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3,
2014
http://alternativas.osu.edu
3,
2014
ISSN
2168-8451
2
maria
elisa
cevasco
Segundo
Antelo,
no
horizonte
dos
estudos
literrios
atuais
convivem
duas
tendncias
principais
(pela
sua
fora
ideolgica):
para
evitar
a
fcil
oposio
entre
progressistas
e
retrgrados
(que
a
esta
altura
da
histria
esclarece
pouca
coisa),
empregarei
as
locues
politestas
literrios
e
monotestas
literrios.
Os
primeiros
lem
e
produzem
a
literatura
(hoje,
no
ensaio
crtico,
o
crtico
se
revela
tambm
escritor)
a
partir
de
parmetros
diversificados,
geralmente
locais,
tnicos,
polticos
(eles
no
fingem
ignorar
o
fato
de
que
no
Brasil,
por
exemplo,
alm
do
portugus
so
falados
o
iorub
e
180
idiomas
indgenas);
os
segundos
aferram-se
ainda
a
um
critrio
nico,
considerado
talvez
atemporal,
eterno,
absoluto.
Certamente
para
crticos
politestas
que
os
estudos
culturais
interessam
como
uma
forma
de
ler
que
se
ope
dos
monotestas,
fixados
em
uma
Literatura
atemporal,
eterna
e
absoluta
e
portanto
dissociada
do
social.
Por
este
ngulo,
a
abordagem
multidisciplinar
e
diversificada
da
nova
disciplina
que
conta.
Mas
como
vimos
nas
lies
anteriores,
a
linha
dgua
que
diferencia
os
estudos
culturais
seu
projeto
poltico,
seu
impulso
claro
de
fazer
ligaes
com
a
realidade
social
e
diferena
na
prtica
cultural
(Cevasco,
Dez
lies).
Os
modos
como
se
definem
esta
poltica
so
diversos
e
infletidos
por
seu
momento
histrico.
Assim,
a
posio
poltica
dos
estudos
culturais
da
tica
apresentada
no
discurso
de
abertura
do
congresso
uma
poltica
na
chave
do
possvel
e
do
impossvel,
a
poltica
de
tempos
que
no
acreditam
em
metas
transcendentes:
Conquanto
estejamos
num
congresso
que
articula
a
literatura
a
instncias
tico-
polticas,
as
dos
estudos
culturais,
bom
frisar
que
para
a
atual
gesto
da
Abralic,
o
tico-poltico
no
um
momento
instituinte
do
social.
Admitimos,
com
efeito,
uma
evidente
expanso
do
poltico
s
custas
do
social,
porm
admitimos
tambm
que
essa
politizao,
na
medida
em
que
implica
a
produo
contingente
do
vnculo
social,
aponta
sempre
para
um
descentramento
da
sociedade
em
relao
a
si
prpria,
donde
aquilo
que
torna
possvel
a
literatura
e
a
poltica
(a
autonomia
e
contingncia
dos
atos
de
instituio)
aquilo
mesmo
que
os
torna,
simultaneamente,
impossveis.
evidente
que
definir
uma
possibilidade
em
termos
de
sua
impossibilidade
constitui
heresia
heterodoxa
para
toda
perspectiva
transcendentalista,
mas
o