Este resumo descreve o livro "O Capital da Notícia" de Ciro Marcondes Filho sobre o papel do jornalismo na sociedade moderna. Marcondes Filho argumenta que (1) o jornalismo é uma mercadoria capitalista cujo poder está nas mãos das classes dominantes, (2) a informação é usada para manipular ideologicamente as massas, (3) embora o jornalismo liberal pregue liberdade, na verdade favorece os interesses da burguesia.
Este resumo descreve o livro "O Capital da Notícia" de Ciro Marcondes Filho sobre o papel do jornalismo na sociedade moderna. Marcondes Filho argumenta que (1) o jornalismo é uma mercadoria capitalista cujo poder está nas mãos das classes dominantes, (2) a informação é usada para manipular ideologicamente as massas, (3) embora o jornalismo liberal pregue liberdade, na verdade favorece os interesses da burguesia.
Este resumo descreve o livro "O Capital da Notícia" de Ciro Marcondes Filho sobre o papel do jornalismo na sociedade moderna. Marcondes Filho argumenta que (1) o jornalismo é uma mercadoria capitalista cujo poder está nas mãos das classes dominantes, (2) a informação é usada para manipular ideologicamente as massas, (3) embora o jornalismo liberal pregue liberdade, na verdade favorece os interesses da burguesia.
Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Arte Jornalismo – Relações Públicas
Oficina de Texto em Jornalismo
Raynara Kawane Barros Ferreira Gondim
Dario Rafael de Melo Alves
26 de dezembro de 2022
Maceió - AL Resumo
Este resumo é baseado na Obra “O capital da Notícia - de 1986”, escrito
por Ciro Marcondes Filho, jornalista graduado na escola de Frankfurt. O livro foi escrito e baseado em 40 fontes diferentes, incluindo pesquisadores alemães, ingleses e brasileiros, sua multidisciplinaridade torneiam importantes tópicos da comunicação para discernir qual o papel do jornalismo na construção e moldura da sociedade moderna e como ela se comporta, quais suas influencias nas decisões políticas, econômicas e ideológicas em um país.
Os tópicos abordados neste resumo se subdividem em:
1 – O que é o jornalismo para Marcondes Filho e quem detém o poder da informação 2 – A informação como mercadoria capitalista 3- Imprensa como doutrinação ideológica 4 – O jornalismo Liberal O que é o Jornalismo para Marcondes Filho e quem detém o poder da informação?
De acordo com Ciro Marcondes Filho, doutor pela Universidade de
Frankfurt, o Jornalismo hegemônico nada mais é do que um meio para vender um produto, pois é uma empresa como qualquer outra e a sua mercadoria é a informação, como meio de manipulação das massas. Colocar o jornalismo como mercadoria dentro do capitalismo numa desigualdade de classes e povos, nos faz perguntar “quem detém o poder destas empresas? ”, para Marcondes Filho a resposta é óbvia, o poder irá fica nas mãos das classes dominantes. De forma perigosa, o jornalismo é apresentado como meio de representação das massas, mas na prática e na evolução da imprensa no mercado isso não acontece de forma limpa e imparcial, pois as empresas, de vários setores, seja físico ou tecnológico, se unem para transmitir uma mesma mensagem através de variadas plataformas jornalísticas diferentes, fazendo a população perceber que a opinião transmitida na TV é de certa forma universal e hegemônica, quando na verdade não se passa da estratégia de pensamento coletivo chamado “Cultura da Convergência” ou até mesmo o chamado “ espiral do silêncio”, que é quando um determinado grupo pequeno mas de grande influência expõe e sua opinião como a única valida, a sociedade acata para si e a acredita ser o pensamento de todos. Sendo assim, o jornalismo pode ser definido como um conglomerado de opinião de um determinado grupo, seja ele o dominante (empresarial) ou até mesmo opinião das massas expostas em protestos, revoluções, etc. Pois é preciso enfatizar que até mesmo quando falamos de revoluções sociais há interesse do capitalismo, como por exemplo o “Pink Money”, quando uma empresa fala e publica sobre causas LGBTQIA+ para se mostrar inclusiva, mas não existe nenhum funcionário LGBT em cargos de Liderança, pois só o que interessa é o capital ganho encima de causas importantes da sociedade. A informação como Mercadoria Capitalista
O jornalismo é popularmente conhecido pela característica de ser
imparcial, porém isso é um mito no mundo da comunicação, pois a partir do momento que pensamos numa pauta, favorecemos um lado da história, ao fazer o recorte temático, definir a manchete, um viés é escolhido, quais pessoas vou entrevistar para transmitir a ideologia planejada. Umberto Eco cita em suas obras que o jornalismo precisa encantar, prender a atenção por algo extraordinário e o extraordinário na imprensa só vira debate quando pode ser usado como arma ideológica. A arma ideológica está diretamente relacionada ao interesse de grandes empresas capitalistas, pois ao construir uma opinião de massa, é possível manipular as ações da maioria tanto para definir a nova tendência de moda da estação até a escolha partidária política do país ou em quais empresas a população prefere comprar ou não comprar, um marketing maquiado de boas intenções e imparcialidade. Marcondes filho ainda pontua “ Os jornais são como pontas de icebergs, que no nível externo representam a democracia formal, na qual todos seriam iguais, e, no fundo, escondem o poder político ou econômico que os sustenta, que é incomparavelmente diferenciado de um jornal para outro em relação ao seu tamanho e importância”(pág 13 parágrafo 2). Essa lógica de informação como mercadoria supõe três dimensões: 1) a inserção da notícia como fator de sobrevivência econômica; 2) como veiculador ideológico; e 3) como estabilizador político. Além disso, o cenário muda ao decorrer da evolução tecnológica, mas a forma de influência e como a comunicação se comporta dentro das culturas continua. A impressão do primeiro jornal ocorre pouco mais de um século após o aparecimento dos tipos móveis. Contudo, ele iria atender com exclusividade alguns núcleos de poder político e financeiro da época mercantilista (Antuérpia, Praga, Estrasburgo). É notório e explícito também para Marcondes que a notícia, classificada como fato nas subdivisões de gêneros textuais, funciona apenas como uma releitura da verdade típica, como a Teoria da caverna de Platão, pois é mostrado aos telespectadores o recorte grotesco de um fato específico no qual raramente exibe os fenômenos causais do fato ocorrido, não sendo essa a verdade completa e sim a favorável mostrar... ”A notícia, tal qual se apresenta para o receptor, como forma "quebrada" de realidade, como pedaço do real, de onde se abstrai somente o fato específico que a originou, e como disposição múltipla e diversificada no jornal, na televisão, no rádio, no cinema, atua . no receptor participando de um jogo psíquico, em que num momento ela desencadeia processos de preocupação e, noutro, de alívio e descontração”(pág 14 parágrafo 2).
Imprensa como doutrinação ideológica
O jornalismo já foi meio de revolução e representação das minorias
oprimidas, porém, como todo desenvolvimento, houve perdas, e na comunicação foi a suspensão da liberdade individual do redator, do jornalista, e a interferência dessa liberdade exclusivamente para as mãos do proprietário. Jornalismo aqui já deixa de ser livre manifestação de indivíduos isoladamente, forma de externalização de ideias e posições políticas. A ditadura do capital vai exigir liberdades plenas para si própria - "liberdade de imprensa" e vai oprimir despoticamente as expressões e as manifestações públicas dos jornalistas. Um texto da época, segundo Jeanik diz que: “Grande quantidade de escritores é puramente rebaixada a servidores, criados e "ajudantes de mercado"; o jornalismo cai em dependência a olhos vistos. Uma nova tirania está se formando junto ao poder financeiro e à autoridade pública que se beneficiam em si”. A ideia inicial e objetividade do jornalismo era genuína e válida para contribuir com grandes revoluções sociais, mas à medida que o capitalismo foi crescendo acabou por “engolir” e fazer o jornalismo perder um pouco a essência de se mostrar revolucionário e mostrar apenas o que dá lucro, pois a voz ouvida nas grandes mídias não são de opinião do redator, mas um acordo interno para mostrar o posicionamento do viés da grande empresa que é a imprensa. Os jornais tornam-se veículo de doutrinação ideológica, tornam-se mais analíticos e teóricos, participam cada vez mais de discussões programáticas e estratégicas. “Trata-se da separação entre imprensa empresa capitalista de um lado e a formação e a consolidação da imprensa partidária de outro. A imprensa puramente política (doutrinária, ideológica) dos partidos social- democratas, socialistas do século XIX caracterizou-se como o principal meio de discussão política e estratégica nos conflitos sociais do final do século. A imprensa burguesa, particularmente a partir de 1830, começara a definir-se como imprensa de negócios para o comércio de anúncios”(pág65 -66)
Jornalismo Liberal
O jornalismo independente e liberal é uma resposta da elite baseada no
pânico e caos social, ela veio para satisfazer as massas e acharem que os estão sendo ouvidas pela classe dominante, a ordenação dessa nova liberdade, contudo, precisava ainda ser arranjada em termos satisfatórios aos donos do poder. A garantia das liberdades civis que acompanha o discurso liberal volta-se, porém, contra a violência das massas, contra a ''tirania da maioria". A proposta liberal, não obstante, substitui as exigências do programa socialista, de domínio de uma classe sobre outra: instaura-se a suposta "equivalência geral", que do ponto de vista da burguesia é a melhor solução ante a ameaça operária. Já naquela época, a burguesia colocava-se a favor da liberdade política separadamente, como se a liberdade econômica não a determinasse. Para a classe dominante, tratava-se de separar as coisas: política é política, economia é economia. De certa forma, a imprensa se posicionar pelo liberalismo é uma boa jogada, pois como dito no início desse artigo, o jornal é uma empresa como qualquer outra, e quanto menos interferência política em sua economia, melhor. O que a massa manipulada esquece é que sem interferência do estado na economia, não há garantia de direitos básicos cobertos pelo dinheiro público, pois o liberalismo veio para favorecer a burguesia se agir e crescer usando a mão de obra barata sem ter que pagar impostos e a mão se obra são os trabalhadores brasileiros.