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Este trabalho foi realizado com recursos do Fundo de Estruturação de Projetos do BNDES
(FEP), no âmbito da Chamada Pública BNDES/FEP No. 03/2011.
Disponível com mais detalhes em <http://www.bndes.gov.br>.
Índice
1. Escopo
O segmento selecionado para análise compreende os produtos para pele, cabelo, banho,
barbear, higiene oral e proteção solar, além de maquiagens, desodorantes e perfumes.
2. Condições de demanda
Entre 2008 e 2012, o faturamento da indústria global de Cosméticos e higiene pessoal cresceu
4,1% ao ano, em média. No mesmo período, a indústria no Brasil cresceu a uma taxa 3 vezes
superior ao crescimento global, 12,4% ao ano, como mostra a Figura 1.
4,1% 5,2%
Nota: CAGR = Compound Annual Growth Rate (Taxa de Crescimento Anual Composta).
Fonte: Euromonitor International; Análise Bain / Gas Energy
O baixo consumo de produtos premium se deve, principalmente, à renda líquida per capita e à
concentração da renda numa pequena parcela da população brasileira, que normalmente
realiza a compra desses produtos em viagens ao exterior.4 Como consequência, a estrutura
para distribuição de produtos premium é limitada, o que tende a dificultar ainda mais a
penetração desses produtos.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Figura 2: Penetração de produtos premium nos 10 maiores mercados mundiais – 2012 (em US$ bilhões)
Mundo
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Previsão
Nota: A categoria “Outros” inclui aplicações fora do escopo deste Estudo (kits, produtos para bebês e depilatórios); CAGR = Compound Annual Growth
Rate (Taxa de Crescimento Anual Composta)
Fonte: Euromonitor International; Análise Bain / Gas Energy
Figura 3: Faturamento mundial da indústria de Cosméticos, por aplicação (em US$ bilhões)
• Segmentados de acordo com idade, gênero, cultura, clima, etc. (ex.: produtos específicos
para adolescentes);
• Com múltiplos benefícios (ex.: batom com filtro solar);
• Com algum tipo de apelo natural e/ou sustentável (ex.: hidratantes com polpa de açaí e
embalagens recicladas)
• Que traduzam o “conceito de luxo” (ex.: embalagens mais elaboradas e ingredientes
exóticos)
• Cada vez mais sofisticados, para a pele (ex.: produtos antissinais e anticelulites);
Brasil
É esperado que o mercado brasileiro continue crescendo, entre 2012 e 2017, a taxas
maiores do que o mercado global e (8,9% ao ano contra 5,2%). Os principais fatores que
impulsionarão esse crescimento no País são os mesmos fatores que impulsionaram o
crescimento passado, conforme já descrito anteriormente. Esse forte crescimento fará
com que o País ultrapasse o Japão, tornando-se o 2º mercado mundial do setor de
Cosméticos e produtos de higiene pessoal em 2014.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Previsão
Nota: A categoria “Outros” inclui aplicações fora do escopo deste Estudo (kits, produtos para bebês e depilatórios); CAGR = Compound Annual Growth
Rate (Taxa de Crescimento Anual Composta)
Fonte: Euromonitor International; Análise Bain / Gas Energy
Figura 4: Faturamento da indústria de Cosméticos no Brasil, por aplicação (em US$ bilhões)
Quando se compara a demanda local com a demanda global, é possível perceber que o
País é o maior mercado do mundo em perfumes, desodorantes e proteção solar. Além
disso, são projetados crescimentos de mercado muito maiores que a média global em
todas as categorias de produto, principalmente nas maquiagens e nos produtos para
barbear, como mostra a Figura 5.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Apesar de o Brasil ser o país com maior consumo de Cosméticos em proporção ao PIB per
capita, o mercado brasileiro é predominantemente dominado por produtos de massa, e,
portanto, tende a ter uma demanda menos sofisticada quando comparado a outros países
com tamanhos de mercado semelhantes.
A balança em questão apresenta déficit crescente desde 2010, quando o saldo negativo era
de aproximadamente 30 milhões de dólares. No período de 2008 a 2012, as exportações
permaneceram praticamente constantes (crescimento de 2% ao ano), enquanto as
importações tiveram um aumento significativo (23% ao ano).
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
23%
12%
2%
Nota: O real crescimento da produção local é maior que o mostrado no gráfico devido à valorização do dólar perante ao real no período estudado; CAGR
= Compound Annual Growth Rate (Taxa de Crescimento Anual Composta); FOB= Free on Board (tipo de pagamento de frete)
Fonte: AliceWeb; Euromonitor International; Análise Bain / Gas Energy
Figura 6: Produção local, importação e exportação de cosméticos e produtos de higiene pessoal – 2008 a 2012
(em US$ bilhões)
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Nota: (*) Importações FOB; FOB= Free on Board; CIF = Cost, Insurance and Freight (tipos de pagamento de frete marítimo)
Fonte: UN Comtrade; Análise Bain / Gas Energy
Uma possível causa do baixo volume de importação está ligada à estrutura tributária, que
favorece a produção local.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Quando se analisa a balança comercial por tipo de aplicação, é possível observar o superávit
de alguns produtos específicos (produtos para cabelo, para higiene oral e para banho), como
mostra a Figura 9.
Legenda
Exportação
Importação
Tamanho do
mercado local 4,3 9,3 3,4 3,5 4,6 3,3
(US$B)
(*) Os intermediários analisados neste segmento excluem os pertencentes a outros segmentos deste Estudo (Tensoativos, Aromas e Fragrâncias e
Oleoquímicos)
Fonte: AliceWeb; Análise Bain / Gas Energy
Figura 9: Balança comercial do segmento de Cosméticos e higiene pessoal, por aplicação – 2012
(em US$ milhões)
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Os dois maiores itens importados pelo Brasil em 2012 (desodorantes e perfumes, 226
milhões de dólares e 154 milhões de dólares, respectivamente) correspondem a
aproximadamente 50% do valor total importado no País. As importações de desodorantes
são provenientes principalmente da Argentina, e as de perfumes, principalmente da França
(maior exportador mundial desse tipo de produto), como mostra a Figura 10.
Figura 10: Principais origens das importações brasileiras de Cosméticos e higiene pessoal – 2012
(em US$ milhões)
Uma análise mais detalhada das importações de desodorantes revela que o País importa
uma quantidade relevante da Argentina por dois principais motivos:
• Menor tributação do gás propelente: o governo argentino subsidia o preço do gás para
propelentes, o que, aliado à criação do imposto Cide5 (Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico) sobre esse tipo de gás em 2002 no Brasil, levou à migração das
grandes embaladoras de desodorantes para a Argentina (por exemplo, Unilever, Gillette e
P&G).
• Qualificação do gás propelente: no Brasil, diferentemente da Argentina, o gás propelente
tem adição da substância mercaptana, como medida de segurança para atender ao consumo
doméstico de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). Esse componente tem um odor
característico para que seu vazamento seja detectado rapidamente, mas que precisa ser
removido para sua utilização em Cosméticos. A purificação dessa substância é um processo
já conhecido pelos produtores brasileiros, mas que onera o custo final do produto.
Com exceção dos desodorantes, os produtos importados pelo País são, em sua grande
maioria, produtos premium, como os perfumes, que, como já mencionado, não possuem um
mercado local que justifique a produção no País.6
Do ponto de vista da exportação, é possível perceber, pela Figura 9, que os dois maiores itens
transacionados pelo Brasil em 2012 foram os produtos para cabelo (com 170 milhões de
dólares exportados) e os produtos para higiene oral (com 142 milhões de dólares
exportados).
Esses dois itens correspondem a mais de 50% do valor total exportado, e o principal destino
dessas exportações em 2012 (mais de 80%) foi a América Latina, em especial, Argentina e
Chile, como mostra a Figura 11.
Legenda
América Latina
Figura 11: Principais destinos das exportações brasileiras do segmento de Cosméticos e higiene pessoal – 2012
(em US$ milhões)
3. Fatores de produção
3.1. Matéria-prima
Figura 12: Mercado brasileiro de intermediários para Cosméticos – 2012 (em US$ bilhões)
Empresas instaladas no Brasil compram de produtores nacionais uma parte relevante dos
intermediários de baixo valor agregado utilizados em seu processo produtivo. Por outro
lado, importam diversos intermediários de maior valor agregado8 (ex.: fragrâncias, filtros
UV e alguns tensoativos), mesmo que alguns deles também estejam disponíveis no mercado
nacional. Isso ocorre em função da dificuldade no atendimento das especificações
necessárias, do preço mais baixo resultado de economias de escala, de menores custos com
matérias-primas ou, no caso de empresas internacionais, em função de uma estratégia que
enfatize a otimização de operações entre matrizes e filiais.
Outros itens relevantes que, em alguns casos, ainda dependem de importações, são algumas
embalagens. As embalagens de Cosméticos chegam a representar mais de 35% do CPV em
produtos de maior valor agregado, como maquiagens e perfumes (as embalagens serão
tratadas em mais detalhes na Seção 5 deste Relatório).
As tecnologias para obtenção de grande parte dos intermediários naturais9 envolvem: (i) a
extração dos intermediários, que pode ocorrer por diversos métodos como os que utilizam
solventes orgânicos ou fluídos supercríticos; (ii) o processamento dos intermediários, que
consiste na aplicação de processos de purificação e separação das moléculas, bem como
processos de nanotecnologia e de biotecnologia; (iii) o mapeamento e triagem dos
intermediários, que utilizam, por exemplo, métodos cromatográficos, termoanalíticos ou de
avaliação sensorial e; (iv) a qualificação toxicológica e funcional dos intermediários, que
pode ser feita por meio de métodos físicos, químicos ou microbiológicos. 10
É importante ressaltar que as grandes tendências do setor estão concentradas nas rotas da
biotecnologia e nanotecnologia. Essas rotas tecnológicas permitem alterar ou criar
propriedades nos produtos a fim de atender as necessidades específicas do mercado ou de
reduzir custos produtivos. O desenvolvimento de aplicações da nanotecnologia para
Cosméticos vem ganhando força como um dos campos prioritários nos laboratórios de P&D
das grandes empresas do setor. A utilização da nanotecnologia permite, por exemplo:
9As tecnologias para intermediários químicos, como os tensoativos e as fragrâncias, serão abordadas
em seus respectivos relatórios.
10 ABDI (2009).
11 ABDI (2009).
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
O primeiro grupo diz respeito à regulamentação aplicada por dois órgãos principais, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Nacional de Metrologia,
Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Com o registro de produtos, foi apontado que um processo, que no passado era liberado em
45 dias, atualmente demora 5 meses para aprovação, aparentemente pela falta de técnicos
disponíveis na divisão de Cosméticos da agência. Por outro lado, alterações recentes na
estrutura de aprovação foram muito bem recebidas pela indústria e, segundo os
entrevistados, melhoraram significativamente os problemas relatados. Destaca-se a inclusão
de algumas categorias de produtos em uma lista de produtos habilitados a obter licenças
pelo sistema eletrônico de notificação de produtos (processo muito mais simples e rápido
que o tradicional).
Com relação à fiscalização das empresas, foi indicado que os processos de inspeção,
concessão da licença (municipal ou estadual) e autorização de funcionamento (federal), nos
termos previstos pela legislação sanitária vigente, pode levar períodos superiores a um ano.
Essa situação, aliada à burocracia fiscal e legal atrelada ao processo, acaba atrasando ou
impedindo a implantação de novas unidades produtivas e muitas vezes diminuindo os
incentivos para novos investimentos no setor.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Acesso à biodiversidade
3.4. Infraestrutura
Porém, empresas que adotam a venda direta como o principal canal de distribuição acabam
sendo mais impactadas pela falta de infraestrutura logística.
Outra dificuldade apontada foi em relação aos chamados terceiristas. Os terceiristas são
pequenas e médias empresas contratadas pelas grandes empresas detentoras das marcas
para realização de determinadas etapas do processo produtivo. Em especial por causa do
menor porte dessas empresas, o nível de qualificação técnica e gerencial tende a ser mais
baixo.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Custo e disponibilidade de capital não são vistos como um gargalo pelas principais
empresas produtoras (detentoras das marcas) no Brasil. Essas empresas normalmente
conseguem financiar os projetos com capital próprio, linhas internacionais a baixo custo ou
locais, de longo prazo, como as proporcionadas pelo BNDES.
Mesmo não sendo um gargalo para os produtores detentores das marcas, observa-se
dificuldades no acesso a capitais para projetos de P&D e na identificação de linhas de
financiamento específicas para pequenas e médias empresas do setor, grupo que envolve
grande parte dos produtores de intermediários e terceiristas.
4. Dinâmica da indústria
Mundo
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Figura 13: Comércio mundial de Cosméticos e higiene pessoal, por região geográfica – 2012 (em US$ bilhões)
Brasil
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Figura 14: Mercado nacional de Cosméticos, por player e grupo - 2012 (em US$ bilhões)
Empresas como a Natura atuam nas três etapas da cadeia. Já Unilever e P&G, por exemplo,
atuam somente na segunda e terceira etapas.
Um fator que afeta toda a cadeia de valor são os impostos incidentes sobre essa categoria de
produtos, principalmente o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A Figura 15
mostra as diferentes alíquotas de IPI incidentes sobre as principais categorias de Cosméticos
e produtos de higiene pessoal.
Figura 15: Impostos incidentes sobre Cosméticos no Brasil, por aplicação – 2013 (% IPI)
Grande parte das empresas utiliza um recurso para reduzir a cobrança desse imposto
incluindo um formulador intermediário no processo produtivo (que pode ser um terceirista
ou uma empresa do próprio grupo que possua outro CNPJ), com o intuito de realizar uma
determinada etapa do processo e depois revender para que a empresa detentora da marca
possa comercializar o produto.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
A grande vantagem nesse caso é que o IPI incide sobre o preço que o intermediário vende o
produto para a empresa detentora da marca, que é menor que o preço de comercialização do
produto, e, portanto, o imposto pago também é menor. Outras vantagens decorrentes da
utilização dos terceiristas, por parte da empresa detentora da marca, são: (i) a redução do
investimento necessário para a produção (plantas e equipamentos); e (ii) a maior
flexibilidade da produção diante da necessidade de atender as sazonalidades da demanda.
A Figura 16 mostra os principais indicadores financeiros dos 5 maiores players atuantes no Brasil.
Figura 16: Visão consolidada dos principais players atuantes no Brasil e seus indicadores financeiros
13Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, em português, lucros antes
de juros, impostos, depreciação e amortização
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
• Acesso ao mercado interno por empresas nacionais: em função das reduzidas barreiras
de entrada (pequena necessidade de investimento inicial e facilidade para a fabricação
dos produtos), há um grande número de pequenas e médias empresas nacionais no
setor de Cosméticos brasileiro. No entanto, essas empresas normalmente se deparam
com os limitadores de crescimento já mencionados acima e acabam se associando ou
sendo absorvidas por empresas maiores, que acessam o mercado mediante alto
investimento em propaganda e canais de distribuição bem consolidados, como as
grandes redes de varejo ou os voltados para as vendas diretas.
• Acesso ao mercado externo por empresas nacionais: o acesso ao mercado externo por
empresas locais requer elevados investimentos na construção da identidade das suas
marcas e no acesso aos canais de distribuição o que leva empresas brasileiras enfrentarem
grandes dificuldades de internacionalização. Por esta razão, a produção no país alvo é
inicialmente terceirizada e a distribuição dos produtos feita por meio de associações com
empresas locais ou construindo seu próprio canal, o que pode ser um processo custoso e
demorado.
O principal fator de escala nesse segmento é o porte da empresa produtora e não o tamanho
de cada planta produtiva. É o porte que permite às empresas arcar com os elevados custos
de P&D e de comercialização, característicos do segmento.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Figura 17: Presença de plantas produtivas de Cosméticos e itens de higiene pessoal dos
principais players na América Latina – 2013
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
5. Indústrias relacionadas
Legenda
Nota:Custo de conversão = custos fixos, custos variáveis de produção, insumos, tratamento de água; Custos de produção excluem EBITDA,
Promoção e Vendas, G&A, Publicidade, Logística, P&D
Fonte: Entrevistas com especialistas; Análise Bain / Gas Energy
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Parece existir uma lacuna de players locais, capazes de atender a demanda brasileira14, e uma
falta de perspectiva para construção ou expansão de novas fábricas no Brasil, apesar do
contínuo e crescente consumo do mercado local.
Vale ainda ressaltar que atualmente existem, no País, diversas pequenas e médias empresas
que fabricam para outras empresas que desejam terceirizar suas produções de cosméticos e
produtos de higiene pessoal. O fortalecimento destes terceiristas pode ser uma importante
alavanca para diversificar e desenvolver o segmento de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos (HPPC) no Brasil.
Em diversos setores da economia, são notáveis os casos em que terceiristas acabam aumentando
seus escopos de trabalho, passando a atuar não só na fabricação dos produtos, mas também no
projeto de novos produtos e, às vezes, no desenvolvimento das suas próprias marcas15.
6. Diagnóstico
Mesmo sendo o 3º maior mercado do mundo, o País é apenas o 15º colocado quando se
analisa somente o volume de vendas de produtos premium e a perspectiva, dada à realidade
brasileira, é de que não ocorram mudanças significativas nesse quadro.
Por outro lado, os perfumes e as maquiagens são, majoritariamente, produtos premium que
não possuem um mercado local grande o suficiente para justificar a produção no País. Além
disso, esses produtos são importados principalmente de países com tradição na indústria de
Cosméticos como França e EUA. Portanto, a oportunidade de desenvolver uma produção
local nestas categorias de produtos é limitada.
6.1. Oportunidades
Especialistas e participantes da indústria dão como certa a redução quase que total da
produção de desodorantes aerossóis na Argentina, dadas as instabilidades econômicas
e políticas que afetam o país e a redução dos incentivos tributários, que deverá ocorrer
num futuro próximo.
Por outro lado, para que essa migração se torne realidade e a indústria se consolide no Brasil,
o País deve melhorar sua competitividade (em disponibilidade, preço e qualidade) da
principal matéria-prima dos aerossóis, o gás propelente.
certa.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
18 Excluindo o Brasil.
19 Excluindo o Brasil.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Previsão
Figura 19: Faturamento da indústria de Cosméticos na América Latina (excluindo o Brasil), por aplicação
(em US$ bilhões)
Além disso, quando se analisa o comércio regional, somente 15% são dominados por
exportações brasileiras, como mostra a Figura 20.
Figura 20: Comércio da indústria de Cosméticos na América Latina, por aplicação-2012 (em US$ bilhões)
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
Essa expansão da participação brasileira no mercado regional pode se dar tanto por
empresas nacionais quanto por empresas globais. Entretanto, existe uma maior dificuldade
na consolidação de uma marca brasileira no exterior em relação à introdução de marcas
globalmente conhecidas (por exemplo, Rexona, Palmolive e Gillette).
Para que o Brasil seja escolhido por empresas globais como um hub de exportação na
América Latina, o custo de produção, o ambiente regulatório e a estrutura tributária no
País deveriam ser mais favoráveis.
O Consórcio acredita que as medidas capazes de contribuir para a solução dos entraves
identificados concentram-se na melhoria dos fatores de produção, do ambiente regulatório e
do desenvolvimento de indústrias relacionadas.
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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 4
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA
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_______. Strategies to succeed in the fast evolving premium beauty market, 2013c.
______. Beauty and personal care: corporate strategies in and beyond the BRICs, 2011.
_______. Brazil: key player in global beauty and personal care growth, 2010a.
FROST & SULLIVAN. Analysis of the personal care chemicals market, 2012.
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