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Publicado em 18.10.

2019
22.11.2021

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Caro assinante, no relatório passado, falamos sobre as eleições de 2022. Na
ocasião, traçamos três cenários e discutimos fatores que podem impactar o
tabuleiro político no país. Em Economia, falamos de um racional
importante para a taxa de câmbio: as expectativas. Por fim, em Finanças
Passo a Passo, demos dicas de como escolher os fundos de investimentos.

Para melhorar a divulgação de conteúdo, a análise do Boletim Focus desta


publicação será feita por áudio e enviada para o Telegram dos assinantes.

Como sempre, todos os tipos de feedbacks são bem-vindos. Boa leitura!

POLÍTICA

A seção de POLÍTICA analisa os principais acontecimentos de


Brasília e seus impactos na economia. A análise econômica não
precede à política e vice-versa, mas ambas caminham juntas. As
incertezas de uma eleição presidencial, a aprovação de reformas
no Congresso e até mesmo declarações de ministros da Fazenda
podem afetar – e muito – a economia e os nossos investimentos.

Com o ciclo da alta dos juros, a bolsa brasileira apresenta tendência de


queda. Porém, isso acontece não apenas por esse fator. Os ruídos políticos
e a falta de credibilidade fiscal têm contribuído para esse comportamento.

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Ibovespa
135.000

130.000

125.000

120.000
Pontos

115.000

110.000

105.000

100.000

95.000
abr/2021 jun/2021 ago/2021 out/2021

Fonte: B3 / Elaboração: Suno Research

Após atingir a máxima histórica em junho de 2021, a bolsa brasileira passou


os últimos tempos rondando os 110-115 mil pontos.

Após as falas do ministro Paulo Guedes sobre a ‘licença’ para gastar e o


surgimento de novos mecanismos para burlar o teto de gastos, o mercado
brasileiro iniciou uma trajetória mais forte para baixo – quarta-feira
(17/11), por exemplo, o índice fechou em 102 mil pontos.

Infelizmente, a tendência é de que esse cenário continue pelas próximas


semanas devido à falta de solução para os problemas fiscais. A PEC dos
Precatórios segue em discussão no Senado e deve sofrer alterações. Caso
isso aconteça, o texto volta para Câmara antes da sanção presidencial.

Apesar de ser uma pauta econômica, a sua solução também passa pela
esfera política.

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Vale lembrar que a votação na Câmara foi tumultuada e houve muita
incerteza quanto ao 2° turno. O deputado Arthur Lira, um dos grandes
aliados do governo, foi fundamental para a aprovação.

No Senado, há mais resistências. É preciso apoio de pelo menos 49 dos 81


senadores. Além disso, Rodrigo Pacheco, presidente da Casa, é considerado
um dos possíveis candidatos a concorrer contra Jair Bolsonaro.

A falta de articulação entre o Executivo e Congresso – principalmente,


Paulo Guedes e legisladores – atrasa a aprovação do projeto.

Há emendas parlamentares que mantém o casamento entre Jair Bolsonaro


e o Centrão de pé, mas seus valores não foram definidos. Além disso, a
suspensão das emendas do relator pelo STF gera ruídos em Brasília.

Quanto maior a incerteza e as indefinições quanto à abertura do teto, base


de cálculo, emendas parlamentares, aumento dos salários dos servidores
públicos e decisão do STF, maior apreensão dos investidores quanto ao
risco fiscal do país.

No fundo, todo esse atraso – falta de uma coordenação política e


econômica – se traduz em um câmbio depreciado, no menor ímpeto de
investimento e maior é o prêmio de risco exigido pelos investidores.

Diante deste cenário, a bolsa brasileira deve continuar sofrendo.

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ECONOMIA

Na seção de ECONOMIA, analisamos os acontecimentos


econômicos mais relevantes da semana anterior. Vamos
mostrar o porquê este é um assunto relevante e como
isso altera as bases da macroeconomia.

A inflação é um fenômeno mundial. A discussão está mais acalorada no


Brasil, pois o país é um ambiente mais próximo do nosso dia a dia.

Países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, entre outros, sofrem
com a escalada de preços e já existe a possibilidade de os bancos centrais e
os governos começarem a retirar os estímulos concedidos na pandemia.

Um pouco diferente do Brasil – que tem o câmbio desvalorizado e um


elevado custo de energia, por exemplo -, o problema da inflação lá fora
está relacionado ao descasamento entre a oferta e a demanda.

A demanda vem se recuperando com a melhora da vacinação e a redução


das restrições à atividade. Temos a retomada do comércio e dos serviços,
como hotéis e restaurantes, além da maior busca por alimentos e produtos
industriais.

Porém, a demanda esbarra em uma oferta limitada.

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Ou seja, a recuperação dos países acima da capacidade de produção – que
foi limitada durante a pandemia – tem levado a uma escassez de produtos,
gerando, consequentemente, alta dos preços.

Inflação (Var. Anual % - outubro/2021)

Turquia 19,9%
Brasil 10,7%
Rússia 8,1%
México 6,2%
Estados Unidos 6,2%
Espanha 5,4%
África do Sul 5,0%
Alemanha 4,5%
Índia 4,5%
Reino Unido 4,2%
Zona do Euro 4,1%
Coréia do Sul 3,2%
Itália 3,0%
França 2,6%
China 1,5%

Fonte: Banco Central / Elaboração: Suno Research

Diante deste cenário, vamos destacar especificamente três fontes que têm
contribuído para a elevação dos preços: preços das commodities, falta de
matérias-primas e custo de transporte.

Países como China e Estados Unidos aumentaram a demanda por


matérias-primas, insumos e alimentos para reabastecerem seus
estoques. A própria retomada da economia necessita desses produtos.

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No entanto, muitos campos de extração e empresas reduziram suas
produções. Logo, a oferta foi limitada durante a pandemia.

Por exemplo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e


outros produtores, conhecidos como OPEP+, restringiram sua produção em
função da queda da demanda mundial.

Não é tão simples aumentar, de uma hora para outra, a extração de


petróleo, carvão ou a quantidade de soja.

Preço - Commodities
19,0 100
PANDEMIA 90
17,0
80

70
15,0
USD / bushel

60

USD / barril
13,0 50

40
11,0
30

20
9,0
10

7,0 0
jan/2018

jul/2018

jan/2019

jan/2020

jan/2021
jul/2019

jul/2020

jul/2021

Soja Petróleo - Brent

Fonte: Banco Central / Elaboração: Suno Research

Com a demanda elevada e a oferta restrita, há uma elevação dos preços


das commodities. O aumento do custo dessas matérias-primas pressiona
diversos preços da economia. Logo, temos inflação.

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A paralização e/ou suspensão da produção de fábricas em diversos países,
devido à baixa demanda e falta de mão de obra, gerou a escassez de
inúmeros itens importantes, o que tem afetado a cadeia produtiva global.
As empresas que dependem desses insumos pagam preços elevados,
interrompem o maquinário ou até queimam seus estoques.

Um caso emblemático é a falta de chips e semicondutores. Carros e


caminhões que necessitam desses componentes não conseguem deixar
as fábricas. A alta procura e a baixa oferta tem levado os preços dos
automóveis novos para as alturas.

Preço do Produtor (Var. Anual %)


20,0

PANDEMIA
15,0

10,0

5,0

0,0

-5,0

-10,0
jan/18 jun/18 nov/18 abr/19 set/19 fev/20 jul/20 dez/20 mai/21 out/21

Fonte: Banco Central / Elaboração: Suno Research

Se olharmos o gráfico, podemos notar que a inflação do produtor nos


Estados Unidos está elevada em relação a 2020, reflexo dos altos custos.

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Essa situação gera dois problemas. Primeiro: a inflação. Segundo: a falta de
insumos e peças retardam a própria recuperação da economia.

Por fim, vemos o preço do frete explodir. Atualmente, há filas de


espera para a entrada de navios nos portos, além de um tempo de
descarregamento elevado e da falta de containers.

Isso vem ocorrendo pela escassez de mão de obra, caminhões para


distribuição e surtos de Covid-19 em portos como, por exemplo, na China,
que paralisaram os trabalhos por semanas em função deste problema.

A elevada demanda por produtos e comércio enfrenta um obstáculo


logístico. No curtíssimo prazo, o ritmo de crescimento da capacidade de
distribuição e de escoamento é baixo.

Custo de frete marítimo (Índice)


9000 3500
PANDEMIA
8000
3000
7000
2500
6000

5000 2000

4000 1500

3000
1000
2000
500
1000

0 0
jan/17 set/17 mai/18 jan/19 set/19 mai/20 jan/21 set/21

Baltic Exchange Dry Europa - EUA China

Fonte: Banco Central / Elaboração: Suno Research

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Esse problema impacta diretamente no preço do frete pago pelas
empresas. Obviamente, esse custo é repassado aos consumidores.

A inflação será o tema tanto no Brasil quanto no exterior. Ela deve transitar
ao longo de 2022, até encontrarmos um equilíbrio entre oferta e demanda.

Com a alta dos preços, os bancos centrais de diversos países começaram a


discutir a retirada dos estímulos monetários, como o tapering nos EUA, e
até mesmo a elevação da taxa de juros.

No Reino Unido, a inflação saltou para 4,2% no acumulado até outubro


deste ano – o maior desde novembro de 2011. Com isso, os investidores já
esperam que o Banco da Inglaterra eleve a taxa de juros em dezembro.
Seria a primeira grande economia a tomar tal atitude.

Caso os países desenvolvidos comecem a ter uma política monetária mais


restritiva, os países emergentes tendem a ver o seu câmbio se desvalorizar
devido à saída de capital em direção aos países considerados mais seguros.

O câmbio mais elevado impacta a inflação. Para tentar contornar este


problema, o Banco Central do Brasil pode aumentar ainda mais a taxa de
juros, impactando negativamente o crescimento da economia.

Em suma, dentre os grandes desafios que temos pela frente, esse é mais
um risco que se desenha para 2022.

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A SEMANA EM DADOS

Em A SEMANA EM DADOS, trazemos os principais


indicadores econômicos e fatos relevantes da semana. Com
isso, o investidor pode reajustar as suas análises baseadas no
novo cenário e compreender o impacto disso em suas
carteiras setoriais.

O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), conhecido como “a prévia


do PIB”, registrou uma queda de 0,27% em setembro em relação a
agosto/2021, na série com ajustes sazonais. O resultado está 0,7% abaixo
do nível pré-pandemia, em fevereiro/2020.

Na comparação anual e no acumulado do ano, o índice acumula altas de


1,52% e 5,88%, respectivamente.

O resultado foi influenciado pelas quedas mensais do setor industrial


(- 0,4%), do comércio (- 1,3% e - 1,1% no ampliado, que inclui vendas de
veículos, motos, partes e peças e de material de construção) e dos serviços
(- 0,6%).

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O terceiro trimestre deste ano registrou uma ligeira queda de 0,14% em
relação ao trimestre anterior. Isso tende a indicar que o Produto Interno
Bruto do 3T21 deve registrar estabilidade com viés de baixa.

O cenário tem sido influenciado, principalmente, por problemas na cadeia


produtiva, falta de insumos, inflação e juros elevados, além de um mercado
de trabalho ainda fragilizado.

A melhora dos índices de imunização – 73,6% da população pelo menos


com uma dose e 58,8% com duas doses ou dose única – somada à redução
das restrições reforçam a nossa visão de recuperação da economia até o
final do ano. Os serviços devem ser o principal motor da economia.

IBC-Br
145 6,0%

140 4,0%

1,66%
0,13% 2,0%
135 0,48% 0,49% 0,22%
0,0%
130
-0,39% -0,29%
-0,27% -2,0%
-1,78%
125
-4,0%
120
-6,0%
115
-8,0%

110 -10,0%

105 -12,0%
fev/20

mar/20

abr/20

jul/20
jun/20

fev/21

mar/21

abr/21

jul/21
dez/20

jun/21
set/20

nov/20

jan/21

set/21
mai/20

ago/20

mai/21

ago/21
out/20

Var. Mensal IBC-Br (dessaz)

Fonte: Banco Central / Elaboração: Suno Research

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A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia revisou
suas projeções para o PIB e para a inflação de 2021-2022.

2021 2022
PIB real (%) 5,10 2,10

IPCA acumulado (%) 9,70 4,70

Fonte: Ministério da Economia / Elaboração: Suno Research

Anteriormente, a SPE estimativa um PIB de 5,3% para 2021 e 2,5% em


2022. Já para a inflação, a previsão era de 7,90% e 3,75% para 2021 e 2022,
respectivamente.

Para este ano, não há grandes surpresas. Mas os números do ano que vem
merecem destaque.

A expectativa do PIB está bem acima do mercado, que espera uma alta em
torno de 1% com viés de baixa. De acordo com o SPE, o seu valor se
justifica pela melhora do mercado de trabalho e do investimento privado,
principalmente em infraestrutura.

Por fim, as projeções de inflação estão maiores do que a meta estipulada


pelo Banco Central (BC), de 3,5%. A autoridade monetária tem um discurso
de levar a inflação ao centro da meta. Ao apresentar um número diferente
do BC, a situação não é nada animadora.

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WHAT TO WATCH

A seção WHAT TO WATCH traz a agenda econômica da semana. Ela é


importante, pois a divulgação dos resultados tende a impactar a dinâmica dos
mercados. Lembrando que mais importante do que a divulgação dos
resultados é saber como eles se saíram em relação à expectativa que o
mercado tinha. Por exemplo, se o desemprego aumenta, mas menos do que
era esperado pelos analistas, esse dado surpreende positivamente o mercado.
Da mesma forma, se o PIB cresce, mas menos do que o precificado pelo
mercado, há uma decepção.

Market movers – Eventos da Semana


Projeção
Hora País Evento Prévio
Mercado
Segunda-feira, Novembro 22, 2021
08:30 Brasil Focus: Boletim do Mercado - -
Terça-feira, Novembro 23, 2021
06:00 Zona do Euro PMI Industrial (Prévia) - Novembro 57,5 58,3
11:45 EUA PMI Industrial (Prévia) - Novembro 60,3 58,4
Quarta-feira, Novembro 24, 2021
08:00 Brasil Índice de Confiança (FGV) - Novembro - 76,3
10:30 EUA PIB (2° estimativa) - 3T21 2,2% 2,0%
10:30 EUA Pedidos de Auxílio-Desemprego - -
12:00 EUA Renda Pessoal - Outubro 0,2% -1,0%
12:00 EUA Gastos Pessoais - Outubro 0,8% 0,6%
12:00 EUA Índice de Preços PCE - Outubro - 0,3%
16:00 EUA Ata da Reunião do FOMC - -
Quinta-feira, Novembro 25, 2021
- EUA Feriado: Ação de Graças - -
09:30 Brasil BC: Estatísticas do Setor Externo - Outubro - -
10:00 Brasil IPCA-15 - Novembro 0,97% 1,20%
Sexta-feira, Novembro 26, 2021
- EUA Feriado: Ação de Graças - -
08:00 Brasil Caged - Outubro - -
09:30 Brasil BC: Estatísticas Monetárias e de Crédito - Outubro - -
Fontes: Investing, Trading Economics e Boletim Focus

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FINANÇAS PASSO A PASSO

Na FINANÇAS PASSO A PASSO, queremos ensinar de maneira didática


conceitos de finanças que possam ajudar os investidores a compreender
melhor o mercado financeiro. Mais do que isso, vamos ensinar a lógica
por trás de cada mecanismo e sua relação com a economia. Essa seção
será de grande evolução para o assinante compreender melhor o mundo
dos investimentos e pensar por si só de maneira independente.

Nas duas últimas edições do nosso relatório (#31 e #32), temos conversado
sobre os fundos de investimento. Primeiramente, fizemos uma pequena
introdução e mostramos algumas vantagens e desvantagens. Na semana
passada, trouxemos um passo a passo de como escolher um fundo.

Cada fundo – seja de renda fixa, de ações ou multimercado – tem seu


retorno e seu risco específico. Como compará-los? Qual escolher?

Por exemplo, se um fundo de ações de dividendos entregou um retorno de


20%, enquanto o fundo multimercado entregou um retorno de 20%, em
qual você aplicaria?

Num primeiro momento, podemos achar que não há diferença. Porém,


para encontrar a resposta, é preciso saber e ponderar quanto de risco cada
fundo correu para chegar neste retorno.

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Para responder essa pergunta, uma ferramenta interessante que pode ser
utilizada é o Índice de Sharpe.

Criado por Willian Sharpe, ele avalia a relação entre risco e retorno de um
determinado investimento. Seu cálculo analisa o excesso de retorno da
aplicação em relação ao ativo livre de risco – papel atrelado a taxa livre de
risco (veja aqui) – e a sua volatilidade.

Sua fórmula é dada por:

(𝑅𝑎 − 𝑅𝑓 )
𝑆=
𝜎𝑎

𝑅𝑎 é o retorno do fundo, 𝑅𝑓 é o retorno do ativo livre de risco e 𝜎𝑎 é o


desvio padrão do fundo, conhecido como volatilidade histórica (uma das
formas que o mercado utiliza para calcular o risco, veja aqui).

O Índice de Sharpe (𝑆) pondera os ganhos do fundo acima de um ativo


seguro pelo risco desse investimento.

Imagine que o fundo que rendeu 20% tenha apresentado um risco


elevadíssimo. Outro com a mesma rentabilidade tenha corrido um risco
baixíssimo. Neste caso, o segundo teria um Sharpe maior, refletindo
ganhos com menor volatilidade – essa deveria ser a nossa escolha.

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Escolhemos quatro fundos de investimento: dois fundos de ações (A e B)
e dois multimercados (C e D). Calculamos o retorno diário acumulado, o
retorno anualizado e o desvio padrão entre os meses de junho de 2005
e junho de 2021.

Para o ativo livre de risco, consideramos um papel atrelado à Selic com taxa
de 4,25% a.a.

Retorno Acumulado
1500,0%

1300,0%

1100,0%

900,0%

700,0%

500,0%

300,0%

100,0%

-100,0%
jun/2005 jun/2007 jun/2009 jun/2011 jun/2013 jun/2015 jun/2017 jun/2019 jun/2021

Fundo A Fundo B Fundo C Fundo D

Fontes: Economatica / Elaboração: Suno Research

RETORNO TOTAL RETORNO ANUALIZADO DESVIO PADRÃO ÍNDICE DE SHARPE


FUNDO A 1079,83% 16,73% 21,7% 0,57
FUNDO B 1245,61% 17,70% 20,4% 0,66
FUNDO C 977,48% 16,07% 7,9% 1,49
FUNDO D 491,17% 11,78% 4,98% 1,51

Fontes: Economatica / Elaboração: Suno Research

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Para encontrar o Sharpe do fundo do A, por exemplo, subtraímos o retorno
anualizado (16,73%) da taxa Selic (4,25%) e dividimos pelo desvio padrão
anualizada de 21,7%, encontrando 0,57.

A interpretação seria: para cada 1 ponto de risco que o fundo A assumiu,


tem-se um retorno de 0,57 pontos acima da remuneração de um ativo livre
de risco.

O interessante é comparar o fundo A (ação) com o fundo C (multimercado),


pois ilustra bem a pergunta que fizemos no início do texto.

Fundo A e C apresentam um retorno muito parecido de 16,73% e 16,07%,


respectivamente. Porém, vemos que o Sharpe do C é 2,6 vezes maior que o
de A. Isso quer dizer que fundo C consegue um retorno tão bom quanto A
com uma volatilidade muito menor. Logo, qual você escolheria? O Fundo C.

Alguns acreditam que valores acima de 0,5 já valeria a pena estudar o


fundo. No entanto, não basta fazer esse cálculo para comparar e escolher
um fundo.

Não existe um número que defina um bom Sharpe. É mais uma ferramenta
para a tomada de decisão. Como dito anteriormente, há uma série de
fatores que devem corroborar nosso investimento.

Mensagem importante: não devemos olhar apenas para a rentabilidade


de um ativo. Precisamos considerar o risco que está envolvido.

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INDICADORES MACRO

Na seção INDICADORES MACRO trazemos os principais indicadores


de conjuntura econômica para que o investidor possa ter uma ideia
de como está se comportando a economia brasileira em relação à
atividade econômica (PIB), à inflação (IPCA), taxa de câmbio, taxa
de juros e outros indicadores relevantes.

Indicadores Macro
2021 Comp.
2016 2017 2018 2019 2020
Proj. Focus Semanal
PIB (% a.a.) -3,3 1,3 1,8 1,4 -4,1 4,88
IPCA (%, a/a, fim de período) 6,29 2,95 3,75 4,31 4,52 9,77
IGP-M (% a/a, fim de período) 7,17 -0,52 7,50 7,30 23,14 18,54
Taxa Selic (%, fim de período) 13,75 7,00 6,50 4,50 2,00 9,25
Taxa de Câmbio (R$/US$, fim de período) 3,26 3,31 3,87 4,03 5,20 5,50
Balança Comercial (US$ bi) 44,6 64,0 53,0 40,5 43,2 70,30
Investimento Direto no País (US$ bi) 74,3 68,9 78,2 69,2 34,2 50,00
Dívida Bruta (% PIB) 69,8 73,7 75,3 74,3 89,3 81,56

Fonte: Boletim Focus (16/11/21)

Expectativas do Mercado - Mediana das projeções


PIB (% anual) IPCA (variação %)
6,0% 10,5%
9,77%
4,88%
8,5%
4,0%
6,5%
4,79%
2,0%
4,5%

0,93% 2,5%
0,0%
12/02/2021

12/08/2021
12/11/2020

12/12/2020

12/01/2021

12/03/2021

12/04/2021

12/05/2021

12/06/2021

12/07/2021

12/09/2021

12/10/2021

12/11/2021
12/11/2020

12/01/2021
12/12/2020

12/02/2021

12/03/2021

12/04/2021

12/05/2021

12/06/2021

12/07/2021

12/08/2021

12/09/2021

12/10/2021

12/11/2021

2021 2022 2021 2022

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Meta Selic (% a.a.) Taxa de Câmbio - R$/US$ - Fim do ano
12,5% 5,7
11,00% 5,50
5,50
10,5% 5,5

8,5% 5,3
9,25%
6,5% 5,1

4,5% 4,9

2,5% 4,7

12/01/2021
12/11/2020

12/12/2020

12/02/2021

12/03/2021

12/04/2021

12/05/2021

12/06/2021

12/07/2021

12/08/2021

12/09/2021

12/10/2021

12/11/2021
12/02/2021

12/07/2021

12/08/2021
12/11/2020

12/12/2020

12/01/2021

12/03/2021

12/04/2021

12/05/2021

12/06/2021

12/09/2021

12/10/2021

12/11/2021
2021 2022 2021 2022

Inflação e política são temas que devem permear nossas decisões de


investimento. Ambos estão relacionados à taxa de juros e com a
capacidade de crescermos de forma sustentável nos próximos anos.

No próximo relatório, teremos no radar a PEC dos Precatórios e o cenário


eleitoral. Em Finanças Passo a Passo, continuaremos com a nossa série
sobre os fundos de investimentos.

Estamos sempre abertos às dúvidas e sugestões sobre os nossos materiais.


Contamos com a sua colaboração para aprimorar, cada vez mais, nossos
relatórios. Até a próxima!

Plantão de Dúvidas
Envie suas dúvidas referentes a este relatório. Elas serão respondidas em uma live especial!
Acesse: https://sunoresearch.typeform.com/to/zQoGGpFp

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Disclaimer
A TRMF CONSULTORIA LTDA. (“Suno Research”) é uma empresa
regularmente constituída, habilitada e credenciada pela CVM,
Comissão de Valores Mobiliários, no âmbito da Resolução CVM
Nº 20 de 2021. A composição da sociedade empresarial
contempla a segregação de atividades e a atuação independente
das empresas que compõem o conglomerado.

Os analistas de valores mobiliários responsáveis pela elaboração


deste relatório de análise, declaram nos termos da Resolução nº
20 de 2021 que as recomendações propostas refletem única e
exclusivamente suas opiniões pessoais e foram elaboradas de
forma independente, inclusive em relação à Suno Research e
empresas do conglomerado.

Ainda que as informações constantes deste material possam


auxiliar ou influenciar investidores no processo de tomada de
decisão de investimento, o investidor deve buscar entidades e
profissionais credenciados e/ou habilitados nos órgãos
competentes de sua jurisdição, para a correta verificação da
adequação dos produtos, serviços e operações ao seu perfil de
cliente, da mesma maneira que, a adoção e implementação das
recomendações de investimento.

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