provocar danos
psicológicos sérios em suas vítimas.
• Tal prática é caracterizada por constantes agressões, que podem ser de ordem
física, verbal e psicológica (geralmente ocorrem as três juntas), em que um
indivíduo ou um grupo humilha, xinga, expõe e agride um outro indivíduo.
Só podemos chamar de bullying o comportamento sistemático e constante,
de modo que episódios isolados de agressão física ou verbal não são
caracterizados dessa forma. Classificamos como bullying um
comportamento desenvolvido por crianças e adolescentes, sendo que, entre
os adultos, a prática similar a isso é chamada de assédio moral.
• As crianças e adolescentes que praticam o bullying procuram alvos fáceis,
normalmente crianças menores e sem comportamento agressivo. Não
podemos simplesmente julgar e condenar esse tipo de comportamento
quando se trata de menores de idade, pois geralmente ele se revela em
pessoas que passam por problemas emocionais e psicológicos que, muitas
vezes, originam-se no ambiente familiar.
• Bullying escolar
• O ambiente em que os casos de bullying mais se manifestam é a escola, e há
uma razão sociológica para isso: a escola é o ambiente em que as crianças e
os adolescentes passam grande parte do seu dia e convivem diariamente uns
com os outros.
• Como ocorre na sociedade extraescolar, o ambiente escolar comporta a
formação de grupos sociais e, muitas vezes, cria, entre os estudantes,
situações de hierarquia com base na força ou na aceitação que um indivíduo
tem do grupo. Isso não isenta outros ambientes da prática do bullying, como
o condomínio ou a vizinhança.
• Além da violência psicológica, o bullying pode chegar à violência
física, em que alguns indivíduos agridem suas vítimas,
normalmente crianças ou adolescentes menores e mais indefesos.
Em todos os casos, cabe aos profissionais da educação coibir
qualquer prática violenta que ocorra dentro do ambiente escolar.
• Massacre de Columbine
• Em 20 de abril de 1999, dois estudantes adolescentes da Columbine High
Scholl, na cidade de Columbine, Colorado, nos Estados Unidos, invadiram a
escola altamente armados com fuzis, submetralhadoras, pistolas e explosivos de
alto poder de destruição. O caso chocou o mundo. Foram, ao todo, 13 mortos, 21
feridos pelo tiroteio, e 3 feridos por bombas enquanto tentavam fugir do
atentado.
• Os autores do massacre chegaram a trocar tiros com a polícia e acabaram
cometendo suicídio. Os motivos são incertos, e mostram que há muita
especulação por trás do que realmente pode ter acontecido, considerando que os
jovens davam sinais de alerta há quase dois anos em blogs mantidos na internet,
mas nada foi feito.
• Entre os motivos, podemos elencar a falta de atenção das famílias e da escola
quanto aos sinais de personalidade dos autores do massacre e um possível
destempero emocional causado por algum tipo de violência sistêmica (bullying).
• Massacre de Realengo
• Em 07 de abril de 2011, um homem de 23 anos invadiu a Escola
Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, Zona Oeste da
cidade do Rio de Janeiro. O homem era Wellington Menezes de
Oliveira, que entrou na escola armado com dois revólveres e conseguiu
matar 12 adolescentes e ferir 22. Ele chegou a ser interceptado por
policiais, mas cometeu suicídio.
• Wellington deixou uma anotação contendo pistas sobre o motivo do
ataque que, em conjunto com o depoimento de sua irmã adotiva e de
um amigo próximo, revelam que ele sofreu bullying na adolescência
enquanto estudava na Escola Municipal Tasso da Silveira e em outras
instituições pelas quais passou, além de ter sido obcecado por
atentados terroristas.
Desemprego
O desemprego é a condição dos indivíduos que se encontram em idade para
trabalhar, estão em busca de trabalho, mas não conseguem encontrar uma
atividade e, portanto, não possuem fonte de renda. Suas causas vão desde a
automatização de processos produtivos até crises econômicas cíclicas e
temporárias.
Mais recentemente, a pandemia da covid-19 tornou-se um determinante da
condição do desemprego. Entre as consequências estão:
• o empobrecimento;
• o aumento do subemprego e da informalidade;
• o adoecimento da população, acometida sobretudo por problemas
psicológicos.
Causas do desemprego
O desemprego é causado por fatores de ordem estrutural ou
conjuntural, podendo ainda estar atrelado a motivações de caráter
pessoal.
A principal causa estrutural encontra suas origens no processo de
globalização e consequente modernização e informatização das
técnicas produtivas, levando ao maior índice de automatização dos
processos de produção em uma série de indústrias e setores da
economia. Esse processo provoca a redução e extinção de
determinados postos de serviço, sobretudo braçais, e uma série de
demissões.
Tipos de desemprego
• Os diferentes tipos de desemprego são identificados a partir de suas
causas.
• Desemprego natural ou friccional: condição momentânea, é ocasionada
pela demissão, pela troca de empregos (período em que o indivíduo se
desliga de um trabalho e vai para outro) ou pela recente inserção no
mercado de trabalho — isto é, aquelas pessoas que buscam emprego
pela primeira vez.
• Desemprego estrutural: tem como causa o avanço tecnológico e a
incorporação de novos modos de produção oriundos desse processo.
Tende a ser permanente, uma vez que pode levar à extinção de
determinadas profissões. Não se limita somente ao setor secundário,
atingindo também a agricultura e o setor de serviços.
Desemprego conjuntural: oriundo das crises econômicas ou políticas que se
desencadeiam em escala nacional, regional ou global. A conjuntura de crise e
recessão pode levar ao encerramento das atividades de empresas e fábricas,
fechamento de postos de trabalho, queda da demanda pela redução do
consumo e redução ou ausência de investimentos, motivações essas que
podem levar a demissões. É, na maior parte das vezes, temporário.

Desemprego sazonal: condição temporária que se repete periodicamente,


sendo mais comumente associado ao setor de serviços (turismo, por exemplo)
e à agricultura, devido à sazonalidade das culturas e à necessidade de mais
mão de obra nos períodos de safra, havendo diminuição do número de
empregados na entressafra.
Consequências do desemprego
Algumas das principais consequências decorrentes do desemprego são:
• aumento da pobreza, principalmente nos grandes centros urbanos;
• aumento da violência (domiciliar e urbana);
• maiores índices de criminalidade;
• redução do consumo associada à redução (ou ausência) da renda dos
indivíduos ou famílias;
• aumento do trabalho informal e do subemprego;
• aumento de problemas psicológicos, como a depressão e a ansiedade,
diretamente associados à frustração, insegurança e tristeza que o indivíduo
pode desenvolver pela falta de uma ocupação ou renda;
• maior incidência de doenças físicas – que podem ou não ter relação com
aquelas descritas no item anterior.
Marginalização
•A marginalização é o resultado dos processos sociais, políticos e
econômicos que conduzem os indivíduos para condições de
exclusão, ou seja, os impedem de fazer parte de determinados
grupos e ter acesso a direitos básicos, como saúde, educação e
moradia.
• Desde a sua origem, o Brasil é marcado pelas desigualdades
sociais e segregação de uma parte significativa da população.
Hoje, mesmo com o desenvolvimento de políticas públicas, o país
ainda possui os piores indicadores de renda, escolaridade e
distribuição de serviços. De acordo com dados do IBGE,
divulgados em maio de 2020, mais de 170 mil brasileiros
entraram para a chamada linha da pobreza em 2019, resultando
em um total de 13,5 milhões de pessoas em situação de miséria.
• Marginalização: relação com a desigualdade social

• Para sociólogos como Robert Castel, um dos autores da obra “Desigualdade


e a Questão Social”, a marginalização é um tipo de exclusão motivada pela
desigualdade social. E fatores como a escassez e precarização do trabalho,
vulnerabilidade socioeconômica e invisibilidade dentro da sociedade
demonstram as dificuldades de mudança para os sujeitos em tal condição.
• Acredita-se que a exclusão social é uma das consequências do capitalismo,
pois as pessoas são definidas e separadas por classes. Além disso, nesse
sistema, o trabalho é um dos principais meios de inserção social. Mas, para
acessá-lo, é preciso alguns preparos, a exemplo dos educacionais. Logo,
quem não consegue esses atributos acaba na marginalidade e a ele é
destinado apenas os subempregos ou a informalidade.
• Outra forma de desigualdade que leva a marginalização envolve a questão da
moradia. Diante da falta de dinheiro e capacitação para ocupar uma vaga no
mercado de trabalho, muitos são obrigados a residir longe dos centros
urbanos – lugares que geralmente não possuem saneamento básico, coleta
adequada do lixo, postos de saúde e outras infraestruturas.
• Fora as precariedades externas, segundo levantamento feito pela Pnad
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) em 2019, mais de 40
milhões de pessoas moram em casas feitas de madeira ou sem banheiro no
Brasil.
• Tipos de Marginalização

• O processo de exclusão atinge diferentes esferas da sociedade e, com isso,


também desencadeia algumas formas de marginalização. Entre elas,
destacam-se:
• Marginalização espacial: refere-se à atribuição de valores negativos a certos
lugares, como favelas e subúrbios. Este tipo de segregação contribui para
manutenção de preconceitos e discriminações não apenas em relação às
localidades, mas especialmente dos seus moradores e frequentadores.
• Marginalização cultural: diz respeito à rejeição de certas culturas e retirada
dos espaços de visibilidade e reconhecimento. Entre os exemplos encontram-
se o grafite e o funk, manifestações que foram historicamente
marginalizadas. De origem periférica, esses gêneros não são considerados de
forma unânime como artísticos e ainda enfrentam as tentativas de
criminalização.
• Marginalização racial: conceito atrelado à exclusão por motivações étnicas.
No Brasil, por exemplo, os negros e pardos são os mais afetados pela
violência urbana e doméstica, desemprego, falta de escolaridade e acesso à
saúde, entre muitos outros agravantes. A pesquisa do IBGE, chamada
“Desigualdades Sociais por Cor ou Raça”, aponta que para cada quatro
pessoas inclusas nos grupos que possuem maiores rendas, três são brancas e
apenas uma é preta ou parda.
• Marginalização infantil: este é um dos problemas sociais mais graves,
sobretudo em países subdesenvolvidos. O processo de exclusão já começa na
fase inicial da vida, pois geralmente essas crianças têm pais em situação de
extrema pobreza ou dependência química. Por isso, elas muitas vezes são
condicionadas ao trabalho infantil, prostituição e tráfico de drogas, ou
crescem em situação de rua.
Sexismo
• Sexismo ou discriminação de gênero é o preconceito ou
discriminação baseada no gênero ou sexo de uma pessoa. O
sexismo pode afetar qualquer gênero, mas é particularmente
documentado como afetando mulheres e meninas. Tem sido
ligado a estereótipos e papéis de gênero e pode incluir a crença de
que um sexo ou gênero é intrinsecamente superior a outro. O
sexismo extremo pode fomentar o assédio sexual, estupro e outras
formas de violência sexual
• Mulheres e homens podem ter atitudes sexistas. Algumas linhas
de estudos sobre gênero, inclusive, sugerem o uso do termo
sexismo em substituição à palavra machismo, para que a
característica negativa do machismo não seja algo somente
associado aos homens, ou algo inerente ao fato de ser do gênero
masculino.
•A palavra sexismo encontra sinônimos nas suas variações
conforme o gênero tratado. A discriminação contra mulheres é o
machismo ou misoginia, enquanto o preconceito contra homens é
chamado de misandria.
Violência
doméstica
• Violência doméstica é um padrão de comportamento que envolve violência
ou outro tipo de abuso por parte de uma pessoa contra outra num contexto
doméstico, como no caso de um casamento ou união de fato, ou contra
crianças ou idosos. Quando é perpetrada por um cônjuge ou parceiro numa
relação íntima contra o outro cônjuge ou parceiro denomina-se violência
conjugal, podendo ocorrer tanto entre relações heterossexuais como
homossexuais, ou ainda entre antigos parceiros ou cônjuges.
• A violência doméstica pode assumir diversos tipos, incluindo abusos físicos,
verbais, emocionais, económicos, religiosos, reprodutivos e sexuais. Estes
abusos podem assumir desde formas subtis e coercivas até violação conjugal
e abusos físicos violentos como sufocação, espancamento, mutilação genital
feminina e ataques com ácido que provoquem desfiguração ou morte.
Pobreza
•A pobreza é definida como a falta de acesso a serviços essenciais
(saneamento básico, saúde, educação, energia elétrica, entre
outros), bens de consumo, sobretudo alimentos, e bens materiais
necessários para a manutenção da vida em condições básicas.

• A pobrezano Brasil é derivada da má distribuição de renda e suas


origens remontam ao período colonial. Atualmente o Nordeste
concentra os maiores índices de pobreza país.
• Causas da pobreza
• A pobreza pode ter diversas causas, a depender do grupo social
ou do país analisado, sendo elas de origem estrutural ou
conjuntural. Em se tratando do Brasil, a causa primária da
pobreza é estrutural e se amplia por meio da má distribuição de
renda.
• A história
do Brasil é marcada pelo processo colonial, cuja
sociedade era composta por classes extremamente desiguais,
sendo baseada no trabalho escravo. Uma pequena parcela da
população podia ser considerada rica, sendo a sociedade brasileira
do período composta majoritariamente por pessoas pobres e
miseráveis.
• Consequências da pobreza no Brasil
• A pobreza pode trazer consequências tanto para os indivíduos e famílias que
a vivenciam quanto para o espaço em diversas escalas. São consequências
desse grave problema social:
• fome;
• maior incidência de doenças devido tanto à falta de saneamento básico
quanto ao acesso restrito a medicamentos;
• crescimento do número de pessoas sem-teto ou morando em abrigos;
• aumento da discriminação para com as pessoas nessas condições;
• aumento da violência;
• crescimento do número de moradias em áreas de risco;
• maiores taxas de desemprego;
• baixa da expectativa de vida.
“Não desejo a ninguém o que
estou passando, pois na
minha situação, você é
menosprezado, rejeitado,
pior, nem visto é. É como não
estar aqui, como não ser, não
existir, invisibilidade pública.
Aqueles que são condenados
a morte, desqualificados,
desumanizados. É
degradante. O dia inteiro, a
vida inteira, até a morte, na
exclusão.” M. C. Morador de
rua de Juiz de Fora

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