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Repórter Esso: O Radiojornalismo

e suas fontes.

Por: Danilo Alves da Silva Galvão

Professora: Ana Isabel Reis

Estudos de Jornalismo

Mestrado de Ciências da Comunicação e Jornalismo

Maio, 2021
Resumo
Este respectivo trabalho visa analizar o que é radiojornalismo, juntamente com suas respectivas características,
e estudar suas fontes dentro do programa Repórter Esso, que mudou as configurações dos programas
radiojornalísticos do Brasil e do mundo, mantendo um estética utilizada até hoje nas grandes estações de radio.
Além de toda a construção das pautas, e o que é importante naquele momento para informar ao público, o
Repórter Esso conseguiu estruturar suas rotinas com trilha-sonoras impactantes, roteiros simples e direto ao
ponto, e usando figuras de linguagem que aumentam a percepção dos ouvintes.

Para tal estudo, vamos abordar diversos autores que explicam detalhadamente a importância das fontes
jornalísticas, e como eram usadas dentro do Repórter Esso, que não era apenas esteticismo, e sim, jornalismo
imparcial baseado nas suas fontes oficiais. O programa, que foi introduzido durante a Segunda Guerra Mundial,
ganhou sua importância durante este evento, mas superou expectativas narrando, também, os fatos locais.

Palavras-chave: fontes, rádio, radiojornalismo, repórter esso, programa, fontes oficiais.

Abstract
This respective work aims to analyze what radiojournalism is, along with its respective characteristics,
and to study its sources within the Repórter Esso program, which changed the configurations of
radiojournalism programs in Brazil and in the world, maintaining an aesthetic used until today in the
great radio stations. In addition to all the construction of the guidelines, and what is important at that
moment to inform the public, Repórter Esso managed to structure its routines with impactful
soundtracks, simple and straight to the point scripts, and using figures of speech that increase the
perception of listeners.

For this study, we will approach several authors who explain in detail the importance of journalistic
sources, and how they were used within Repórter Esso, which was not just aestheticism, but impartial
journalism based on its official sources. The program, which was introduced during the Second World
War, gained its importance during this event, but exceeded expectations by also narrating local events.

Keywords: sources, radio, radiojornalism, repórter esso, program, oficial sources .


1. Introdução

Desde muito tempo o ser humano tem a necessidade de comunicar. Na antiguidade, os


homens das cavernas já pintavam as paredes para contar histórias de como foram as caçadas,
as rotinas, o que aconteceu no dia a dia. Com o pasar do tempo, o método de difusão de relatos
dos fatos diários foram ficando cada vez mais dinâmicos, até chegar o jornal impresso, e, por
conseguinte, o rádio. Porém, não era simplesmente colocar uma pessoa falando diante de um
microfone e torcer para que o máximo de pessoas escutasse aquilo (ver Orson Welles e a leitura
de Guerra dos Mundos). Existe toda uma produção por trás que vai desde a entrevista das
fontes, até a produção sonora que chega aos ouvintes. Entrevistar as fontes é um dos estágios
mais importante do jornalismo, pois é o que vai moldar as materias e reportagens. Dentro deste
proceso, há diversos tipos de fontes jornalísticas que terão diversos interesses para impactar a
noticia, daí vêm as partes políticas, sociais, denuncias, etc. O rádio se tornou um barato veículo
de comunicação em massa que quando produz algum programa, precisa ter uma, ou mais
pessoas por trás, que produzam uma forma de difusão para que o conteúdo capte a atenção dos
ouvintes. Por outro lado, o ouvinte terá o trabalho de absorver o impacto do que está sendo dito
e reproduzir, juntamente com sua experiência individual, tudo o que está sendo passado.

O programa radiojornalístico mais famoso de todos os tempos, que moldou os atuais


programas foi o Repórter Esso, iniciado em 1935 nos Estados Unidos, e em 1940 no Brasil.
Este que deu forma a uma estructura de difusão de noticias, produzido com uma forte trilha-
sonora, vozes impactantes dos locutores, e dando sequência à importancia das noticias. A
sequência de acontecimentos dos anos 40, 50 e 60, foram decisivos para que este formato de
programa radiofônico tivesse sucesso. Por exemplo, logo na sua estreia, no Brasil, estaba
acontecendo a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), e otros conflitos mundiais e locais que
ajudaram a manter os ouvintes muito bem sintonizados. Na década seguinte, além dos eventos
políticos que aconteciam no Brasil, incluido o suicidio do presidente Getúlio Vargas, também
acontecia a Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. E, nos anos 1960, houve a
corrida espacial e o proceso de industrialização do Brasil, com o presidente Jucelino
Kubitscheck. Ainda no final da década de 60, houve a chegada do homem à lua, mas o Repórter
Esso já havia encerrado suas atividades.

O desenrolar dos fatos mundiais chegava à United Press Associations (UPA), nos
Estados Unidos, que estruturava as notícias e repassava os principais associados pelo mundo.
Nesta agência, para tantas notícias, foi necessário a criação de uma estrutura redacional para
difusão organizada dessas informações, quando houve a criação do Repórter Esso. Eram
selecionadas 13 notícias, organizadas por ordem de importância e impacto, e, depois, adaptadas
à linguagem local de cada país. Os programas eram editados e finalizados trinta minutos antes
do Repórter Esso ir ao ar.

No Brasil, o Repórter Esso estreou no dia 28 de agosto de 1941, tinha o patrocínio da


Standard Oil of New Jersey, contaba com a produção da United Press Associations e tinha a
supervisão da McCannErickson Corporation, empresas norte-americanas. O grau de
importancia do programa foi tão grande que refletiu no mundo uma linguagem própria de
radiojornalismo através da locução vibrante, da pontualidade, de forma objetiva, e o uso de
uma trilha-sonora impactante, já falado anteriormente. Antes do Repórter Esso não existía uma
orden sistemática de noticias ou uma hora exata para os programas irem ao ar. Os programas
apareciam de repente durante a grade diária, sem quaisquer tratamento ou duração precisa.
Hoje em dia, os programas de rádio, tv e web mundiais, usam as mesmas técnicas de estrutura
do Repórter Esso, mesmo sem perceber. O modelo de organização, de captar as informações e
transformar em notícia, até hoje é usado. Porém, no caso do Esso, e sua política de normas
internas, sempre levou em consideração as fontes oficiais, o que, hoje, apresenta qualquer
pessoa ou cidadão comum, como fonte oficial de informação.
2. Radiojornalismo

Consiste no exercício profissional do jornalismo dentro veículo de comunicação rádio.


Podem ser programas radiojornalísticos todos aqueles que noticiam eventos entre segundos e
horas e propagam notícias das mais variadas, usando feitos sonoros e locução com
apresentadores (âncoras) e repórteres (locais ou correspondentes). O radiojornalismo é a
informação dos fatos diários, divulgados através de de relatos radiofônicos, interpretados e
transmitidos debidamente todos os dias à sociedade, tendo como objetivo principal ampliar o
conhecimento e orientar o público, promovendo o bem comum.

O conceito de radiojornalismo e suas características são estudados e ampliados de


acordo com os pesquisadores Gisela Swetlana Ortriwano (1985: 78-81), Daniel Hudec (1980),
e Angel Faus Belau (1966: 43-85), apresentando sete itens que ajudam a comprender o universo
do rádio. A primeira é o imediatismo, já que os fatos precisam ser transmitidos no momento
que ocorrem. A segunda é a instantaneidade, pois a mensagem tem que ser recebida no
momento que é emitida. A terceira é a interatividade, pois existe uma relação direta entre o
público e a mensagem durante e após a sua divulgação. A quarta é a mobilidade, já que o
aparelho físico, radio, pode ser transportado fácilmente para emissão e recepção da mensagem.
A quinta é a oralidade, onde o rádio tem a premissa de que para entender a emissão de sua
mensagem, basta apenas ouvir. A sexta é a penetração, já que as ondas radiofónicas podem
alcançar varios lugares. E, por último, a sétima característica, que é o regionalismo, onde
informa o ouvinte através das mensagens locais, aplicando a sensorialidade e despertando a
imaginação por meio da mensagem.

De acordo com Armand Balsebre, a definição da linguagem radiofônica como


linguagem verbal, exclui as caraterísticas do rádio como meio de expressão. O escritor acusa
os jornalistas de defenderem a capacidade expressiva da linguagem radiofônica apenas como
um sistema semiótico da palabra, preocupando-se apenas com a redação da informação.

“Se produz uma exagerada


relevância do monólogo expositivo, uma das
formas expressivas da palavra, e se ignoram
outras, o que impede que seja vista a
amplitude expressiva da linguagem
radiofônica”. (BALSEBRE: 1994: 24)
Todas as estações de rádio exibem seus programas jornalísticos através da programação
normal transmitida diariamente ou em horários fixos (exemplo: horários da manhã, da tarde, e
da noite). Entretanto, também existem os plantões de notícias que podem interromper a
programação normal para divulgar algum evento de extrema importância/urgencia para aquele
momento. Dentro do universo radiojornalístico, um jornal falado é um agrupamento das
principais notícias do dia ou da semana. Pode ter uma duração entre cinco e sessenta minutos.
Tal programa é muito bem estruturado na sua grade de programação, como apresentação de
notícias locais, nacionais, internacionais, esportivas e culturais. Neste tipo de evento, é digno
que seja lido por dois ou mais locutores, pois dá ritmo, interação e agilidade às noticias,
evitando, assim, a monotonia.

Um jornal radiofônico é iniciado com as manchetes do dia, informando o ouvinte dos


principais acontecimentos das últimas horas. De acordo com os manuais de jornalismo do
Brasil e de otros países, o texto para este tipo de programa debe ser ainda mais simples e
objetivo do que otras mídias, trazendo à tona um vocabulário coloquial, deixando claro o
sujeito, o verbo, e o predicado, descrevendo claramente cada cena, pois não há como ilustrar
visualmente. E para o jornalismo ser posto em prática, dentro de quaisquer veículo de
comunicação, é necessário obter os dados dos fatos através das fontes.

3. Tipos de Fontes Jornalísticas

As fontes jornalísticas são as portadoras de informação. Podem ser de diversos tipos,


desde pessoas falando por si até documentos escritos ou audiovisuais. E é dessa forma os
jornalistas obtém conhecimento dos fatos, e, também, verificam o rigor das informações
obtidas ou checam a veracidade dos eventos que lhes foram apresentados. Por não conseguirem
sempre asistir um acontecimento de perto, os jornalistas necessitam de fontes. Mesmo estando
presentes, é necessário recorrer a uma fonte para terem certeza do que está sendo mostrado.
Existe no mundo um amplo campo de meios pelos quais as informações
chegam até os jornalistas. Podemos observar as entrevistas de rotinas, as ligações telefônicas
para ter acesso às fontes oficiais, o processo informal nas ruas, os releases e media-kits
enviados por assessorias de comunicação, etc. Em todo este processo, 78% das fontes são
oficiais. Dificilmente pessoas desconhecidas vão aparecer nas notícias, a não ser que estejam
vinculadas a um órgão. Como diz o escritor Manuel Pinto no seu ensaio “Fontes Jornalísticas:
Contributos para o Mapeamento do Campo”:
Os jornalistas, por sua vez,
precisam de forma vital, das fontes e dos
seus serviços, pelo que têm de pôr em
acção processos exigentes que
permitan conciliar a
colaboração produtiva da fonte e o
distanciamento crítico que o
trabalho jornalístico supõe. (PINTO
2000: 277 – 294)

3.1 Fontes Oficiais

São aquelas obtidas através do Estado, instituições, ou empresas e organizações. Esse


tipo de fonte é tida como a mais confiável. Porém, como diz o repórter e escritor Nilson Lage
em seu livro A Reportagem (2001): “as fontes oficiais podem falsear a realidade para preservar
interesses estratégicos e políticas duvidosas, beneficiando, assim, grupos dominantes, por
corporativismo, militância, ou em função de lutas internas pelo poder”.

3.2 Fontes Oficiosas

São aquelas ligadas a uma entidade ou uma pessoa, mas não são autorizados a falar.
Esse tipo de fonte, no jornalismo tem uma importância extra, pois acabam por divulgar eventos
que as fontes oficiais tentam esconder ou ofuscar.

3.3 Fontes Independentes

Não têm nenhum vínculo ou qualquer relação de poder ou interesse definido. Porém
são as mais simples e diretas na descrição de um fato, como uma pessoa que pasa na rua para
reclamar algo sobre seu bairro ou cidade. De acordo com o escritor Justo Villafañe, o jornalista
não precisa ir até as agências para ter alguna informação importante, e sim priorizar os
intermediários que fornecem e trocam a informação de maneira libre, sem influências externas.
3.4 Fontes Primárias

São aquelas em que o jornalista coleta os principais dados para escrever uma matéria
ou reportagem. Pois, são detalhadas as versões, os fatos, os números, etc, como um
cardiologista falando sobre hipertensão.

3.5 Fontes Secundárias

São aquelas consultadas para que uma pauta seja construida na sua totalidade, de modo
geral. Como, por exemplo, um dono de restaurante que foi consultado sobre os movimentos da
restauração durante as férias, mas que não vai constar na materia como uma fonte principal,
apenas para consulta.

3.6 Fontes Testemunhais

De acordo com o escritor Nilson Lage (2001), é recomendado que os jornalistas


considerem suas emoções, e que estas podem modificar a perspectiva. Segundo o jornalista, o
testemunho mais confiável é o imediato. É necessário ouvir ao menos três testemunhos e
escolher o diferencial entre eles. Richard Ericson (1989) diz que a fonte pode controlar a
informação quando visa a audiência, e quando seleciona o meio de comunicação, pois procura
criar laços de confiança na busca de controle.

3.7 Fontes Expert

São normalmente fontes secundárias que fazem o jornalista procurar diferentes versões
ou interpretações de fatos. Como diz o escritor Stephen Hess (1984): “Se conseguir comunicar
com o seu público sem intermédio dos media consegue mais objetividade, Deve-se controlar,
gerir a informação para conseguir os objetivos da mensagem que se quer pasar”.

De acordo com a perspectiva do newsmaking de Mauro Wolf (1987, 200), um jornalista


seleciona suas fontes considerando a oportunidade antecipadamente revelada, a produtividade,
a credibilidade, a garantia e a respeitabilidade. Olhando de acordo com o ponto de vista dos
procedimentos jornalísticos, as fontes institucionais reinam, pois são as que melhor atendem a
esses fatores.

A visão do newsmaking exemplifica que, quanto à produtividade, as fontes oficiais


divulgam material suficiente para fazer a notícia, o que corresponde melhor às necessidades
das redações. Tendo em vista os procedimentos produtivos, essas fontes conseguem suas
credibilidades com a rotina de trabalho e com o tempo.
4. O Radiojornalismo Criado Pelo Repórter Esso
Com o advento da Segunda Guerra Mundial, 1939 - 1945, e a "política da boa
vizinhança", que vizava deixar os países latinos mais próximos dos Aliados, os Estados Unidos
implantaram no Brasil o Repórter Esso, que tinha como premissa dar notícias de cinco minutos
exatos sobre tudo o que acontecia no cenário mundial. Como os programas radiojornalísticos
eram muito longos e não tinham uma organização de notícias, o Repórter Esso trouxe um novo
modelo que era ler apenas o lide. Ou seja, um resumo do fato direto ao ponto, sem enrolações,
e respondendo as perguntas do modelo: Quem? Fez o que? Quando? Onde? Por que? Em qual
horário?

Em 1933, nos Estados Unidos, houve um acordo entre as agências de notícias AP –


Associated Press, UPA – United Press Associations e INS – International News Service e as
emissoras de rádio. Assim, as informações seriam repassadas às rádios, através de fontes
oficiais, seguindo os padres do radiojornalismo americano. As agências de notícias, a maioria
ligada aos grandes jornais, tinham medo da concorrência com o radio, por ser um veículo em
grande expansão nos último tempos. Por causa disso, as emisoras de rádio, através de um
acordo com os principais jornais, passaram a veicular informativos de curta duração (Gisela
Swetlana Ortriwano, 1990, p. 45).

Então, os Estados Unidos levaram o Repórter Esso para o Brasil com várias edições
diárias, com notícias de cinco minutos direto ao ponto. Com isso, as notícias precisariam seguir
um rigor com novas características, como exatidão, texto sucinto, vibrante, imparcial, objetivo
e pontual, para que fizesse contraponto aos programas radiojornalísticos da época. O programa
estreou em 28 de Agosto de 1941, pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, e logo foi
reproduzido para mais 4 rádios (São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife), sendo o
principal noticiário radiofônico brasileiro até 31 de Dezembro de 1968..

O Repórter Esso passou por alguma fases de reformulação. A primeira, com o término
da Segunda Guerra e o apoio aos Aliados, o programa se tornou tão popular que seus locutores
e produtores decidiram continuar trazendo notícias locais e mais próximas do público, o que
revigorou o programa. As notícias foram melhores exploradas e houve ainda mais identificação
com os ouvintes pois falavam sobre os jogos de futebol, previsão do tempo, cotações das
moedas, etc. As notícias internacionais continuavam, mas eram menos relevantes. O programa,
como segunda reformulação, começou a narrar os resultados das eleições.

Portanto, antes da Segunda Guerra Mundial, o Repórter Esso era uma coisa, ambiciava
os interesses políticos estrangeiros. Após a Segunda Guerra, era outra coisa, relatando com
precisão a situação no Brasil. O programa radiojornalístico fazia plantões exclusivos durante o
dia, interrompendo a transmissão, inclusive, de programas humorísticos, onde toda a família se
sentava ao redor do rádio para escutar.

No texto do Repórter Esso podemos observar a diversificação de adjetivos como:


"PODEROSAS forças", "HISTÓRICA resistência", "SÁBIA política", etc. Toda essa estética
visava exaltar os Estados Unidos e os Aliados; técnica usada até hoje, principalmente pelas
televisões. É interessante observar também as frases de efeito, a criação de tensão ao usar as
palavras "URGENTE", "ATENÇÃO", etc. E assim, o radiojornalismo do Brasil usa, até hoje,
este modelo de técnicas nos seus programas.

5. Conclusão

A escuta do radiojornalismo vai além da atenção, o ouvinte pode ou não estar com o
ouvido atento ao programa, de maneira voluntária, e 100% consciente do que está ouvindo,
mas é impactado de alguma forma de acordo com sua experiência individual. O Repórter Esso
trabalhou nessa premissa, de prender o ouvinte através da sua maneira de narrar os fatos. Além
do modo como era produzido, o programa usava fontes oficiais para difundir os eventos
mundiais. Portanto, seguia os intereses das instituições que estavam por tras das noticias.

Toda a estrutura do Repórter Esso permanece até hoje tanto no radio, como na TV, na
mídia impressa e, principalmente na internet – é só observar como todos esses veículos
transmitem de maneira eficaz as noticias. O programa conseguiu establecer no Brasil, e no
mundo, uma síntese noticiosa, sendo pontual, xom texto simples, direto ao ponto; o que ia de
encontro aos jornais falados da época.

As fontes jornalísticas são a base de qualquer noticia, não importando o juízo de valor
aplicado à ela. Da mesma forma que um órgão, ou uma empresa, podem passar dados aos
grandes veículos, uma pessoa na rua, ou na internet, pode mostrar um fato com vídeos, audios,
sem esconder nenhuma informação, dando ainda mais autonomía ao repórter para filtrar e
repassar para o editor-chefe. Assim como o famoso “Deep Throat” no caso Watergate, diversas
pessoas estão fazendo hoje o que ele iniciou naquela época, culminando na renúncia do
presidente Nixon. De acordo com LÓPEZ-ESCOBAR (1988: 521), “as fontes têm o poder de
manar, de continuar manando e de deixar de manar”. E como completa MANUEL PINTO
(2000) “as fontes são pessoas, são grupos, são instituições sociais ou são vestígios – falas,
documentos, dados – por aqueles preparados, construídos, deixados”
6. Bibliografía

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