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Neste capítulo
A Segunda Guerra Mundial
O expansionismo
nazista.
A Europa
em guerra.
A guerra na Ásia.
A reação aliada.
A derrota
do Eixo.
Cultura e
propaganda nos
anos de guerra.
cidade alemã de Colônia, em 1945, devastada por bombardeios dos Aliados. A grande catedral gótica pode
A
>
Ligando os pontos
As motivações políticas e econômicas gança contra as nações que derrotaram
que geraram a Primeira Guerra Mundial a Alemanha na Primeira Guerra era uma
(1914-1918) não foram solucionadas com questão de tempo.
o fim do conflito. O Tratado de Versa- A Itália também adotou um governo
lhes resultou em pesadas imposições à totalitarista, alinhado com o nazismo ale-
Alemanha, causando um sentimento de mão. Na União Soviética, por sua vez, o
revanchismo que colaborou para o sur- governo seguia um totalitarismo de es-
gimento de grupos direitistas. O país querda, liderado por Stalin. O país, apesar
passava por graves problemas econômi- do grande crescimento industrial, empre-
cos, decorrentes da crise de 1929, o que endeu uma intensa perseguição política e
fez muitos alemães depositarem sua o culto à personalidade do líder.
confiança no Partido Nacional-Socialista Já os Estados Unidos defendiam o
dos Trabalhadores Alemães, ou Partido isolacionismo, alheios aos conflitos eu-
Nazista, liderado por Hitler, que assumiu ropeus. O governo de Franklin Roose-
o poder em 1933. velt, por meio do New Deal, procurou
O projeto nazista ancorava-se na pre- minorar os efeitos devastadores da crise
tensa supremacia da “raça ariana”, na de 1929 e impulsionar a economia norte-
conquista de um “espaço vital” no Les- -americana. A crise econômica e o de-
te e na destruição do comunismo. Com clínio do liberalismo marcaram o país na
a ascensão de Hitler, a tentativa de vin- década de 1930.
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Á rtico
OCEANO
Itália. Em seguida, aproximou-se do Japão, NORUEGA
idia
FINLÂNDIA
ATLÂNTICO
construindo o chamado Eixo Roma-Berlim-
Mer
ESTÔNIA
-Tóquio. Estava feita a aliança para a próxi- LETÔNIA
UNIÃO
SOVIÉTICA
IRLANDA GRÃ-
ma guerra mundial. -BRETANHA
DINAMARCA
PRÚSSIA
LITUÂNIA
A política de
ORIENTAL
HOLANDA
ALEMANHA POLÔNIA
BÉLGICA
“apaziguamento” FRANÇA
TCH
ECO
SLO
VÁQ
UIA
Por temer uma nova guerra e por esta- SUÍÇA ÁUSTRIA
HUNGRIA
Mar
Cáspio
rem abaladas com a crise econômica, as IUGOSLÁVIA
ROMÊNIA
Mar Negro
PORTUGAL
nações europeias não opuseram forte resis- ESPANHA ITÁLIA BULGÁRIA
Chamberlain praticou uma política conheci- Fonte de pesquisa: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 146-147.
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A Europa em guerra
Na Polônia, os alemães inauguraram uma Os alemães em pouco tempo dominaram
estratégia de guerra: a Blitzkrieg, que signi- a capital, Paris, derrotando os franceses.
fica “guerra relâmpago”. Ela recorria pri- A França foi dividida em duas regiões: o
meiramente à aviação, com bombardeios norte, ocupado pela Alemanha; e o sul, ad-
intensos, seguida da invasão realizada por ministrado pelo marechal francês Pétain,
blindados e pela infantaria. Com esse rá- simpatizante do fascismo, que organizou um
pido ataque, os poloneses renderam-se em governo colaboracionista. O general fran-
cerca de um mês. cês Charles de Gaulle não aceitou a rendição
França e Inglaterra, que haviam se com- e formou um governo em Londres, onde or-
prometido a proteger as fronteiras polone- ganizou um movimento de resistência.
sas, entenderam que as ambições de Hitler
haviam ultrapassado todos os limites e de- A Batalha da Inglaterra
Londrinos desabrigados clararam guerra à Alemanha. Vencida a França, restava derrotar a In-
em virtude de Antes de enfrentar seus inimigos, os ale- glaterra. A Luftwaffe, força aérea alemã, pas-
bombardeios caminham mães garantiram a rota de abastecimento de sou a bombardear instalações militares e in-
pela rua com seus
pertences. Durante vinte ferro sueco para a sua indústria bélica, inva- dustriais inglesas, preparando uma grande
semanas os alemães dindo a Dinamarca e a Noruega. invasão naval. Contudo, a Real Força Aérea
bombardearam Londres.
Britânica (RAF) mostrou grande capacida-
Fotografia de 1940.
A França ocupada de, vencendo os aviões alemães.
>
O apoio a Hitler
Em virtude dos lucros auferidos com a guerra e com a produção bélica, grandes empresas e corporações apoia-
ram o projeto hitlerista. O historiador Pedro Tota afirma que:
Assim que Hitler subiu ao poder, o patriarca da família Krupp percebeu a importância do projeto de governo
dos nazistas. Reprimia os movimentos operários, ao mesmo tempo em que desenvolvia uma política de coopta-
ção dos trabalhadores. […] Não é coincidência que as grandes corporações ficassem satisfeitas com a ascensão dos
nazistas. A Krupp e a Thyssen, grandes fabricantes de armas, por exemplo, passaram a receber encomendas lu-
crativas. Alguns números demonstram que, entre 1933 e 1939, houve rápido crescimento na indústria de aviões
de combate e no efetivo militar das Forças Armadas: em 1934 foram construídos 840 aviões; em 1936, 2 530; em
1938, 3 350 e, em 1939, 4 733. A produção bélica em geral havia aumentado mais de 22 vezes entre 1933 e 1940.
Os efetivos das Forças Armadas também cresceram assustadoramente: de pouco mais de 100 mil soldados em
1933, para cerca de 3,8 milhões em 1939, ou seja, mais de 35 vezes.
Tota, Pedro. Segunda Guerra Mundial. In: Magnoli, Demétrio (Org.). História das guerras. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 360.
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para indústrias alemãs. Os recursos indus- Polônia, onde foram mortos centenas de milhares pelos alemães.
de judeus. No portão, a frase: Arbeit macht Frei O holocausto.
triais, agrícolas e até as obras de arte eram (O trabalho liberta).
saqueados. Os países conquistados deve-
riam servir como fornecedores de riquezas Ponto de vista
à Alemanha.
As pessoas que resistiam eram mortas, e Razões da invasão da URSS
aquelas originárias das raças consideradas O nazismo nunca escondeu o seu projeto de acabar com o co-
inferiores, como judeus e eslavos, sofreram munismo. Porém, para o historiador britânico John Keegan, espe-
ainda mais a ação da barbárie. cialista em história militar, os aspectos ideológicos não foram os
únicos responsáveis pela invasão da União Soviética. As questões
O Holocausto econômicas teriam sido fundamentais.
Os alemães careciam de muitas matérias-primas e cobiçavam
Os judeus eram confinados em guetos,
os vastos recursos minerais e agrícolas soviéticos. Eles planejavam
locais isolados do restante da sociedade. fazer da União Soviética uma espécie de colônia que forneceria os
Nos guetos, iniciou-se uma política de as- recursos para sustentar a “Grande Alemanha” nazista, o Estado
sassinatos sistemáticos, visando diminuir o mais poderoso do mundo.
número de judeus. Com o passar do tem- 1. Debata com seus colegas quais as formas pacíficas que os povos
po, os nazistas aperfeiçoaram seus métodos possuem para obter as matérias-primas e demais produtos de
assassinos, utilizando caminhões que fun- que necessitam para viver e se desenvolver.
cionavam como câmaras de gás móveis.
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durante a Segunda Guerra Mundial. Inglaterra, 12 de dos brancos. Outros escritores, negros na sua maio-
setembro de 1942.
ria, argumentaram que esses soldados lutaram para
-1918), a França alistou milhares de soldados vin- provar que tinham dignidade e que exigiam que essa
dos principalmente de suas colônias do Senegal e dignidade fosse totalmente reconhecida. O parado-
da Martinica. xo é inegável, já que negros combatiam pela demo-
Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os cracia, enquanto em seus países eram considerados
Estados Unidos mobilizaram seus cidadãos ne- gente de segunda classe.
gros para as Forças Armadas. O preconceito racial Entretanto, a brava participação dos afrodescen-
era forte no país, e muitos duvidavam da dispo- dentes nesses conflitos foi um passo importante na
sição dos afro-americanos para lutar. O governo superação do racismo institucional nas Américas.
dos EUA, no entanto, resolveu criar uma unidade Ainda que o preconceito racial continue existin-
de combatentes negros e um esquadrão de aviões do, hoje negros frequentam as academias milita-
de caça inteiramente formado por pilotos negros. res, formam-se pilotos, comandam navios, lideram
No final da guerra, esse esquadrão foi a unidade exércitos inteiros.
de caça que perdeu menos bombardeiros durante Por essa razão, assim como Bob Marley, ren-
as missões de escolta. demos nossas homenagens ao espírito de luta
Muitos dos integrantes da Força Expedicioná- daqueles que, mesmo roubados da África, per-
ria Brasileira, que combateu na Itália, durante a sistiram lutando pela própria vida, lutando por
Segunda Guerra Mundial, eram afrodescendentes. sua dignidade.
Para discutir
A escritora nigeriana Chimamanda Adichie afirma que lia apenas histórias contadas por autores
ingleses ou estadunidenses quando era criança. Por isso, durante muitos anos, acreditou que só seria
possível escrever romances em que os protagonistas fossem brancos, de olhos azuis, comessem
maçãs e ficassem felizes com o sol depois das nevascas. Mas ela morava na Nigéria, onde nunca neva,
e onde a fruta mais comum é a manga. Chimamanda diz que foi preciso ler autores africanos para
que pudesse ter a coragem de escrever sobre o próprio cotidiano.
1. De que maneira, em sua opinião, o conhecimento da atuação de heróis negros interfere no
seu conhecimento sobre o Brasil? Por quê?
Assista
Milagre em Santa Anna. Direção de Spike Lee. EUA, 2008. O filme conta a história de quatro soldados negros que, durante
a Segunda Guerra Mundial, se encontram perdidos atrás das linhas inimigas, quando um deles resolve arriscar a vida para
salvar um menino italiano.
Os soldados búfalos. Direção de Charles Haid. EUA, 1997. História baseada num episódio real. No período da expansão
territorial dos EUA, já no século XIX, um regimento da Cavalaria cai em uma emboscada armada por duas facções de
guerreiros indígenas, e os soldados, para salvar a própria vida, têm de mostrar muita coragem e determinação.
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A guerra na Ásia
O Japão possuía um parque industrial Porém, o expansionismo japonês choca-
em crescimento desde a segunda metade do va-se com os interesses norte-americanos
século XIX. Entretanto, precisava de maté- no Pacífico. O governo dos Estados Unidos
rias-primas para manter sua indústria, dan- estabeleceu, então, sanções econômicas ao
do início, por esse motivo, a uma política Japão, trazendo dificuldades para a econo-
de dominação da região asiática. Em 1931, mia japonesa.
invadiu a Manchúria, e poucos anos depois
ocupou outros territórios da China. Pearl Harbor
Na época, o Japão desenvolveu uma ide- Os japoneses necessitavam das matérias-
ologia fortemente militarista e nacionalista, -primas existentes no Pacífico. Portanto, a
Você viu
O expansionismo acreditando na superioridade dos japoneses presença dos norte-americanos na região
japonês na Ásia. em relação aos outros povos da região. Apro- era uma ameaça para eles.
O ataque a Pearl veitando a situação de guerra e o enfraque- Para conter o controle norte-americano
Harbor. cimento das nações europeias, o país con- do Pacífico, em dezembro de 1941 o Japão
A virada norte- atacou de surpresa a maior base naval nor-
tinuou a expansão em direção às colônias
-americana.
inglesas, francesas e holandesas na Ásia. te-americana na região, Pearl Harbor, no Ha-
vaí. O ataque destruiu grande parte da frota e
A guerra no pacífico matou milhares de soldados estadunidenses.
Até então os EUA tinham se mantido neu-
UNIÃO SOVIÉTICA Império japonês em 1930 tros, embora abastecessem os ingleses com
Aleutas Império japonês em 1942
Aliados
armas e alimentos. Depois de Pearl Harbor,
MANCHUKUO 1943
(MANCHÚRIA) Limites do império
japonês em 1930
entretanto, os Estados Unidos estabelece-
Pequim Máxima expansão ram uma aliança com a Inglaterra e a União
japonesa em 1942
CHINA
COREIA JAPÃO
Hiroshima Tóquio Ofensiva aliada Soviética, e passaram a formar o núcleo cen-
Nagasaki
Okinawa
OCEANO
PACÍFICO
Avanço soviético em 1945
Principais batalhas
tral dos países aliados.
A Guerra no Pacífico
45
Midway
19
(RU)
Depois do bem-sucedido ataque a Pearl
45
1944 1943
sa e a Birmânia e Cingapura inglesas. Aos
CA
1944
Bornéu
Equador
Sumatra
Célebes No
va
poucos, outras regiões foram incorporadas,
Gu
ÍNDIAS HOLANDESAS
Java
iné
Salomão como as Filipinas.
OCEANO Mar de Coral
(1942)
1943
Guadalcanal
(7-8-1942) Como os japoneses temiam, os norte-
ÍNDICO
-americanos reconstruíram rapidamente a
AUSTRÁLIA
Trópico de Capricórnio
0 1 402 frota naval no Pacífico. Em 1942, após as
km
batalhas do mar de Coral e de Midway, os
Fonte de pesquisa: Franco Jr., Hilário; Andrade Filho, Ruy de O. Atlas História Geral. EUA tomaram a frente, recuperando as ilhas
São Paulo: Scipione, 1995. p. 73. do Pacífico.
História e Geopolítica
A Geopolítica é um campo de estudos que leva em consideração várias ciências, como História, Geografia, Eco-
nomia e Ciência Política, entre outras.
O seu objeto de estudo é o poder, exercido pelos Estados-Nações por meio do controle de determinados espaços,
obtido com estratégias convenientes aos seus interesses.
Buscando transformar-se em potências regionais ou mundiais, os Estados-Nações participam de determinadas dis-
putas que, muitas vezes, levam à guerra. A Geopolítica também se preocupa com a compreensão desses conflitos.
No início do século XX, os interesses das nações industrializadas eram a busca por matérias-primas e mercado
consumidor para seus produtos, obtidos nas colônias. Privada de colônias na África e Ásia, a Alemanha esperava
consegui-los na própria Europa, reordenando a geopolítica da região.
1. Faça uma pesquisa sobre a geopolítica no mundo atual. Verifique quais são as principais disputas e quais as na-
ções envolvidas.
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>
Aliança foi selado
apesar da superioridade em armamentos e Stalin de que os ingleses também pretendes- na Conferência de
número de soldados, as tropas nazistas en- sem a destruição da URSS, embora quises- Teerã, em 1943. Por
contraram uma feroz resistência soviética. sem a derrota dos alemães. Por outro lado, três dias, Stalin (à
esquerda), Roosevelt
Quando apenas uma pequena parte de o ódio de Hitler por todos os Estados, socia- (ao centro) e
Stalingrado ainda se encontrava sob o po- listas ou liberais, facilitou a aliança. Churchill (à direita)
der soviético, os russos enviaram um po- Para alcançar a vitória definitiva, era ne- discutiram planos
para a derrota de
deroso exército em socorro da cidade si- cessário que os aliados se reunissem para Hitler e dos países
tiada. O 6o Exército Alemão, com mais de dissipar as desconfianças, discutir as estraté- do Eixo.
300 mil soldados, foi cercado. Embora Hi- gias da guerra e pensar na situação do mun-
tler ordenasse a luta até a morte, o mare- do após o fim do conflito. O primeiro desses
chal alemão Friedrich von Paulus, sem ter encontros ocorreu em Teerã, capital da Pérsia
como alimentar seus soldados, rendeu-se (atual Irã), em novembro de 1943, quando
em janeiro de 1943. se reuniram Stalin, Churchill e o presidente
Muitos historiadores consideram que o dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt.
início da derrota alemã começou em Sta- No encontro em Teerã, Stalin insistiu para
lingrado, em cuja batalha os alemães per- que a segunda frente fosse aberta na Fran-
deram mais de 250 mil homens. Os so- ça, que, no seu entender, caracterizava um
breviventes foram levados a campos de objetivo estratégico muito mais importante
prisioneiros, e poucos retornaram à Ale- que a Itália. Para o líder soviético, a proxi-
manha após a guerra. midade do norte da França com o território
A vitória em Stalingrado marcou o iní- alemão forçaria Hitler a mobilizar grandes
cio do avanço soviético. As tropas do Eixo contingentes para a região, facilitando a re-
começavam a ser empurradas para o oeste. cuperação do Exército Vermelho no leste.
A Alemanha organizou ainda um contra- A tese foi aceita pelos governos da In-
-ataque em Kursk, configurando a grande glaterra e da França, e a invasão do nor-
batalha de tanques. Mas os soviéticos ven- te da França pelos Aliados começou a ser
ceram novamente. planejada.
A luta no interior da
cidade de Stalingrado
foi de uma violência sem
precedentes. Na imagem,
de 26 de janeiro de 1943,
soldados do Exército
Vermelho posicionam-se
contra o inimigo entre as
ruínas.
>
99
MOSCOU °N
Norte 50
B
DINAMARCA
ar
M
IRLANDA GRÃ-
-BRETANHA Minsk
Voronez
LONDRES BERLIM Lago
HOLANDA
OCEANO POLÔNIA Stalingrado Aral
BÉLGICA ALEMANHA
Lvov Kiev
ATLÂNTICO PARIS LUXEMBURGO
TCHECOSLOVÁQUIA
FRANÇA Odessa Mar
SUÍÇA ÁUSTRIA HUNGRIA Cáspio
N
ROMÊNIA 40°
100
101
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A propaganda política
Entre os vários tipos de propaganda, a propaganda política é aquela praticada por grupos e partidos,
dentro ou fora do Estado, ligados ao governo ou à oposição.
A propaganda política tem por objetivo interferir na forma como o poder político é repartido e exer-
cido na sociedade. A atividade política é, por definição, coletiva, portanto esse tipo de propaganda tem
o potencial de interferir, positiva ou negativamente, na vida de um grande número de pessoas.
Ao longo da História, os grupos que atuam na política passaram por transformações, produzindo nesse
processo um tipo de propaganda adaptado aos tempos que viviam. Os historiadores analisam esse processo
de transformação, procurando identificar os elementos que compõem o pensamento político do passado.
A análise da propaganda política efetuada pelos historiadores segue, em linhas gerais, os passos des-
critos a seguir.
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ElBaradei crê que Irã quer tecnologia para ter armas nucleares
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atô- Para ElBaradei, o exemplo mais claro disso é a Coreia do
mica (AIEA), Mohamed ElBaradei, disse acreditar que o Go- Norte, país que, apesar de ter armamento nuclear, é convida-
verno do Irã está desenvolvendo sua tecnologia nuclear com do a se sentar em uma mesa de negociação, enquanto o Ira-
a intenção de construir um arsenal atômico. que de Saddam Hussein, sem ter esse tipo de recurso bélico,
Em declarações à “BBC”, ElBaradei disse ter “a sensação foi “pulverizado”.
de que o Irã gostaria de ter a tecnologia que lhe permita ter Segundo o diretor-geral da AIEA, a solução para evitar
armas nucleares”, acrescentando que os iranianos “querem que o Irã [...] obtenha armamento atômico é manter uma
mostrar para seus vizinhos e ao resto do mundo que ‘conos- boa relação política e diplomática com Teerã, fazendo o país
co não se brinca’ ”. […] se sentir parte da comunidade internacional.
O diretor-geral da AIEA argumentou que os iranianos
não estão errados, já que as potências nucleares não são tra- Artigo publicado em 17 jun. 2009. Disponível em: <http://ultimosegundo.
tadas da mesma forma que os outros países. ig.com.br/>. Acesso em: 27 nov. 2009.
Reflita
1. Em sua opinião, como a sociedade e os cientistas devem se comportar diante de pesquisas que, apesar de terem
uma utilidade prática e pacífica, podem também ser usadas para fins militares, caso da tecnologia nuclear?
2. Debata com seus colegas sobre o motivo pelo qual os poucos países que atualmente detêm a tecnologia
nuclear procuram impedir que outros países desenvolvam essa tecnologia.
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o longo do tempo, as estratégias de guerra transformaram-se, assim como a forma de organização dos exércitos e os armamentos
A
>
tecnológicos usados. À esquerda, soldados romanos representados em relevo, lutando contra os gauleses, c. século I a.C. À direita, soldado
estadunidense consulta aparelho de GPS durante ataque a Tikrit, Iraque, em 2003.
1. Pode-se dizer que as guerras ao longo da História tiveram sempre objetivos parecidos? Por quê?
2. No seu entendimento é possível um mundo sem guerras no futuro? Como? Formule hipóteses.
3. Escolha duas entre as guerras citadas no texto. Escreva o que foi estudado sobre elas.
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