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Resumo
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Mestranda em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta
Grossa. Grupo de pesquisa: GEPEFE. E-mail: iza_crismeida@hotmail.com
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Doutora em Ciência da Atividade Física e do Esporte (UNILEON/ES). Pós-Doutora em Educação Física
(UFSC/SC). Professora Associada da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG/PR). Docente no Curso de
Licenciatura em Educação Física e no Programa de Pós-Graduação em Educação (UEPG/PR). Líder do Grupo
de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar e Formação de professores (GEPEFE/UEPG/CNPq). E-mail:
silviamadri@uol.com.br
ISSN 2176-1396
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Introdução
Atualmente há uma grande preocupação em relação ao estilo de vida das pessoas, que
vêm sendo fortemente influenciadas pelas facilidades oferecidas pela tecnologia. É o estilo de
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vida moderno, no qual a maior parte do tempo livre é utilizado para assistir televisão, usando
computadores, jogando videogames etc. Apesar de todas as evidências científicas
comprovadas, um grande número de pessoas ainda parece desinformada ou desinteressada nos
efeitos a médio e longo prazo da prática de atividades físicas regulares, de uma nutrição
equilibrada, e de outros comportamentos relacionados à saúde.
Para Miranda (2008), há alguns anos atrás as experiências motoras vivenciadas
espontaneamente pelas crianças em suas atividades diárias eram suficientes para que
adquirissem as habilidades motoras e formassem uma base para o aprendizado das habilidades
mais complexas. Antigamente, as crianças tinham a sua disposição grandes espaços para
brincar, explorados e utilizados no seu aprimoramento motor. Porém, nas duas últimas
décadas, as alterações ocorridas na estrutura social, nos processos de modernização,
urbanização e facilidades oferecidas pela tecnologia, tem proporcionado mudanças no estilo
de vida das pessoas, em especial, as crianças que progressivamente vem sofrendo com o
sedentarismo. Geralmente, nessa fase, as crianças são relegadas a brinquedos, na sua maioria
eletrônicos, brincadeiras e atividades desenvolvidas em pequenos espaços, que limitam a
experimentação ampla de movimentos.
Com o avanço da idade cronológica, a criança passa a ser integrante de mais um novo
grupo social: a escola. Ela se depara com um mundo novo, e precisa se adaptar rapidamente
às novas exigências, modificações e adaptações das estruturas afetivas, cognitivas, motoras e
sociais. Enfim, submeter-se às novas aprendizagens.
Ao ingressar na escola, independente da idade em que se encontra, a criança pequena
traz consigo conhecimentos sobre o seu movimento corporal, apropriados e construídos nos
diferentes espaços e relações em que vive.
A Educação Infantil é o primeiro e decisivo passo para se atingir a continuidade no
ensino com produção e eficiência desejáveis, tendo como objetivo o desenvolvimento da
atividade global que é caracterizado pelo prolongamento de experiências e movimentos
básicos, facilitando a escolaridade da criança e incorporando-se diretamente em outras faces
do desenvolvimento ao longo da vida (NANNI, 1998)
Portanto, a escola da pequena infância, deve sistematizar e ampliar conhecimentos,
não se esquecendo das características e necessidades de cuidado/educação corporais que
constituem cada idade da infância.
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Corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um único
organismo. Ambos devem ter assento na escola, não um (a mente) para aprender e o
outro (o corpo) para transportar. É necessário, a cada inicio de ano, que o corpo da
criança também seja matriculado na escola, e não seja, considerado por algumas
pessoas como um ‘estorvo’, que quanto mais quieto estiver, menos atrapalhará a
aprendizagem.
A criança é movimento em tudo o que faz, pensa e sente. O seu corpo presente é
ativo em todas as situações e em todos os momentos. Ele, o corpo, dialoga todo o
tempo com todos que o cercam. Desde uma brincadeira como pega-pega, até as
formações em roda ou em colunas, posso notar que o corpo, por meio dos
movimentos, denota sentimentos e emoções.
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O educador deve considerar essas questões ao refletir sobre a sua prática pedagógica.
Tendo a ludicidade como eixo norteador, a criança fica mais motivada a aprender, pois o
aprendizado torna-se um desafio constante. A escola deve oferecer condições que
possibilitem o desenvolvimento de projetos e planejamentos que priviligiem a ludicidade.
Caminhos metodológicos
Para Strauss e Courbin (2008) a pesquisa qualitativa pode se referir ao estudo sobre a
vida das pessoas, de suas experiências vividas, comportamentos e emoções e também sobre o
funcionamento organizacional, movimentos sociais, fenômenos culturais e interações entre as
nações.
De acordo com Brito (2001) as escolhas metodológicas de um pesquisador delimitam
as formas de conhecimentos e as possibilidades de interação com o objeto/sujeito, bem como
indicam a interação entre o objeto a conhecer e a personalidade do pesquisador. Lüdke e
André (1986) ressaltam que é importante lembrar que a pesquisa como uma atividade humana
e social, traz consigo valores, interesses e princípios que norteiam o pesquisador, fazendo com
que os pressupostos que orientam seu pensamento norteiem também sua abordagem de
pesquisa.
A coleta de dados será realizada por meio das observações, a fim de obter uma maior
aproximação com os professores e também verificar como a prática pedagógica é
desenvolvida na Educação Infantil, principalmente nas turmas que têm aula em período
integral. Será também aplicado o questionário, e realizada a entrevista, no intuito de
identificarmos os pressupostos teóricos metodológicos utilizados pelos professores para o
desenvolvimento da prática pedagógica, bem como analisar o processo de ensino e
aprendizagem na Educação Infantil na perspectiva do corpo em movimento.
Considerações Finais
a motricidade. Ambos devem conceber a criança como um ser global, único e inteiro, em seus
aspectos cognitivo, afetivo, social e psciomotor.
Com o ingresso obrigatório das crianças, aos quatro anos na escola, faz-se necessário
refletirmos e discutirmos sobre a prática pedagógica na Educação Infantil, considerando os
aspectos acerca do corpo, da ludicidade e do brincar que estão presentes em muitos estudos,
mas ainda não abrangem completamente o campo educacional. Assim sendo, os resultados
desta pesquisa poderão contribuir para ampliarmos o compreender como a prática pedagógica
é desenvolvida na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino. A partir desta pesquisa
poderemos identificar os pressupostos teóricos metodológicos dos professores de Educação
Infantil e analisar o processo de ensino e aprendizagem na perspectiva do corpo em
movimento, e assim destacar sua importância como eixo central na Educação Infantil.
Sendo assim, a escola deve priorizar, em seu projeto político pedagógico, o
desenvolvimento de atividades que privilegiem o lúdico. Os profissionais precisam ser
capazes de justificar, por meio de sua prática, por que o brincar é a melhor maneira de uma
criança pequena aprender.
REFERÊNCIAS
ARRIBAS, T. L. A educação física de 3 a 8 anos. Trad. Fátima Murad. 7. ed. Porto Alegre:
Artemed, 2002.
__________. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo:
Scipione, 1997.
KISHIMOTO, T.M. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez,
1996.
NANNI, D. Dança educação, princípios métodos e técnicas. 2.ed. Rio de Janeiro: SPRINT,
1998.