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FAL FACULDADE DE ALAGOAS


CURSO TURISMO
DISCIPLINA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
ASSUNTO ORÇAMENTO

NOÇÕES DE ORÇAMENTO

Conceitos Básicos

A implantação, a manutenção e o aperfeiçoamento do


planejamento orçamentário constituem um trabalho de equipe que
envolve todas as áreas da empresa e todos os níveis hierárquicos.

A alta administração deve definir diretrizes, porém, é


recomendável que os planos sejam elaborados “de baixo para cima” a fim
de motivar aqueles que devem executá-los e cumprir as metas e
programas de sua área.

Dentre as vantagens da utilização de orçamentos, podemos


destacar:

- a revelação de pontos de eficiência e ineficiência;


- a obrigatoriedade de avaliar resultados reais em
comparação com os orçados;
- o estímulo à participação;
- a definição de critérios para a alocação de recursos e
- o fortalecimento do hábito de estudar o impacto da
tomada de decisões.

O processo orçamentário conta, obviamente, com limitações.


Podemos citar:

- a implantação é demorada e exige muita “doutrinação”


e treinamento;
- são necessárias revisões periódicas em face de
circunstâncias não previstas;
- baseia-se em previsões e estimativas;
- não funciona por si mesmo. Exige o esforço de todos na
preparação e execução dos planos e no cumprimento das
metas.

Enfim, quando trabalhamos com orçamentos, estamos


utilizando previsões, planejamentos e projeções da estratégia da
empresa. Estamos “invadindo o futuro” e, apesar das limitações, estamos
na realidade construindo uma ferramenta administrativa de vital
importância para o acompanhamento e controle administrativos.

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A postura da alta administração é fundamental, principalmente


na conquista do envolvimento e comprometimento da equipe.
Encontramos, no dia-a-dia, diversas atitudes em relação ao processo
orçamentário. Descrevemos, na tabela abaixo, algumas dessas atitudes:

ATITUDES DOS EXECUTIVOS EM RELAÇÃO AO


PROCESSO ORÇAMENTÁRIO

ATITUDE COMENTÁRIO
CETICISMO É a atitude daqueles que não acreditam no orçamento.
Normalmente preenchem os quadros orçamentários de
forma mecânica e têm atuação distanciada.
COMODISMO É a atitude daqueles que não se esforçam para preparar
os orçamentos. Normalmente fazem apenas projeções
conservadoras, utilizando dados reais do passado.
Preguiça mental e falta de criatividade são suas
características principais.
DERROTISMO É a atitude daqueles que, embora com boa vontade,
revelam excesso de insegurança na preparação dos
orçamentos, revelando aspectos psicológicos negativos.
PESSIMISMO Essa atitude poderia ser chamada de “maquiavelismo”.
CONSCIENTE É praticada por aqueles que subestimam dados
relativos à produção, vendas, etc., normalmente
exagerando nas despesas para obter variações
orçamentárias favoráveis. Normalmente esses “falsos
heróis” superam suas metas orçamentárias se não
tiverem seus trabalhos devidamente analisados antes
de comporem o orçamento global da empresa.
OTIMISMO INGÊNUO É a atitude daqueles que não prevêem nenhum
contratempo, apresentando previsões orçamentárias
utópicas, pois “o papel aceita tudo”.
REALISMO MOTIVADO É a atitude daqueles que percebem as limitações do
orçamento e as dificuldades de trabalhar com
estimativas e previsões, mas têm consciência que os
esforços alocados no planejamento serão compensados,
principalmente no conhecimento profundo da dinâmica
da empresa.

Fonte: Braga, Roberto. Fundamentos e Técnicas de


Administração Financeira. São Paulo. Ed.Atlas. 1995. Adaptação

As cinco atitudes iniciais trazem reflexos negativos sobre o


planejamento orçamentário e, principalmente, sobre o desempenho
efetivo da empresa. Tais atitudes terão de ser eliminadas, gradualmente,
através de muito treinamento e “doutrinação”.

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A atitude denominada “realismo motivado” é a que deve ser


perseguida nas empresas. Conseguir que os gestores sejam criativos e
colaborativos em relação ao processo orçamentário não é uma tarefa fácil.
É um processo de mudança conceptual.

Alcançar este estágio é um processo gradativo que deve


começar pela informação e conscientização de todo o corpo funcional. A
seguir, um gráfico que tenta demonstrar a partir das variáveis tempo e
dificuldade o processo de mudança planejada.

MUDANÇA PLANEJADA

DIFICULDADE Comportamentos das equipes MUDANÇA

Comportamentos Individuais

Atitudes

Opiniões

Informação

TEMPO

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Alguns tipos de orçamentos na área financeira.

É usual na área financeira trabalhar-se com 3(três) conjuntos


de orçamentos: de caixa, de capital e de resultados.

Orçamento de caixa – Todas as entradas e saídas de


numerário decorrentes de transações realizadas antes e durante o período
orçamentário são reunidas no orçamento global de caixa, evidenciando os
excedentes e as faltas periódicas de caixa.

É, portanto, uma demonstração das entradas e saídas


planejadas no caixa da empresa. É usado pela empresa para estimar o
caixa exigido a curto prazo, com atenção especial ao planejamento para
excedente de caixa e para escassez de caixa.

Normalmente, o orçamento de caixa destina-se a cobrir o


período de um ano, dividido em intervalo de tempo menores. O número e
o tipo de intervalo dependem da natureza do negócio. Quanto mais
sazonais forem os fluxos de caixa de uma empresa, maior será o número
de intervalos.

Orçamento de capital – É o processo de avaliar e selecionar


investimentos a longo prazo consistentes com a missão da empresa de
maximização da riqueza dos proprietários. As empresas praticam uma
grande variedade de investimentos a longo prazo, mas o mais comum são
os ativos imobilizados, que incluem imóveis, instalações e equipamentos.

É comum chamarmos de dispêndios operacionais aqueles que


resultam em benefícios recebidos dentro de um ano. Um dispêndio de
capital é um dispêndio de fundos por parte da empresa, que se espera que
vá produzir benefícios através de período de tempo maior do que um ano.

São várias as razões que ocasionam esses dispêndios.


Basicamente, as motivações são para expandir, substituir, modernizar ou
para obter algum outro benefício menos tangível por um longo período.

Tomada a decisão de investimento, os valores resultantes irão


impactar o orçamento de caixa e o orçamento de resultados, em termos
de sensibilização do Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados
do Exercício.

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Orçamentos de resultados – Revelam os resultados


contábeis orçados para cada ano, ou período desejado. Compreendem,
normalmente, os orçamentos de despesas operacionais, de despesas e
receitas financeiras e de resultados não operacionais.

Na medida em que os orçamentos de caixa enfocam a


previsão de fluxos de caixa e os orçamentos de capital englobam os
métodos de seleção e registros de investimentos previstos, os orçamentos
de resultados preocupam-se com a preparação de demonstrativos
projetados/projetados. Esses demonstrativos são, basicamente, o Balanço
Patrimonial e a Demonstração de resultados.

Dois conjuntos de informações são fundamentais para a


elaboração de tais documentos: OS DEMONSTRATIVOS DO ANO PRECEDENTE E A
PREVISÃO DE VENDAS PARA O ANO SEGUINTE. Para todos os itens, uma gama de
hipóteses pode ser construída e trabalhada e dependerão do ramo, da
amplitude do negócio, de sua complexidade.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO DE CONCEITOS

Assunto: Orçamento de caixa

Elabore um orçamento de caixa para a empresa “X”, a partir


das informações a seguir:

A) Horizonte de tempo: 6(seis) semanas;

B) Saldo de Caixa inicial e mínimo: R$ 1.000,00;

C) Vendas à vista:
Semana Valor
1 2,500,00
2 3.000,00
3 1.000,00
4 1.700,00
5 2.000,00
6 3.500,00

D) Recebimentos de Vendas a Prazo, já descontadas as previsões de


inadimplência:
Semana Valor
1 8.000,00
2 5.000,00
3 3.000,00
4 2.000,00
5 5.000,00

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6 7.000,00

E) Folha de Pagamento e demais despesas de pessoal:


Semana Valor
1 250,00
2 300,00
3 270,00
4 600,00
5 500,00
6 300,00

F) Pagamentos a Fornecedores:
Semana Valor
1 5.000,00
2 3.000,00
3 4.000,00
4 5.000,00
5 1.000,00
6 2.000,00

G) Pagamento de Empréstimos:
Semana Valor
1 2.000,00
5 2.000,00

H) Despesas Diversas:
Semana Valor
1 1.500,00
2 1.200,00
3 600,00
4 550,00
5 1.050,00
6 1.550,00

I) Impostos e Recolhimentos
Semana Valor
3 750,00
7 500,00

J) Retiradas dos Proprietários


Semana Valor
2 1.500,00
6 1.500,00

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Observações: formato genérico de um orçamento de caixa:

(+) Total de recebimentos (ingressos)


(-) Total de pagamentos (desembolsos)
(=) Fluxo líquido de caixa
(+) Saldo Inicial de caixa
(=) Saldo final de caixa
(INF) Saldo mínimo
(INF) Financiamento Necessário
(INF) Excedente

ORÇAMENTO DE CAIXA
DISCRIMINAÇÃO SEM 1 SEM 2 SEM 3 SEM 4 SEM 5 SEM 6

RECEBIMENTOS
Vendas à vista
Vendas a Prazo

PAGAMENTOS
Pessoal
Fornecedores
Empréstimos
Despesas Diversas
Impostos e Recolhimentos
Retiradas dos Proprietários

TOTAL DOS RECEBIMENTOS


TOTAL DOS PAGAMENTOS
FLUXO LÍQUIDO
SALDO INICIAL DE CAIXA
SALDO FINAL DE CAIXA

INFORMAÇÕES
Saldo Mínimo
Financiamento Necessário
Excedente

O formato de orçamento de caixa utilizado pode, obviamente, ser


adaptado a diferentes situações, de maior complexidade.

Pode-se, inclusive, criar planilhas separadas para melhor


explicitar algum item do orçamento.

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