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CONTEMPORÂNEO
Geografia C
12.º ano
A Mundialização/Globalização é uma
característica do Sistema Mundial
Contemporâneo.
Mundialização ou Globalização?
O termo globalização surgiu no início dos anos 80 do século XX nos EUA e rapidamente se difundiu nos países anglo-
saxónicos. Em França, foi traduzido para mundialização. Embora os conceitos de mundialização e globalização sejam,
muitas vezes, utilizados para identificar as mesmas tendências de evolução da economia mundial, em alguns países,
nomeadamente em Portugal, muitos autores consideram que os mesmos designam processos com dinâmicas espaciais
diferentes.
Nesse sentido, o conceito de mundialização deve ser utilizado para caracterizar “a tendência de um sistema económico
para abarcar toda a economia mundial. O capitalismo é a forma mais acabada que conhecemos de mundialização de um
sistema económico” (M. Murteira,1995, p. 62). Nesta perspetiva, podemos concluir que o conceito de mundialização
“designa a integração crescente de diferentes partes do mundo”; em que “as fronteiras entre as economias nacionais”
desaparecem para darem lugar a “um único sistema económico de integração global”.
O conceito de globalização é mais complexo, pois constitui “um fenómeno multifacetado com dimensões económicas,
sociais, políticas, culturais, religiosas e jurídicas interligadas” (Boaventura de Sousa Santos, 2001, p. 32). Corresponde "à
integração mais estreita dos países e dos povos que resultou da enorme redução aos custos de transporte e de
pessoas”.
FONTE: Joseph E. Stiglitz, Prémio Nobel da Economia 2002 (adaptado).
Mundialização Economia
Economia
Dimensões Política
Jurídica
Globalização Cultural
Religiosa
Demográfica
Social
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Os atores da
Mundialização/Globalização
• ETN;
• Investidores;
• Estados;
• Cidades (Globais)e Regiões Poderosas;
• Organizações Internacionais(FMI, OMC,…);
• Media;
• …
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As ETN: atores da
Globalização
As ETN são responsáveis por despedimentos coletivos frequentes, sempre que é necessário reestruturar
ou relocalizar a empresa, assim como pela promoção de fusões, alianças estratégicas e acordos de cooperação
com outras empresas, absorvendo as concorrentes.
A Tríade
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A mundialização dos mercados de consumidores conduziu a padrões de
consumo cada vez mais homogéneos.
A “cultura global” que se está a difundir corresponde ao modelo
americano. Os norte-americanos estão a transformar os hábitos e os
costumes mundiais.
A americanização do mundo
No atual contexto geopolítico e económico, apenas uma superpotência mundial sobreviveu: os Estados
Unidos. É a única que tem condições operacionais para realizar intervenções militares em qualquer região do
planeta (Kuwait em 1991, Haiti em 1994, Somália em 1996, Bósnia em 1997, Afeganistão em 2001, Iraque em
2003, etc.). Mas o seu papel de “polícia do mundo”, que resulta da sua supremacia militar, nem sempre gera
consenso. Os EUA são criticados por prestarem auxílio militar a países aliados onde os direitos humanos nem
sempre são respeitados ou por recorrerem de forma abusiva à intervenção militar em regiões onde os seus
interesses estão em jogo, sob a capa legitimadora da ONU ou à revelia das instituições internacionais.
O dólar destronou a libra esterlina como meio de pagamento internacional e moeda de referência, enquanto
o idioma inglês se tornou a língua universal. Gigantes militares, económicos e financeiros, os EUA constituem,
ainda, uma poderosa potência cultural, em resultado da difusão à escala mundial do seu modelo de consumo.
Podemos afirmar que a globalização recente corresponde a uma ocidentalização, ou mesmo, a uma
americanização do mundo, “já que os valores, os artefactos culturais e os universos simbólicos que se
globalizam são ocidentais e, por vezes, especificamente norte-americanos, sejam eles o individualismo, a
democracia política, a racionalidade económica, o utilitarismo, o primado do direito, o cinema, a publicidade, a
televisão, a Internet, etc.”.
FONTE: Santos, Boaventura de Sousa, op. cit, 2001, p. 51 (adaptado).
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Padrões de consumo globais
A globalização acelerada e a constituição de um mercado de consumidores com dimensões mundiais
provocaram mudanças nos padrões de consumo, desde a pasta de dentes ao frigorífico, e conduziram à
expansão de bens mundiais com “nomes de marca”. As pesquisas de mercado identificam “elites” e
“classes médias” à escala mundial, que seguem os mesmos estilos de consumo, mostrando preferência
pelas “marcas mundiais”. Calcula-se que cerca de 270 milhões de jovens, entre os 15 e os 18 anos, em
40 países, adotam uma única cultura “pop” mundial, consumindo os mesmos vídeos e música e
constituindo um vasto mercado para os “designers” de calçado desportivo, t-shirts e jeans. Assistimos a
uma massificação do consumo e dos estilos de vida. São os mercados que impõem as regras.
Estudos recentes revelaram que as dez marcas mais conhecidas no globo eram, por ordem
decrescente: a McDonald's, a Coca-Cola, a Disney, a Kodak, a Sony, a Gillette, a Mercedes, a Levi’s, a
Microsoft e a Marlboro. Estamos perante uma uniformização das necessidades à escala mundial. Em vários
pontos do planeta consome-se Coca-Cola, Swatch, MTV, Levi's, OMO, Marlboro, CNN. Esta febre consumista
associada a sofisticadas técnicas de marketing e de publicidade foi assimilada por diferentes culturas e
contribuiu para a intensificação das trocas comerciais à escala mundial.