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- Weber interroga esses valores, suas origens: Por que o trabalho é importante? Como se
formou histórica e socialmente o trabalho capitalista? Quais motivações ele gera e que
alimentam o capitalismo?
- as estatísticas são pistas, mas não são o foco da pesquisa, como pra Durkheim.
- ele busca no passado uma forma de conduzir a vida de acordo com a cultura
capitalista.
- Questão – p.30: Qual a razão dessa predisposição particularmente forte das regiões
economicamente mais desenvolvidas para uma revolução na igreja?
- Reforma protestante:
- Entre esses valores, estavam a condenação dos gastos excessivos da Igreja e a venda
de perdão pelos pecados.
- Igreja católica: punição, mas ao mesmo tempo absolvição dos pecados pela figura de
um padre.
- O espírito do capitalismo
Racionalização econômica
- Aspecto particular desse ethos: “o ser humano em função do ganho como finalidade
de sua vida, não mais o ganho em função do ser humano como meio destinado a
satisfazer as necessidades materiais”
- é nesse sentido, que o capitalismo também cria e educa os sujeitos econômicos. Quem
são esses sujeitos econômicos no capitalismo, por assim dizer, os tipos ideais
capitalistas? Os empresários e operários. Em posições distintas, mas vivendo
“contornados” por essa crosta capitalista.
- ele observa que o que importa é que o espírito do capitalismo tenha se tornado de
massa: isso que o torna um problema de pesquisa sociológico, por mais que Weber
não se considerasse sociólogo.
- o salário baixo não rende no trabalho, porque significa trabalho não especializado.
Profissões liberais que cobram muito caro, por exemplo, justificam o seu preço por ser
um trabalho especializado, sobretudo, por que o trabalhador teve que adquirir
conhecimentos específicos para isso.
- essa disposição não está dada pela natureza. É preciso ser educado dessa forma para
ver no trabalho uma realização subjetiva. Expressão comum: realização profissional.
- riqueza para o típico capitalista é cumprir seu dever profissional. É obter sucesso
profissional.
- para o homem pré-capitalista, isso parece perverso: auri sacra fames – (maldita fome
de ouro) – impulso de obter lucros.
Ascese e capitalismo
Ascese mundana
Ascese intramundana
- Ele faz isso através de uma análise do puritanismo inglês – cria do protestantismo
calvinista. Interpretação pura da Sagrada escritura e rigidez moral no comportamento –
desde a forma de se vestir, até a conduta sexual.
- tempo de vida é precioso e curto para realizar nossa vocação profissional. Perder
tempo com sociabilidade, com sono e coisas supérfluas, é se distanciar dos desígnios de
deus.
- o tempo é precioso e cada hora perdida é trabalho desperdiçado que deveria ser usado
para a Glória de deus.
- Nesse sentido, a especialização das profissões propicia trabalho mais qualificado (sinal
de competência) e possibilidade de maior ganho. Especialização e ascese caminham
juntas rumo à racionalização do trabalho – a pessoa se especializa conforme
adquire um comportamento disciplinado e ascético. Isso leva ao maior acúmulo de
dinheiro – fruto do trabalho para deus.
- ou seja, é o processo de realizar o trabalho, para além do seu resultado, que importa.
- outro aspecto importante da profissão: a capacidade dela de dar lucros, é algo válido
para deus.
- Mas a riqueza não é reprovável. É reprovável o uso da riqueza com ócio e hedonismos.
Com os prazeres da vida mundana. Mas o acúmulo de riquezas é, inclusive,
recomendável. Poupar é sempre bem visto, pois é uma forma de mostrar literalmente os
frutos do trabalho para deus.
- a pobreza era sinal de doença e querer ser pobre era querer ser doente – deplorável.
- Condenação de gastos com cultura e esportes – supérfluo e apenas gasto pessoal e não
para deus.
- a ascese não é contra a riqueza, mas à favor da riqueza privada e contra a condução
severa dos deveres.
- dissolução do caráter religioso : quando a tensão pela busca do reino de Deus começou
a se dissolver, tudo começou a caminhar para a intramundanidade utilitária por si só.
- resumo – p.155
-jaula de ferro – conceito parsoniano, mas Weber o utiliza para dizer que o indivíduo já
nasce nessa jaula de ferro profissional. Na medida em que ele já nasce nessa ordem e
nesse mercado de trabalho, ele é engolfado por essa ordem e essa ordem lhe impõe
normas de seu agir econômico.
- Weber, portanto, não acredita nos ideais capitalistas, nas afinidades eletivas entre
capitalismo e liberdade e até democracia.
-diálogo com Marx – a analise via espírito não substitui a materialista e nenhuma das
duas pode ser conclusão sobre as coisas. Espírito do capitalismo – tipo ideal e passível
de ser refutado e pensado com outras teorias possíveis.