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ESTADOS UNIDOS DA

AMÉRICA
Tilápias
2020
Sergio Segovia
PRESIDENTE – APEX-BRASIL

Augusto Pestana
DIRETOR DE NEGÓCIOS – APEX-BRASIL

Igor Isquierdo Celeste


GERENTE DE INTELIGÊNCIA DE MERCADO – APEX-BRASIL

Carla Ramos de Carvalho


COORDENADORA DE ANÁLISE DE MERCADO – APEX-BRASIL

Pedro Henrique de Souza Netto, Karen Kiyomi Hayashi e Igor Gomes da Silva
ORGANIZAÇÃO/REVISÃO – APEX-BRASIL

Euromonitor International
ELABORAÇÃO

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ÍNDICE

1. SUMÁRIO EXECUTIVO ........................................................................................... 4


2. AMBIENTE DE MERCADO ...................................................................................... 6
2.1. INFORMAÇÕES DEMOGRÁFICAS ........................................................................................................... 6
2.2. DADOS ECONÔMICOS ........................................................................................................................... 7
2.3. AMBIENTE DO MERCADO DE TILÁPIAS.................................................................................................. 8

3. COMÉRCIO INTERNACIONAL ............................................................................... 11


3.1. IMPORTAÇÕES ..................................................................................................................................... 11
3.2. PRODUÇÃO LOCAL ............................................................................................................................... 15
3.3. EXPORTAÇÕES ..................................................................................................................................... 16
3.4. ACORDOS COMERCIAIS ....................................................................................................................... 19

4. ANÁLISE DE MERCADO........................................................................................ 21
4.1. TAMANHO DE MERCADO – DESEMPENHO HISTÓRICO E FUTURO ..................................................... 21
4.2. CATEGORIAS ........................................................................................................................................ 25
4.3. CONCORRENTES .................................................................................................................................. 27
4.4. DISTRIBUIÇÃO E PREÇOS ..................................................................................................................... 32
4.5. OPORTUNIDADES DE MERCADO ......................................................................................................... 37

5. LEIS E REGULAMENTAÇÕES ................................................................................. 40


5.1. AUTORIDADES RELEVANTES ................................................................................................................ 40
5.2. ENTIDADES PRIVADAS ......................................................................................................................... 41
5.3. REQUISITOS DE QUALIDADE, LEGAIS E TÉCNICOS ............................................................................... 42

6. ANEXOS .............................................................................................................. 47
6.1. DEFINIÇÕES, SIGLAS, METODOLOGIA E FONTES CONSULTADAS ........................................................ 47

7. SOBRE A APEX BRASIL ......................................................................................... 51


8. SOBRE A EUROMONITOR .................................................................................... 52
1. SUMÁRIO EXECUTIVO
Peixes e frutos do mar apresentam lento crescimento em volume, porém
pode haver oportunidades para a tilápia
O mercado de peixes e frutos do mar apresenta um crescimento constante desde 2011, com uma
taxa de crescimento médio anual de 1,7% em volume. Apesar desse desempenho da categoria, a
tilápia precisa competir com peixes mais conhecidos no mercado americano, como salmão e atum.
Mudanças no comportamento do consumidor podem criar espaço para o crescimento da
categoria nos próximos anos, já que a tilápia é uma fonte de proteínas alternativa a peixes mais
gordurosos ou caros, como o salmão.
O comércio de tilápias é pautado majoritariamente por importações
chinesas
Cerca de 90% de todo o consumo de tilápia nos Estados Unidos é proveniente de importações. O
maior exportador do produto para os Estados Unidos é a China, que detém 63,1% do mercado, o
que representa US$463,9 milhões. Contudo, observou-se entre janeiro e setembro de 2019 uma
queda de 8% nas importações de tilápia chinesas, em relação ao mesmo período de 2018,
indicando ao mesmo tempo efeitos da guerra comercial entre os países e uma busca dos Estados
Unidos em diversificar seu comércio. Em seguida encontram-se dois países latino-americanos,
Colômbia e Honduras, responsáveis por 8,2% e 7,5% do mercado, respectivamente. O Brasil
aparece na 10ª posição, com 0,6% das exportações de tilápia para os Estados Unidos. Cada tipo de
tilápia é majoritariamente importado de uma região: a tilápia congelada é importada
principalmente da China; já a tilápia fresca é advinda, em sua maioria, de países da América Latina,
como Colômbia, Honduras e Costa Rica, dado sua proximidade geográfica com os Estados Unidos
e a logística de transporte para alimentos frescos.
Tilápias vêm apresentando queda em volume e valor nos últimos anos,
porém com tendência de estabilização
A tilápia está entre os dez principais peixes e frutos do mar1 consumidos nos Estados Unidos desde
2002, ocupando a terceira posição na classificação desde 2012. O tamanho de mercado das tilápias
em 2018 foi de US$ 662,8 milhões. De todo modo, sua taxa de crescimento médio anual entre
2015 e 2018 foi de -11,4%. Apesar da queda constante nos últimos anos, o mercado deve se
estabilizar em 2019 e apresentar pequena recuperação nos próximos anos, com uma taxa de
crescimento médio anual de 0,4% entre 2019 e 2022.
Mercado é dominado por empresas estrangeiras
Os principais players no mercado norte-americano de tilápia são empresas estrangeiras, sendo a
grande maioria de origem chinesa, mas ainda há presença de empresas da América Latina e de
outros países asiáticos. Em geral, as líderes no mercado são grandes conglomerados que possuem
subsidiárias com a estrutura necessária para verticalizar o processo de produção, sem depender
de empresas terceiras para cada uma das etapas. Desta forma, o processo torna-se mais rápido e
menos custoso, influenciando também no preço do produto final.

1
Os Estados Unidos, por meio de seu National Fisheries Institute, congregam as subcategorias de peixes
e frutos do mar dentro da mesma categoria, chamada “seafood”. Por essa razão, manteve-se a
categorização original.
Mudança no comportamento do consumidor representa uma
oportunidade
O consumidor americano demonstra um interesse cada vez maior por produtos mais saudáveis,
naturais e de maior qualidade. Esse é um segmento em que o Brasil pode se destacar frente aos
produtos chineses, que possuem percepção geralmente negativa por parte do consumidor no que
se refere à qualidade. Também por esses fatores, a tilápia fresca vêm ganhando destaque frente
à congelada, o que também apresenta oportunidade aos produtores brasileiros em razão da
proximidade geográfica entre os dois países. Outra questão que abre espaço no mercado para os
produtos brasileiros é a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a qual, ao acrescentar a
tarifa de 25% à tilápia chinesa, aumenta a competitividade brasileira frente ao produto asiático.
2. AMBIENTE DE MERCADO
2.1. INFORMAÇÕES DEMOGRÁFICAS
Resumo demográfico
Estados Unidos 2015 2019 2022
População total (milhões) 321 329,8 336,1
Idade mediana da população (anos) 37,8 38,4 38,9
Taxa de fertilidade (filhos por mulher) 1,8 1,8 1,8
Número de domicílios (milhões) 124,6 128,1 130,8
Tamanho médio das famílias (pessoas) 2,6 2,6 2,6
Domicílios de classe média (%) 20,9 22 22
População urbana (%) 81,6 82,3 82,8
Fonte: Euromonitor

• A população total dos Estados Unidos tem crescido aproximadamente 1% ao ano e atingiu
329,8 milhões de habitantes em 2019. A idade mediana em 2019 era de 38,4 anos, comparada
a 35,4 anos no ano 2000. Esse indicador deve continuar a crescer no futuro, alcançando 40,3
anos em 2030. O envelhecimento em ritmo moderado é compensado parcialmente pelo fluxo
contínuo de imigrantes.
• A taxa de fertilidade era de 1,8 nascimento por mulher em 2019. Esse número se mantém nesse
patamar desde 2015 e assim deve permanecer ao menos até 2030. No mesmo sentido, o
tamanho das famílias se mostra estável, com média de 2,6 pessoas e previsão de permanecer
nesse nível até 2030. O número de domicílios em 2018 foi de 127,2 milhões, devendo aumentar
2,8% até 2022, de modo a atingir 130,8 milhões.
• Em 2018, a população de origem hispânica, incluindo seus descendentes, correspondia a 18,3%
do total, aproximadamente 60 milhões de pessoas, de acordo com o US Census Bureau. Entre
aqueles nascidos fora dos Estados Unidos, o principal país de origem é o México, com 3,5% da
população total, seguido por Índia (0,8%), China (0,7%), Filipinas (0,6%) e El Salvador (0,4%).
Proporcionalmente ao total, a população nascida nos Estados Unidos apresenta, há décadas,
um declínio lento, porém constante, devendo passar de 86,5% em 2015 para 86,1% em 2022.
• Em 2018, 82,1% da população residia em áreas urbanas. Estima-se que até 2022 a população
urbana tenha um crescimento acumulado de 3,4%, mais alto do que a população total, com
2,5%. Todas as dez maiores cidades americanas possuem mais de um milhão de habitantes:
Nova Iorque se destaca com 8,7 milhões de habitantes, mais do que o dobro da segunda maior,
Los Angeles, cuja população soma 4 milhões. Em seguida, aparecem Chicago, com 2,7 milhões,
Houston, com 2,4 milhões, e Phoenix, com 1,7 milhão.
2.2. DADOS ECONÔMICOS
Resumo econômico e de negócios
Estados Unidos 2015 2019 2022
Crescimento do PIB (%) 2,9 2,3 1,6
Renda familiar média disponível anual (US$) 76.682,4 84.644,7 92.814,7
Inflação (%) 0,1 1,8 2
Facilidade de Fazer Negócios (posição no ranking) 7º 8º n.d.
Índice de Competitividade Global (0 até 100) 81,4 83,7 n.d.
2
Índice de Confiança Empresarial 96,2 102,9 n.d.
3
Entrada de investimentos estrangeiros diretos (em milhões de US$) 495.432,7 251.814 n.d.
Fonte: Euromonitor

• A economia dos Estados Unidos apresenta um bom desempenho e completou uma década de
crescimento positivo em 2019, quando o Produto Interno Bruto (PIB) foi de 2,3% (dados
preliminares), amparado no aumento do consumo e exportações robustas. Em dezembro de
2017, o Congresso americano aprovou a maior revisão de impostos em 30 anos, com destaque
para a taxação de empresas, reduzida de 35% para 21%. Embora tenha tido impacto inicial
positivo, a medida tende ampliar o déficit fiscal do governo, estimado em mais de US$1 trilhão
para 2020 pelo Congressional Budget Office.
• A despeito do desempenho atual positivo, mesmo antes da pandemia de Covid-19 era
esperado que o crescimento dos EUA cairia para 1,6% em 2020 e permaneceria nessa faixa
pelo menos até 2022. Dentre os motivos de médio prazo para esse cenário estão a perspectiva
de baixo crescimento mundial e a incerteza trazida pela guerra comercial entre Estados Unidos
e China. O Federal Reserve, banco central americano, reduziu as taxas de juros pela primeira
vez em mais de uma década em julho de 2019, pressionado pelo presidente Donald Trump,
com o objetivo de estimular a economia.
• Anteriormente à pandemia do Novo Coronavírus, o mercado de trabalho estava aquecido, com
geração crescente de empregos, principalmente no setor de serviços. Em consequência, havia
pressão pelo aumento de salários e impulso para o consumo. O desemprego chegou ao nível
mais baixo em quase meio século, com 3,9% em 2018.
• O Índice de Competitividade Global vem melhorando desde 2010, quando estava em 78,7,
chegando a 83,7 em 2019. O país também demonstrou melhora no Índice de Confiança
Empresarial no período analisado, passando de 96,2 para 102,9 entre 2015 e 2019. Os Estados
Unidos também figuram bem no ranking de Facilidade de Fazer Negócios, ocupando a oitava
posição em 2019. Os cortes de impostos para empresas (de 35% para 21%) e cobrança única
de 8% sobre ativos de menor liquidez desempenharam um papel importante no aumento da

2
O Índice de Confiança Empresarial é construído com as opiniões tomadas durante estudos regulares,
com questões sobre o progresso em produção, vendas, pedidos e estoques de produtos acabados no
setor de fabricação. Ele pode ser empregado para monitorar o crescimento da produção e tentar prever
mudanças futuras na situação econômica. O Índice acima de 100 sugere aumento da confiança no
desempenho dos negócios e números abaixo de 100 indicam pessimismo em relação ao desempenho
futuro.
3
Dados relativos a 2018. Os dados de 2019 não estavam disponíveis no momento da elaboração deste
relatório.
confiança empresarial. O crescimento do PIB, o baixo desemprego e a inflação controlada em
torno de 2% ao ano também contribuíram para um ambiente favorável de negócios.
• A entrada de investimento estrangeiro direto (IED) nos Estados Unidos está em declínio desde
2016. Em 2015, houve um pico de entrada de quase US$0,5 trilhão, crescimento de 131,5% em
relação a 2014. Contudo, tal patamar não se sustentou nos anos seguintes, fechando 2018 com
-11,3% em relação a 2017.
• Embora os Estados Unidos acompanhem uma tendência global de redução no fluxo de IED, o
fenômeno foi acentuado pela guerra comercial com a China, cujos investimentos no país
americano caíram de US$46 bilhões em 2016, para US$29 bilhões em 2017 e US$4,8 bilhões
em 2018, de acordo com o Rodhium Group.

2.3. AMBIENTE DO MERCADO DE TILÁPIAS


O avanço no consumo de peixes e frutos do mar perdeu intensidade nos Estados Unidos
O mercado de peixes e frutos do mar nos Estados Unidos apresenta uma taxa média de
crescimento anual de 1,7% desde 2011 e atingiu 1,7 milhão de toneladas em 2018. Espera-se que
o volume total chegue a 1,9 milhão de toneladas em 2024. Atualmente, os americanos consomem
em média 7,3 quilos de peixe e frutos do mar por ano, 10% a mais que cinco anos atrás.
Contudo, esse crescimento desacelera continuamente desde 2016. Essa tendência continuará,
pois a taxa média de crescimento anual esperada para os próximos cinco anos é de 1,6%. Já o
consumo per capita de outras fontes de proteína aumentou durante esse período.
Anualmente, os americanos consomem em média 25,9 quilos de carne bovina, aproximadamente
23 quilos de carne suína e cerca de 42,5 quilos de carne de aves por pessoa, além de 15,2 quilos
de ovos, por ano. Os peixes e frutos do mar ainda são os produtos mais caros e menos consumidos
dentre essas fontes de proteína.
Mudanças nos hábitos alimentares impulsionam o crescimento do consumo de peixes
e frutos do mar
O consumo de proteínas ganha cada vez mais destaque na rotina alimentar dos americanos. De
acordo com um levantamento realizado pela Nielsen, 55% das famílias americanas dizem
considerar os alimentos ricos em proteína um item essencial em suas compras domésticas. Além
disso, em 6% das famílias do país, há pelo menos uma pessoa que segue uma dieta rica em
proteínas.
Uma pesquisa realizada pela Euromonitor em 2019 indicou que a principal fonte de proteína da
maioria da população ainda consiste em carne de frango e ovos. No entanto, a maior parte dos
entrevistados disse considerar o peixe uma fonte importante de proteína. Alguns consumidores
acreditam que os peixes e os frutos do mar são uma opção mais saudável graças a seus baixos
níveis de colesterol e gordura saturada, além de conterem ácidos graxos ômega 3, vitaminas e
minerais.
A American Heart Association (Associação Americana do Coração) recomenda o consumo de duas
porções de peixe por semana. Essa porção deve ser de, no mínimo, 100 gramas. Essa informação
também condiz com as Orientações Alimentares para os Americanos entre 2015 e 2020 (2015–
2020 Dietary Guidelines for Americans), publicadas pela Secretaria de Prevenção de Doenças e
Promoção da Saúde (Office of Disease Prevention and Health Promotion - ODPHP), que
recomenda um consumo semanal de cerca de 225 gramas de qualquer tipo de peixe e frutos do
mar. Os americanos estão motivados a consumir pescados com mais frequência, o que aumentará
o consumo per capita, já que os médicos de todo o país incentivam seus pacientes a adicionarem
peixes e frutos do mar a suas dietas. Adiciona-se a isso o surgimento de um novo tipo de
consumidor, voltado a um estilo de vida mais saudável.
De todo modo, apesar da expansão estável da categoria, existe uma parcela da população
americana que consome pouco ou nenhum fruto do mar. De acordo com a pesquisa da
Euromonitor, cerca de 10% dos consumidores americanos disseram nunca comer qualquer tipo
de pescado ou frutos do mar.
Conveniência prevalece sobre novidades
Segundo dados da Nielsen, peixes e frutos do mar têm menor presença nos domicílios dentre os
alimentos frescos. Eles são consumidos em apenas 54% das residências americanas, enquanto a
carne vermelha está presente em 98% delas. Uma das principais barreiras para uma expansão
maior da categoria é a falta de familiaridade de muitos consumidores com as variedades de
pescados e frutos do mar. Eles não sabem como verificar se o alimento é fresco ou se tem
qualidade, e carecem de informações sobre seu preparo.
Outro estudo conduzido pelo Food Marketing Institute (FMI) (Instituto de Comercialização de
Alimentos) revelou que apenas 29% dos entrevistados dizem saber como comprar peixes e frutos
do mar e apenas 28% dizem ter conhecimento de como prepará-los. Muitos continuam
escolhendo carne vermelha e carne de aves, produtos com os quais estão mais familiarizados e
sabem como preparar.
A sustentabilidade tornou-se atributo importante entre os consumidores
Assim como em outras categorias de alimentos frescos, existe interesse crescente em produtos de
origem sustentável. Os consumidores estão prestando cada vez mais atenção a práticas
sustentáveis, e produtos certificados estão ganhando popularidade e influenciando as decisões de
compra. As certificações garantem que o produto é sustentável e indicam sua origem.
Contudo, esse rastreamento de fonte pode ser um desafio para um mercado que depende de
peixes e frutos do mar importados. Nos últimos dois anos, foram introduzidas normas
aprimoradas de certificação e importação, bem como novas tecnologias, a fim de estimular a
produção sustentável de pescados e frutos do mar. Além disso, 90% dos varejistas americanos
implementaram programas de compra sustentável de peixes e frutos do mar.
Entre os certificados mais comuns está a aprovação do Marine Stewardship Council (MSC)
(Conselho de Administração Marítima), atribuída a pescados e frutos do mar selvagens obtidos
através de pesca que estão de acordo com os Padrões de Pesca do MSC, respeitando o impacto
nas populações de peixes selvagens e os ecossistemas dos quais fazem parte. De forma parecida,
o Aquaculture Stewardship Council (ASC) (Conselho de Administração de Aquicultura) certifica o
cultivo sustentável de peixes e frutos do mar. Segundo a Nielsen, entre 2017 e 2018, as vendas de
peixes e frutos do mar aprovados pelo MSC cresceram em 27%, enquanto as vendas dos mesmos
produtos com a certificação Sustainable Fishing (Pesca Sustentável) cresceram em 30%.
Crescimento da aquicultura nos Estados Unidos pode reduzir dependência de peixes e
frutos do mar importados
Estima-se que aproximadamente 50% dos frutos do mar e peixes do planeta provêm da
aquicultura, uma das indústrias que mais crescem em todo o mundo. No entanto, os peixes e
frutos do mar criados nos Estados Unidos representam menos de 1% do total mundial, o que
mostra o enorme potencial de crescimento para a indústria aquícola local e que, por sua vez,
poderia reduzir a dependência do país das importações desse alimento. Camarão, salmão e tilápia
estão entre os peixes e frutos do mar mais consumidos nos Estados Unidos, e são as espécies mais
cultivadas no mundo. Os peixes e frutos do mar cultivados em locais fechados normalmente são
mais baratos que aqueles pescados no mar.
Nesse sentido, em 2018, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, por meio da
Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), anunciou o financiamento no valor de
U$11 milhões para 22 projetos de pesquisa em todo o país destinados à expansão da aquicultura
sustentável nos oceanos, litorais e Grandes Lagos, bem como à divulgação de informações precisas
com base científica para a população, sobre os benefícios e riscos da aquicultura marinha.
A indústria de peixes e frutos do mar dos Estados Unidos foi atingida pela guerra
comercial do país com a China
Os Estados Unidos são o maior importador de pescados e seus derivados no mundo, responsáveis
por cerca de 15% do total de importações de peixes e frutos do mar do planeta. Adicionalmente,
a maioria de suas importações tem origem na China, o que deixa a indústria bastante vulnerável a
barreiras comerciais. A guerra comercial entre os dois países criou tarifas de importação sobre
diversos produtos, inclusive alíquotas entre 10% a 25% sobre as importações de peixes e frutos do
mar chineses, entre eles tilápia, truta, salmão, linguado e outros. Em retaliação, a China impôs
restrições parecidas aos peixes e frutos do mar americanos, como a lagosta do Maine, cujas
exportações para a China atingiram aproximadamente US$130 milhões em 2017. Isso resultou no
aumento dos preços de peixes e frutos do mar e na queda de margens, ao mesmo tempo que
impactou de forma significativa os volumes de importações e exportações. As importações
chinesas de peixes e frutos do mar dos Estados Unidos registravam US$1,3 bilhão nos doze meses
anteriores à implementação das tarifas (antes de 30 de junho de 2018), e, um ano depois, esse
valor caiu para US$969 milhões. Os importadores americanos também diminuíram a compra no
atacado de uma variedade de pescados e frutos do mar.
3. COMÉRCIO INTERNACIONAL
3.1. IMPORTAÇÕES
O valor referente à importação 4 de peixes correlatos às tilápias nos Estados Unidos em 2018
totalizou US$735,6 milhões, um aumento de 2% em relação a 2017. Apesar do aumento observado
entre 2017 e 20185, as importações apresentam uma taxa média de crescimento anual de -11,4%
entre 2015 e 2018. Os valores de importação de 2018 seguem 29% inferiores aos de 2015.
Dos dez códigos SH considerados no presente estudo para avaliação desse mercado, os três
produtos mais importados [SH 0304.61 - Filés de tilápias (Oreochromis spp.), congelados; SH
0304.31 - Filés de tilápia (frescos, refrigerados ou congelados); SH 0303.23 - Tilápias (Oreochromis
spp.), congeladas] - representam, juntos, cerca de 97% de toda a importação de tilápia dos Estados
Unidos.
O principal produto [SH 0304.61- Filés de tilápias (Oreochromis spp.), congelados] importado pelos
Estados Unidos representou 66% do total de importações e seu maior fornecedor foi a China. Além
desse, outros três códigos [SH 0303.23 - Tilápias (Oreochromis spp.), congeladas; SH 0305.31 - Filés
de peixes, secos, salgados, em salmoura, não defumados; SH 0305.64 - Tilápias, bagres, carpas,
perca-do-nilo e peixes cabeça-de-serpente, não secos nem defumados, e em salmoura] também
tiveram a China como principal país exportador. Seguindo o país asiático, que representou 63% do
total, estiveram Colômbia, Honduras e Indonésia, respectivamente, que juntos acumularam quase
22% do total importado. Desta forma, os cinco principais países exportadores enviaram US$661,4
milhões em tilápia e correlatos aos Estados Unidos. O Brasil aparece no 10º lugar, representando
aproximadamente 0,6% das importações americanas.
Resumo das Importações – Principais Produtos Importados pelos Estados Unidos - 2018
Posição Código SH Participação nas Valor importado (US$ Principal país exportador para
importações (%) milhões) os Estados Unidos
1ª 0304.61 66,1% US$486,4 China
2ª 0304.31 22,9% US$168,1 Colômbia
3ª 0303.23 8,2% US$60,7 China
4ª 0302.71 1% US$7,2 Myanmar
5ª 0305.31 0,8% US$6 China
6ª 0305.52 0,7% US$5 Coreia do Sul
7ª 0304.51 0,2% US$1,6 Uganda
8ª 0305.64 0,05% US$0,4 China
9ª 0304.93 0,04% US$0,3 Vietnã
10ª 0305.44 0,004% US$0,03 Gana
Total 10 códigos SH 100% US$735,6 -
Fonte: Comtrade

4
A razão pela qual o valor total importado é superior ao tamanho total do mercado consumidor de tilápias
nos Estados Unidos se explica por duas razões: 1) Dentre os códigos SH6 selecionados, encontram-se
alguns códigos que incluem outros produtos além da tilápia, como bagres, percas-do-nilo, peixes-cabeça-
de-serpente, carpas e enguias. Apesar de sua representatividade ser minoritária em comparação à tilápia,
essas espécies afetam o valor importado somente de tilápias, o qual é inferior aos US$735,6 milhões; 2)
Os Estados Unidos reexportaram parte das tilápias importadas para outros mercados, especialmente para
o Canadá, reduzindo, também, o valor total do mercado.
5
Até o momento de elaboração deste estudo, dados de comércio exterior para o ano de 2019 ainda não
haviam sido relatados pelo governo norte-americano.
Filés de tilápia congelados lideram as principais categorias importadas
• Dentre os códigos SH selecionados para o presente estudo, a principal categoria de produtos
importada pelos Estados Unidos foi a de Filés de tilápias (Oreochromis spp.), congelados (SH
0304.61). Tais filés representam cerca de 66% do total das importações dos produtos
analisados neste estudo, o equivalente a US$486,4 milhões. Apesar do crescimento pequeno,
de 1%, entre 2017 e 2018, a queda nas importações observada desde 2015 fez com que a taxa
média de crescimento anual do produto fosse de -13% entre 2015 e 2018.
• A segunda maior categoria importada foi a de Filés de tilápias (frescos, refrigerados ou
congelados) (SH 0304.31), que representou cerca de US$168 milhões, quase 23% do total
analisado. A taxa média de crescimento anual dessa categoria, entre 2015 e 2018, foi de -7%,
sendo que a maior queda anual ocorreu entre 2015 e 2016, de -14%. Nos anos seguintes, é
possível observar uma pequena melhora, com taxas médias de crescimento anuais de -3% e -
4%, respectivamente, entre 2016 e 2017 e entre 2017 e 2018. Apesar da tendência de
crescimento negativo, a Colômbia, principal exportadora dessa categoria, apresentou um
desempenho melhor do que a categoria em geral, com taxa média de crescimento anual de 5%
entre 2015 e 2018. Os outros quatro principais países exportadores da categoria (Honduras,
Costa Rica, México e Equador) apresentaram queda constante nos últimos anos, o que criou
ainda mais oportunidades para o produto colombiano. O crescimento da Colômbia neste
contexto de queda se deve ao aumento de produção de tilápia no país e ao incentivo do
governo para que empresas invistam em plantas de produção certificadas, aumentando o valor
agregado do produto colombiano.
• A terceira maior categoria importada foi a de Tilápias (Oreochromis spp.), congeladas (SH
0303.23), atingindo US$60,7 milhões e sendo responsável por 8,2% do total analisado. Apesar
do crescimento médio anual de -3% entre 2015 e 2018, a categoria apresentou melhora dos
volumes entre 2017 e 2018, com crescimento de 15%. A China, principal exportadora dessa
categoria, seguiu a mesma tendência, com um crescimento anual entre 2017 e 2018 de 18%,
apesar da queda em -1% entre 2015 e 2018.
• Por fim, a quarta maior categoria importada foi a de Tilápias (Oreochromis spp.), frescas ou
refrigeradas (SH 0302.71), que representou 1% do total das importações analisadas, o
equivalente a US$7,2 milhões. O crescimento médio anual da categoria foi de 8%, sendo que
2017 apresentou um significativo crescimento de 30% com relação a 2016. Para Myanmar, o
principal país exportador dessa categoria para os Estados Unidos, a taxa média de crescimento
anual ficou em 2%.
Resumo das Importações dos Estados Unidos — Principais países de Origem — 2018
Posição País Participação nas Valor importado Principais produtos
importações (%) (US$ milhões) (códigos SH)
1º China 63,1% US$463,9 SH 0304.61
2º Colômbia 8,2% US$59,9 SH 0304.31
3º Honduras 7,5% US$55,1 SH 0304.31
4º Indonésia 6,1% US$45,1 SH 0304.61
5º Costa Rica 5,1% US$37,4 SH 0304.31
6º Outros Países Asiáticos, 3,2% US$23,4 SH 0303.23
não especificados
7º México 2,3% US$17 SH 0304.61
8º Equador 0,7% US$5,1 SH 0304.31
9º Coreia do Sul 0,7% US$4,8 SH 0305.52
10º Brasil 0,6% US$4,2 SH 0304.31
Outros 27 outros países 2,6% US$19,2 SH 0303.23
Total 37 países 100% US$735,6 -
Fonte: Comtrade

Principais Importadores em Valor por Tipo de Produto (2018)

Posição Filés de Tilápias Filés de Tilápias Tilápias Congeladas8 Tilápias Frescas9


Congelados6 Frescos7

1º China Colômbia China Mianmar


2º Indonésia Honduras Outros Países Asiáticos, Colômbia
não especificados
3º Outros Países Asiáticos, Costa Rica Vietnã Bangladesh
não especificados
4º México México Tailândia Honduras
5º Honduras Equador Panamá México
Fonte: Comtrade

Os dez principais países exportadores de tilápia para os Estados Unidos são da América
Latina e da Ásia
• Dentre as categorias analisadas, a China é o principal país exportador para os Estados Unidos,
tendo sido responsável por 63,1% do total importado, ou US$464 milhões, em 2018. A principal
categoria exportada pela China é a de Filés de tilápias (Oreochromis spp.), congelados (SH
0304.61), que representa 90% do valor de todos os produtos analisados exportados pelo país.
Outros produtos também exportados pela China são Tilápias (Oreochromis spp.), congeladas
(SH 0303.23), Filés de peixes, secos, salgados, em salmoura, não defumados (SH 0305.31) e

6
Considerado o código SH 0304.61.
7
Considerados os códigos SH 0304.31 e 0304.51.
8
Considerado o código SH 0303.23.
9
Considerado o código SH 0302.71.
Tilápias, bagres, carpas, perca-do-nilo e peixes cabeça-de-serpente, não secos nem defumados,
e em salmoura (SH 0305.64). Essas categorias tiveram crescimento médio anual de -1%, -6% e
-13% nas exportações chinesas em 2018, respectivamente. Uma nova categoria que passou a
ser exportada pela China em 2018 foi a de Peixes secos, exceto subprodutos comestíveis de
peixes, mesmo salgados, mas não defumados: tilápias, bagres, carpas, perca-do-nilo e peixes
cabeça-de-serpente (SH 0305.52); porém, ela representa apenas 0,02% de todas as
exportações chinesas.
• A Colômbia aparece em segundo lugar como principal país exportador das categorias
analisadas, representando 8,2% do total importado pelos Estados Unidos, o que equivale a
quase US$60 milhões. A principal categoria exportada pela Colômbia foi a de Filés de tilápias
(frescos, refrigerados ou congelados) (SH 0304.31), que apresentou uma taxa média de
crescimento anual de 5%. A segunda maior categoria é a de Tilápias (Oreochromis spp.), frescas
ou refrigeradas (SH 0302.71), que teve taxa média de crescimento anual de 64%. Em 2018,
assim como a China, a Colômbia também passou a exportar uma nova categoria: Filés de
tilápias (Oreochromis spp.), congelados (SH 0304.61).
• As exportações de Honduras para os Estados Unidos totalizaram cerca de US$55 milhões em
2018, ou 7,5% do total importado. As duas principais categorias exportadas pelo país são Filés
de tilápias (frescos, refrigerados ou congelados) (SH 0304.31) e Filés de tilápias (Oreochromis
spp.), congelados (SH 0304.61), que apresentaram -12% e -15% de taxa média de crescimento
anual nas exportações hondurenhas em 2018, respectivamente. Já a terceira categoria mais
exportada pelo país é a de Tilápias (Oreochromis spp.), frescas ou refrigeradas (SH 0302.71),
que teve uma taxa média de crescimento anual de 23% entre 2015 e 2018.
• Por fim, a Indonésia é o quarto maior exportador das categorias analisadas, representando
6,1% do total de importações dos Estados Unidos, o que equivale a US$45,1 milhões. A
principal categoria exportada é a de Filés de tilápias (Oreochromis spp.), congelados (SH
0304.61), que teve uma taxa média de crescimento anual de -20% entre 2015 e 2018. A
Indonésia iniciou exportações de outras três categorias em 2018: Filés de tilápias (frescos,
refrigerados ou congelados) (SH 0304.31), Outras carnes de tilápias, bagres, carpas, enguias
(congeladas) (SH 0304.93) e Tilápias (Oreochromis spp.), congeladas (SH 0303.23).
• Além da China, alguns outros países compõem a maioria das exportações de tilápia congelada
para os Estados Unidos. Considerando as categorias de Filés de tilápias (Oreochromis spp.),
congelados (SH 0304.61) e Tilápias (Oreochromis spp.), congeladas (SH 0303.23), o valor de
exportações da tilápia congelada soma US$547 milhões. A China representa 83,9% desse valor,
seguida pela Indonésia, responsável por 7,4%. Em seguida, Outros países asiáticos, não
especificados, representam 4,2% e o México representa 1,5% do mercado. Os demais países
relevantes nas exportações da categoria de tilápia congelada são Honduras, Vietnã e Malásia,
com 0,7%, 0,6% e 0,5% do mercado, respectivamente. Todos esses países, juntos, são
responsáveis por 99% das exportações de tilápia congelada para os Estados Unidos.
• O Brasil, por sua vez, está em 10º lugar entre os principais países exportadores, representando
0,6% de todas as importações dos Estados Unidos, o equivalente a US$4,2 milhões. As duas
principais categorias exportadas pelo país são Filés de tilápias (frescos, refrigerados ou
congelados) (SH 0304.31) e Filés de tilápias (Oreochromis spp.), congelados (SH 0304.61), que
apresentaram uma taxa média de crescimento anual de 46% e 81% entre 2015 e 2018,
respectivamente.
3.2. PRODUÇÃO LOCAL
Importadores se beneficiam com a fraca produção local
• A produção local representa menos de 5% do total do mercado de tilápia nos Estados Unidos.
Conforme dados do Censo Aquícola do USDA (Departamento da Agricultura dos Estados
Unidos), havia 137 criadouros de tilápia no país em 2018, dos quais 100 eram voltados para a
produção e a venda do peixe para alimentação e 37 para alevinagem, recria e engorda. Esses
criadouros geraram US$37,9 milhões em 2018, um número modesto quando comparado à
quantidade de criadouros de outros peixes normalmente cultivados nos Estados Unidos, como
o bagre, cujas vendas chegaram a US$366,8 milhões no mesmo período, ou a truta, que atingiu
US$116,7 milhões. Além da pequena participação de mercado em relação a outras espécies de
peixe, o cultivo de tilápia mostra sinais de queda de popularidade entre os produtores
americanos. Segundo os dados do censo anterior, em 2013 as vendas de tilápias cultivadas
localmente foram 5% maiores que em 2018, e havia um total de 189 criadouros desse peixe.
• Mais de 75% da produção de tilápia nos Estados Unidos é realizada por Aquicultura em
Sistemas de Recirculação (RAS), que consistem em tanques fechados em instalações internas
que filtram e reutilizam a água. A Aquicultura em Sistemas de Recirculação reduz o volume de
água e o espaço necessários para o cultivo, e por ser realizada em locais fechados, permite aos
produtores controlarem as condições sem se preocuparem com características específicas de
ambiente e clima. Portanto, o cultivo da tilápia pode ser feito em qualquer lugar, tanto em
regiões quentes quanto frias. Outras vantagens da Aquicultura em Sistemas de Recirculação
são o impacto mínimo gerado no ambiente ao seu redor, o cultivo do peixe em espaços
fechados monitorados e a pouca ou nenhuma utilização de antibióticos e outros produtos
químicos. Por esse motivo, a Seafood Watch (uma organização financiada pela Monterey Bay
Aquarium, que orienta pessoas e empresas a escolherem peixes e frutos do mar para o
consumo) considera a tilápia cultivada nos Estados Unidos a melhor alternativa no mercado.
• Em termos de localização, a Flórida concentra o maior número de criadouros de tilápia, com
17 estabelecimentos, seguida por Ohio, com 16 criadouros, e Texas e Havaí, com 12 cada. A
produção de tilápia nos Estados Unidos também ocorre em instalações menores integradas
com sistemas hidropônicos chamados aquapônicos, comuns no Havaí e em cidades como
Buffalo (Nova Iorque) e Milwaukee (Wisconsin); já no Arizona, o cultivo de tilápia também pode
ser integrado a culturas de produtos agrícolas como uva, trigo e cevada, sendo utilizado como
fonte de água para irrigação.
• O maior criadouro de tilápia nos Estados Unidos é a Blue Ridge Aquaculture, uma empresa com
integração vertical localizada na Virgínia e que possui 42 tanques para cultivo. A empresa vende
as tilápias ainda vivas para os mercados da Costa Leste, principalmente nas regiões de Nova
Iorque, Boston e Washington DC, e seus principais clientes são, na maioria, as populações
asiática e hispânica, as quais preferem comprar seus peixes os mais frescos possíveis. A Blue
Ridge entrega 2 mil toneladas de peixes vivos por ano. O segmento também conta a empresa
da Flórida American Fresh Fillets, que entrega 113,3 toneladas de peixes vivos por ano aos
atacadistas. Na Carolina do Norte, a Fresh Keepers, Inc. é uma cooperativa de aquicultura de
tilápia com cinco criadouros do peixe.
• Os produtores americanos vendem a tilápia viva principalmente para os mercados de produtos
orientais, os quais exibem os peixes em aquários para que os clientes possam escolher e levar
para casa.
• Existem vários níveis de regulação na aquicultura americana, e os regulamentos podem variar
dependendo do estado. Por exemplo, na Flórida, é proibido o cultivo de tilápia em locais
abertos, enquanto em estados como a Geórgia e o Alabama a prática é permitida. Mais
informações sobre regulamentos de aquicultura por região dos Estados Unidos podem ser
encontradas aqui.

3.3. EXPORTAÇÕES
Em valor, as exportações de tilápia têm menor relevância para a balança comercial dos Estados
Unidos quando comparadas às importações. No entanto, a tendência de queda também se
estende às exportações do produto. A exportação de tilápia totalizou aproximadamente US$24
milhões em 2018 e teve uma taxa média de crescimento anual de -8% entre 2015 e 2018. Já na
comparação a 2017, as exportações de tilápia apresentaram uma queda de -15%.
A categoria líder em exportação dos Estados Unidos é a de Filés de tilápias (frescos, refrigerados
ou congelados) (SH 0304.31), que equivale a 66,4% de toda as exportações. Juntamente com Filés
de tilápias (Oreochromis spp.), congelados (SH 0304.61), essas categorias representam
aproximadamente 90% das exportações de tilápia, além de terem sido as principais categorias
importadas pelo país em 2018.
Apesar de a China ser o maior exportador de tilápia para os Estados Unidos, o contrário não se
aplica: a China representa apenas 2% das exportações americanas. O Canadá, por sua vez, é o
principal país importador da tilápia dos Estados Unidos, com 70% do total exportado. A Guatemala
aparece em seguida, mas bem abaixo do valor canadense, com apenas 6,2%.
Resumo das Exportações dos Estados Unidos – Principais Produtos Exportados - 2018
Posição Código SH Participação nas Valor exportado (US$ Principal país importador
exportações (%) milhões)
1ª 0304.31 66,4% US$16 Canadá
2ª 0304.61 22,5% US$5,4 Guatemala
3ª 0302.71 4,4% US$1 Canadá
4ª 0303.23 4,1% US$1 Guatemala
5ª 0304.93 2% US$0,4 Canadá
6ª 0305.31 0,2% US$0,05 Itália
7ª 0304.51 0,2% US$0,04 Panamá
8ª 0305.44 0,1% US$0,01 México
9ª 0305.52 0,1% US$0,01 Cingapura
10
Total 9 códigos SH 100% US$24,1 -
Fonte: Comtrade

10
No caso das exportações dos Estados Unidos, o código SH 0305.64 (Tilápias, bagres, carpas, perca-do-
nilo e peixes cabeça-de-serpente, não secos nem defumados, e em salmoura) não apresentou nenhum
volume em 2018.
Os dois principais produtos exportados representam, juntos, quase 90% de todas as
exportações
• A principal categoria exportada pelos Estados Unidos em 2018 foi a de Filés de tilápias (frescos,
refrigerados ou congelados) (SH 0304.31), no valor de US$16 milhões, o que representou 66,4%
do total exportado. Essa categoria apresentou uma taxa média de crescimento anual de 2%
entre 2015 e 2018. O principal país importador dessa categoria em 2018 foi o Canadá, que
lidera a categoria desde 2015.
• A segunda maior categoria exportada foi a de Filés de tilápias (Oreochromis spp.), congelados
(SH 0304.61), responsável por 22,5% de todas as exportações de tilápia dos Estado Unidos,
equivalendo a US$5,4 milhões. Essa categoria apresentou uma taxa média de crescimento
anual de 1% entre 2015 e 2018. A Guatemala é a maior compradora dessa categoria e
praticamente dobrou suas importações a cada ano, com uma taxa média de crescimento anual
de 104% entre 2015 e 2018.
• A terceira principal categoria exportada foi a de Tilápias (Oreochromis spp.), frescas ou
refrigeradas (SH 0302.71), que equivaleram a 4,4% do total de exportações, ou US$1 milhão.
Seu crescimento médio anual foi de -20% entre 2015 e 2018; o principal importador foi,
novamente, o Canadá, que seguiu a tendência de queda do produto, com uma taxa média de
crescimento anual de -28% entre 2015 e 2018.
• Por fim, a quarta maior categoria exportada em 2018 foi a de Tilápias (Oreochromis spp.),
congeladas (SH 0303.23), que representou 4,1% do total de exportado, o que equivale a US$1
milhão. A taxa de crescimento médio anual dessa categoria foi de -37% entre 2015 e 2018. A
Guatemala, país que mais a importou, apresentou um crescimento médio anual de -20%.

Resumo das Exportações dos Estados Unidos – Principais Países de Destino - 2018
Posição País Participação nas Valor exportado (US$ Principais produtos
exportações (%) milhões) (Códigos SH)
1ª Canadá 70,9% US$17,2 0304.31
2ª Guatemala 6,2% US$1,5 0304.61
3ª Japão 2,9% US$0,7 0304.31
4ª Coreia do Sul 2,3% US$0,6 0304.61
5ª China 2% US$0,5 0304.61
6ª Panamá 1,8% US$0,4 0304.61
7ª Trindade e Tobago 1,6% US$0,4 0304.61
8ª Rep. Dominicana 1,5% US$0,4 0304.61
9ª Honduras 1,5% US$0,4 0304.61
10ª Outros Países 0,9% US$0,2 0304.61
Asiáticos, não
especificados
Outros 38 outros países 8,4% US$2 0304.61
Total 48 países 100% US$24,1 -
Fonte: Comtrade
Brasil não foi destino das exportações em 2018, apesar de em 2017 ter importado duas
categorias dos Estados Unidos
• O principal importador dos produtos analisados é o Canadá, responsável por quase 71% de
todas as exportações dos Estados Unidos, o que equivale a US$17,2 milhões. O país apresentou
a taxa média de crescimento anual de -9% entre 2015 e 2018. Apesar disto, a principal categoria
importada pelo Canadá, Filés de tilápias (frescos, refrigerados ou congelados) (SH 0304.31),
apresentou crescimento de 2%. O país deixou de importar, dos Estados Unidos, as categorias
de Tilápia, bagre, carpa, enguia, defumados (mesmo em filés) (SH 0305.44) e Tilápias
(Oreochromis spp.), congeladas (SH 0303.23) entre 2017 e 2018.
• A Guatemala é o segundo maior importador, responsável por US$1,5 milhão em 2018,
equivalente a 6,2% do total exportado pelos Estados Unidos, além de apresentar uma taxa
média de crescimento anual de 20% entre 2015 e 2018. Esse crescimento foi impulsionado
principalmente pela categoria mais importada pelo país, a de Filés de tilápias (Oreochromis
spp.), congelados (SH 0304.61), que apresentou uma taxa média de crescimento anual de 104%
entre 2015 e 2018. A categoria Tilápias (Oreochromis spp.), frescas ou refrigeradas (SH
0302.71) foi, pela primeira vez, importada pelo país em 2018.
• O terceiro principal importador é o Japão, com um valor de US$0,7 milhão, que equivale a 2,9%
do total exportado pelos Estados Unidos. O crescimento médio anual das exportações para o
Japão apresentou uma taxa de 64%, apesar da queda de -60% entre 2017 e 2018. A principal
categoria importada pelo Japão é de Filés de tilápias (frescos, refrigerados ou congelados) (SH
0304.31), mesmo sua importação tendo se iniciado somente em 2017, assim como as das
importações de Tilápias (Oreochromis spp.), congeladas (SH 0303.23). Apenas a categoria de
Filés de tilápias (Oreochromis spp.), congelados (SH 0304.61) apresentou atividades de
importação pelo Japão desde 2015, com uma taxa média de crescimento anual de 28% entre
2015 e 2018.
• A Coreia do Sul é o quarto maior destino de exportação, responsável por 2,3% do total de
exportações, o que representou US$0,6 milhão em 2018. A taxa média de crescimento anual
das importações sul-coreanas foi de 37% entre 2015 e 2018, principalmente devido ao
crescimento de 64% entre 2017 e 2018. A categoria mais importada pelo país foi a de Filés de
tilápias (Oreochromis spp.), congelados (SH 0304.61), que apresentou crescimento médio
anual de 19% entre 2015 e 2018.
• A China, país líder nas importações dos Estados Unidos, possui relevância bem menor nas
exportações, sendo responsável por apenas 2% do total de tilápia exportada. Em termos de
valor, a China importou US$0,5 milhão em 2018, contra os US$463,9 exportados do país para
os Estados Unidos no mesmo ano. A China ainda apresenta uma tendência de queda em tais
importações dos produtos americanos, com uma taxa média de crescimento anual de -23%.
• O Brasil não foi um destino das exportações das categorias analisadas em 2018. Apesar disto,
o país importou, em 2017, US$0,3 milhão e 97 toneladas das categorias Outras carnes de
tilápias, bagres, carpas, enguias (congeladas) (SH 0304.93) e Tilápias (Oreochromis spp.),
frescas ou refrigeradas (SH 0302.71).
3.4. ACORDOS COMERCIAIS11
Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA)
• Visando à modernização do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), os três
países iniciaram, em setembro de 2018, uma negociação para formular um novo tratado.
Assinado em novembro de 2019, o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), também
chamado de “NAFTA 2.0”, irá promover o comércio mútuo entre os países, com o objetivo de
gerar mercados mais livres, comércio mais justo e grande crescimento econômico na América
do Norte. O USMCA possui mais regras acerca de propriedade intelectual e dados, assim como
sobre trabalho e proteção do meio ambiente.
• O USMCA será revisado pelos três países após seis anos. Se, na ocasião, os países ainda
estiverem de acordo com seus termos, ele continuará pelos 16 anos já estipulados e poderá
ser renovado após esse período.
• Todos os códigos analisados no presente relatório estão contemplados no USMCA e isentos de
tarifas para comércio entre os três países.
Acordo Bilateral Estados Unidos-Colômbia
• O acordo para promover o comércio entre os Estados Unidos e a Colômbia está em vigor desde
maio de 2012. Consequentemente, mais empresas colombianas passaram a ter oportunidades
de exportação e atuação no mercado americano desde então: entre 2011 e 2018, mais de 8
mil empresas colombianas de diferentes setores entraram no mercado dos Estados Unidos.
Além disso, o acordo concede acesso aos Estados Unidos para mais de 10 mil produtos
colombianos com isenção ou redução de taxas.
• Os códigos analisados para tilápia não estão contemplados no acordo, o qual, porém, inclui
outros tipos de peixes considerados concorrentes da tilápia, como salmão, atum, truta e peixe-
panga. Os produtos contidos entre os códigos SH 0302 e 0305 possuem isenção de tarifa, tarifas
diferenciadas (US$0,01 por quilo) ou tarifas reduzidas, variando entre 0,5% e 15%. Ainda que
seus preços médios tendam a ser mais altos do que os das tilápias, esses peixes são
considerados fontes de proteína alternativas e saudáveis, concorrendo diretamente com as
tilápias.
• Para que os produtos possam usufruir dos benefícios do acordo, estes precisam estar em
conformidade com as Regras de Origem. São considerados originários os peixes e frutos do mar
cultivados no território colombiano, mesmo que seus alevinos ou larvas tenham origem em
outros países.
Acordo Bilateral Estados Unidos-Coreia do Sul
• O acordo de livre comércio entre Estados Unidos e Coreia do Sul foi assinado em 2007 e entrou
em vigor em março de 2012.
• De acordo com o tratado, mais de 95% dos bens de consumo e industriais de ambos os países
estão isentos de tarifas desde 2017. As outras tarifas restantes serão gradativamente
eliminadas em até 10 anos (2027). Entre 2011 e 2017, o comércio bilateral dos dois países
aumentou 21%, sendo que as importações dos Estados Unidos de produtos sul-coreanos
cresceram 25% para bens de consumo.

11
As informações relativas aos acordos comerciais devem ser consideradas até a data de dezembro de
2019.
• Assim como o acordo bilateral com a Colômbia, o acordo entre Estados Unidos e Coreia do Sul
também não engloba os códigos específicos referentes à tilápia. Apesar disto, outros peixes,
como salmão, atum e bacalhau, entre outros, estão incluídos no acordo, o que gera competição
para a tilápia, já que esses produtos passam a ser mais competitivos em termos de preço. Os
produtos contidos entre os códigos 0302 e 0305 possuem isenção de tarifa, tarifas
diferenciadas (US$0,01 por quilo) ou redução de tarifas, variando entre 0,5% e 15%.
• Para que os produtos possam usufruir dos benefícios do acordo, estes precisam estar em
conformidade com as Regras de Origem. Peixes, crustáceos, moluscos e outros invertebrados
aquáticos são considerados originários mesmo que cultivados a partir de alevinos ou larvas não
originárias.
Sistema Geral de Preferências (SGP)
• O SGP é o maior e mais antigo programa de preferência comercial dos Estados Unidos.
Estabelecido pela Lei de Comércio de 1974, o SGP promove desenvolvimento econômico por
meio da eliminação de tarifas sobre milhares de produtos importados de um dos 119 países e
territórios beneficiários. Tais países ganham esses benefícios por serem considerados como
países em desenvolvimento.
• Dentre os 119 países beneficiários, estão incluídos Brasil, Equador, Bolívia, Indonésia, Uganda
e Gana. Os demais países relevantes no mercado de tilápia, como China, Coreia do Sul, México,
Colômbia, Honduras e Vietnã, não são beneficiários do programa.
• Os produtos são classificados de três formas no programa: A (produto elegível para todos os
países beneficiários do SGP), A+ (produto elegível apenas para países beneficiários menos
desenvolvidos) e A* (produtos não elegíveis para alguns beneficiários, os quais estão
especificados na Nota Geral 4 do Plano Tarifário Harmonizado, o HTSUS).
• Dentre os códigos analisados, as categorias incluídas no SGP são Tilápias (Oreochromis spp.),
frescas ou refrigeradas (SH 0302.71), classificada como A*, sendo que dentre os países
beneficiários apenas o Equador está excluído para essa categoria, além de Outras carnes de
tilápias, bagres, carpas, enguias (congeladas) (SH 0304.93), classificada como A, e Tilápias,
bagres, carpas, perca-do-nilo e peixes cabeça-de-serpente, não secos nem defumados, e em
salmoura (SH 0305.64), também classificada como A.
• Informações específicas, como enquadramento dos produtos exportados nos benefícios do
SGP e documentos necessários para isenção de impostos, entre outras, estão disponíveis no
GSP Guidebook.
4. ANÁLISE DE MERCADO
4.1. TAMANHO DE MERCADO – DESEMPENHO HISTÓRICO E FUTURO
Tamanho de Mercado - Tilápias nos Estados Unidos (US$ milhões)

2015 2016 2017 2018 2019* 2020* 2021* 2022*


Tilapias
Tilápias 953,4 726,6 646,1 662,8 649,5 652,8 655,4 658,0

Fonte: Euromonitor
*Previsões consideradas para o período de 2019 até 2022.

A tilápia está entre os peixes mais populares, mas enfrenta concorrência com a queda
no consumo
• Mercado se estabiliza após forte declínio: o consumo de tilápia nos Estados Unidos apresentou
queda constante entre 2015 e 2017, quando o mercado perdeu mais de US$300 milhões em
valor. Esse cenário é resultado de uma série de fatores, incluindo a redução das importações
de tilápia provenientes da China (que caíram de US$664 milhões em 2015 para US$447 milhões
em 2017, uma queda de 32,7%), a concorrência de outras fontes de proteína e a propaganda
negativa em relação a esse pescado, que é considerado um peixe menos nobre. Contudo, essa
situação vem se revertendo desde 2018 e, conforme as novas formas do produto (sobretudo
de peixe fresco) ganham espaço e os produtores tentam melhorar a imagem do alimento com
certificados, as perspectivas para os próximos anos são positivas.
• Mais da metade do consumo de peixes e frutos do mar concentra-se em quatro espécies:
camarão, salmão, atum e tilápia representam cerca de 60% de todos os peixes e frutos do mar
consumidos nos Estados Unidos. Outros 20% estão distribuídos entre badejo do Alasca, peixe-
panga, bacalhau, caranguejo, bagre e mexilhão. Não houve alterações nessa lista na última
década, exceto pela tilápia, que se posicionou entre os dez pescados mais consumidos pela
primeira vez em 2002. Aproximadamente 75% dos peixes e frutos do mar consumidos no país
são produtos frescos ou congelados, enquanto cerca de 23% são enlatados, principalmente o
atum. Os 2% restantes são produtos curados, como pescados em conserva, defumados ou
salgados.
• Embora a tilápia tenha ficado entre os dez peixes e frutos do mar mais consumidos nos Estados
Unidos em 2002, sua popularidade vem diminuindo desde 2012: o consumo per capita anual
de tilápia tem sido um pouco acima de 500 gramas desde 2006. Entre o período de 2012 a
2017, o crescimento do consumo per capita de tilápia foi de -7%. O principal motivo desse
declínio é a má reputação do peixe, além da falta de conhecimento sobre sua criação e uma
aversão geral aos pescados de criadouros. Ainda assim, a tilápia é o terceiro peixe mais
consumido pelos americanos e ocupa essa posição desde 2012, quando o volume de todo o
mercado girava em torno de 210 mil toneladas (em 2018, esse volume foi de 184 mil
toneladas). Em 2017, a tilápia foi responsável por 7% de todos os pescados consumidos nos
Estados Unidos. Entretanto, o consumo per capita da tilápia no país caiu 8% de 2016 para 2017,
e essa tendência se mantém. O pescado enfrenta dificuldades para competir com outros peixes
e frutos do mar como o salmão, que, durante o mesmo período, viu seu consumo per capita
aumentar 11% e ser responsável por 15% de todo o consumo de peixes e frutos do mar.
• Opções de peixes como salmão e peixe-panga vêm ganhando popularidade e representam
concorrência para o consumo de tilápia: o salmão é um dos peixes que possui os mais altos
índices de ômega-3 (uma porção de salmão apresenta os valores desse ácido graxo
recomendados para uma semana) e níveis muito baixos de mercúrio, o que o torna um dos
peixes mais indicados pelos médicos, sobretudo para crianças e mulheres grávidas. Os
benefícios que ele apresenta para a saúde também são bastante reconhecidos pela imprensa,
e o consumidor médio considera o salmão uma opção mais saudável do que outros peixes,
inclusive a tilápia. A impressão positiva perante o público também favorece o salmão, pois ele
é um dos peixes mais servidos em restaurantes e nas refeições prontas para o consumo, como
sushi e poke bowls (famoso prato da culinária havaiana). Outra espécie relativamente nova que
vem ganhando aceitação é o peixe-panga, também conhecido como peixe basa ou swai, e que
é importado principalmente do Vietnã. Esse pescado ganha espaço desde 2009, quando entrou
para a lista dos dez peixes e frutos do mar mais populares nos Estados Unidos. Em 2017, o
peixe-panga representava 4% de todos os pescados e frutos do mar consumidos no país, e
tornou-se o quinto peixe mais popular entre os consumidores, superando espécies mais
conhecidas, como o bacalhau. O consumidor americano também demonstra sinais de
diversidade em seu consumo. Também em 2017, outras espécies que não faziam parte dos dez
peixes e frutos do mar mais populares representaram 16% do total consumido, seis pontos
percentuais a mais que no ano anterior.
• Embalagem, método de preparo e rótulo podem diferenciar a tilápia de outros peixes e frutos
do mar: os produtores estão se dedicando para tornar a tilápia um peixe mais atrativo em meio
a um mercado dominado pelo salmão, o qual é considerado um peixe de melhor qualidade.
Para dar a sensação de um peixe com corte nobre, por exemplo, a tilápia vem sendo cada vez
mais comercializada como lombo de tilápia. Outra estratégia é o rótulo ecológico, que os
principais produtores utilizam para diferenciar sua tilápia das congeladas e mais baratas,
geralmente importadas da China e que não desfrutam de boa aceitação no mercado. Por fim,
as embalagens mais avançadas e convenientes estão tornando os produtos mais duráveis e
também mais atraentes; a embalagem a vácuo (VSP - Vacumm Skin Packaging), a embalagem
com atmosfera modificada (MAP - Modified Atmosphere Packaging) e os kits prontos para
preparo, que incluem todos os ingredientes de uma refeição, são algumas das opções.
Olhando para o futuro: menor participação da China e mais importações de tilápia fresca
• A guerra comercial entre Estados Unidos e China teve impacto significativo no mercado de
tilápia: os Estados Unidos produzem menos de 5% das tilápias disponíveis para seu consumo,
o que torna o país altamente dependente das importações. Por exemplo, em 2017, 63% das
tilápias importadas eram de origem chinesa e apenas 7% de outros peixes mais populares,
como salmão ou atum, vieram do país asiático. Em maio de 2019, as tarifas americanas sobre
os produtos da China que estão na Seção 301, Lista 3 (incluindo tilápia e outros pescados e
frutos do mar) subiram de 10% para 25%. Esse aumento gerou consequências significantes na
margem de lucro da cadeia de fornecimento e teve reflexo nos preços do consumidor.
• A China é o principal exportador para os Estados Unidos, mas a difícil relação entre os dois
países nos últimos anos tem pressionado o comércio de peixes e frutos do mar: as importações
da tilápia chinesa apresentaram números estáveis nos último dois anos, chegando a quase 65%
do total das importações dessa categoria em 2018. Porém, após o incremento nas tarifas sobre
as importações da China em janeiro de 2020, a participação chinesa nas importações
americanas teve uma queda de aproximadamente nove pontos percentuais, sendo
responsável por 56% da parcela do mercado. Durante o mesmo período, países como
Honduras, Costa Rica e México aumentaram suas participações em 1,5% a 2%. Embora pareça
improvável que a China perca seu domínio no segmento da tilápia, sobretudo na categoria de
congelados, o atual conflito entre os dois países poderá ajudar os pequenos produtores do
pescado na América Latina e na Ásia a ampliarem sua presença no mercado americano.
• Redução das tarifas entre Estados Unidos e China não afeta o mercado de tilápia: em 13 de
dezembro de 2019, o governo Trump anunciou um acordo, assinado em 15 de janeiro de 2020,
para reduzir algumas tarifas incidentes sobre as importações da China. Entretanto, a
negociação só diz respeito à Seção 304, Lista 4, portanto os encargos incidentes sobre os peixes
e frutos do mar permanecem inalterados. Embora os Estados Unidos ainda sejam o maior
importador de tilápias do mundo, suas importações desse peixe caíram 4,5% em 2018, tanto
em volume quanto em valor. E não foram apenas as importações da China que sofreram os
efeitos dessa queda. No mesmo ano, Honduras, Equador e Costa Rica, países que figuram entre
os maiores fornecedores de tilápia para os Estados Unidos, registraram vendas inferiores em
valor e volume para o país em comparação a 2017.
A preocupação dos consumidores com sustentabilidade e saúde está trazendo
mudanças ao mercado
• Os consumidores americanos pensam em sustentabilidade e se preocupam cada vez mais com
o que comem e com o impacto ambiental da produção de seus alimentos: em uma pesquisa
realizada recentemente pela Euromonitor, 47% dos entrevistados americanos disseram que
preferem comprar alimentos orgânicos porque se preocupam com a segurança alimentar,
enquanto 43% citaram como motivo a consciência ambiental. Nesses casos, a tilápia da China
pode não ser a melhor opção. Organizações como a Monterey Bay Aquarium, por meio de seu
programa Seafood Watch, não recomendam o consumo do pescado cultivado no país asiático,
pois ele apresenta riscos à saúde e ao meio ambiente. Elas incentivam, em vez disso, a opção
pelos peixes provenientes de países como Colômbia, Honduras e México (o Brasil não foi
mencionado).
• A certificação dos produtos tem um papel importante: apenas 5% das tilápias de criadouros
atendem aos padrões do Aquaculture Stewardship Council (ASC), o que representa outro
obstáculo para a espécie obter mais espaço em um mercado que valoriza a origem e a
certificação de seus produtos. Os criadouros de tilápia certificados minimizam os impactos
causados no ecossistema local, aderem a restrições rigorosas impostas sobre a utilização de
peixes selvagens, como ingredientes de rações, e seguem os requisitos de prevenção de surtos
de doenças. Os certificados têm efeito positivo: as vendas de pescados e frutos do mar com o
selo do Aquaculture Stewardship Council cresceram 27% em 2017, enquanto aqueles com
certificação Sustainable Fishing apresentaram aumento de 30% em suas vendas durante o
mesmo período.
• Especialistas do mercado de peixes veem os países da América Latina como fornecedores de
alta qualidade: os criadouros de tilápia na América Latina geralmente empregam boas práticas
ambientais em suas operações. De acordo com o programa Seafood Watch, os criadouros de
tilápia do Equador tratam seus efluentes antes de despejá-los no meio ambiente e mantêm
uma quantidade menor de peixes em seus tanques, a fim de reduzir os riscos de doenças e a
utilização de produtos químicos. No Peru, quase não há aplicação de produtos químicos, e os
efluentes tratados são utilizados para irrigar terrenos agrícolas. Enquanto os produtores latino-
americanos continuarem investindo em sustentabilidade e aprimorando os padrões de
qualidade, a região continuará sendo fonte de produtos diferenciados.
• Um vírus que afeta tilápias e seus ovos pode ter impacto no desenvolvimento da aquicultura:
o primeiro caso do Tilapia Lake Virus (ou Vírus da Tilápia de Lago) nos Estados Unidos foi
identificado em março de 2019. O vírus foi rapidamente controlado e o Departamento da
Agricultura dos Estados Unidos prontamente suspendeu as importações de peixes vivos, ovos
fertilizados e gametas para evitar que a doença se espalhasse. Embora não represente nenhum
risco para a saúde humana, a doença tem uma taxa de mortalidade de até 90% na população
de tilápias e foi detectada em países como Colômbia, Equador e Tailândia. Não existe
tratamento para o vírus, e sua disseminação poderia afetar a expansão da produção aquícola
e, consequentemente, o fornecimento global de tilápia. A Organização das Nações Unidas para
a Alimentação e a Agricultura (FAO) emitiu um alerta sobre vírus pela primeira vez em 2017, e
ele continua preocupando o setor.
A presença da tilápia no mercado depende principalmente dos fornecedores
internacionais, mas sua imagem pode ameaçar o desenvolvimento do produto
Impulsionadores e Obstáculos
Impulsionadores A boa relação custo-benefício coloca a tilápia entre os principais pescados e
frutos do mar consumidos nos Estados Unidos: seu preço mais baixo e seu sabor
suave fazem da tilápia a principal opção para consumidores que desejam
acrescentar mais peixes e frutos do mar a suas dietas.
Baixa produção local gera dependência de fornecedores internacionais: os
Estados Unidos produzem menos de 5% das tilápias que consomem, o que
significa que o país continuará altamente dependente de suas importações.
A diversificação de parceiros é essencial para os compradores americanos: o
conflito entre Estados Unidos e China pode ajudar os pequenos produtores da
América Latina a ampliarem sua participação no mercado americano.
Existem mais oportunidades entre os produtos com posicionamento mais
premium: as tilápias com certificados ecológicos devem continuar ganhando
espaço no mercado americano, mais voltado à sustentabilidade. Além disso, em
um segmento quase inteiramente dominado por produtos congelados, a tilápia
fresca tem grandes chances de prosperar.
Obstáculos A imagem de outros pescados e frutos do mar é melhor que a da tilápia: a
tilápia tem dificuldades para competir com outras opções de peixes consideradas
mais saudáveis e nobres, principalmente o salmão.
Dúvidas sobre a procedência da tilápia afastam os consumidores: uma
percepção geral de que a tilápia possa não ser sustentável ou de que sua origem
seja duvidosa pode reduzir ainda mais seu consumo.
Maior preferência por outras fontes de proteína: a tilápia compete não apenas
com outros peixes mas também com fontes de proteína mais populares, como a
carne suína ou a carne de aves, as quais são significativamente mais baratas (o
quilo da tilápia custa em média $5 a mais que o quilo de carne suína e $10 a mais
que o quilo da carne de aves).
A presença dos peixes e frutos do mar no mercado ainda é pequena: existe uma
porcentagem da população americana que consome muito pouco ou nenhum
tipo de peixe e frutos do mar, o que representa um obstáculo para o crescimento
da categoria. Além disso, muitos consumidores não estão familiarizados com a
tilápia (e pescados em geral) e não conhecem suas formas de preparo, portanto,
buscam produtos que são mais convenientes e fáceis de preparar.
4.2. CATEGORIAS

Fonte: Euromonitor
*Previsões consideradas para o período de 2019 até 2022.

Filés Congelados: a forma mais comum da tilápia, porém com percepção negativa do
público
O filé de tilápia congelado é a categoria com maior porção do mercado do pescado nos Estados
Unidos, com grande distância do segundo colocado. Em 2018, cerca de 67% desse mercado foi
dominado pelos filés congelados em termos de valor e 65% em termos de volume. No mesmo ano,
essa categoria atingiu aproximadamente US$458 milhões, quase 1,5% a mais que em 2017.
Os filés congelados de tilápia são mais importados e mais baratos que os filés frescos, e possuem
preço médio de venda ao consumidor final de US$10,3 por quilo, embora possam ser encontrados
por até US$6,6 por quilo. As empresas chinesas são a principal fonte das importações dos filés de
tilápia congelados e respondem por mais de 85% das vendas do pescado nesse formato nos
Estados Unidos.
Apesar de ser mais vendida e mais barata que sua contraparte fresca, a tilápia congelada advinda
da China possui uma percepção negativa. O programa Seafood Watch não recomenda o consumo
de tilápias de criadouros chineses, pois elas podem apresentar riscos à saúde e ao meio ambiente
em razão do uso de antibióticos e antimicrobianos em seu cultivo.
Os filés de tilápia congelados estão disponíveis na maioria dos hipermercados, supermercados e
redes atacadistas como Costco e Sam's Club, bem como em pequenos mercados.
Entre as empresas que atuam nesse segmento estão Regal Springs, que fornece filés de tilápia
congelados para a marca Kirkland, da Costco, e as chinesas Baiyang, Evergreen Aquatic e Hainan
Xiangtai Fishery.
Embora algumas das maiores empresas nessa categoria sejam asiáticas (principalmente chinesas),
existe uma presença considerável de empresas latino-americanas. México, Honduras, Costa Rica
e Peru venderam mais filés congelados para os Estados Unidos que o Brasil em 2018 e totalizaram
US$15,4 milhões em valor – um número ainda pequeno quando comparado com as exportações
da China, que, sozinhas, atingiram US$417 milhões em valor no mesmo ano.
Nota-se que a presença das empresas latino-americanas na indústria de tilápias dos Estados
Unidos vem crescendo desde 2015, quando o país importou filés congelados do peixe de sete
países da região (Brasil, Equador, Costa Rica, Honduras, México, Panamá e Peru). Em 2018, esse
número subiu para nove com as importações vindas da Argentina, da Colômbia e da Nicarágua
(mas sem importações do Equador), o que demonstrou um fornecimento fragmentado, mas
também uma grande atenção voltada aos produtos da América Latina. Contudo, a participação
dessa região nas compras de filés de tilápia congelados teve uma pequena queda de 3,6% em 2015
para 3,4% em 2018.
Apesar de os países latino-americanos estarem mais próximos dos Estados Unidos, um dos
motivos de sua baixa participação na indústria americana é que as tilápias desses países são mais
caras que as dos fornecedores asiáticos. Em 2018, o preço médio de importação dos filés de tilápia
congelados da América Latina era US$5,4 por quilo, enquanto o preço dos fornecedores asiáticos
era US$3,9. Em um mercado com margens apertadas, essa diferença representa um fator
limitante de crescimento.
Um dos principais concorrentes latino-americanos que vem ganhando destaque é a empresa
Tupez, a líder no setor de tilápias do México. A empresa ressalta a segurança de seu processo
produtivo, que é monitorado 24 horas por dia, o que garante o controle do ambiente e fornece
um produto mais saudável do que aqueles exportados por outros fornecedores.
Os filés frescos de tilápia mostram perspectivas de crescimento como produto premium
A segunda maior categoria do mercado de tilápias é a de filés frescos, que representou
aproximadamente 21% do mercado em termos de valor e 12% em termos de volume em 2018,
chegando a US$126,9 milhões. Embora tenha havido uma leve queda de 2,2% em valor nesse
mesmo ano, espera-se que essa categoria cresça mais rapidamente que a categoria de tilápia
congelada.
Os filés frescos de tilápia são comercializados como um produto premium, diferentemente de sua
versão mais comum e geralmente estão disponíveis em mercados que oferecem alimentos
frescos. Seus preços são maiores e podem variar entre US$12 e US$17 por quilo, o que significa
que os consumidores podem ter que pagar até US$7 a mais por quilo frente à alternativa
congelada.
O mercado de filés frescos de tilápia é dominado pelos produtos latino-americanos: Colômbia,
Honduras e Costa Rica são os principais produtores para o mercado americano e, juntos, são
responsáveis por 83% da categoria. As empresas desses países costumam vender seus produtos
como sustentáveis e livres de produtos químicos, características bastante atrativas para os
consumidores americanos preocupados com a saúde.
A produtora mais importante desse segmento é a Regal Springs, que exporta filés frescos
cultivados em Honduras e no México para os Estados Unidos. Ela foi a primeira empresa de tilápias
do mundo a ser certificada com os padrões ASC e BAP, e sua marca é indicada pelo Seafood Watch
como uma boa opção de compra.
A tilápia inteira congelada perderá espaço para a tilápia fresca
A categoria de tilápia inteira congelada cresceu 1,5% em termos de valor entre 2017 e 2018 e
representa quase 11% do total do mercado de tilápias. Em termos de volume, a categoria é
responsável por 22% do mercado. No entanto, a perspectiva é que ela fique estagnada ou sofra
um declínio frente à concorrência da tilápia fresca.
Embora possa ser encontrado em mercados e supermercados, o peixe inteiro é mais comumente
comprado por empresas de processamento de alimentos e restaurantes, bem como por mercados
que oferecem produtos asiáticos e latinos, onde há maior preferência pelo peixe inteiro, o que faz
dele um produto de nicho.
Assim como a categoria de filés congelados, a categoria de tilápia inteira congelada é dominada
por empresas da Ásia, principalmente da China. As mesmas empresas que exportam filés de tilápia
congelados são capazes de exportar a tilápia inteira congelada, já que ela quase não exige
processamento, o que a torna mais barata.
Entre as principais empresas do segmento estão as chinesas Baiyang, Hainan Qinfu Foods e
Evergreen Aquatics.
Tilápia inteira fresca: uma pequena categoria com grandes perspectivas
Embora a tilápia inteira fresca seja a menor categoria de todas, com menos de 1% do total do
mercado, tanto em volume quanto em valor, ela foi a que apresentou o maior crescimento entre
as demais categorias, com uma taxa média de crescimento anual de 20,1% entre 2015 e 2018.
Ela também é a única na qual as empresas locais participam ativamente, normalmente vendendo
seus produtos nos mercados de peixes vivos a um preço mais elevado. A Blue Ridge é a principal
empresa dessa categoria e vende tilápias cultivadas em tanques localizados em locais fechados.
Não é comum encontrar a tilápia inteira fresca em mercados normais. Ela pode ser achada mais
facilmente em mercados especializados e em empresas do setor alimentício.
Os países da América Latina também fornecem a tilápia inteira fresca para os Estados Unidos,
sendo a Regal Springs a principal exportadora do produto nesse formato.

4.3. CONCORRENTES

Participação de Mercado – Principais Concorrentes – Tilápias nos Estados


Unidos (%)
25%
22,1%

20%

15% 14,0% 13,5% 13,4%

10%

4,7%
5%

0%
Baiyang Regal Springs Hainan Quinfu Evergreen Hainan Xiangtai
Foods Aquatics Fishery

Fonte: Euromonitor

• A China é a maior produtora de tilápias do mundo e as importações provenientes do país detêm


a maior parcela do mercado nos Estados Unidos. Portanto, alguns dos maiores concorrentes
da indústria são empresas chinesas. Normalmente são grandes conglomerados, com diversas
subsidiárias, como Baiyang Group ou Evergreen Aquatics. Essas empresas são verticalmente
integradas e atuam em diferentes aspectos do setor, desde pesquisa e desenvolvimento
aquáticos, criação de alevinos, fabricação de rações até desenvolvimento de produtos
biológicos e produção de peixes e frutos do mar.
• A Baiyang Group é o principal player internacional no mercado de tilápias dos Estados Unidos,
bem como a maior empresa na China em termos de volumes de processamento e exportação
de tilápias. Sua participação de mercado no setor de tilápias dos Estados Unidos é de 22,1%, o
que representa US$146,2 milhões. Ela foi fundada no ano 2000 e sua sede está localizada na
Zona de Desenvolvimento Industrial de Alta Tecnologia de Guangxi Nanning. As tilápias
congeladas da Baiyang Group são exportadas para Estados Unidos, Rússia, México, União
Europeia, Oriente Médio e outros países e regiões. Além de camarão e carpa-capim, a Baiyang
também produz tilápias inteiras, tilápias limpas e descamadas, filés de tilápia com ou sem
cauda e/ou pele, e filés de tilápia temperados. A Baiyang Group atua nos Estados Unidos por
meio de diversos importadores e distribuidores, como a H&T Seafood of Bell.
• Outra empresa importante do setor é a Regal Springs. Fundada em 1988 na província de Java
Central, na Indonésia, a empresa começou a exportar para os Estados Unidos em 1994, antes
de expandir suas atividades para Honduras e México. Suas vendas anuais chegam a US$92,5
milhões e ela representa 14% do mercado americano. A empresa produz e vende tilápias
frescas (inteiras e filés) e tilápias congeladas (inteiras, lombos, filés, porções e pré-cortes). A
empresa mostra seu compromisso com a sustentabilidade através de seu “Programa Integrado
de Sustentabilidade WE CARE”, que visa a ajudar de forma sustentável comunidades, o meio
ambiente e a produção natural de tilápias.
• A Hainan Qinfu Foods é uma empresa de pesca chinesa especializada na aquicultura de tilápias.
Ela foi fundada em 2007 e hoje possui 12 criadouros, sendo responsável por 13,5% (US$89,3
milhões) do mercado americano. Embora também venda outras partes da tilápia, seus
principais produtos são a tilápia congelada e os filés de tilápia congelados. A empresa exporta
para os Estados Unidos, a União Europeia, o México, a Rússia e a África.
• O grupo chinês Evergreen Aquatic representa 13,4% do mercado de tilápias dos Estados Unidos
e controla toda uma cadeia da indústria, desde alevinagem e reprodução dos peixes até
fabricação de rações, aquicultura e processamento de produtos aquícolas. Ele controla quatro
subsidiárias e possui instalações que ocupam uma área de 160 mil metros quadrados, com
produção anual de aproximadamente 70 mil toneladas de tilápias. O grupo Evergreen oferece
uma diversidade de produtos, entre eles camarões, filés de tilápia e tilápias inteiras congeladas.
Suas exportações têm como destino Estados Unidos, Austrália, Japão, Coreia do Sul e outros
países do Sudeste Asiático.
• Com participação de 4,7% no mercado de tilápias, a Hainan Xiangtai Fishery é outra empresa
chinesa com relevância na indústria. Ela foi fundada em 2004 e trabalha com integração de
incubadoras, reprodução ecológica, fabricação de rações, processamento e pesquisa de
produtos aquícolas, testes de alimentos, armazenamento, logística e biotecnologia. Seus
principais produtos são tilápias, pompanos dourados (Trachinotus Carangidae), camarões-da-
pata-branca e outros produtos de pesca marítima e amplo processamento. No setor de tilápias,
a empresa produz tilápia inteira, filés de tilápia e filés empanados de tilápia, certificando-se de
que todos os produtos do pescado recebam o selo “livre de poluição”.
• Já na América Latina, há a colombiana Comepez, uma empresa fundada em 1996 e que iniciou
suas exportações de tilápia para os Estados Unidos em 2002. Ela possui duas instalações na
região de Huíla e sua empresa coligada, a Export Pez, processa e envia os pescados para os
mercados norte-americano e europeu.
• Outra empresa localizada na região de Huíla é a Piscicola New York, a qual produz e vende
tilápias desde 1995. Na Costa Rica, a AQUA Corporación Internacional SA, empresa controlada
pelo grupo Empresas AquaChile, cultiva tilápias em criadouros localizados na região de
Guanacaste e as vende para os Estados Unidos sob a marca Rainforest Tilapia.
As empresas chinesas dominam o mercado, mas algumas concorrentes latino-
americanas já estão entre as dez maiores12
Baiyang Aquatic Group
Local: Guangxi, China
Telefone: (771) 321-0585
Ano de fundação: 2000
Vendas anuais estimadas nos Estados Unidos (US$): 146,2 milhões
Setores atendidos: importadores e distribuidores atacadistas
Principais produtos: tilápia inteira congelada, filés de tilápia congelados, com ou sem pele
Site: www.baiyang.com/

Regal Springs
Local: Cingapura (Matriz), Miami, Flórida (operações de vendas nos Estados Unidos), criadouros em Honduras,
México e Indonésia
Telefone: (954) 283-9035
Ano de fundação: 1988
Vendas anuais estimadas nos Estados Unidos (US$): 92,5 milhões
Setores atendidos: varejistas, atacadistas, empresas que prestam serviços de alimentação
Principais produtos: filés de tilápia frescos, tilápia inteira fresca, filés de tilápia congelados, porções e pré-cortes
congelados
Site: www.regalsprings.com/

Hainan Qinfu Foods


Local: Hainan, China
Telefone: +86-898-36906956
Ano de fundação: 2000
Vendas anuais estimadas nos Estados Unidos (US$): 89,3 milhões
Setores atendidos: varejistas, distribuidores para o setor alimentício
Principais produtos: tilápia inteira congelada, filés de tilápia congelados
Site: www.hiqinfu.com/

Evergreen Aquatic
Local: Guangdong, China
Telefone: +86 (0) 759-3638189
Ano de fundação: 2002
Vendas anuais estimadas nos Estados Unidos (US$): 88,6 milhões
Setores atendidos: varejistas, distribuidores para o setor alimentício
Principais produtos: tilápia inteira congelada, filés de tilápia congelados
Site: www.evergreenaquatic.com/

12
As empresas aqui apresentadas não foram selecionadas necessariamente em razão de seus valores de
vendas no mercado americano, mas sim por sua relevância competitiva nos segmentos nos quais atuam.
Hainan Xiangtai Fishery
Local: Hainan, China
Telefone: 400-9933-007
Ano de fundação: 2004
Vendas anuais estimadas nos Estados Unidos (US$): 31,1 milhões
Setores atendidos: varejistas, distribuidores para o setor alimentício
Principais produtos: tilápia inteira congelada, filés de tilápia congelados
Site: www.hnxiangtai.com/en/

Guangdong Gourmet Aquatics Products Co


Local: Guangdong, China/Union City, Califórnia (operações de vendas nos Estados Unidos)
Telefone: (510) 477-0008
Ano de fundação: 2012
Vendas anuais estimadas nos Estados Unidos (US$): 15 milhões
Setores atendidos: varejistas, distribuidores para o setor alimentício
Principais produtos: tilápia inteira congelada, filés de tilápia congelados
Site: www.sunnyvaleseafood.com/guangdong-gourmet

Comepez
Local: Huíla, Colômbia
Telefone: +57 3125870478
Ano de fundação: 1996
Vendas anuais estimadas nos Estados Unidos (US$): 22 milhões
Setores atendidos: distribuidores
Principais produtos: filés de tilápia frescos, tilápia inteira fresca
Site: www.comepez.com/

Piscicola New York


Local: Huíla, Colômbia
Telefone: +57 3125226848
Ano de fundação: 1995
Vendas anuais estimadas nos Estados Unidos (US$): 20,1 milhões
Setores atendidos: importadores, distribuidores
Principais produtos: tilápia inteira fresca, filés de tilápia frescos, tilápia inteira congelada
Site: www.piscicolanewyork.com/

Blue Ridge Aquaculture


Local: Virgínia, Estados Unidos
Telefone: (276) 632-9440
Ano de fundação: 1993
Vendas anuais estimadas nos Estados Unidos (US$): 6,5 milhões
Setores atendidos: distribuidores
Principal produto: tilápia viva
Site: www.blueridgeaquaculture.com/
China domina as categorias de congelados, mas as empresas latino-americanas lideram
o segmento de filés frescos
Posição Tilápia Congelada Filé de Tilápia Tilápia Fresca Filé de Tilápia Fresco
Congelado
1° Baiyang Baiyang Blue Ridge Regal Springs
Aquaculture
2° Hainan Qinfu Foods Hainan Qinfu Foods Regal Springs Comepez
3° Evergreen Aquatics Evergreen Aquatics Comepez Piscicola New York
4° Hainan Xiangtai Fishery Hainan Xiangtai Fishery Piscicola New York PezCo
5° Kouhu Fisheries Regal Springs PezCo Rainforest

A Baiyang Group também é a principal importadora de filés congelados


A maior exportadora de tilápias da China, a Baiyang Group, lidera na categoria de filés
congelados. A empresa possui sete fábricas de processamento, mas não produz suas próprias
tilápias. Ela compra os peixes de criadouros situados nas províncias de Guangdong, Hainan e
Guangxi. Outras empresas nessa categoria atuam de forma similar, com operações
verticalmente integradas e alta capacidade de processamento. Além das empresas chinesas, a
Regal Springs também faz parte da categoria. Ela exporta seus filés de tilápia congelados a partir
de suas fábricas na Indonésia, onde opera sob o nome PT Aquafarm Nusantara, sendo a maior
produtora e exportadora de tilápias para os Estados Unidos de todo o país.
Concorrentes latino-americanos dominam o segmento de filés frescos
O segmento de filés de tilápia frescos é dominado por empresas que atuam principalmente na
América Latina. A asiática Regal Springs é proprietária de dois criadouros responsáveis pela
maioria dos filés de tilápia frescos exportados para os Estados Unidos: o Aquafinca Saint Peter
Fish S.A., localizado em Honduras, e o Acuagranjas Dos Lagos, no México.
Outras empresas com forte presença no mercado de filés de tilápia frescos são as colombianas
Comepez e Piscicola New York. Também presente no segmento está a empresa costa-riquenha
Grupo ACI, que atua nos Estados Unidos sob o nome Rain Forest Aquaculture.
Exportadores chineses de tilápia inteira congelada não dão espaço para a concorrência
O mercado de tilápia inteira congelada cresceu tanto em volume quanto em valor entre 2017 e
2018, e as empresas chinesas são responsáveis por aproximadamente 70% do total. Em relação
às principais empresas do segmento, o cenário não difere muito da categoria de filés de tilápia
congelados, e a Baiyang também ocupa a primeira posição.
Dentre as cinco maiores empresas fornecedoras de tilápia inteira congelada, a taiwanesa Kouhu
Fisheries, com mais de 200 criadouros no sul de Taiwan, vende aproximadamente 30% de sua
produção para os Estados Unidos.
A principal concorrente na categoria de tilápia inteira fresca é uma empresa americana
A única categoria na qual as empresas americanas apresentam participação relevante é a de
tilápia inteira fresca. A Blue Ridge é a empresa mais importante nesse segmento e comercializa
principalmente tilápias vivas. Ela cultiva aproximadamente 2 mil toneladas de tilápias
anualmente em sua instalação de 9,3 mil metros quadrados localizada em Martinsville, no
estado da Virgínia. Estima-se que 34 toneladas de tilápias vivas são transportadas
semanalmente dessa instalação direto para mercados de Nova Iorque, Boston e até no exterior,
como Toronto e outros.
Embora tenham menor participação de mercado, as empresas latino-americanas também
atuam nesse segmento, e a Regal Springs está entre as principais.
4.4. DISTRIBUIÇÃO E PREÇOS

Fase 1: Cultivo

Incubadoras

Lagos Raceways Tanques internos com sistema Tanques-rede de água


artificiais (cultivo em de recirculação doce
70% fluxo 5% 20%
contínuo)
5%
Fase 1.2: Processamento / Comércio
Margens:
20-25% Empresas de
Alimentos

Fase 2: Processamento / Comércio

Margens: Importadores Distribuidores Vendas Diretas


10% - 15% 50% 24% 26%

Fase 3: Distribuição

Margens:
25% - 35% Varejistas Serviços de Alimentação

Fase 4: Consumidor

• A maioria das tilápias distribuídas nos Estados Unidos é produzida em criadouros comerciais
nos mercados internacionais; já as tilápias produzidas no país são cultivadas em criadouros
independentes.
• Os grandes criadouros comerciais tendem a ser verticalmente integrados, ou seja, realizam
desde o cultivo e processamento até, às vezes, a distribuição. Esse é o caso da empresa chinesa
Guangdong Gourmet Aquatics Products, a qual opera uma instalação de produção de tilápias
nesse modelo de organização. Normalmente, as grandes empresas possuem suas próprias
incubadoras e viveiros, enquanto os pequenos criadouros dependem dos serviços de terceiros
especializados.
• Após seu cultivo, as tilápias são vendidas diretamente para as empresas de processamento.
Empresas com integração vertical geralmente são mais modernas e possuem suas próprias
instalações. Durante o processamento, a tilápia passa pelas etapas de lavagem, evisceração,
remoção de cabeça e escamas e/ou filetagem. Por fim, ela é resfriada ou congelada e embalada
para ser exportada.
• Muitas das grandes empresas de processamento possuem cadeias de produção integradas,
principalmente as chinesas. Isso permite que elas realizem o processamento sem necessidade
de intermediários e controlem melhor suas margens, o que pode resultar em produtos finais
mais baratos.
• As empresas de médio porte do setor, como as empresas de tilápia da América do Sul e Central,
vendem o pescado para os importadores atacadistas dos Estados Unidos, os quais, por sua vez,
distribuem o produto para todo o país.
• Algumas empresas, como a Regal Springs, possuem sua própria operação de distribuição nos
Estados Unidos e entregam seus produtos diretamente para os supermercados. Já outras,
como a colombiana Comepez, formam parcerias exclusivas com distribuidores nos Estados
Unidos que importam e distribuem o pescado.
• Empresas que produzem tilápias nos Estados Unidos costumam vender os peixes para
mercados e mercearias, geralmente vivos, sem qualquer tipo de processamento. Assim, o
produto é mantido fresco por mais tempo.
• Entre os compradores de tilápia estão as empresas de alimentos (processadores secundários),
as quais realizam um segundo processamento, reembalam e distribuem o pescado (por
exemplo, filés de tilápia empanados de marca própria, que podem ser encontrados na maioria
dos supermercados dos Estados Unidos), varejistas (cadeias de supermercados e mercados
locais etc.) e restaurantes. Alguns desses players da cadeia intermediária podem processar e
distribuir vários produtos de marca.
Principais canais de distribuição
Importadores Empresas que disponibilizam o produto importado em todos os Estados Unidos.
Distribuidores de valor Empresas que realizam um segundo processamento na tilápia e a distribuem com ou
agregado sem marca.
Atacadistas Empresas sem intermediários que vendem diretamente para os grandes canais de
varejo.
Produtores Empresas locais que distribuem para mercados de nicho.

Principais canais de distribuição


Importadores
• Tendo em vista que 95% das tilápias vendidas nos Estados Unidos são cultivadas em outros
países, os importadores são os principais canais de distribuição do pescado no país.
• Os importadores podem atuar como distribuidores exclusivos de determinada empresa ou país
ou como distribuidores de diversos produtores. Eles vendem diretamente para médias e
grandes empresas varejistas, bem como para empresas de serviços de alimentação e
restaurantes.
• Normalmente estão localizados em áreas relacionadas à indústria de pescados e frutos do mar,
com acesso a portos internacionais, como os estados da Califórnia e da Flórida, e onde a
demanda por esses produtos é maior.
• Existem dois motivos para esses estados serem importantes locais de entrada da tilápia nos
Estados Unidos: localização (a Califórnia é o acesso por via marítima mais fácil para as
exportações da China, enquanto a Flórida está mais próxima dos fornecedores da América
Latina e do Caribe) e etnia (cerca de 15% da população da Califórnia é de origem asiática e
existe uma considerável população latina na Flórida).
• De acordo com o US Fish & Wildlife Service (Departamento dos Estados Unidos de Preservação
à Vida Selvagem), todos os pescados e frutos do mar devem entrar no país através de um dos
18 portos autorizados. A lista completa de portos pode ser encontrada aqui.
• Os importadores distribuem quase 50% das tilápias e seus derivados nos Estados Unidos. Esse
domínio fica evidente com o fato de todas as grandes empresas que vendem tilápia no país
serem estrangeiras, sobretudo chinesas, e dependerem de importadores para manter as
vendas em um mercado com pouca diferenciação.
Distribuidores de valor agregado
• Esses distribuidores realizam um segundo processamento da tilápia a fim de tornar o produto
mais atraente para os consumidores e agregar valor para a venda, na forma de porções
individuais fáceis de preparar, refeições prontas, produtos marinados ou aromatizados e
parcial ou totalmente preparados.
• Essas empresas são capazes de desenvolver produtos derivados da tilápia específicos para o
varejo, como aqueles com etiquetas das redes Walmart ou Target. Eles também vendem
produtos com sua própria marca, como é o caso da japonesa Nissui. Sua subsidiária americana
processa e distribui os derivados da tilápia sob as marcas Gorton’s, King & Prince e
FishMarketFresh.
• Os produtos que eles distribuem normalmente são mais caros devido ao seu valor agregado,
porém ainda representam 24% da distribuição de tilápias.
Vendas Diretas
• Muitas das grandes empresas internacionais produtoras de tilápia possuem operações de
marketing e distribuição nos Estados Unidos e vendem diretamente para as empresas
varejistas. Por serem verticalmente integradas, desde o cultivo até as vendas, elas têm controle
maior sobre as margens.
• Regal Springs, Rain Forest e Sunnyvale Seafoods são algumas das empresas que vendem seus
próprios produtos nos Estados Unidos, visando pequenos, médios e grandes varejistas, bem
como empresas de serviços de alimentação. Esse canal é responsável por aproximadamente
22% do total de vendas de tilápias.
• Outro canal de vendas diretas são os produtores americanos de tilápias, os quais vendem
diretamente para pequenos e médios varejistas e restaurantes de culinárias típicas,
principalmente a oriental. Esse canal representa 4% do total das vendas de tilápias nos Estados
Unidos.
Exemplos de empresas que distribuem tilápia nos Estados Unidos
Empresa Site Contato
Nissui www.nissui.co.jp +1(425) 881 8181
Mazzetta www.mazzetta.com +1(847) 433 1150
Beaver Street Fisheries www.beaverstreetfisheries.com +1(800) 252 5661
Eastern Fish Company www.easternfish.com +1(800) 526 9066
H&N Foods www.hnfoods.com +1(323) 586 9388
AquaStar www.aquastar.com +1(800) 232 6280
CenSea www.censea.com +1(800) 323 1815
Slade Gorton www.sladegorton.com +1(800) 225 1573
Pacific American Fish Co www.pafco.net +1(323) 319 1515
Inland Seafood www.inlandseafood.com +1(800) 883 3474
Eventos do Setor
• Seafood Expo North America: evento de seafood mais importante dos Estados Unidos; seria
realizado em 2020 entre os dias 15 e 17 de março, em Boston, mas foi postergado devido à
disseminação do COVID-19 (coronavírus). Há a expectativa de que o evento seja reagendado
para uma data futura ainda em 2020. É o principal evento comercial para os compradores de
peixes e frutos do mar e reúne importadores, exportadores, atacadistas, restaurantes,
supermercados, hotéis e outras empresas de varejo e serviços de alimentação. Ele conta com
a presença de fornecedores de pescados e frutos do mar do mundo todo. Também será
realizada uma conferência com mais de 25 sessões educacionais sobre os mais importantes
assuntos relacionados ao atual cenário da indústria de peixes e frutos do mar.
• Aquaculture America 2020: evento realizado em Honolulu, Havaí, entre os dias 9 e 12 de
fevereiro de 2020. Nele ocorreram workshops sobre aquicultura, saúde dos peixes e técnicas
modernas de cultivo, entre outros. Cerca de 150 expositores realizam palestras sobre a
atividade da aquicultura. Um dos patrocinadores associados é a Americas Tilapia Alliance.
• 2020 Aquaculture Innovation Workshop (AIW): evento programado para os dias 30 abril e 1º
de maio de 2020, na cidade de Nova Iorque, dedicado à apresentação dos últimos avanços em
aquicultura sustentável. Participam do AIW os principais representantes de todas as etapas da
cadeia de valor de peixes e frutos do mar, incluindo investidores, fornecedores de rações,
produtores, processadores, varejistas, chefs de cozinha e consumidores. Até o início de março
de 2020, não houve nenhuma notificação sobre possível cancelamento ou adiamento do
evento.
• Wild Seafood Exchange: evento ocorrido em 27 de fevereiro de 2020 em Bellingham,
Washington. Sua 17ª edição será uma conferência realizada ao longo de um dia destinada a
pescadores comerciais independentes que desejam saber como promover os seus negócios e
realizar marketing direto para restaurantes, varejistas, intermediários e compradores de peixes
e frutos do mar.
• 2020 Rastech Conference and Trade Fair: evento previsto para acontecer nos dias 16 e 17 de
novembro de 2020 em Hilton Head Island, no Condado de Beaufort, Carolina do Sul. Trata-se
de uma conferência técnica e exposição comercial sobre o emergente setor de aquicultura em
sistemas de recirculação (RAS). Entre os participantes estarão produtores, pesquisadores,
formuladores de políticas e fornecedores, bem como os principais especialistas internacionais
da indústria, que discutirão os desenvolvimentos mais recentes em tecnologia e design da RAS.
Até o início de março de 2020, não houve nenhuma notificação sobre possível cancelamento
ou adiamento do evento.
Tarifas, IVA e Preços
• Os Estados Unidos não possuem IVA federal ou imposto nacional sobre vendas. Tais impostos
são regulados nos âmbitos estadual e municipal e cobrados no momento da compra final.
Fabricantes e distribuidores estarão isentos de imposto sobre vendas quando o produto for
destinado para a revenda (contanto que o consumidor final pague o imposto sobre vendas no
momento da compra).
• Além dos impostos estaduais, algumas regiões também cobram impostos municipais sobre
vendas. No entanto, muitos estados oferecem isenção de imposto no caso de alimentos
comprados em mercearias. Existem, hoje, 11 estados13 que oferecem isenção de imposto sobre
vendas de quaisquer alimentos e 4 que oferecem isenção total de tal imposto, os quais são,
Alasca, Delaware, Oregon e Montana).
• O formato no qual o alimento é vendido também pode afetar sua tributação. Por exemplo, o
pescado fresco, comprado no mercado e levado para ser preparado em casa, normalmente
está isento de impostos; já o filé de tilápia empanado, já frito, pronto para consumo, comprado
em mercado ou mercearia, provavelmente será tributado.
• A regra principal no mercado americano é a de que alimentos para consumo (grocery food) e
alimentos prontos (prepared foods) são sujeitos à taxação, variável de estado por estado,
enquanto alimentos considerados crus (aqueles que o revendedor apenas corta, embala ou
pasteuriza), incluindo os peixes em seu estado natural, não sofrem taxação.
• Nos estados que aplicam impostos sobre vendas de alimentos, a alíquota pode variar de 1% a
9%. No caso de vendas entre estados, as normas aplicáveis são aquelas do estado de destino
do produto.
Preços e impostos de importação por código SH:
Código SH Preço médio do Preço médio geral Imposto sobre Imposto sobre
produto brasileiro (US$ por quilo) importações do importações do principal
(US$ por quilo) Brasil exportador
(%) (%)
0302.71 US$4,9 US$3,9 0% Mianmar: 0%
0303.23 US$3,2 US$1,9 0% China: 25%

0304.31 US$7,4 US$7,8 0% Colômbia: 0%


13
0304.51 Não aplicável US$8,9 0% Uganda: 0%

0304.61 US$4,8 US$3,9 0% China: 25%

0304.93 Não aplicável13 US$3,2 0% Vietnã: 0%

0305.31 Não aplicável14 US$4,2 0% China: 25%

0305.44 Não aplicável13 US$9,9 0% Gana: 0%


13
0305.52 Não aplicável US$13,3 0% Coreia do Sul: 0,60%
13
0305.64 Não aplicável US$7,9 0% China: 25%
Fonte: Market Access Map.

13
Arizona, Louisiana, Massachusetts, Michigan, Nebraska, Nevada, New Hampshire, Novo México,
Carolina do Sul, Vermont, Wyoming. https://lumatax.com/blog/food-and-beverage-sales-tax-a-
complete-state-by-state-guide/.
14
O Brasil não exportou qualquer produto desse código SH para os Estados Unidos em 2018.
Produtos Importados - Análise Histórica de Preços (preço médio por quilo)
Código SH 2015 2016 2017 2018

0302.71 US$4,9 US$4 US$3,7 US$3,9

0303.23 US$2,2 US$1,9 US$1,8 US$1,9

0304.31 US$8,4 US$7,6 US$7,7 US$7,8

0304.51 US$6,9 US$8,6 US$9,3 US$8,9

0304.61 US$4,7 US$4,2 US$3,9 US$3,9

0304.93 US$2,5 US$2,5 US$2,6 US$3,2

0305.31 US$4,5 US$3,7 US$4,4 US$4,2

0305.44 US$11,3 US$13,6 US$2,1 US$9,9

0305.52 n.d. n.d. US$13,9 US$13,3

0305.64 US$5,7 US$5,1 US$6,7 US$7,9

Fonte: Market Access Map.

4.5. OPORTUNIDADES DE MERCADO


Oportunidades e Desafios
Oportunidades Guerra comercial entre Estados Unidos e China: a China ainda é o maior
exportador de tilápia para os Estados Unidos, mas as tarifas de 25% sobre as
importações chinesas aumentam as chances de competitividade do Brasil.
Preferência do consumidor por tilápia fresca: a proximidade geográfica com
os mercados americanos permite ao Brasil competir no segmento da tilápia
fresca vendida a preços mais altos.
Interesse por produtos com valor agregado: produtores brasileiros podem se
diferenciar de seus concorrentes oferecendo produtos com valor agregado.
Desafios Má percepção do consumidor: a tilápia brasileira precisa se distanciar da
imagem ruim que os consumidores americanos têm da tilápia chinesa.
Alta competitividade na América Latina: o Brasil enfrenta a concorrência de
exportadores de tilápia de alta qualidade já bem estabelecidos no mercado,
como Colômbia e Honduras.
Queda no consumo de tilápia: a concorrência com outros peixes e frutos do
mar mais populares pode limitar as chances da tilápia brasileira ganhar espaço
no mercado.

O mercado de tilápia gerou US$662,8 milhões nos Estados Unidos em 2018 e foi responsável por
7% do consumo total de peixes e frutos do mar. No entanto, os números de consumo per capita
indicam uma queda na popularidade do pescado, pois os americanos consumiram 8% menos
tilápia em 2017 em comparação a 201615.

15
Não há dados de consumo em volume disponíveis para o ano de 2018.
A tilápia enfrenta a concorrência de outros peixes e frutos do mar mais populares, como camarão
e salmão, e também o interesse do consumidor por opções mais diversificadas, como o peixe-
panga. Portanto, o mercado de tilápia deve crescer a taxas anuais inferiores a 1% nos próximos
cinco anos.
O mercado americano de tilápia é altamente dependente das importações. Mais de 95% das
tilápias consumidas nos Estados Unidos são cultivadas e processadas na Ásia e na América Latina.
Apesar do crescimento desacelerado, o mercado oferece boas oportunidades dependendo da
origem e do formato do produto.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China aumenta as chances de
competitividade do Brasil
Em 2018, 65% das tilápias importadas pelos Estados Unidos vieram da China. Contudo, a guerra
comercial entre os dois países trouxe oportunidades para outros produtores. O incremento nas
tarifas aplicado pelo governo Trump afetou as exportações chinesas para os Estados Unidos:
durante os três primeiros trimestres de 2019, as importações de tilápia da China caíram mais de
8% em comparação ao mesmo período de 2018.
Embora haja sinais de atenuação do conflito, as tarifas sobre o setor de peixes e frutos do mar
permanecem inalteradas, e, conforme os preços aumentam, a concorrência das empresas
chinesas de tilápia diminui. O atual cenário comercial aumenta as chances de competitividade do
Brasil e oferece ao país a oportunidade de ganhar mais espaço nesse mercado.
O Brasil possui recursos para oferecer produtos de melhor qualidade
Um dos principais desafios para o mercado de tilápia é a má impressão que os consumidores têm
do produto. Para eles, a tilápia oferece menos benefícios à saúde do que outras espécies de peixe,
como o salmão (embora isso não seja condizente com a realidade 16 ), e não há confiança em
relação aos pescados provenientes da China, os quais muitas pessoas da indústria não
recomendam por motivos como impacto ambiental e riscos à saúde. Em um mercado que
apresenta pouca diferenciação, os produtores brasileiros de tilápia podem se aproximar do
mercado americano oferecendo produtos de melhor qualidade.
Em contrapartida, os peixes e frutos do mar congelados, em geral, são vistos como produtos de
qualidade inferior àqueles oferecidos frescos, além de serem mais baratos. Nos últimos anos, a
tilápia congelada perdeu participação de mercado para a tilápia fresca, ademais, os filés de tilápia
frescos tiveram 19% de participação de mercado em 2015 (em termos de valor), em 2018, esse
número subiu para mais de 21%.
Os Estados Unidos importam tilápia congelada de baixo valor da China, tanto em filés quanto
inteira; já os produtores latino-americanos são suas principais fontes de tilápia fresca. Honduras e
Colômbia, os principais concorrentes na categoria de filés frescos, tiveram um aumento de 3% em
suas exportações para os Estados Unidos em 2018. Além disso, os produtores latino-americanos
estão geograficamente mais próximos do mercado americano e podem disponibilizar tilápia fresca
de qualidade de forma muito mais fácil, uma vantagem significativa sobre os produtores mais
distantes, que só podem exportar os produtos congelados. O Brasil também tem o benefício dessa

16
De acordo com estudos realizados pela PEIXE BR em parceria com o CAUNESP (Centro de Aquicultura da
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) e a NTNU – Trondheim (Norwegian University of
Science and Technology de Trondheim, na Noruega), a tilápia brasileira possui níveis de nutrientes
superiores a espécies como o salmão e o peixe-panga.
vantagem geográfica e, portanto, pode oferecer os produtos de melhor qualidade pelos quais
varejistas e consumidores americanos estão cada vez mais interessados.
Os produtos com valor agregado podem ser a chave para a expansão do mercado
O consumo médio de peixe e frutos do mar dos americanos é relativamente baixo em comparação
ao seu consumo de outras fontes de proteína, e isso se deve, em parte, por sua falta de
conhecimento sobre o preparo do alimento. Introduzir produtos com valor agregado também
pode ampliar a presença da tilápia no mercado, pois eles oferecem aos consumidores opções mais
práticas e convenientes. Os produtores podem tornar o peixe mais convidativo por meio de
apresentações comerciais que mostrem porções individuais fáceis de preparar, refeições prontas,
produtos marinados ou aromatizados e parcial ou totalmente preparados.
Embora o Brasil apresente as condições ideais para competir entre os grandes na categoria de
tilápia fresca, o país tem dificuldade de colocar seu produto em destaque entre os outros da
região. Durante os três primeiros trimestres de 2019, o Brasil foi responsável por quase 3% do
total de importações de filés frescos dos Estados Unidos.
Contudo, pouca diferença se percebe, em termos de qualidade, entre a tilápia brasileira e a tilápia
dos concorrentes latino-americanos mais bem estabelecidos no mercado, sobretudo Honduras,
Colômbia e Costa Rica. Atributos como qualidade da água dos criadouros de tilápia, ausência de
aditivos, certificados de sustentabilidade e garantia de origem podem ser explorados e realçados
como diferenciais da tilápia brasileira. Essas características, vistas como positivas pelo consumidor
americano, já são exploradas pelos países latino-americanos exportadores de tilápia para os
Estados Unidos.
5. LEIS E REGULAMENTAÇÕES
5.1. AUTORIDADES RELEVANTES

Serviço Nacional de Pesca Marinha (NMFS, também conhecido como NOAA Fisheries)
• O Serviço Nacional de Pesca Marinha, informalmente conhecido como NOAA Fisheries, é a
agência federal dos Estados Unidos responsável pela administração dos recursos marinhos
nacionais.
• O órgão faz parte da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), vinculada ao
Departamento de Comércio dos Estados Unidos, e possui cinco escritórios regionais, seis
centros científicos e mais de 20 laboratórios espalhados pelo país.
• Ele fornece serviços relacionados a pesca produtiva e sustentável, fontes seguras de pescados
e frutos do mar, recuperação e conservação de recursos protegidos e ecossistemas saudáveis.
• Além disso, sua Secretaria de Aquicultura concentra-se em áreas que incluem regulamentação
e políticas, ciência e pesquisa, extensão e educação e atividades internacionais para garantir
que a aquicultura marinha dos Estados Unidos se desenvolva de maneira sustentável. Entre
outras funções, a Secretaria de Aquicultura emite licenças para aquicultura em águas federais
e desenvolve orientações sobre uma estrutura regulatória para a indústria.
• Dados de contato: www.fisheries.noaa.gov /+1 (301) 427-8000.

Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA)


• A agência é responsável pela verificação de todos os peixes e pescados que entram nos Estados
Unidos. A FDA utiliza todas as ferramentas disponíveis para identificar possíveis ameaças, além
de estipular medidas de proteção da segurança e saúde públicas.
• Como forma de inspecionar produtos, inclusive peixes, oriundos de outros territórios que serão
exportados para os Estados Unidos, a FDA possui escritórios com postos de inspeção em outros
continentes, inclusive na China.
• Além disso, a FDA também possui um sistema de avaliação de países estrangeiros, em que é
analisada a infraestrutura regulatória de um país no que diz respeito aos medicamentos
utilizados na aquicultura. Tais avaliações são utilizadas pelos Estados Unidos para implementar
o controle de resíduos de medicamentos em produtos que serão enviados para os Estados
Unidos.
• As medidas obrigatórias da FDA que devem ser seguidas para estarem de acordo com o
controle de produtos perigosos para peixes estão apresentadas no item Saúde e Segurança, na
seção Requisitos de Qualidade, Legais e Técnicos.
• Dados de contato: +1 877 696 6775 (atendimento em português).

Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)


• Para a importação de peixes, o USDA não impõe nenhum tipo de restrição para a entrada nos
Estados Unidos, apesar de estarem sujeitos a inspeção no porto de chegada antes que sua
entrada no país seja autorizada.
• Apesar disso, para casos em que o peixe ofereça risco de contaminação de doenças para outros
produtos, algumas permissões são necessárias para que seja autorizada a entrada nos Estados
Unidos.
• Algumas espécies estão sujeitas ao Tilapia Lake Virus (TiLV), sendo que, neste caso, é
necessário que o produto cumpra algumas permissões:
· Permissão de Importação do USDA
· Certificado Veterinário de Saúde para Exportação
· Inspeção Portuária
• Dados de contato: askusda@usda.gov / +1 202 720 2791.

5.2. ENTIDADES PRIVADAS

Americas Tilapia Alliance (ATA)


• Fundada em 2013, seu objetivo é possibilitar que seus membros estejam em conformidade
com as práticas de aquicultura internacionais. A aliança apoia a indústria de tilápia, em geral,
desde a criação até o processamento, incluindo alimentação, equipamentos, distribuição e
consumo.
• A ATA produz artigos a respeito da indústria de tilápia e relatórios de pesquisa e
desenvolvimento, para acesso exclusivo dos membros.
• É permitido que indivíduos, empresas ou grupos internacionais se associem, além dos
membros americanos. Para se tornar membro, é preciso escolher entre os dois níveis
oferecidos para empresas e produtores, que variam com base nas possibilidades de atuação
dentro da entidade. Em média, a associação custa de US$100 a US$500, válida por um ano.
• Dados de contato: info@americastilapiaalliance.com / +1 276 632 9440.

Global Aquaculture Alliance (GAA)


• Existente há mais de 20 anos, a GAA visa à promoção de práticas responsáveis e sustentáveis
de aquicultura, por meio de parcerias com países, empresas e comunidades.
• A associação destaca a importância da aquicultura para garantir a alimentação da população
global em constante crescimento, considerando, ainda, que os recursos de pesca oceânica
estão em processo de esgotamento. Todavia, a GAA ressalta que, caso executada de forma
ineficiente, a aquicultura pode ter efeitos negativos para saúde humana, recursos naturais e
economias.
• A Aliança possui um programa de associação que oferece aos membros benefícios como:
listagem no site da GAA, acesso a dados personalizados, descontos em conferências e acesso a
webinars e cursos online. O valor e período de associação devem ser verificados diretamente
com a GAA.
• A GAA coordena o desenvolvimento dos padrões de certificação BAP (Best Aquaculture
Practices - Melhores Práticas de Aquicultura) para criadouros de peixes e frutos do mar.
• Dados de contato: +1 603 317 5000.

Best Aquaculture Practices (BAP)


• A organização BAP possui a missão de emitir a certificação mais reconhecida e confiável para
peixes e frutos do mar produzidos por processo de aquicultura. Seu programa de certificação
faz parte do GAA, a qual é porta-voz da indústria da aquicultura.
• A certificação BAP é específica para a aquicultura de peixes e frutos do mar, atuando em quatro
áreas principais de sustentabilidade (meio ambiente, social, segurança alimentar e bem-estar
animal), em cada passo da cadeia de produção da aquicultura. Um dos padrões BAP se aplica
especificamente à criação de tilápias (Finfish & Crustacean Farms - versão 2.4).
• O processo de certificação do BAP leva entre 120 e 150 dias para ser completado. As etapas
incluem inscrição, pagamento da taxa de auditoria, agendamento da auditoria, auditoria,
emissão da fatura da taxa do programa, correção de eventuais desvios, revisão técnica,
pagamento da taxa do programa e recebimento do certificado.
• Os organismos credenciados para certificação BAP são: Global Trust, Bureau Veritas, Lloyd’s
Register, SGS, NSF, Control Union and Intertek.
• Dados de Contato: +1 603 317 5000.

Aquaculture Stewardship Council (ASC)


• O ASC é uma organização internacional e independente sem fins lucrativos com o objetivo de
minimizar os impactos ecológicos e sociais da aquicultura comercial. Com o rótulo do ASC, as
empresas certificadas passam a ter vantagem competitiva, comprovando que estão de acordo
com a produção responsável de pescados advindos da aquicultura.
• Os padrões ASC são desenvolvidos com base nas diretrizes da Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e são reconhecidos pela Alliance ISEAL.
• O ASC possui uma certificação específica para a aquicultura de tilápia, a qual inclui questões
como biodiversidade, alimentação, poluição, doenças e questões sociais. O documento com
todos os padrões a serem seguidos por produtores de tilápia pode ser encontrado aqui.
• O processo de certificação do ASC dura, em média, quatro meses e inclui as seguintes etapas:
assinatura de contrato entre a empresa e o organismo credenciado de certificação, divulgação
da auditoria no site do ASC, realização da auditoria, elaboração do relatório da auditoria,
publicação do relatório da auditória no site do ASC para feedback, decisão do organismo
credenciado acerca da certificação ASC da empresa e confirmação da emissão do certificado.
Uma nova auditoria é realizada anualmente para analisar riscos ou melhorias com relação aos
padrões.
• Dados para contato: info@asc-aqua.org / +31 30 239 31 10

5.3. REQUISITOS DE QUALIDADE, LEGAIS E TÉCNICOS


Saúde e Segurança
Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC)
• A Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle é um conceito de gestão obrigatório na
segurança alimentar. O procedimento é realizado por meio de análise e controle de perigos
biológicos, químicos e físicos desde a produção, a aquisição e o manuseio das matérias-primas
até a fabricação, a distribuição e consumo do produto finalizado.
• O regulamento de APPCC referente a peixes e frutos do mar, regido pela FDA, exige que os
processadores identifiquem os perigos de segurança alimentar que possam ocorrer e
desenvolvam planos de contenção dos perigos.
• Esse regulamento também exige que importadores de determinados peixes e frutos do mar
atendam a requisitos estabelecidos para garantir o processamento correto dos produtos
importados, conforme estipulado no próprio regulamento.
Lei de Modernização da Segurança Alimentar (FSMA - Food Safety Modernization Act)
• Essa lei entrou em vigor em 2011 e visa garantir a segurança do fornecimento de alimentos dos
Estados Unidos, com foco na prevenção contra contaminação. Ela é aplicada pela
Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA).
• A lei estabelece sete normas de controle preventivo para instalações que produzem ou
processam, embalam e armazenam alimentos para consumo humano e animal. Essas normas
se aplicam aos produtores nacionais de alimentos e aos de países que exportam para os
Estados Unidos.
• O regulamento fornece orientação sobre inspeções de registros, cadastro de fábricas de
alimentos, análise de perigos e controles preventivos com base em riscos e normas para a
produção e o transporte seguro e higiênico de alimentos. As normas mais relevantes são:
· Certificação de Terceiros Credenciados, a qual estabelece a estrutura, os procedimentos
e os requisitos para os organismos de certificação terceiros que buscam ser credenciados
pela FDA. Após serem credenciados, os organismos de certificação, também conhecidos
como auditores terceiros, poderão realizar auditorias de segurança alimentar e emitir
certificados para produtores estrangeiros e seus alimentos.
· A norma de Programa de Verificação de Fornecedores Estrangeiros (FSVP - Foreign
Supplier Verification Programs) exige que os importadores verifiquem se o alimento que
estão importando atende aos padrões de segurança alimentar dos Estados Unidos. Eles
devem desenvolver, manter e seguir um FSVP para cada alimento importado, exceto em
caso de alimento isento. O objetivo é garantir que todos esses alimentos recebam o
mesmo grau de proteção de saúde pública que os alimentos produzidos nos Estados
Unidos e que não sejam adulterados ou etiquetados com rótulos falsos relacionados a
alergênicos. No entanto, peixes e frutos do mar de fornecedores estrangeiros que seguem
os respectivos regulamentos de APPCC estão isentos de FSVP.
· A norma de Programa de Importador Voluntário Qualificado (VQIP - Voluntary Qualified
Importer Program) oferece aos importadores participantes serviços rápidos de verificação
e importação de alimentos para consumo humano e animal nos Estados Unidos, evitando
qualquer atraso inesperado no ponto de entrada dos alimentos. Para participar, o
importador deve atender aos critérios de elegibilidade (incluindo certificação de
organismo terceiro e histórico de três anos de alimentos exportados para os Estados
Unidos) além do pagamento de taxa para cobrir custos de administração do programa.
Guia para a Indústria: Níveis de Ação para Substâncias Venenosas ou Nocivas em
Alimentos para Consumo Humano e Animal
• Esse guia apresenta os limites determinados pela FDA para substâncias venenosas ou nocivas
em alimentos para consumo humano e animal para controlar o nível de contaminantes nos
alimentos. Os níveis de ação representam os limites aceitáveis para evitar que o produto seja
retirado do mercado pela FDA.
• O guia determina os níveis para as seguintes substâncias encontradas nos produtos
relacionados à pesca: aldrina, dieldrina, clordano, clordecona, DDT (Dicloro-Difenil-
Tricloroetano), DDE (Diclorodifenildicloroetileno), TDE (Tetraclorodifeniletano), heptacloro,
heptacloro epóxido, mercúrio e mirex.
Embalagem e Rotulagem
Lei de Educação e Rotulagem Nutricional (NLEA - Nutrition Labeling and Education Act)
• Essa lei, promulgada em 1990, confere à FDA autoridade para exigir rotulagem nutricional na
maioria dos alimentos regulados pela Agência. Ela obriga que a maioria dos alimentos
apresente um rótulo indicando suas informações nutricionais e avisos para a saúde.
• Em 2016, a FDA publicou as normas definitivas sobre o novo rótulo nutricional para alimentos
embalados, no qual devem conter novas informações científicas, como alterações na lista de
nutrientes, valores diários sugeridos para certos nutrientes e atualizações sobre os tamanhos
das porções.
• Fabricantes com US$10 milhões ou mais em vendas anuais devem ter aderido ao novo rótulo
até 1º de janeiro de 2020; fabricantes com menos de US$10 milhões em vendas têm até 1º de
janeiro de 2021 para aderir ao novo rótulo.
• Embora a rotulagem seja obrigatória para a maioria dos alimentos processados, como
alimentos enlatados e congelados pré-embalados, a rotulagem nutricional de produtos crus,
como frutas, legumes e peixes, não é obrigatória. Contudo, esses produtos estão sujeitos a
rotulagem voluntária pelo qual os varejistas devem etiquetá-los com suas informações
nutricionais no momento da compra.
Lei de Rotulagem de Alimentos Alergênicos e Proteção ao Consumidor (FALCPA - Food
Allergen Labeling and Consumer Protection Act)
• A FALCPA foi promulgada em 2005 e exige que o rótulo de um alimento embalado que
contenha um ingrediente composto de alergênico alimentar comum (leite, ovos, peixe,
mariscos, crustáceos, nozes, trigo, amendoim e soja) ou que contenha proteínas desses
alergênicos indique a sua presença na lista de ingredientes ou em aviso separado.
• A FALCPA abrange produtos alimentícios convencionais (incluindo alimentos importados) e
alimentos pré-embalados vendidos em mercados e restaurantes. No caso de peixes e frutos do
mar pré-embalados, o rótulo deve indicar a espécie do pescado (ex.: robalo, tilápia, caranguejo
etc.).
• Alimentos com apenas um ingrediente devem atender aos requisitos de indicação de
alergênicos, embora ele possa identificar sua fonte no nome do alimento (ex.: caixa pré-
embalada de filés de tilápia congelados com a palavra “tilápia” no nome do produto).
Lei de Rotulagem do País de Origem (COOL - Country of Origin Law)
• Essa lei, que entrou em vigor em 2005, exige que os varejistas forneçam aos consumidores
informações sobre a fonte de determinados alimentos e é aplicada pelo Serviço de Marketing
Agrícola (AMS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
• Ela estabelece que as informações referentes à origem dos produtos devem estar claramente
indicadas no balcão onde os produtos são vendidos e nas embalagens de carnes de cordeiro,
cabra, frango, peixes selvagens e cultivados em criadouros, mariscos, frutas e legumes frescos
e congelados, amendoim, nozes, macadâmia e ginseng.
Regulamentos Gerais
Lei Nacional de Aquicultura
• A Lei Nacional da Aquicultura foi assinada em 1980 e estabeleceu a aquicultura como
prioridade de política nacional para os Estados Unidos e um plano nacional de desenvolvimento
da atividade.
• Ela promove a coordenação entre as diversas agências federais que possuem programas e
políticas de aquicultura por meio da Subcomissão de Aquicultura (antigo Grupo de Trabalho
Interagências sobre Aquicultura).
• O objetivo da Subcomissão é aumentar o número de programas federais de pesquisa,
regulamentação, transferência de tecnologia e assistência de aquicultura.
Lei Magnuson-Stevens (MSA)
• A Lei de Conservação e Gestão da Pesca Magnuson-Stevens, normalmente chamada de Lei
Magnuson-Stevens, é a principal lei que rege as atividades de pesca marinha nos Estados
Unidos.
• A implementação dessa lei é responsabilidade do Serviço Nacional de Pesca Marinha (NMFS -
National Marine Fisheries Service), o qual garante que a indústria da pesca nos Estados Unidos
atenda aos vários requisitos de conservação e gestão.
• Embora a MSA tenha como foco a pesca em alto mar, em 2018, o senador republicano do
estado do Mississipi, Roger Wicker, apresentou a Lei de Avanço da Qualidade e do
Entendimento da Aquicultura Americana (AQUAA Act - Advancing the Quality and
Understanding of American Aquaculture), que alteraria a MSA a fim de estabelecer um sistema
regulatório para a aquicultura marinha na zona econômica exclusiva dos Estados Unidos, entre
outras.
• Essa lei sofreu oposição de organizações de conservação e não prosperou no Congresso.
Entretanto, ainda existem debates sobre a reintrodução de sua versão atualizada.
Aspectos aos quais os exportadores brasileiros devem estar atentos
• Instalações que produzem, processam, embalam ou armazenam alimentos para consumo nos
Estados Unidos devem se registrar na FDA através de um processo de inscrição online. Esses
registros devem ser renovados anualmente, e a FDA está autorizada a suspender esses
registros caso não sejam mantidos os níveis de segurança alimentar requeridos pelas
autoridades americanas.
• Importadores podem receber alimentos importados nos Estados Unidos contanto que as
instalações de produção, armazenamento e manuseio desses produtos estejam registradas na
FDA e que eles tenham enviado para agência uma notificação prévia sobre as remessas
recebidas. Os alimentos importados estão sujeitos à inspeção da FDA nos portos de entrada do
país e devem atender aos mesmos requisitos legais que os alimentos produzidos em solo
americano.
• Os peixes e frutos do mar importados devem seguir os regulamentos de APPCC. A FDA conta
com inspeções de instalações estrangeiras de processamento, por amostragem de pescados e
frutos do mar fornecida para sua importação no país, vigilância doméstica de produtos
importados, inspeções dos importadores destes produtos, avaliações de programas de outros
países e informações relevantes de parceiros estrangeiros e escritórios da FDA no exterior.
• Se uma empresa planeja contratar funcionários dentro dos Estados Unidos e importar seus
produtos, recomenda-se criar uma subsidiária no país para administrar suas operações.
Subsidiárias normalmente são Sociedades de Responsabilidade Limitada (LLC - Limited Liability
Corporation) ou sociedades cujas rendas são tributadas diretamente (C-Corporation), ambas
com leis de governança e propriedade. A LLC é a estrutura menos complexa, com benefícios de
tributação de proprietários, proteção legal para ativos pessoais e proteção contra passivos que
a empresa possa arcar no futuro. Por outro lado, a C-Corporation geralmente oferece mais
potencial de crescimento e os investidores podem ser atraídos pela venda de ações.
• Uma empresa nova deve obter o Número de Identificação do Empregador na Receita Federal
dos Estados Unidos, necessário para a declaração de impostos e a identificação da empresa.
• Embora não haja IVA nos Estados Unidos e as atividades de venda ou revenda normalmente
sejam isentas de impostos estaduais sobre vendas, as empresas ainda estão sujeitas a outros
impostos federais, estaduais e municipais. O governo federal recolhe imposto de renda,
imposto sobre o ganho de capital, imposto sobre dividendos, juros e imposto sobre a folha de
pagamentos. Porém, cada um dos 50 estados possui seu próprio conjunto de leis.
• A guerra comercial entre China e Estados Unidos vem mostrando sinais de trégua e, embora as
tarifas sobre peixes e frutos do mar chineses importados pelos Estados Unidos permaneçam
inalteradas, é possível que haja mudanças nos próximos meses com o avanço nas negociações
entre os dois países. Até o momento, a tarifa de 25% sobre esses produtos aumenta as chances
de competitividade dos exportadores de tilápia brasileiros.
• O consumo de tilápia fresca deve crescer rapidamente e, sendo um produto considerado de
melhor qualidade, os consumidores estão dispostos a pagar mais por ele. A categoria é
dominada por empresas da América Latina que se destacam pela produção sustentável e
apresentam uma imagem mais positiva que seus concorrentes chineses.
• Os produtores brasileiros devem se empenhar para oferecer produtos com valor agregado se
quiserem competir no mercado de tilápia e se destacarem entre os exportadores latino-
americanos já bem estabelecidos no mercado dos Estados Unidos. Demonstrar os benefícios
nutricionais da tilápia pode ser um passo fundamental para agregar valor ao produto.
6. ANEXOS
6.1. DEFINIÇÕES, SIGLAS, METODOLOGIA E FONTES CONSULTADAS
Definições
Termo Definição
Tilápia Congelada Tilápia inteira congelada, incluindo os ossos. É uma das formas mais
comuns de venda de tilápia, pois o congelamento não altera
drasticamente o sabor. Normalmente é vendida sem embalagem e
também pode ser vendida sem escamas.
Filé de Tilápia Congelado Tilápia congelada sem ossos. Normalmente vendida embalada e
dentro de uma caixa. Vendida sem escamas.
Tilápia Fresca Tilápia inteira fresca, incluindo os ossos. Menos comum que a Tilápia
Congelada, pois é mais cara e sua carne, mais saborosa. Ela é vendida
sem embalagem e também pode ser vendida sem escamas.

Filé de Tilápia Fresco Tilápia fresca sem ossos. Normalmente vendida resfriada, mas não
congelada. Pode ser vendida com ou sem embalagem. Normalmente é
vendida sem escamas.

Siglas
Siglas utilizadas no relatório Definição
AMS Serviço de Marketing Agrícola
APPCC Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
AQUAA Act Lei de Avanço da Qualidade e do Entendimento da Aquicultura Americana
ASC Conselho de Administração de Aquicultura
COOL Lei de Rotulagem do País de Origem
FALCPA Lei de Rotulagem de Alimentos Alergênicos e Proteção ao Consumidor
FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
FDA Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos
FMI Instituto de Comercialização de Alimentos
FSMA Lei de Modernização da Segurança Alimentar
FSVP Programas de Verificação de Fornecedores Estrangeiros
IUU Ilegal, Não Declarada e Não Regulamentada
MAP Embalagem com Atmosfera Modificada
MSA Lei Magnuson-Stevens
MSC Conselho de Administração Marítima
NLEA Lei de Educação e Rotulagem Nutricional
NMFS Serviço Nacional de Pesca Marinha
NOAA Administração Nacional Oceânica e Atmosférica
ODPHP Secretaria de Prevenção de Doenças e Promoção da Saúde
TiLV Tilapia Lake Virus (Vírus da Tilápia de Lago)
UE União Europeia
USDA Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
VQIP Programa de Importador Voluntário Qualificado
VSP Embalagem a Vácuo
ZEE Zona Econômica Exclusiva
Códigos SH6 Pesquisados e Suas Classificações
SH6 Descrição SH6
0302.71 Tilápias (Oreochromis spp.), frescas ou refrigeradas
0303.23 Tilápias (Oreochromis spp.), congeladas
0304.31 Filés de tilápias (frescos, refrigerados ou congelados)
0304.51 Filés de tilápia, bagre, carpa, enguias, fresco ou refrigerado
0304.61 Filés de tilápias (Oreochromis spp.), congelados
0304.93 Outras carnes de tilápias, bagres, carpas, enguias (congeladas)
0305.31 Filés de peixes, secos, salgados, em salmoura, não defumados
0305.44 Tilápia, bagre, carpa, enguia, defumados (mesmo em filés)
0305.52 Peixes secos, exceto subprodutos comestíveis de peixes, mesmo salgados, mas não defumados: tilápias,
bagres, carpas, perca-do-nilo e peixes cabeça-de-serpente
0305.64 Tilápias, bagres, carpas, perca-do-nilo e peixes cabeça-de-serpente, não secos nem defumados, e em salmoura
Metodologia
Fontes Consultadas
Fonte Site
American Heart Association www.heart.org
Anchorage Daily News www.adn.com
CNBC www.cnbc.com/world
FAO www.fao.org
FDA www.fda.gov
Federal Register www.federalregister.gov
Global Aquaculture Alliance www.aquaculturealliance.org
Intrafish www.intrafish.com
Los Angeles Times www.latimes.com
Nielsen www.nielsen.com/us/en/
NOAA www.noaa.gov/
NOAA Fisheries www.fisheries.noaa.gov/
Oceana www.usa.oceana.org
Office of Disease Prevention and Health Promotion www.health.gov
Portafolio www.portafolio.co/
Proceedings of the National Academy of Sciences www.pnas.org
Salmon Facts www.salmonfacts.com
Seafood Nutrition Partnership www.seafoodnutrition.org
Seafood Source www.seafoodsource.com
Seafood Watch www.seafoodwatch.org
The Healthy Fish www.thehealthyfish.com
The Wall Street Journal www.wsj.com
Undercurrent News www.undercurrentnews.com
US Legal www.uslegal.com
US Regional Fishery and Management Councils www.fisherycouncils.org
USDA - United States Department of Agriculture www.nass.usda.gov
7. SOBRE A APEX BRASIL

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua para


promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para
setores estratégicos da economia brasileira.
A Agência realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações
e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais,
rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras
internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a
estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo
fortalecer a marca Brasil.
A Apex-Brasil coordena também os esforços de atração de investimentos estrangeiros diretos
(IED) para o Brasil com foco em setores estratégicos para o desenvolvimento da competitividade
das empresas brasileiras e do país.
8. SOBRE A EUROMONITOR

A Euromonitor International é uma das principais empresas de inteligência de negócios e análise


estratégica sobre o mercado de bens de consumo e serviços no mundo. A empresa conta mais de
40 anos de experiência no levantamento de dados e publicação de relatórios detalhados sobre o
mercado em âmbito internacional.
Além dos serviços especializados de consultoria, a Euromonitor pesquisa sistematicamente e
anualmente 29 indústrias de consumo massivo e serviços, 80 setores industriais em 100 países e
setores de recursos naturais em 210 países.
A companhia tem sede em Londres, com escritórios regionais em Chicago, São Paulo, Cingapura,
Xangai, Vilnius, Santiago, Dubai, Cidade do Cabo, Tóquio, Sydney, Bangalore, Düsseldorf, Seul,
Hong Kong, e possui uma rede de mais de 1.000 analistas em todo o mundo. Acompanhe nossas
análises mais recentes em blog.euromonitor.com.

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