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Conheça os 9 tipos
de orçamento
possíveis para uma
empresa

Quem está começando o próprio negócio sabe que fazer


o orçamento de uma empresa não é uma tarefa fácil. É
preciso calcular o futuro, fazer projeções de receitas,
despesas e outros fatores sem ter um histórico no qual se
basear – algo desafiador especialmente quando existem
diferentes tipos de orçamento usados no mercado… 
Segundo um estudo do Sebrae, problemas financeiros e
contábeis estão entre as principais causas para fechamento
de negócios no Brasil. Por isso, entender os diferentes tipos
de orçamento e qual funciona melhor para seu negócio é
essencial.  

Tipos de orçamento? Como assim?

Em uma companhia, o Orçamento Empresarial tem como


principal função organizar as Receitas, Custos, Despesas e
Investimentos que o negócio terá no futuro. Esse período
pode variar de 1 a 3 anos, de acordo com a empresa e do
ramo de atuação.

Um dos propósitos dessa metodologia é traçar metas e


objetivos orçamentários. Dessa forma, é possível
acompanhar e comparar resultados e, quando necessário,
tomar ações para corrigir a rota.

Ainda, o Orçamento Empresarial está atrelado


ao Planejamento Estratégico da companhia, sendo a
tradução deste em números.

Mas não existe apenas um jeito de fazer isso. São vários


tipos de orçamento e gestão orçamentária que podem ser
adotados dependendo do perfil do negócio.

Veja, abaixo, quais são eles e entenda suas vantagens e


desvantagens.
Orçamento Estático

Como o próprio nome sugere, Orçamento Estático é


aquele que permanece inalterado independentemente dos
resultados da empresa.

Em outras palavras, todas as peças orçamentárias (como


receitas, despesas, custos e investimentos) são elaboradas
com base em volumes (de produção, vendas…) pré-
determinados, ditando o ritmo do negócio a partir do
orçamento.

Por exemplo, se o planejamento estipula um gasto de


R$5.000 com marketing, esse valor não pode ser alterado
mesmo que a empresa venda mais do que o previsto e
tenha caixa para investir em divulgação. 
O Orçamento Estático é bastante utilizado por grandes
empresas, pois facilita a gestão dos orçamentos de todas as
áreas num único.

Vantagens

 Facilidade para acompanhar o planejamento;

 Menor tempo de elaboração, uma vez que não haverá


revisões depois de fechado;

 Incentiva o monitoramento de tendências e desvios pelos


gestores, o que se reflete em orçamentos mais precisos no
futuro.

Desvantagens 

Promove um certo “engessamento” na empresa,


considerando que o orçamento não pode ser ajustado de
acordo com o resultado.
Orçamento Flexível

Diferentemente do estático, o Orçamento Flexível oferece


uma margem de manobra nos orçamentos de custos,
despesas e investimentos a partir dos volumes de produção
ou vendas.

Num cenário de aumento de vendas, por exemplo, é


possível gastar proporcionalmente mais com comissões,
impostos, matérias-primas… Afinal, faz sentido investir
mais nessas áreas se o objetivo é melhorar os resultados
da empresa.

Além disso, o Orçamento Flexível também admite


variações nos gastos com funcionários e com despesas
operacionais – ainda que em menor grau, por se
enquadrarem como despesas fixas.
Essa é uma forma de garantir a flexibilidade necessária
para mexer nas estruturas dependendo do objetivo
almejado.

Vantagens

Como o Orçamento Flexível acompanha as variações de


vendas e produção, sua principal vantagem está
relacionada com a relevância que o orçamento ganha em
geral. Afinal, todos os itens dele precisam ser
acompanhados de perto. 

Desvantagens

Por conta da maior flexibilidade deste tipo de orçamento,


uma desvantagem é a necessidade de acompanhar os
indicadores do negócio mais de perto. Afinal, será preciso
rever o orçamento de acordo com o desempenho do
negócio.
Orçamento Contínuo (ou Rolling Forecast)

O Orçamento Contínuo é uma forma mais dinâmica de


trabalhar o orçamento de uma empresa.

Se, no Estático, o orçamento é revisado em períodos pré-


determinados (geralmente a cada três ou seis meses), no
Contínuo ele é revisto mensalmente, sempre projetando
12 meses à frente.

Funciona assim: no fim do mês, a empresa revisa o


orçamento e adiciona mais um mês no período que está
sendo orçado. Dessa forma, cria-se o hábito contínuo de
revisar o orçamento e ter sempre 12 meses estruturados
pela frente. 
O objetivo principal é ter um orçamento sempre
atualizado, o que também leva a um maior
comprometimento das pessoas com esse tema.

Vantagens

Como existe uma cultura de rever o orçamento


mensalmente, não é preciso parar a empresa toda a cada
12 meses para fazer o Orçamento Anual. Basta olhar para
tudo o que já foi feito, revisar os dados estimados e fechar
os números. 

Por conta do dinamismo, o Orçamento Contínuo é


recomendado para empresas que atuam em segmentos
com produtos com ciclos de vida curtos ou mercados muito
voláteis, como tecnologia ou moda. 

Desvantagens

Uma desvantagem deste tipo de orçamento é o tempo que


pode ser consumido para fazer as revisões orçamentárias
mensalmente, além da necessidade de maior engajamento
dos times.

Também por causa do dinamismo, o Orçamento Contínuo


não é indicado para empresas que atuam em segmentos
com produtos com ciclos de vida longos, como comodities
ou concessões. Afinal, as variações acontecem em períodos
maiores de tempo.
Orçamento Ajustado ou Revisado
(Forecast)

Assim como o contínuo, o Orçamento Ajustado (também


conhecido como Forecast, orçamento revisado ou
orçamento impactado) é uma forma das empresas
reagirem às mudanças – que são muitas!

Neste tipo, o orçamento é estipulado para cada mês e


revisado periodicamente (mensalmente,
bimestralmente…) considerando o planejado, o realizado
e o revisado (forecast). 

Por exemplo, uma empresa tem R$12.000 para gastar no


ano todo com marketing – ou seja, R$1.000 por mês (o
planejado). Ao revisar o orçamento no fim de abril,
entretanto, constatam que já foram gastos R$6.000 em
apenas quatro meses (o realizado), restando a outra
metade para o resto do ano, ou R$750 por mês (o
revisado). 

Essa é uma forma de garantir que, mesmo com mudanças


não planejadas, a meta anual será alcançada. 

Vantagens

A principal vantagem do Orçamento Ajustado é criar


espaço para que o planejamento seja constantemente
revisado e ajustado dependendo da realidade.

Desvantagens

Da mesma forma que o contínuo, o ajustado também exige


mais tempo da equipe para ser elaborado e revisado
periodicamente, além de precisar de uma cultura adepta às
mudanças.
Orçamento Baseado em Atividades 

O Orçamento Baseado em Atividades reflete os custos


associados às atividades e os processos de negócio.

Atividades, aqui, são os recursos (funcionários, máquinas,


tecnologia, materiais) utilizados para a produção de um
bem ou serviço.

O Orçamento Baseado em Atividades começa com a


previsão do volume de vendas para o período. Então, é
necessário estimar todas as atividades necessárias para
produzir ou entregar o volume estimado. Em seguida, o
cálculo de custos é feito a partir dos recursos exigidos para
suportar essas atividades.
É importante entender, entretanto, que este orçamento não
elimina o orçamento tradicional da empresa. Ele ajuda a
medir a quantidade de equipamentos e funcionários
necessária para atender a demanda prevista.

Vantagens

 Pelos custos estarem associados às atividades de uma


forma mais clara, é possível ser mais preciso no
planejamento orçamentário e fazer correções mais
efetivas;

 Apresenta uma visão mais precisa das atividades


realizadas pela empresa, ajudando a cortar tudo o que não
é necessário e, portanto, reduzir custos e despesas;

 Serve como uma ferramenta de análise para decisões


estratégicas, uma vez que dá visibilidade sobre os
processos de cada área.

Desvantagens

 Pode ser mais caro e trabalhoso manter um Orçamento


Baseado em Atividades, por isso ele não é muito
recomendado para empresas pequenas ou com poucos
produtos;
 É necessário entender bem as atividades envolvidas em
todas as áreas, caso contrário a previsão orçamentária
pode não ser exata;

 Por focar em questões mais de curto prazo, pode


prejudicar o planejamento de longo prazo da empresa.

Orçamento Base Zero (OBZ)

Diferentemente de outros tipos de orçamento,


o Orçamento Base Zero (OBZ) é utilizado na elaboração de
um planejamento orçamentário a partir de uma base
zerada. Ou seja, sem olhar para o histórico de custos,
despesas e receitas, por exemplo.
Parece estranho, mas faz sentido: este tipo de orçamento
parte do racional de que, ao fazer o planejamento com
base no que já foi, muitas empresas acabam tendo um viés
sobre o futuro que pode não refletir a realidade.

Por exemplo, imagine que uma companhia gastou R$10.000


com programas de computador num ano. Se ela for basear
o orçamento do próximo período nos gastos passados,
provavelmente colocará a mesma quantia (ou até mais)
para esses programas.

Como consequência, o orçamento pode ficar grande


demais e desalinhado com a estratégia da companhia, já
que os números não são analisados com atenção.

Ao fazer o orçamento com uma base zerada, entretanto, os


gestores precisão revisar todos os programas utilizados
para entender o que realmente é necessário ou não, o que
pode resultar em cortes de custos.

Ou seja, no Orçamento Base Zero, todas as premissas de


receitas, despesas, custos e investimentos são analisadas a
partir dos planos e estratégia da empresa, sem considerar
dados passados.

Vantagens

 Como a empresa precisa realizar o orçamento do zero, é


necessário analisar cada custo e despesa com atenção,
eliminando tudo o que não é realmente essencial e
liberando verba para outros fatores mais importantes;

 Aproxima os gestores da visão estratégica da companhia,


uma vez que eles precisarão disso para planejar o
orçamento das áreas;

 Incentiva a alocação de recursos de forma mais eficiente;

 Ajuda a identificar orçamentos inflados, custos e gastos


desnecessários.

Desvantagens

 Por ser muito estratégico, o Orçamento Base Zero demanda


maior envolvimento dos gestores no planejamento, o que
se traduz em mais tempo e dedicação da equipe;

 É preciso treinar as equipes para trabalhar nesse modelo.


Orçamento Base Histórico (OBH)

Como oposto do Base Zero, o Orçamento Base


Histórico (OBH) utiliza os números do exercício anterior
no Planejamento Orçamentário.

Para isso, geralmente é aplicado um percentual de


crescimento sobre os resultados passados, levando em
consideração quanto se quer crescer as receitas e, por
consequência, quanto os custos e despesas também
deverão subir. 

Vantagens

 Envolve menos pessoas no Planejamento Orçamentário e é


um processo mais rápido;
 Traz aprendizados e experiências dos períodos anteriores,
o que pode evitar grandes desvios no orçamento.

Desvantagens

 Por não exigir um olhar atento às projeções de vendas,


custos, despesas e investimentos, pode resultar em um
planejamento inchado e descolado da realidade;

 Pode diminuir o engajamento dos gestores, uma vez que


eles não são envolvidos ativamente no planejamento
orçamentário. 

Orçamento Matricial
Como o próprio nome diz, Orçamento Matricial (ou
Gerenciamento Matricial de Despesas, GMD) é aquele que
cruza, numa matriz, eixos de receitas, despesas, custos e
investimentos com as subdivisões da companhia
(departamentos, centros de custos, unidades de negócios
etc.).

Por exemplo:

Salário
Treinamen Logísti se Comunica
tos ca Encarg ção
os

Unid
ade
de
Negó
cio A

Unid
ade
de
Negó
cio B

Centr
o de
Custo
A

Centr
o de
Custo
B

Aqui, o importante é olhar para o orçamento com base nos


cruzamentos, e não nas subdivisões da empresa. Por isso,
cada “coluna” têm uma pessoa responsável por
acompanhar os números de perto e garantir que,
independentemente das subdivisões, o orçamento daquele
eixo está controlado.

Imagine um eixo de Treinamentos, por exemplo. O


responsável por esse pacote de despesas é da área de
Pessoas e seu papel é garantir que, independentemente do
quanto está alocado para cada subdivisão da empresa, o
orçamento total esteja controlado. Afinal, é de sua área que
sai a verba para os treinamentos. 

Caso um departamento gaste mais do que estava


planejado, é papel dessa pessoa equilibrar o orçamento
retirando verba de outro que não utilizou todo o dinheiro.

Vantagens
 O Orçamento Matricial faz com que gestores pensem com
atenção sobre o orçamento de cada pacote para suas áreas,
avaliando a real necessidade de recursos;

 O trabalho de planejamento orçamentário é


descentralizado, gerando mais participação e engajamento
dos times.

Desvantangens

 Pode gerar conflito na gestão orçamentária, uma vez que


as subdivisões da empresa precisam estabelecer
prioridades e defender seus escopos.

Orçamento Colaborativo (Descentralizado)


O Orçamento Colaborativo, também conhecido
como Orçamento Descentralizado ou Participativo, tem
como objetivo descentralizar o planejamento orçamentário
e envolver mais pessoas no processo de decisão.

Ou seja, em vez do orçamento ser definido pela diretoria e


alta gerência, os gestores das áreas também colaboram
ativamente no planejamento e acompanhamento dos
custos, despesas, receitas…. 

Para que isso funcione bem, é importante ter uma cultura


organizacional que incentive a colaboração e autonomia
das pessoas.

Vantagens

As áreas têm mais autonomia para planejar suas metas


orçamentárias e formas de atingí-las, gerando um
sentimento maior de responsabilidade.

Desvantagens

 A empresa precisa ter um bom nível de maturidade e


responsabilidade para que o processo funcione;

 Pode ser desafiador trabalhar de forma mais colaborativa


sem as ferramentas necessárias.
Como escolher um?

Não é fácil escolher, dentre os diversos tipos de orçamento,


o melhor para sua empresa. É preciso levar em
consideração o tamanho do negócio, o segmento, a
maturidade….

Por isso, a melhor forma de fazer isso é contar com a ajuda


de especialistas – um contador, por exemplo. Afinal, uma
boa gestão orçamentária é essencial para a saúde da
empresa.

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