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TEORIAS DA COMUNICAÇÃO - MAURO WOLF

TEORIA HIPODÉRMICA (1.2)

contexto:
- guerras mundiais
- a novidade das comunicações de massa
- ligacao desse último fenômeno as experiências totalitárias do período

abordagem global aos mass media, indiferente à diversidade existente entre os vários
meios e que responde sobretudo à interrogação: que efeito têm os mass media numa
sociedade de massa?

- presença explícita de uma teoria da sociedade de massa

Uma teoria da propaganda e sobre a propaganda; com efeito, no que diz respeito ao
universo dos meios de comunicação.

TEORIA DA SOCIEDADE DE MASSA (1.2.1)

Percepções sobre o termo sociedade de massas:

pensamento político oitocentista conservador: consequência da industrialização, da


revolução dos transportes e do comércio, da difusão de valores de igualdade e de liberdade.
perda da exclusividade por parte das elites que se vêem expostas às “massas”.

Ortega y Gasset (1930): o homem-massa é a antítese da figura do humanista culto. diz


respeito a dinâmica que se instaura entre o indivíduo e a massa e o nível de homogeneidade
em redor do qual se congrega a própria massa.

Simmel: formação que não se baseia na personalidade dos seus membros. as ações da
massa apontam diretamente para o objetivo e procuram atingi-lo pelo caminho mais curto, o
que faz com que exista sempre uma única ideia dominante, a mais simples possível.

- a época da dissolução da elite e das formas sociais comunitárias


- início de uma ordem social mais participada e partilhada
- estrutura social gerada pela evolução da sociedade capitalista

Apesar das diversas interpretações, há certos traços comuns que caracterizam a estrutura da
massa e o seu comportamento:

- conjunto homogéneo de indivíduos


- membros essencialmente iguais, indiferenciáveis, mesmo que provenham de
ambientes diferentes, heterogéneos, e de todos os grupos sociais.
- composta por pessoas que não se conhecem, que estão separadas umas das outras
no espaço e que têm poucas ou nenhumas possibilidades de exercer uma ação ou
uma influência recíprocas.
- a massa não possui tradições, regras de comportamento ou estrutura organizativa
(Blumer, 1936 e 1946).
- os indivíduos isolados, anônimos, separados, atomizados (elemento fundamental
para teoria hipodérmica)

Implicações:

I.

- os componentes da massa estão expostos a mensagens, conteúdos e


acontecimentos que vão para além da sua experiência, que se referem a universos
com um significado e um valor que não coincidem necessariamente com as regras do
grupo de que o indivíduo faz parte
- o facto de pertencerem à massa “orienta a atenção dos membros para longe das suas
esferas culturais e de vida, para áreas não estruturadas por modelos ou expectativas”
(Freidson, 1953, 199).
- ISOLAMENTO FÍSICO E NORMATIVO!
- ideia dessa massa como uma audiência indefesa e passiva provém da desintegração
e fragmentação das culturas locais.

Hipodermia + massificação (1.2.2)

A teoria hipodérmica compara uma mensagem emitida pelos meios de comunicação a uma
injeção “por baixo da pele”, enxergando-a como um narcótico de efeito imediato.

A ideia da sociedade de massas é o elemento crucial para o funcionamento dessa


engrenagem, pois a partir de sua homogeneização, a ideia emitida é aceita e espalhada
imediatamente e igualmente entre todos os indivíduos da massa, provocando um efeito rápido
e poderoso entre eles. A persuasão é facilmente “inoculada”.

Os mass media constituíam «uma espécie de sistema nervoso simples que se espalha até
atingir olhos e ouvidos, numa sociedade caracterizada pela escassez de relações
interpessoais e por uma organização social amorfa» (Katz - Lazarsfeld, 1955, 4).

Considerações:
- estimulo / resposta
- relação direta entre a exposição às mensagens e o comportamento: se uma pessoa
é apanhada pela propaganda, pode ser controlada, manipulada, levada a agir de
maneira x

TEORIA DA INFORMAÇÃO (1.9.1)

Base: engenharia das telecomunicações

objetivo: fazer passar, através de um canal, o máximo de informação com o mínimo de


distorção e com a máxima economia de tempo e de energia
A teoria de Shannon - Weaver (1949):

transferência de informação efetua-se da fonte para o destinatário


transferência da energia se efetua do transmissor para o receptor

Em cada processo comunicativo existe sempre uma fonte da informação, a partir da qual é
emitido um sinal, através de um aparelho transmissor; esse sinal viaja através de um canal,
ao longo do qual pode ser perturbado por um ruído. Quando sai do canal, o sinal é captado
por um receptor que o converte em mensagem que, como tal, é compreendida pelo
destinatário.

- permite individualizar os fatores de perturbação da transmissão de informações, ou


seja, o problema do ruído, quer fosse devido a uma perda do sinal, quer fosse devido
a uma informação parasitária produzida no canal

O grande merito de Shannon foi a melhor utilização da codificação, ressaltando a existência


do código como elemento.

Para que o destinatário possa compreender corretamente o sinal, é preciso se fazer


referencia a um mesmo codigo, tanto no momento da transmissão quanto na recepção. O
código é um sistema de regras que confere a determinados sinais um dado valor.

valor =/= significado (ex.: maquinas nao compreendem e respondem a partir do signicado da
mensagem recebida, mas sim ao valor dessa solicitaçao)

A teoria da informação constitui um método de cálculo das unidades de sinal transmissíveis


e transmitidas e não um método de cálculo das unidades de significado. O código que
interessa à teoria da informação torna possível essa transmissao de informaçao. É um
sistema organizador que não contempla o problema do significado da mensagem (dimensão
mais especificamente comunicativa).

A informação não se confunde com o significado, isto é, com o valor atribuído a partir de um
código, que faz corresponder aos elementos informativos outros valores que não são
transmitidos.

relevante para a teoria da informação: os aspectos ligados ao significante (resistência à


distorção provocada pelo ruído, a facilidade de codificação e de descodificação, a rapidez de
transmissão)

relevante para o aspecto comunicacional: significado que a mensagem adquire, que pode
ter muitos sentidos possíveis. O destinatário humano extrai o sentido a atribuir à mensagem
do código; só agindo em combinação com o código é que a mensagem se completa.

Podemos, portanto, dizer que, até à aparição do código, nem sequer existem
significantes; existem apenas sinais. O código une um sistema de significantes a um
sistema de significados

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