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Karl Marx

1818 – 1883

A sociologia de
Marx e a crítica
da sociedade
capitalista

Prof. Giovanni
Máximas
“Os filósofos não têm feito senão interpretar
o mundo de diferentes maneiras, o que
importa é transformá-lo”. Teses sobre
Feuerbach (1845)

“A história de todas as sociedades que


existiram até nossos dias tem sido a
história da luta de classes”.
Manifesto do Partido Comunista (1848)
O pensamento de Marx
(influências teóricas)
 crítica ao socialismo utópico francês,
(Saint Simon, Charles Fourier e *Robert Owen)

 crítica a economia política clássica


inglesa,
(Adam Smith e David Ricardo)

 crítica a filosofia alemã


(Ludwig Feuerbach e Georg W. F. Hegel)
Materialismo
Histórico
(dialético)
“Os homens fazem sua
própria história , mas
não a fazem como
querem ; não a fazem
sob circunstâncias de
sua escolha e sim sob
aquelas com que se
defrontam
diretamente e
transmitidas pelo
passado”
K. Marx.”O 18 Brumário de Luís Bonaparte”,
p.07.
Col. Os Pensadores. Ed. Nova Cultural.
Império Romano Crise Imperial

Crise Feudal
Feudalismo

Capitalismo
Socialismo

Comunismo
O Materialismo dialético

● Para os idealistas, em específico Hegel, o real é


guia e fundamento do pensar na história e as
contradições ocorrem naturalmente.

● Para Marx o real também é guia e fundamento


do pensar, mas as contradições históricas não
ocorrem naturalmente, elas são provocadas pela
diferença econômica de classes.
“Meu método dialético, por seu fundamento,
difere do método hegeliano, sendo a ele
inteiramente oposto [...]. Em Hegel, a dialética
está de cabeça para baixo. É necessário pô-la
de cabeça para cima, a fim de descobrir a
substância racional dentro do invólucro
místico.”
Posfácio da 2° Edição de “O Capital” de 1873.
Segundo Marx, para viverem, os seres
humanos precisam transformar a
natureza: comer, construir abrigos,
produzir utensílios. Porém o fazem sob
condições determinadas...
Logo em Marx existem duas realidades,
são elas:
A realidade material: se refere as relações
do ser humano com a natureza no esforço de
produzir a própria existência [forças produtivas]
e as relações dos indivíduos entre si, ou seja,
as relações entre proprietários e não-
proprietários, e entre não-proprietários e os
meios e objetos de trabalho [relações sociais de
produção].
É chamada de infra-estrutura ou estrutura social ou
estrutura econômica, que é responsável por garantir a
existência coletiva.
“[...] o primeiro pressuposto de toda a existência humana e, portanto,
de toda a História, é que os homens devem estar em condições de
viver para poder "fazer história". Mas, para viver, é preciso antes de
tudo comer, beber, ter habitação, vestir-se e algumas coisas mais. O
primeiro ato histórico é, portanto, a produção dos meios que
permitam a satisfação destas necessidades, a produção da própria
vida material, e de fato este é um ato histórico, uma condição
fundamental de toda história, que ainda hoje, como há milhares de
anos, deve ser cumprido todos os dias e todas as horas,
simplesmente para manter os homens vivos.”
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 39.
O Materialismo Histórico
A realidade imaterial: que se refere ao nível
político-ideológico, comumente chamado de
Superestrutura. É constituído:
● pela estrutura jurídico-política representada pelo
Estado e pelo direito.
● pela estrutura ideológica referente às formas de
pensamento, sentimento e consciência social, tais
como:
▪ Filosofia; ▪ Literatura; ▪ Estética;
▪ Ciência; ▪ Religião; ▪ Moral;
▪ Arte; ▪ Educação; ▪ Música.
Modos de produção da vida material
Refere-se a infra-estrutura, que é um composto de
forças produtivas e relações sociais de produção. Ou
seja, é a maneira pela qual os homens obtêm seus
meios necessários de existência material – comumente
chamado por Marx de econômica.

Modo de produção = forças produtivas + relações


sociais de produção = Infra-estrutura
Tipos de modo de produção:

O modo de produção capitalista: é a nova síntese que surge


das ruínas do sistema feudal, ou seja, da contradição entre a tese
(senhor feudal) e a antítese (servo). Neste contexto, para Marx, o
movimento dialético pelo qual a história se faz tem um motor: a
luta de classes. Chama-se luta de classes ao confronto entre duas
classes antagônicas quando lutam por seus interesses de classe.
No modo de produção capitalista, a relação antitética se faz entre
o burguês, que é o detentor do capital, e o proletário, que
nada possui e só vive porque vende sua força de trabalho.
Novos Elementos :
Cria-se a "Alienação" na
produção, que é o
estranhamento
[o produtor deixa de se
reconhecer no que
produz] do trabalhador
diante da mercadoria que
ele produziu. Um dos
efeitos desse processo
Marx chama fetichismo
da mercadoria;
Intensifica-se a Mais Valia
“A alienação significa que a exteriorização (Eutäusserung) e
objetivação dos bens sociais que resultaram do processo de
trabalho tornam-se autônomos e independentes do homem,
apresentando-se como realidades “estranhas” (Entfremdung)
e opostas a ele, como um ser alheio que o domina. O
trabalho inverte seu papel e, de meio para a realização do
individuo como ser humano, passa a negar e impedir o
desenvolvimento de sua natureza. É nesse sentido que o
capitalismo aliena o homem de sua própria essência que é o
trabalho.”
Sell, Carlos Eduardo. “Sociologia Clássica: Marx, Durkheim e Weber”. Rio de Janeiro. Vozes. 2009 p.48.
Alienação e Fetichismo
“Enquanto o homem não tiver se
reconhecido como ser humano e,
consequentemente, não organize o
mundo humanamente, a sua natureza
social se manifestará somente sob a
forma de alienação e o seu sujeito, o
homem, será um estranho para si
próprio”.
Marx analisa a alienação
dos trabalhadores
industriais em
Manuscritos Económicos
e Filosóficos (1844).
A propriedade privada e
o controle da produção
por uma elite são causas
do trabalho alienado.
O trabalho alienado
retira a humanidade das
pessoas.
“A mercadoria é misteriosa simplesmente por
encobrir as características sociais do próprio
trabalho dos homens, apresentando-as como
características materiais e propriedades sociais
inerentes aos produtos do trabalho; por ocultar,
portanto, a relação social entre os trabalhos
individuais dos produtores e o trabalho total, ao
refleti-la como relação social existente, à
margem deles, entre os produtos do seu próprio
trabalho.”
MARX Karl. “O Capital: a crítica da economia política”. 6 vols. Rio de Janeiro.
Bertrand Brasil, 1994. p.81
Marx chamou de mais-valia a diferença entre o valor adicionado
pelos trabalhadores (incorporado às mercadorias produzidas) e o
salário que recebem.
A apropriação da mais-valia é o fundamento da divisão das
classes sociais no capitalismo.
“Horrorizai-vos porque queremos abolir a
propriedade privada. Mas, em nossa sociedade, a
propriedade privada já foi abolida para nove
décimos da população; se ela existe para alguns
poucos é precisamente porque não existe para
esses nove décimos. Acusai-nos, portanto, de
querer abolir uma forma de propriedade cuja
condição de existência é a abolição de qualquer
propriedade para a imensa maioria da sociedade.
Em suma, acusai-nos de abolir a vossa
propriedade. Pois bem, é exatamente isso o que
temos em mente.”
(Karl Marx e Friedrich Engels. O manifesto do partido comunista.)

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