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Do ensino DA inFormátiCA
2017
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof.ª Danice Betania de Almeida.
004.04
A447d Almeida, Danice Betania de
Didática e metodologia do ensino de informática / Danice
Betania de Almeida. Indaial: UNIASSELVI, 2017.
245 p. : il.
ISBN 978-85-515-0137-5
Impresso por:
Apresentação
Estamos iniciando o estudo da disciplina Didática e Metodologia
do Ensino da Informática. Esta disciplina tem como objetivo proporcionar
uma aprendizagem autônoma sobre a didática e os métodos para ensinar a
Informática.
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – DIDÁTICA E EDUCAÇÃO...................................................................................... 1
VII
3 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988............................................................................................ 85
3.1 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS.......................................................... 85
3.1.1 O que são os Parâmetros Curriculares Nacionais?.......................................................... 87
3.1.2 Como estão organizados?................................................................................................... 87
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 88
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 92
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 94
VIII
3 DISCUTINDO FORMAÇÃO INICIAL: PROFESSOR DE INFORMÁTICA ........................ 167
3.1 AS VISÕES CÉTICAS E OTIMISTAS DA INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO...... 169
3.2 A VISÃO CÉTICA...................................................................................................................... 172
3.3 A VISÃO OTIMISTA................................................................................................................ 172
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 173
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 178
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 237
IX
X
UNIDADE 1
DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Ninguém constrói nada sozinho! Por este motivo, caro acadêmico,
o convidamos a fazer uma viagem pela história da didática. Vamos descobrir
quando ela surgiu, o que é didática, de que assunto ela trata e qual é a sua
contribuição para o processo de ensino.
Esperamos que essa leitura seja uma viagem de aprendizagem para você!
Que todos sintam a necessidade de refletir e renovar expectativas e de manter
iluminados valores conquistados com o conhecimento.
3
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
4
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA
FONTE: <http://educarparacrescer.abril.com.br/pensadores-da-educacao/comenio.shtm>.
Acesso em: 19 fev. 2017.
5
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
DICAS
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TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA
Quase um século mais tarde, Pestalozzi fez uso das ideias de Rousseau na
forma de princípios, e não de regras, focalizando as categorias do desenvolvimento
do aluno. Segundo afirma Castro (1991, p. 17), “enquanto Comênio, ao seguir as
‘pegadas da natureza’, pensava em ‘domar as paixões das crianças’, Rousseau
foca a ideia da bondade natural do homem, corrompido pela sociedade", o que o
faz notificar a ideologia que precedeu a Revolução Francesa.
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TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA
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UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
DICAS
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TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA
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UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
Foi a partir dos anos 1980 que o estudo da didática se tornou mais
significativo, e essa discussão nos permitirá compreender qual é seu objeto no
contexto educacional: o processo de ensino. Em certos momentos da história o
ensino foi entendido como modelagem ou armazenamento, em outros, como
ampliação ou nascimento. Assim, novos modelos de interpretar o ensino
desencadeiam novos nomes para denominá-lo, como, por exemplo, direção da
aprendizagem, por conseguinte, vão surgindo novos adjetivos para a disciplina
que dele se ocupa: a didática (CANDAU, 2003).
12
TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
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UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
métodos mais breves para ensinar, mais rapidamente, esta ou aquela ciência.
A questão que funda e unifica a preocupação dos pensadores desse período de
transição é a certeza de que o homem, por sua atividade criadora, pode interferir
no mundo, mas em Comenius existe algo diferente que é o fato dele trabalhar
com a ideia de universalização sob o ponto de vista mais social e menos religioso,
concepção muito diferente daquela da Idade Média.
Não deve fazer-nos obstáculo o fato de vermos que alguns são rudes e
estúpidos por natureza, pois isso ainda mais recomenda e torna mais
urgente esta universal cultura dos espíritos. Com efeito, quanto mais
alguém é de natureza lenta ou rude, tanto mais tem necessidade de ser
ajudado, para que, quanto possível, se liberte de sua debilidade e da
sua estupidez brutal. Não é possível encontrar um espírito tão infeliz,
a que a cultura não possa trazer alguma melhoria.
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TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA
[...] não há coisa mais difícil que desabituar-se daquilo a que se estava
habituado (com efeito, o hábito é uma segunda natureza, e a natureza,
ainda que se expulse com a forma, volta sempre aparecer), daí resulta
que não há coisa mais difícil que voltar a educar bem um homem que
foi mal-educado.
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TÓPICO 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA
O homem é um ser educável pela razão, deve ser moldado e guiado pela
razão, e não pelas inclinações ou paixões. Ele deve aprender a distinguir quais
são as boas ações, porque as deve fazer e como as deve fazer, tornando-se, assim,
verdadeiramente senhor dos seus próprios atos. Isto inclui cuidados e hábitos
consigo mesmo como, por exemplo: o de observar a temperança no comer e
no beber, no sono e na vigília, no trabalho e nos divertimentos, na palavra e no
silêncio, durante todo o tempo de sua instrução e educação.
Comenius, como qualquer humanista, não abre mão da Bíblia. Só que essa
Bíblia é lida, agora, sob o critério da utilidade. Uma religiosidade à moda antiga
é mantida ao lado da moda nova de ver o homem em negócios terrenos. Diz ele:
Diz Comenius:
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UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
da razão humana não é senão Deus. Aqui está também a mais louvável
salvação do Estado: porque não se tutela da melhor maneira o bem-
estar dos cidadãos, a não ser quando, o fundamento e com o vínculo
da fé e de uma firma concórdia, se ama o bem comum, que é Deus,
sumo e verdadeiro bem.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Através do que lemos nesta unidade, por meio dos estudos trazidos por Melo
e Urbanetz (2008), o grande teórico da educação Jean-Jacques Rousseau parte
da ideia da bondade natural do homem, corrompido pela sociedade, o que o
faz participar da ideologia que precedeu a Revolução Francesa.
• Ainda percebemos que para esses mesmos autores Melo e Urbanetz (2008),
Herbart entendia que era papel da escola e do professor serem os criadores da
mente desse novo homem, ou seja, moldar as novas gerações adequadamente
para o que a sociedade capitalista precisasse. Os autores descrevem que foi
desenvolvido por Herbart cinco passos didáticos para atingir tais objetivos:
19
• Nos estudos que elaboramos sobre Dewey, no decorrer desta unidade de
estudos, percebemos como principal foco que esse tão importante teórico da
educação elaborou o conceito de “continuum experiencial”, afirmando que
uma experiência pode dar continuidade a outra, vinculando a experiência
pessoal à educação desde que essa prática seja fundamentalmente educativa,
favorecendo a continuidade das experiências. Seguindo esta concepção toda
nova experiência torna algo da experiência passada e modifica as próximas
experiências.
20
AUTOATIVIDADE
21
4 Por se tratar de épocas tão distintas, você julga que o pensamento
dos autores apresentados no Tópico 1 carregaram consigo algo
peculiar à época em que viveram? Você saberia apontar o quê
em ao menos três deles?
22
UNIDADE 1
TÓPICO 2
PERCEBENDO DIFERENÇAS
1 INTRODUÇÃO
É fundamental o desenvolvimento de atividades que compreendam ações
dos alunos orientados pelos procedimentos, no sentido de construir o caminho
da aprendizagem. As atividades consistem em trabalho com o conhecimento em
situações de reconstrução e aplicação desse conhecimento. Nesta conjuntura, as
atividades, então, referem-se às ações, estas correspondem aos objetivos a serem
alcançados. A metodologia didática liga-se ao conjunto de métodos e técnicas de
ensino para a aprendizagem.
Esperamos que ao final deste tópico você tenha uma ideia clara das
diversas abordagens pedagógicas pertinentes ao emprego de tecnologias a
serviço da educação, a fim de poder sopesar, com a devida sensatez, as maneiras
mais adequadas de utilizá-las, tendo em vista a maximização da aprendizagem,
23
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
sabendo desviar-se dos escolhos e dos recifes ao navegar neste oceano de infinitas
possibilidades que a tecnologia oferece.
24
TÓPICO 2 | PERCEBENDO DIFERENÇAS
por sua vez, faz julgamentos, emite opinião ou crítica a respeito dos métodos de
ensino (RANGEL, 2017).
3 MODELOS EDUCACIONAIS
O conhecimento é um processo de natureza interdisciplinar “que pressupõe
flexibilidade, interatividade, adequação, colaboração, parcerias e adesão”,
“arranja-se o emprego pedagógico do computador na confluência de diferentes
teorias, teorias transitórias e coerentes”, um portal de acesso à informação, à
comunicação e à colaboração, sem fronteiras e atemporal (ALMEIDA, 1988, p.
23). Dessa forma, abrem-se as possibilidades de profunda alteração na pedagogia
tradicional, o que não significa sua negação, mas um dimensionamento e uma
mudança alicerçados no processo de questionar, de aceitar a provisoriedade do
conhecimento, na abertura ao diálogo e na integração de novas ideias.
25
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
• objetivos;
• aprendizagem em ritmo próprio;
• concentração da atenção do aluno numa quantidade limitada de material;
• respostas dos alunos a cada momento;
• feedback;
• oportunidade para saltar partes do programa que o aluno já sabe e para repetir
partes do programa em que tem mais dificuldades.
27
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
Informação
Pergunta
Resposta
FONTE: Adaptado de Valente (1999)
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TÓPICO 2 | PERCEBENDO DIFERENÇAS
29
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
NOTA
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TÓPICO 2 | PERCEBENDO DIFERENÇAS
Aqui cumpre esclarecer com exatidão o que Piaget entende por cada um
desses termos, cujo significado é diverso daquele que costumamos empregar
cotidianamente.
31
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
nem no meio, e sim a meio caminho entre os dois, no processo de interação que o
indivíduo vivencia no meio físico e social em que se encontra.
Zona de
desenvolvimento proximal
Zona de Zona de
desenvolvimento Distância entre desenvolvimento
real potencial
33
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
NOTA
34
TÓPICO 2 | PERCEBENDO DIFERENÇAS
35
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
36
TÓPICO 2 | PERCEBENDO DIFERENÇAS
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UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
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TÓPICO 2 | PERCEBENDO DIFERENÇAS
INSTRUCIONISTA CONSTRUCIONISTA
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UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
FONTE: <http://informaticaaplicada.webnode.com.br/products/modelos%3A%20instrucio-
nista%20e%20construcionista%20de%20educa%C3%A7%C3%A3o%3A%20%20%20/>.
Acesso em: 20 mar. 2017.
TUROS
ESTUDOS FU
40
TÓPICO 2 | PERCEBENDO DIFERENÇAS
LEITURA COMPLEMENTAR
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
O Computador auxiliando o processo de mudança na escola
José A. Valente
NIED-UNICAMP e CED-PUCSP
INTRODUÇÃO
41
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
42
TÓPICO 2 | PERCEBENDO DIFERENÇAS
43
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
O ciclo-descrição-execução-reflexão-depuração-descrição, que se
estabelece na programação, também acontece quando o aluno usa o computador
para criar um texto usando um processador de texto, quando utiliza o
computador para desenvolver uma multimídia por meio de um software de
autoria, ou mesmo uma planilha ou criar um banco de dados, ou seja, esse
ciclo acontece sempre que o aluno interage com o computador usando software
aberto em que é o aluno que transmite informação para a máquina e não a
máquina para o aluno.
44
TÓPICO 2 | PERCEBENDO DIFERENÇAS
45
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
46
o emprego da sua capacidade crítica e da sua criatividade, o qual, mediado
pelo professor, passa a ser construtor do seu próprio conhecimento. Com
essa abordagem, visa-se obter o máximo de aprendizagem com o mínimo
de ensino, ou seja, o professor tem o papel de criar ambientes favoráveis
ao desenvolvimento da inteligência do aluno, ao invés de concentrar esse
conhecimento em si mesmo e transmiti-lo de modo passivo.
47
AUTOATIVIDADE
48
4 Analise a ilustração a seguir, da série En l’an 2000, produzida
por um coletivo de artistas franceses no século passado sobre
como seria nossa vida após o ano 2000.
49
50
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Lemos, com frequência, que as tecnologias vão reencantar a educação e
que elas estão provocando profundas mudanças em todas as dimensões de nossas
vidas. No entanto, não são as tecnologias que estão mudando nossas vidas, mas
os usos múltiplos e diferenciados que estamos fazendo delas (MORAN, 1999).
Apesar de todo esse potencial atribuído à tecnologia, é preciso ter cautela quando
falamos sobre seu emprego, pois há um fascínio natural que paira sobre o tema,
o qual não deve turvar nossa capacidade de tratá-lo com a devida ponderação.
Há desvios perigosos nesse caminho que à primeira vista parece tão prodigioso.
O primeiro deles é saber que a tecnologia por si só não leva a lugar nenhum,
tampouco as ferramentas que produz. Sem uma abordagem pedagógica
condizente, podemos incorrer no erro de transplantar de modo irrefletido práticas
tradicionais e obsoletas, haja visto que o emprego das tecnologias na educação
vai muito além da aquisição e uso de computadores.
Tendo esse ponto central como norteador de nossos estudos, neste tópico,
abordaremos a temática das tecnologias aplicadas à educação de modo amplo,
começando pelo próprio papel que a tecnologia exerce na vida humana. Seria
ela intrinsecamente prodigiosa, tendo em vista tantas conquistas que trouxe à
humanidade? Ou, de outra sorte, seu uso implicaria necessariamente reflexos
danosos, uma vez que pode ser utilizada contra a própria humanidade?
51
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
2 TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
Tecnologia na educação é expressão mais abrangente do que informática
na educação, que tradicionalmente privilegia o uso de computadores em sala de
aula, ou, mais recentemente, o uso de computadores em rede para conectar a sala
de aula com o mundo externo a ela, através da Internet. A expressão tecnologia
na educação abrange a informática na educação, mas não se restringe a ela.
52
TÓPICO 3 | DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
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TÓPICO 3 | DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO
Não se coloca vinho novo em vasos velhos. A máxima cristã pode ser
aqui rememorada. É necessário, obedecendo a essa máxima, começar a construir
o projeto da nova escola. Uma escola que tenha o sentido da ampliação de
horizontes, que supere as noções restritas de nosso espaço-tempo cotidiano. E
55
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
DICAS
Para refletir...
Nessa animação produzida pela
Universidade Presidente Antônio Carlos
(UNIPAC), a “modernização” da escola é
abordada de uma forma bem-humorada,
mas que nos faz refletir sobre a adoção de
novas tecnologias amparada sobre velhos
métodos.
56
TÓPICO 3 | DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO
58
TÓPICO 3 | DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO
inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como processo
permanente. Mulheres e homens se tornaram educáveis na medida em que se
reconheceram como inacabados” (FREIRE, 2004, p. 68).
Por isso, para Vieira Pinto, o ato de educar para o desenvolvimento não se
reduz à transmissão de conteúdos particulares de conhecimento, nem tampouco
ao ensino de determinadas matérias, é muito mais do que isso, trata-se, pois,
de despertar no educando um novo modo de pensar e de sentir a existência em
face das condições nacionais com que se defronta, é dar-lhe a consciência de sua
constante relação com um país que precisa do seu trabalho pessoal para modificar
o estado de atraso, é fazê-lo receber tudo quanto lhe é ensinado por um novo
ângulo de percepção, o de que todo o seu saber deve contribuir para o empenho
coletivo de transformação da realidade.
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UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
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TÓPICO 3 | DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO
61
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
Nesse sentido, vale reforçar o que nos afirmou Paulo Freire (2004, p. 52):
“Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a
sua própria produção ou a sua construção”. Para isso, é preciso que, no ato de se
pensar o ensino, se leve em conta as múltiplas dimensões nele existentes, deverá
ter testemunhos e vivências, posto que o ensino se dá nas relações humanas.
A ideia tradicional de que para ensinar é necessário treinar a mente se tornará
obsoleta, como também se tornará a ideia de conhecimento como um conjunto de
verdades. Em vez disso, haverá muitas verdades, muitos conhecimentos e muitas
formas de razão. Como resultado, as fronteiras entre as disciplinas tradicionais
são dissolvidas, os métodos tradicionais de representação do conhecimento,
como livros impressos e outros, estão se tornando menos importantes, e o papel
de professores e especialistas tradicionais está sofrendo grandes mudanças.
Isso implica entender que a prática docente deve ser iluminada pelos
diferentes campos de conhecimento. O processo de aprendizagem deve se dar
de forma diversificada, pois envolve múltiplas tarefas, sendo necessário que os
alunos dominem esse processo para que desenvolvam suas competências, e não
só absorvam o conteúdo oferecido. É imprescindível que o ensino-aprendizagem
se dê de forma dinâmica e desafiadora, objetivando o desenvolver de habilidades
para que se obtenha e utilize informações (MORATORI, 2003).
62
TÓPICO 3 | DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO
Toda prática pedagógica reflete uma certa concepção do que seja ensinar
e aprender. Quando o professor se propõe a ensinar determinado conteúdo
curricular, coloca em ação uma série de ideias e práticas que acumularam ao
longo de sua formação e do seu exercício profissional. Essas ideias e práticas
constituem as concepções do que seja ensinar e aprender, e todas as decisões que
são tomadas para a condução do trabalho pedagógico refletem estas concepções.
Que concepções pedagógicas permeiam o trabalho do professor? Quais podem
favorecer os processos de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos? Qual
concepção pedagógica pode favorecer e fundamentar o uso do computador na
escola?
63
UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
NOTA
Para refletir...
64
TÓPICO 3 | DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO
• permitir que o aluno fique livre para encontrar a solução mais adequada ao
seu estilo de pensamento;
• assumir os erros como aproximações do resultado esperado, e não como
fracasso ou incompetência;
• provocar o pensar-sobre-o-pensar, ao analisar com o grupo os problemas
que estão sendo implementados e estimular cada aluno a formalizar este,
a alternativa de solução adotada, as dificuldades encontradas e as novas
descobertas;
• introduzir desafios para serem implementados pelos alunos e analisar com o
grupo as diferentes estratégias de solução adotadas;
• deixar disponível material bibliográfico sobre os recursos da informática em
uso e, quando necessário, fornecer informações sobre aspectos convencionais
do software ou sobre conceitos requeridos pela atividade em desenvolvimento.
Permitir que os alunos explorem livremente o software em uso desperta o
interesse deles em conhecer seus recursos e empregá-los no desenvolvimento
de projetos;
• procurar estabelecer relações entre as situações do momento em que o aluno se
encontra e outras enfrentadas anteriormente – relacionar “o novo com o velho”,
isto é, relacionar os conhecimentos em construção com outros conhecimentos
de domínio do aluno;
• criar um ambiente de cordialidade e de aprendizagem mútua a partir das
relações de parceria e de cooperação com os alunos e entre os alunos.
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UNIDADE 1 | DIDÁTICA E EDUCAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
66
TÓPICO 3 | DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO
68
TÓPICO 3 | DISCUTINDO SOBRE EDUCAÇÃO
FONTE: Artigo publicado na revista Carta Capital em 12 de março de 2013. Disponível em: <ht-
tps://www.cartacapital.com.br/educacao/o-velho-modelo-disfarcado-de-novo#todos-comenta-
rios>. Acesso em: 20 mar. 2017.
DICAS
Assista aos vídeos da Kahn Academy e tire suas próprias conclusões! Disponível
em: <https://pt.khanacademy.org/math>. Acesso em: 20 mar. 2017.
69
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Paulo Freire (1984) afirma que a tecnologia na educação não é apenas bem-
vinda, como também necessária para o processo de ensino-aprendizagem.
A experiência histórica demonstra que, embora a educação não possa ser
reduzida à técnica, também não pode ser feita sem auxílio dela. Freire também
chama a atenção para o que se esconde por de trás da técnica, pois sua aplicação
não é neutra, mas sim intencional e por isso política, em sua acepção mais
abrangente.
70
• A tecnologia se faz presente desde sempre na educação, mas que, por si só, não
conduz à inovação no processo de ensino-aprendizagem. Sem uma abordagem
pedagógica eficaz, reproduziríamos na tela do computador ou nos tablets, a
mesma velha e batida fórmula de decorar a tabuada que um dia escrevemos
na lousa, como pôde ser visto na animação produzida pela Unipac. Ainda que
revestida de outras formas, incorreríamos em métodos de ensino tradicionais
e obsoletos, passados de forma passiva e aceitos de forma acrítica, visto que as
amplas possibilidades trazidas pela tecnologia só podem ser postas em prática
com a devida orientação pedagógica.
71
AUTOATIVIDADE
73
74
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de ensino está dividida em quatro tópicos e no final de cada
um deles, você encontrará atividades que contribuirão para a apropriação
dos conteúdos.
75
76
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A estrutura e o funcionamento da educação no Brasil são estabelecidos sob
a forma de um sistema. O sistema educacional brasileiro é dividido em Educação
Básica e Ensino Superior. A Educação Básica, a partir da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB nº 9.394/96), passou a ser estruturada por etapas e modalidades
de ensino, englobando a Educação Infantil, o Ensino Fundamental obrigatório de
nove anos e o Ensino Médio.
2 EDUCAÇÃO BÁSICA
A Lei de Diretrizes e Bases tem como finalidade definir e regularizar
o sistema educacional no Brasil, está alicerçada nos princípios presentes na
Constituição Federal. A Constituição Federal foi anunciada em 5 de outubro
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UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
78
TÓPICO 1 | LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
grupos não seriados com base na idade, competência e em outros critérios. Essa
distribuição poderá ocorrer sempre que for importante, de modo que o processo
de aprendizagem aconteça da melhor forma possível.
• ocorre aumento progressivo de 800 horas para 1400 horas da carga horária
mínima anual do ensino médio até 2024, abalizado no Plano Nacional da
Educação (PNE);
• em todo o país é adotado o mesmo procedimento, até metade da carga horária
total do ensino médio será para o aluno cursar disciplinas definidas pela Base
Nacional Curricular (BNCC). Além dos componentes curriculares previstos na
BNCC, o novo ensino médio prevê a obrigatoriedade das disciplinas de língua
portuguesa e de matemática ao longo dos três anos;
• a outra metade da carga horária total do ensino médio do aluno será destinada
ao ensino de disciplinas que fazem parte de ênfases em áreas específicas, como
linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação
técnica e profissional de acordo com a escolha do aluno;
• português e matemática serão os dois únicos componentes curriculares
obrigatórios nos três anos do ensino médio;
• o ensino profissionalizante entra como elemento complementar às matérias
obrigatórias. Até então, o ensino profissionalizante poderia ser feito
separadamente;
• determina que o ensino médio possa ser organizado em módulos e adotar
o sistema de créditos ou disciplinas. Sendo que a rede de ensino estadual
definirá a temporalidade que pode ser definida em semestres, por exemplo.
79
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
80
TÓPICO 1 | LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
Portanto, o contexto em que essa realidade deve ser tratada na escola deve
apontar, primariamente, para “as formas de seus usos e não os fins de sua criação”
(PCN, vol. 2, p. 24). A tarefa dessa área de ensino é, então, fazer com que o estudante
possa compreendê-la também como sistema de comunicação, capaz de permitir
a criação de um mundo social mais democrático, e entender os seus princípios
não apenas para promover o desenvolvimento tecnológico do país com vistas à
competição política e internacional, mas também desenvolver uma consciência
crítica sobre as possibilidades existentes para a solução de problemas pessoais,
sociais ou políticos, utilizando-se dos instrumentos existentes para esses fins.
O novo ensino médio deve ser, pois, o espaço ideal para esclarecer as
novas relações do mundo social com as tecnologias transformadoras que vão
aparecendo e se constituindo mediante:
81
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
82
TÓPICO 1 | LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
83
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
No entanto, isso não pode ser motivo para que a escola média fique
paralisada e sem respostas criativas para uma apropriação tecnológica que
deve “humanizar o uso das tecnologias, recolocando o homem no centro dos
processos produtivos e sociais” (PCN, vol. 4, p. 37).
Considerando o fato de que não faz sentido conhecer, e não saber utilizar,
a competência de aplicar essas tecnologias em contextos relevantes vem, por assim
dizer, coroar os esforços que o novo ensino médio pretende desenvolver para
aproximar a educação da vida concreta. Afinal, somos seres dotados de necessidades
que são historicamente constituídas e as novas tecnologias são respostas sociais a
necessidades que vão sendo criadas pela própria dinâmica da vida coletiva.
84
TÓPICO 1 | LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
DICAS
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UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
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TÓPICO 1 | LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
87
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Quem? Qual o sujeito desta ação tão própria do ser humano? O ser humano.
Pode parecer uma obviedade, mas este ser é que tem o privilégio de pensar. Pois
é, esta nos parece uma frase tão peculiar, verdadeira e indiscutível! Concordo
com esta verdade, mas não creio somente nela, se retomarmos o caminhar da
escola, nos depararemos com a visão tradicionalista do ensino que acreditava
na capacidade, quase incrível, do homem armazenar informações, pois cria que
este ser se inseria no mundo e se apossaria deste, a partir das informações que
alguém lhe forneceria. Ficaria à espreita, preso ao que já fora crendo no modelo,
na elaboração de outrem. O compasso é de espera!
Este sujeito existe? Sim, está ainda por aí, esperando uma ação que seja
continente ao seu jeito, da mesma forma que existem formas de ação que também
estão por aí na busca, deste sujeito. Pode parecer estranha esta relação, pois não
se fornece pistas para resolver o impasse: Quem cria o quê?
88
TÓPICO 1 | LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
89
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
90
TÓPICO 1 | LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
as relações entre os seres, nos papéis que representam – como alunos e como
professores nos suportes que intuitiva e cientificamente selecionam para
implementação de recursos que vão ressaltar o como fazer.
Se o nosso olhar aqui, neste estudo, incidiu sobre o repensar dos conteúdos,
constatamos que por debaixo deste ponto fundamental nos deparamos com outros
pontos que guardam relações múltiplas e distintas entre si, mas que coexistem e,
portanto, não poderão ser descartadas, uma em relação a outras.
FONTE: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11691999000400015>.
Acesso: 11 jun. 2017.
DICAS
91
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
92
• Os PCN são organizados em documentos a fim de facilitar o trabalho da
instituição, principalmente para a elaboração do Projeto Político-Pedagógico
(PPP) do educandário. Seis partes apresentam áreas de conhecimento já
trabalhados em seus conteúdos e disciplinas, como: arte, educação física,
língua portuguesa, ciências naturais, história e geografia e matemática.
93
AUTOATIVIDADE
94
UNIDADE 2 TÓPICO 2
APRENDENDO SOBRE PROJETOS
1 INTRODUÇÃO
A primeira revolução tecnológica no aprendizado foi provocada por
Comenius (1592-1670), sobre qual já falamos na unidade passada, quando
transformou o livro impresso em ferramenta de ensino e de aprendizagem com a
invenção da cartilha e do livro-texto.
96
TÓPICO 2 | APRENDENDO SOBRE PROJETOS
O PPP da escola vai indicar a busca de um rumo, de uma direção, é uma ação
intencional, com um sentido explícito, um compromisso definido coletivamente.
Por isso: “Todo Projeto Pedagógico da escola é, também, um projeto político, por
estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses
reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso
com a formação do cidadão para um tipo de sociedade” (VEIGA, 2002, p.13).
97
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
Por meio deste planejar, Veiga (2004) sinaliza que o PPP se torna uma
ferramenta eficaz para a superação da ação fragmentada, tanto na educação
quanto na escola, motivando e reavivando o ânimo de toda a comunidade
escolar, para que cada um tenha vívido o sentimento da pertença, sentindo-se
corresponsável pelo crescimento e pela melhoria do ensino.
DICAS
98
TÓPICO 2 | APRENDENDO SOBRE PROJETOS
99
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
100
TÓPICO 2 | APRENDENDO SOBRE PROJETOS
101
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
102
TÓPICO 2 | APRENDENDO SOBRE PROJETOS
Nesses casos, a avaliação do professor está falha, pois ele não percebeu
que os alunos atingiram suas metas, que o projeto avança justamente quando as
respostas são encontradas e os problemas resolvidos. Este é um cuidado que o
professor deverá ter para não destruir uma estratégia que pode devolver tanto
aos alunos quanto ao próprio professor o prazer da descoberta. É importante
considerar que em um projeto, além de conteúdos de aprendizagem, estão
envolvidos procedimentos, atitudes e relações interpessoais.
Essa proposta remete a uma reflexão sobre o papel da escola, sua função
social e o (re)significado das experiências escolares para aqueles que dela
participam. Trabalhar com projetos é uma forma de organizar os processos de
ensino-aprendizagem, colocando o aluno no centro do movimento, de forma
ativa, mas não se constitui como única forma de fazê-lo, sendo necessário que o
professor se atenha a diferentes maneiras de despertar o interesse de seus alunos,
conduzindo-os na busca de novos caminhos para que eles possam se desenvolver
de forma autônoma (FREIRE; PRADO, 1999).
103
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
Objetivos específicos:
Verificar a correlação existente entre o
coeficiente angular e o ângulo de inclinação.
104
TÓPICO 2 | APRENDENDO SOBRE PROJETOS
Planejamento:
- Os alunos farão uma pesquisa sobre o GPS, Sistema de posicionamento Global, a fim de trabalhar,
intuitivamente, a ideia de distância entre dois pontos de coordenadas de um ponto qualquer.
- Professor e alunos farão uma revisão das coordenadas cartesianas, distância entre dois pontos,
função linear e razão trigonométrica tangente.
- Após, professor e alunos assistirão à teleaula nº 45 do Novo Ensino Médio sobre a equação da
reta e à teleaula nº 46, sobre coeficiente angular. O professor deve instigar os alunos a anotar suas
dúvidas, tecendo comentários pertinentes em pontos-chave das teleaulas, a fim de despertar
a curiosidade dos alunos, procedendo com eles, após o término das teleaulas, à resolução de
exercícios de fixação de conteúdo.
- Professores e alunos utilizarão os computadores do laboratório de informática com o software
GeoGebra instalado, para que os alunos se familiarizem com o manejo do software. De início,
de maneira livre, para que eles possam explorar suas funcionalidades de modo espontâneo, em
seguida, de modo dirigido, anotando os resultados encontrados. Para esta última etapa, os alunos
criarão dois pontos, uma reta, seu ângulo de inclinação, calculando em seguida o coeficiente
angular dessa reta e fazendo comparações com o valor da tangente do ângulo de inclinação, que
poderá ser calculado no próprio computador.
- Na sequência, serão feitas observações sobre a reta criada, seu coeficiente linear, pontos que
pertencem à reta, escrevendo-se a equação com os coeficientes encontros e, a partir daí, chegando-
se à equação geral da reta.
- Professor e alunos, em conjunto, criarão um blog para divulgação dos trabalhos desenvolvidos.
Avaliação e produtos:
Informalmente, durante as atividades no decorrer das aulas e formalmente nos materiais
publicados no blog e nos exercícios propostos.
NOTA
105
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
INTRODUÇÃO
DIAGNÓSTICO
• Contexto da escola
106
TÓPICO 2 | APRENDENDO SOBRE PROJETOS
• Resultados educacionais
107
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
• Convivência na escola
• Diretrizes
• Fundamentos
• Dispositivos legais
• Currículo
108
TÓPICO 2 | APRENDENDO SOBRE PROJETOS
PLANO DE ATIVIDADES
• Prioridades
• Objetivos
• Metas
IMPLEMENTAÇÃO DO PPP
• Avaliação
FONTE: <http://planejamentoeducacional.webnode.com.br/projeto-politico-pedagogico/>.
Acesso em: 15 maio 2017.
109
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
110
• O currículo fortalece os objetivos da educação escolar e apresenta um conjunto
de ações ajustadas as suas propostas, abarca um leque de alternativas e
conceitos para trabalhar no processo de ensino-aprendizagem. Representa a
organização do conhecimento escolar e, deverá ser construído a partir do PPP
da escola.
111
AUTOATIVIDADE
112
c) O Projeto Político-Pedagógico, o trabalho coletivo e o conhecimento da
ciência pedagógica são princípios fundamentais para a organização do
trabalho na escola pública.
d) A organização da escola é competência unicamente do Estado, tanto dentro
quanto fora da sala de aula.
e) O Projeto Político-Pedagógico resulta da construção individual dos atores
da educação escolar.
113
114
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Planejamento é preparar-se para uma ação. Para este momento de estudo
ou leitura, você, acadêmico, precisou de planejamento. O novo dicionário Aurélio
define planejamento como “o ato ou efeito de planejar, o trabalho de preparação
de qualquer empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados”
(FERREIRA, 1986, p. 1343).
115
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
116
TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO E SUA IMPORTÂNCIA
Tinha chovido muito toda noite. Havia enormes poças de água nas
partes mais baixas do terreno. Em certos lugares, a terra, de tão
molhada, tinha virado lama. Às vezes, os pés apenas escorregavam
nela, às vezes, mais do que escorregar, os pés se atolavam na lama até
acima dos tornozelos. Era difícil andar. Pedro e Antônio estavam a
transportar, numa camioneta, cestos cheios de cacau, para o sítio onde
deveriam secar.
Em certa altura perceberam que a camioneta não atravessaria o atoleiro
que tinha pela frente. Pararam, desceram da camioneta, olharam o
atoleiro, que era um problema para eles. Atravessaram a pé uns dois
metros de lama. Às vezes, os pés apenas escorregavam nela, às vezes,
mais do que escorregar, os pés se atolavam na lama até acima dos
tornozelos. Era difícil andar. Pedro e Antônio estavam a transportar,
numa camioneta, cestos cheios de cacau, para o sítio onde deveriam
secar.
Em certa altura perceberam que a camioneta não atravessaria o
atoleiro que tinham pela frente. Pararam, desceram da camioneta,
olharam o atoleiro, que era um problema para eles. Atravessaram a pé
uns dois metros de lama, defendidos pelas suas botas de cano longo.
Sentiram a espessura do lamaçal. Pensaram. Discutiram como resolver
o problema. Depois, com a ajuda de algumas pedras e de galhos secos
de árvores, deram ao terreno a consistência mínima para que as rodas
da camioneta passassem sem atolar.
Pedro e Antônio estudaram. Procuraram compreender o problema
que tinham de resolver e, em seguida, encontraram uma resposta
precisa. Não se estuda apenas nas escolas. Pedro e Antônio estudaram
enquanto trabalhavam. Estudar é assumir uma atitude séria e curiosa
diante de um problema.
117
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
• Planejar exige: estar aberto para o aluno e sua realidade, eleger prioridades,
ser criativo na preparação da aula, ser flexível para modificar o planejamento
sempre que necessário.
• Para planejar é preciso levar em conta: as características e aprendizagens dos
alunos, os objetivos e o projeto pedagógico da escola, o conteúdo da etapa ou
nível do curso, as condições objetivas de trabalho.
• Planejar é estabelecer: o que vai ensinar, como vai ensinar, o que, como e
quando vai avaliar.
• Para o professor o planejamento é importante para: orientá-lo no seu trabalho
de ensinar, os conteúdos a serem desenvolvidos, os recursos didáticos mais
adequados, os procedimentos que serão usados na avaliação.
• Para os alunos o planejamento é importante para: orientá-los no seu processo
de aprender, auxiliá-los a organizar seus esforços para atingir o que se espera
deles.
118
TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO E SUA IMPORTÂNCIA
DICAS
119
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
Libâneo (1998) afirma também que cada aula é uma situação didática
específica e singular e requer sensibilidade, exige que os objetivos e conteúdos
sejam desenvolvidos com métodos adequados, no sentido de proporcionar aos
alunos conhecimentos e habilidades, expressos por meio de aplicação de uma
metodologia compatível com a temática educativa.
120
TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO E SUA IMPORTÂNCIA
NOTA
Os verbos mais usados nos objetivos são: Conhecer, apontar, criar, identificar,
descrever, classificar, definir, reconhecer, compreender, concluir, demonstrar, determinar,
diferenciar, discutir, deduzir, localizar, aplicar, desenvolver, empregar, estruturar, operar,
organizar, praticar, selecionar, traçar, analisar, comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar,
investigar, provar, sintetizar, compor, construir, documentar, especificar, esquematizar,
formular, propor, reunir, voltar, avaliar, argumentar, contratar, decidir, escolher, estimar, julgar,
medir, selecionar.
FONTE: <https://www.conjugacao.com.br/verbos-para-objetivos>. Acesso em: 6 maio 2017.
121
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
Para Libâneo (1998), a bibliografia deverá ser composta por textos, apostilas
e outros materiais impressos ou eletrônicos, retirados de livros, artigos de revistas,
legislações, anais de eventos, entre outros, os quais subsidiarão teoricamente
o conteúdo programático a ser abordado na disciplina. É importante que o
professor selecione de três a cinco bibliografias que são básicas para trabalhar ao
longo da disciplina e também escolha outras bibliografias complementares para
aprofundar os temas propostos.
DICAS
122
TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO E SUA IMPORTÂNCIA
3 REPOSITÓRIOS EDUCACIONAIS
Os repositórios educacionais podem ser entendidos e definidos como
locais de armazenamento de recursos educacionais digitais. Tanto professores
como alunos podem ter acesso ao material disponível, mesmo que separados
geograficamente, pois o acesso é aberto à comunidade educacional e os professores
podem utilizá-los no processo de seleção de um objeto de aprendizagem para ser
trabalhado com os alunos (RODRIGUES et al., 2012).
123
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
124
TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO E SUA IMPORTÂNCIA
A seguir, a fim de que você possa avaliar por si mesmo todo o potencial
dos repositórios, apresentamos uma breve lista com alguns dos mais ativos em
língua portuguesa, com a descrição dos conteúdos neles disponíveis.
Portal do Professor
De iniciativa do MEC, possui acesso a materiais para elaboração de
aulas, recursos midiáticos, cursos de capacitação e links para vários outros
repositórios com material educativo, possuindo também um espaço para troca
de informação entre os participantes.
Disponível em: <http://portalprofessor.mec.gov.br/index.html>. Acesso em: 10 jun. 2017.
Domínio Público
Este portal constitui-se em um ambiente virtual que permite a coleta, a
integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu
principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e
científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público
ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o
patrimônio cultural brasileiro e universal.
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/pesquisaobraform.jsp>. Acesso
em: 10 jun. 2017.
CESTA
Coletânea de Entidades de Suporte ao Uso da Tecnologia na
Aprendizagem.
Disponível em: <http://www.cinted.ufrgs.br/CESTA/cestadescr.html>. Acesso em: 10 jun. 2017.
FEB
Federação de Repositório Educa Brasil, possui uma ferramenta de
busca em diversos repositórios.
Disponível em: <http://feb.ufrgs.br/feb/>. Acesso em: 10 jun. 2017.
RIVED
O RIVED é um programa da Secretaria de Educação a Distância - SEED,
que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma
de objetos de aprendizagem.
Disponível em: <http://rived.mec.gov.br>. Acesso em: 10 jun. 2017.
PROATIVA
O repositório disponibiliza materiais de várias áreas do conhecimento
desenvolvidos pelo grupo de pesquisa e produção de ambientes interativos e
de objetos de aprendizagem da Universidade Federal do Ceará.
Disponível em: <http://www.proativa.vdl.ufc.br/>. Acesso em: 10 jun. 2017.
PHET
Conjunto de simuladores interativos organizados por área de
conhecimento (matemática, física, química e ciências da terra), desenvolvidos
pela University of Colorado Boulder.
Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/category/new>. Acesso em: 10 jun. 2017.
125
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
Objetos Educacionais
De iniciativa do MEC, o repositório possui objetos educacionais de
acesso público, em vários formatos e para todos os níveis de ensino. Acesse os
objetos isoladamente ou em coleções.
Disponível em: <http://objetivoseducacionais2.mec.gov.br/>. Acesso em: 10 jun. 2017.
Escola Digital
É uma plataforma gratuita de busca de objetos digitais de aprendizagem
(ODA) que reúne e classifica os melhores conteúdos da internet de acordo com
vários critérios, como disciplina e ano escolar.
Disponível em: <http://escoladigital.org.br>. Acesso em: 10 jun. 2017.
126
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
127
• Sabendo o que deve ensinar, de acordo com quem será ensinado, o professor
deve prever e organizar os procedimentos, as atividades e as experiências
de construção do conhecimento mais adequadas à consecução dos objetivos
anteriormente estabelecidos, mas não só isso, que também estimulem a
participação dos alunos nas atividades de aprendizagem, que mobilizem de
forma mais ativa suas capacidades, que se adequem mais ao seu gosto, haja
visto ser o processo de ensino-aprendizagem uma via de mão dupla: não
existe sem alguém que ensine, tampouco se falta quem aprender, e não nos
esqueçamos, também, da lição de Paulo Freire sobre a ‘educação bancária’:
que se leve em conta o saber, os gostos e os valores dos alunos durante todo o
processo de planejamento.
• Por fim, o professor deve prever um meio de aferição idôneo que o permita
acompanhar o progresso dos estudantes, o que pode ser feito tanto durante
quanto após as atividades, escolhendo, dentre tantas formas quanto possíveis,
aqueles mais aptos a demonstrar o que se espera a avaliar, bem como aqueles
mais adequados aos gostos e particularidades da sua turma.
129
( ) Os objetos de aprendizagem podem ser produzidos em qualquer mídia
ou formato, podendo ser simples como uma apresentação de slides ou
complexos como uma simulação.
( ) Os repositórios dos objetos de aprendizagem possibilitam atender somente
aos professores do ensino superior, com recursos de alta qualidade que
podem ser identificados e reutilizados em sua prática pedagógica.
( ) A Interoperabilidade e a flexibilidade não constituem características para o
desenvolvimento de objetos de aprendizagem.
( ) A utilização de objetos de aprendizagem representa um novo modo de
aprender mediado pelo computador, dessa forma constitui um recurso
pedagógico que propicia a participação ativa do aprendiz, eliminando a
mediação do professor.
( ) Os objetos de aprendizagem que se utilizam das potencialidades interativas
de multimídia e hipermídia representam uma comunicação didática entre
professor-estudante e estudante-estudante.
130
para o processo de ensino e aprendizagem. Algumas delas, como visto,
estão reunidas em Repositórios de objetos de aprendizagem, cujo acesso
é franqueado a quem quer que tenha acesso a estes bancos de dados. No
entanto, corre-se o risco de que estes modelos, ao invés de contribuírem para o
exercício da criatividade do professor, acabem se tornando receitas prontas,
utilizadas de modo acrítico. E isso inclui textos, métodos e instrumentos
de planejamento. Por mais material que esses repositórios comportem,
o professor é o grande filtro que decidirá quais servem ou não, ou seja,
os materiais, por si só, não têm valor. Ou alguém sem formação poderia
simplesmente reuni-los e aplicá-los, porque foram feitos por professores?
Tendo isso em vista, responda de modo conciso como o professor deve
proceder para selecionar de modo crítico todos os materiais disponíveis nos
repositórios de modo a fazer com que contribuam para engrandecimento
do processo de ensino-aprendizagem, apontando também alguns erros dos
quais o professor deve evitar, tal como o plágio, por exemplo.
131
7 (ENADE, 2005) Na escola em que João é professor existe um
laboratório de informática, que é utilizado para os estudantes
trabalharem conteúdos em diferentes disciplinas. Considere
que João quer utilizar o laboratório para favorecer o processo
ensino-aprendizagem, fazendo uso da abordagem da Pedagogia de Projetos.
Nesse caso, seu planejamento deve:
132
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
O processo da informatização da educação brasileira, podemos dizer,
que se deu em espiral e dialeticamente. Ele teve um acréscimo em volume, em
abrangência, em conhecimento, em necessidade. Começou pequeno, respondendo,
prioritariamente, às necessidades imediatas e contando apenas com pessoas e
ideais, demonstrando a dinamicidade que se constitui um processo.
133
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
FONTE: <http://www.planetaeducacao.com.br/portal/vozdoprofessor/USO-DA-INFORMATICA-
-COMO-RECURSO-PEDAGOGICO.pdf.>. Acesso: 15 mai. 2017.
134
TÓPICO 4 | EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA
AÇÕES
O Ministério da Marinha brasileira tinha interesse em desenvolver um
1965
computador com “Know-how” próprio.
O Ministério da Marinha, por intermédio do Grupo de Trabalho Especial
1971 (GTE) e o Ministério do Planejamento tomaram a decisão de construir
um computador para as necessidades navais no Brasil.
As questões de importações da informática foram transferidas para a
1972 Coordenação de Atividades de Processamento Eletrônico (CAPRE),
ligada ao Ministério de Planejamento.
Primeiro confronto entre o Brasil e interesses estrangeiros, pela falta de
1977 uma definição explícita da reserva de mercado em relação aos mini e
microcomputadores – IBM e Burroughs.
As ações de CAPRE foram transferidas para a Secretaria Especial de
Informática (SEI) Ligada ao Conselho de Segurança Nacional (CSN).
1979
Esta decisão acarretou inúmeras discussões pelo fato de a CSN estar
ligada às opressões da ditadura militar.
135
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
136
TÓPICO 4 | EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA
I Seminário:
a) Que as atividades de informática na educação sejam balizadas
por valores culturais, sociopolíticos e pedagógicos da realidade
brasileira.
b) Que os aspectos técnico-econômicos (custos, volume de inversões,
tecnologia e relações interindustriais) sejam equacionados, não em
função das pressões de mercado, mas em função dos benefícios
socioeducacionais que um projeto desta natureza possa gerar e
pelo equilíbrio com outros investimentos em educação no país, em
especial, que o fator custo não seja impeditivo da implantação da
fase experimental do processo.
II Seminário:
a) Não considerar o uso de computadores e recursos computacionais
como nova panaceia para enfrentar problemas de educação básica
ou como substituto eficaz das carências em larga escala de docentes
e recursos instrucionais elementares ou de outra natureza.
b) Que os investimentos para uso de computadores em educação
não permitam ou forcem a omissão de recursos naquelas áreas
que atendem às condições de trabalho dos docentes e discentes
(OLIVEIRA, 2009, p. 30-31).
Moraes (1997) relata que “surge desta ação, em 1986, o Programa de Ação
Imediata em Informática na Educação de 1º e 2º graus (Paie) do Ministério da
Educação”, que propunha sete frentes:
138
TÓPICO 4 | EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA
140
TÓPICO 4 | EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA
141
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
DICAS
Não devemos olhar apenas para tudo que temos a fazer, mas temos que olhar
também para tudo que já foi feito e perceberemos que é possível mudar.
142
TÓPICO 4 | EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Priscilla Borges
143
UNIDADE 2 | MOTIVAÇÃO E INCENTIVO PARA A APRENDIZAGEM DO ENSINO DE INFORMÁTICA
Uma pesquisa divulgada em maio deste ano pelo Comitê Gestor da Internet
quebrou um dos grandes mitos ainda usados como argumento para explicar o
pouco uso de tecnologias na sala de aula: a falta de conhecimento do professor.
Segundo o estudo TIC Educação 2012, que entrevistou 1,5 mil professores de 856
escolas de todo o país, os docentes utilizam sim a internet em suas atividades
diárias e reconhecem benefícios na utilização desses materiais.
144
TÓPICO 4 | EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA
“Na sala, o tablet não funciona. A internet é lenta, ele é lento, não
conseguimos baixar os aplicativos. O que ganhei está guardado, porque já tenho
notebook. Não conheço ninguém que está usando em sala”, afirma a professora
Ana Lúcia Bontempo, do Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte (CEMTN).
Falhas na formação
FONTE: <http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-08-22/professor-e-chave-para-o-su-
cesso-no-uso-de-tecnologia-na-sala-de-aula.html>. Acesso em: 27 jun. 2017.
145
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Essas novas perspectivas abertas à educação, pela tecnologia, devem tomar lugar
da lógica instrutiva, que utiliza quadro, giz e voz, passando para um modelo
colaborativo de saberes com suporte nas comodidades tecnológicas, das quais
o computador e a internet são os maiores símbolos. No entanto, a convergência
entre esses dois mundos dá-se de modo mais lento do que no plano técnico.
Tecnologia e sociedade caminham em velocidades diferentes. Para que a escola
possa apropriar-se pedagogicamente das ferramentas disponíveis, explorando
todo o seu potencial em favor do processo de ensino-aprendizagem, uma série
de ações devem ser tomadas no plano político-educativo, em especial no que
concerne as políticas públicas voltadas à educação, tanto as que já estão em
curso quanto aquelas que se pretende implementar.
146
• Desde o EDUCOM, na década de 1980, até o PROINFO, tem-se o
desenvolvimento de iniciativas no sentido de tentar articular a educação às
novas exigências tecnológicas. No entanto, as tecnologias no ambiente escolar
não vêm para resolver todos os problemas, não são panaceias, como se aludiu
no texto deste tópico, mas tornam-se indispensáveis ao professor inserirem
estas ferramentas no trabalho didático-pedagógico, buscando aliá-las aos
conteúdos já utilizados cotidianamente tendo sempre em vista as diretrizes
educativas oriundas da regulamentação governamental.
147
AUTOATIVIDADE
148
c) Permanece tendo como recurso único e básico o giz e a lousa na sua missão
de integrar o país na civilização letrada. A escola não é “lan house”, que
garante o acesso rápido à informação, e não pode entrar nesse modismo. O
ato de aprender exige esforço e deve contar com os recursos pré- digitais.
d) Se transforma em “lan house” gratuita, que oferece o acesso ao mundo
da tecnologia de forma democrática, promovendo a inclusão digital,
fortalecendo e modernizando, assim, o seu caráter de oficina do
conhecimento.
e) Se estrutura a partir dos quatro pilares da educação do século XXI
propostos pelo Relatório Delors Unesco: “aprender a conhecer”, “aprender
a fazer”, “aprender a viverem juntos”, “aprender a ser”, que, pensados na
sua interação e interdependência, fundamentam-se numa concepção de
totalidade dialética do sujeito.
149
150
UNIDADE 3
COMPUTADORES COMO
RECURSO DIDÁTICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
151
152
UNIDADE 3
TÓPICO 1
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Primeiro tivemos a pedra, depois os objetos que trabalhavam com e na
pedra; muito tempo depois, nos deparamos com a Revolução Industrial e hoje
estamos marcados pela era da tecnologia. Num piscar de olhos, tivemos a presença
da máquina e, por meio desta invenção fomos encontrando outras possibilidades
de (re)criação. A tecnologia assinala a presença de duas categorias percebidas de
feitio muito vasto e ao mesmo tempo generalizada, o que chamamos de tempo e
espaço, porém, a relação do homem para viver e conviver com essas categorias
vai exigir uma nova formação que seja abalizada na informação, na reflexão e na
ação (GRINSPUN,1999).
São vários os fatores que contribuem negativamente para que essa relação
aconteça de maneira plena. No plano prático, temos uma escola pública ainda
muito carente de recursos, de tal sorte que em alguns lugares falta material básico
para o ensino (merenda, carteiras, lápis e papel). Como implantar a tecnologia
em espaços assim? Questionam os mais céticos. Para além disso, nas instâncias
governamentais, o processo decisório é muito fragmentado e lento. Apenas um
exemplo: o programa federal que pretendia dar um computador para cada aluno,
iniciado em 2010, em alguns lugares os trâmites burocráticos foram tantos que o
material chegou às escolas obsoleto.
154
TÓPICO 1 | INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
Geração Caraterísticas
É constituída por todos os computadores construídos
Primeira Geração à base de válvulas a vácuo (válvulas eletrônicas
do tamanho de lâmpadas elétricas, usadas como
(1940-1950) componentes internos do computador) e cuja aplicação
fundamental se deu nos campos científico e militar.
155
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
156
TÓPICO 1 | INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
157
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
158
TÓPICO 1 | INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
Lévy (1993) reafirma essa ideia quando diz que as tecnologias no contexto
escolar, em especial o computador, não produzem inteligência, mas são capazes
de contribuir para seu aprimoramento, expansão e intensificação através de
seus instrumentos e ferramentas, descortinam a possibilidade de um método de
ensino livre de regras prontas, de receitas e de aplicação mecânica, possibilitando
um ensino criativo e autônomo.
159
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
Lévy (1993) ainda sinaliza que a internet pode ser usada para ampliar
as condições de o aluno descobrir e desenvolver suas próprias potencialidades.
Devemos, por esse motivo, tomar cuidado ao caracterizar uma ferramenta em si,
em vez de o seu uso adequado, como um recurso didático de extrema importância.
Quando um componente qualquer é inserido no processo de ensino é necessário
que se tenha conhecimento de sua aplicabilidade, para definir quando o seu
160
TÓPICO 1 | INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
Entretanto, devemos ter em mente que a internet também tem seus pontos
negativos. Os alunos tendem a se perder em navegações com muitos resultados
conflitantes, impondo a necessidade de que este conteúdo seja selecionado,
melhorando assim a sua busca. Os sítios pesquisados nem sempre são fontes
confiáveis, devendo-se então dar preferência a sítios como os de universidades
conhecidas, de órgãos governamentais ou, ainda, àqueles recomendados pelos
professores (GATTI, 1993).
161
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
DICAS
162
TÓPICO 1 | INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
163
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
como um espaço importante, que combina com outros espaços para ampliar
as possibilidades de aprendizagem. Pessoas poderão ter mais oportunidades e
poderão melhorar a atuação como seres sociais no ambiente em que vivem se
estiverem bem informadas.
Valente (1993) considera que este espaço, usado como recurso educacional,
deve ser aproveitado, cabendo ao educador descobrir qual o seu papel frente
a esses recursos e que metodologia é mais adequada ao seu estilo de trabalho.
O laboratório de informática, então, passa a ser extensão da sala de aula, e o
computador estimula alunos e professores a acreditarem na criação de novas
linguagens de interação. Desta forma, nasce um desafio entre o aprender e o
ensinar, uma vez que as informações são variadas e estão associadas a inúmeras
visões de mundo. O uso dos laboratórios de informática nas escolas deve ser
frequente, e com a familiarização desses instrumentos mudanças significativas
no processo de ensino-aprendizagem devem ocorrer, partindo sempre da
definição de softwares educacionais e metodologias adequadas para os ambientes
computacionais.
164
TÓPICO 1 | INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
165
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
DICAS
166
TÓPICO 1 | INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
Dessa forma, o computador tem sido visto como uma das saídas para
auxiliar os professores nesse processo. A este respeito, Almeida (2000, p. 7) fala que
“a informática trará novas possibilidades ao processo de ensino-aprendizagem,
resultando em um processo mais eficiente, mais confortável e mais feliz”.
Sabendo que o grande desafio para a aquisição de diferentes formas de aprender
é transformar o aluno em um ser reflexivo, conectado, compartilhado com o
processo ensino-aprendizagem.
167
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
168
TÓPICO 1 | INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
UNI
Para refletir: “só os idiotas acham que a máquina deixa o professor menos
importante. É justamente o contrário. Um professor apaixonado pela vida estimula a
curiosidade e a curiosidade é fonte do saber” (FREIRE, 2013).
Na noite de 20 de julho de 2019, John Stantom está tendo outra tele aula.
Um cômodo de sua casa equipado para receber as teleconferências
serve de sala de aula. Neste momento, John faz uma pergunta ao
professor que está sentado num estúdio de vídeo da universidade,
a 2.200 Km de distância, e que aparece na sala como uma imagem
holográfica tridimensional em tamanho real.
169
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
No ano de 2019, este será o perfil dos alunos, pois a maioria das
pessoas frequentará a escola a vida toda. Os estudos recreativos serão
populares, já que a maior eficiência tecnológica gera maior tempo de
lazer e as aceleradas transformações tecnológicas do futuro exigirão
que os trabalhadores estejam em constante treinamento e reciclagem
(CLARKE, 1989, p. 30-33).
NOTA
171
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
172
TÓPICO 1 | INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Richard Romancini
assim como o recente e estrondoso sucesso global do jogo que utiliza recursos
de realidade aumentada, Pokemón Go, não deixam dúvidas de que esta faceta da
“visão” antecipatória de Papert cumpriu-se.
É justamente esse contexto mais geral que faz com que muitos planos
de mudança educativa, com a utilização da tecnologia, tornem-se antes crenças,
profecias utópicas e abstratas, do que realidades concretas.
FONTE: <http://neteducacao.com.br/noticias/home/seymour-papert-o-profeta-dos-computa-
dores-em-sala-de-aula>. Acesso em: 15 jul. 2017.
174
RESUMO DO TÓPICO 1
175
tal sorte que os debates passaram a tratar de como aproveitar pedagogicamente
os recursos tecnológicos disponíveis, pois há grande descompasso entre o
domínio da tecnologia e de suas funcionalidades e a sua utilização com fins
pedagógicos no espaço escolar.
• Parte das iniciativas, no âmbito da escola púbica, dão-se por meio da criação
de laboratórios informática, em iniciativa promovida pelo MEC através do
programa Proinfo, de adesão espontânea por parte das escolas. Uma vez
inseridas no programa, há destinação de verbas para aquisição de materiais
e modificações na infraestrutura de suporte, assim como um programa de
capacitação para os professores. Esses espaços são, de fato, verdadeiros
laboratórios de experimentação pedagógica para o uso de computadores em
atividades de ensino.
• O desafio para professor e escola está em saber tirar proveito dessas ferramentas
visando alcançar novos patamares para o processo de ensino-aprendizagem,
utilizando a tecnologia na escola como meio de construção de conhecimento nos
mais diversos temas, pondo em prática trabalhos diversificados, que exploram
abordagens menos fragmentadas que o ensino por conteúdos, trabalhando a
capacidade dos alunos para resolver problemas e exercitar sua criatividade em
busca de soluções em tarefas que mobilizem também seus gostos e pendores e
estejam dentro de sua esfera de interesse, uma forma de enriquecer a atividade
docente e proporcionar aos alunos um ensino de qualidade, dentro do que há
de mais atual tecnológica e pedagogicamente falando.
• Essa transição enfrenta graves problemas estruturais. Tem-se toda uma geração
de professores formada por paradigmas de ensino antigo, desabituados com
emprego de tecnologia e também uma formação inicial para professores que
ainda não contemplam de modo satisfatório em sua grade curricular a questão
da tecnologia aplicada à educação. Embora nenhum aparelho alcance por si só
esses fins, como recursos metodológicos, eles interferem nos meios com que
se alcançam esse fim, tornando-se imperativo que o professor tenha uma ideia
muito clara do papel da tecnologia na educação e também de todo o potencial
e dos limites de cada recurso tecnológico ao seu dispor.
176
• É preciso que o professor forme seu juízo quanto a essa questão e municie-se
de instrumentos teóricos e expediente práticos para conseguir tirar proveito
do computador e de seus recursos durante a sua atividade como docente.
Que saiba como utilizar os computadores e seus programas para estimular
os jovens a buscar novas formas de pensar, de buscar, selecionar e utilizar
as informações, de explorar as próprias potencialidades, criando ambientes
propícios para que os alunos possam construir seu próprio modo de resolver
problema, aguçando sua curiosidade e desejo de buscar conhecimento, em
tarefas e atividades que estejam de acordo com seus valores, suas necessidades
e seus interesses.
177
AUTOATIVIDADE
178
3 (CETRO/Supervisor Escolar – 2008) Mello (2004), em sua
análise sobre a rede mundial de computadores, como
tecnologia que faz diferença na construção do conhecimento e
que requer mudanças no processo de ensino-aprendizagem, na
organização da escola e na sala de aula, aborda a questão da preparação do
professor para o uso inteligente desse instrumento na escola. O problema
não é dizer que o professor não está preparado para esse novo paradigma
curricular, mas identificar as razões dessa defasagem, para que a solução
seja adequada, afirma a autora. Nesse sentido:
179
b) Utilizem a tecnologia disponível, em prol de uma aprendizagem autônoma
e significativa, ultrapassando a simples repetição do saber.
c) Indiquem o uso da tecnologia apenas para as situações de pesquisa, em que
o aluno tem mais liberdade de escolher os temas de estudo.
d) Evitem as novas tecnologias para que não haja dispersão e, em consequência,
os alunos não consigam dominar todo o conteúdo ensinado.
e) Submetam-se às novas tecnologias, deixando de lado o potencial criativo
do professor e do aluno, em busca da qualidade da aprendizagem.
180
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A informatização na sociedade é cada vez mais crescente. Trazemos para
essa discussão Santos (2005), que afirma que o processo de uso das técnicas de
informação e comunicação, via computador, assumiu um caráter essencial na
vida e no cotidiano de muitos cidadãos, empresas e entidades brasileiras.
O software livre tem sido preferência para os usuários, pois traz facilidade
devido a sua flexibilidade, por não haver necessidade de recursos financeiros
para a sua utilização, permitindo maiores condições de ser utilizado na educação
tradicional e na modalidade a distância. Vamos aprofundar esse debate, leia
atentamente o próximo tópico.
181
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
2 SOFTWARE LIVRE
Os softwares livres, ou programas livres, são softwares disponíveis para
que qualquer pessoa, física ou jurídica, possa usá-los, copiá-los e distribuí-los,
seja na sua forma original ou com modificações, gratuitamente ou com custos.
Para Santos (2005), os softwares livres podem se constituir em uma proposta,
alternativa aos programas de alto custo, para a criação e estruturação de sistemas
que possibilitem a intensificação e o compartilhamento do conhecimento entre
estudantes e profissionais.
DICAS
Não deixe de ler a revista Linux! É uma revista grátis bimestral em PDF. Os
artigos vão desde artigos técnico-práticos a artigos teóricos e artigos filosóficos sobre o
Open Source. Disponível em: <www.revista-linux.com>.
182
TÓPICO 2 | FALANDO SOBRE SOFTWARE
3 SOFTWARES EDUCATIVOS
Para Giraffa (1993), software educativo é um programa desenvolvido
com o propósito singular de atender a objetivos educacionais, previamente
estabelecidos.
183
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
184
TÓPICO 2 | FALANDO SOBRE SOFTWARE
185
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
Ponte (1986) ainda traz uma proposta metodológica que tem como base a
interatividade e visa proporcionar ao aluno o papel de protagonista no processo de
construção do conhecimento, que passa a ser um construir junto, e isso incentiva
a interação, a criatividade e o relacionamento professor-aluno e aluno-aluno.
O ensino que tem como base a pesquisa pode ser facilitado pelo uso da
informática. Para isso, são necessários alguns requisitos, como a decomposição
do problema em partes mais simples, a delimitação do problema a ser resolvido e
a descoberta ou criação da solução correta (ZÊZERE; UCHA, 2006).
186
TÓPICO 2 | FALANDO SOBRE SOFTWARE
fim, considerando-se que “os meios não apontam os fins, mas condicionam os
métodos, os conteúdos e as verificações” (LOLLINI, 1991, p. 76).
187
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
Autores Categorias
Tutorial.
Exercício e prática.
Programação.
Vieira
Aplicativo.
(2004)
Multimídia e internet.
Simulação e modelagem.
Jogo.
Exercício e prática.
Tutorial.
Niquini
Simulação.
(1996)
Jogo.
Informativo.
Tutorial.
Exercício ou prática.
Demonstração.
Liguori
Simulação.
(1997)
Jogo.
Linguagem de programação.
Ferramenta polivalente.
Tutorial.
Exercício e prática.
Simulação.
Gross
Jogo.
(2000)
Programa multimídia.
Programas de comunicação.
Linguagem de programação.
188
TÓPICO 2 | FALANDO SOBRE SOFTWARE
Exercício e prática.
Tutorial.
Sistema tutor inteligente.
Gamez
Simulação e modelagem.
(1998)
Jogo.
Informativo.
Hipertexto/hipermídia.
FONTE: A autora (2017)
189
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
quais cada visitante agrega informação obtidas durante sua passagem para
facilitar a visita aos demais. Outra funcionalidade ligada a essa modalidade é
potencializar alguns dos nossos sentidos, facilitando o processo de acesso ou
de fornecimento de informação, como no caso dos indivíduos portadores de
algumas deficiências físicas, para os quais são projetados softwares específicos
para captação de movimento dos lábios, das pálpebras ou da cabeça, que leva o
computador a executar comandos de um processador de texto, um controlador
de objetos etc.
190
TÓPICO 2 | FALANDO SOBRE SOFTWARE
DICAS
Não é apenas quanto ao aspecto técnico que o professor precisa estar atento.
É necessário também que a parte pedagógica dos softwares seja devidamente
avaliada. Ledes Monteiro (2007) afirma que o objetivo educacional do software
deve estar diretamente relacionado aos objetivos educacionais que o professor
almeja alcançar, ou seja, a seleção desse material deve estar contemplada no
trabalho de planejamento do professor.
191
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
O professor pode até mesmo formalizar essa avaliação criando uma ficha
própria e depois submetê-la para um Repositório de objetos educativos, dos
quais falamos na unidade passada, para que outros professores possam usufruir
das suas análises, enriquecendo as múltiplas possibilidades de uso desses
instrumentos pedagógicos.
192
TÓPICO 2 | FALANDO SOBRE SOFTWARE
LEITURA COMPLEMENTAR
Resumo: Este artigo visa demonstrar de quais formas os softwares livres podem
ser úteis para o processo de ensino e aprendizagem nas escolas. Além disso, o
trabalho busca esclarecer se de fato os softwares livres são utilizados em sala de
aula e as dificuldades para o desenvolvimento e implementação dessa ferramenta
no ambiente educacional. Softwares livres trazem muitos benefícios para o contexto
educacional brasileiro. Contudo, sua implementação como ferramenta educativa
ainda está longe de se concretizar.
Palavras-chave: Software livre. Software educacional. Escola. Custo. Acesso.
Suporte. Variedade. Ensino Fundamental.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
193
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
RESULTADOS OBTIDOS
194
TÓPICO 2 | FALANDO SOBRE SOFTWARE
ANÁLISE
Por fim, falta nos softwares livres que têm o propósito educativo uma base
pedagógica que fundamente sua produção e uma classificação segundo os PCNs.
Não à toa, foi criado pela UFRGS o Projeto Classe, que utiliza como critérios para
classificar um software livre como educacional: conveniência e a viabilidade de uso
do software em situações educacionais; compatibilidade do software com um ou
195
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
FONTE: <http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/ueadsl/article/viewFile/2641/2595>.
Acesso em: 17 jul. 2017.
196
RESUMO DO TÓPICO 2
• Uma das ideias que sustentam a aplicação de tecnologias para fins educativos
reside na esperança depositada sobre o computador como facilitador
do processo de ensino-aprendizagem, consequência lógica haurida da
experiência com outros aparatos tecnológicos que facilitam as mais variadas
atividades humanas, como os eletrodomésticos e a automação industrial, por
exemplo. Nesse viés, o uso pedagógico do computador é tido como auxiliar na
construção do processo de conceituação e no desenvolvimento de capacidades
importantes para que o aluno se desenvolva plenamente enquanto indivíduo
e possa assim participar de forma ativa da sociedade do conhecimento, tarefa
primordial da escola enquanto lócus por excelência do ensino formal.
• Parte desses softwares são privados e comercializados, parte são livres, sem
custos e com a possibilidade de alteração por parte dos usuários, sem que
incida qualquer direito autoral. Esses últimos fazem parte de um movimento
mais amplo em favor do Software Livre, visando à democratização do acesso
à informação, o que tem reflexos positivos sobre a educação, principalmente
a pública, na qual a carência de recursos e de acesso a fontes de informação é
realidade experimentada por boa parte de seus estudantes, notadamente os
das regiões mais empobrecidas, nas quais o poder público não logrou instituir
uma infraestrutura educacional condizente com as exigências da sociedade
moderna.
• Os critérios que podem balizar esta análise são variados, atendendo tanto as
elaborações teóricas sobre o processo de ensino de aprendizagem, em especial
aquelas pensadas exclusivamente para uso de tecnologias na educação, quanto
o conhecimento advindo da práxis, da experiência do professor, da sua leitura
da realidade escolar e das características e gostos dos seus alunos, os quais,
sempre que possível, devem ser envolvidos no planejamento escolar, em todas
as etapas em que sua colaboração se mostrar pertinente.
198
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I – d, e, h; II – a, b; III – c, f; IV – g.
b) ( ) I – d, e; II – a, b, f; III – g; IV – c, h.
c) ( ) I – g, c; II – f, h; III – a, b; IV – d, e.
d) ( ) I – d, e; II – f, h; III – g; IV – a, b, c.
e) ( ) I – a, b, c; II – f, h; III – g; IV – d, e.
199
3 (FUNRIO/IF-BA/Pedagogo, 2016) Sobre os aspectos relacionados ao uso das
tecnologias da informação e comunicação (TIC) na prática pedagógica e a
qualidade para o processo ensino-aprendizagem, podemos afirmar que:
200
Assinale a alternativa que apresenta somente as afirmativas CORRETAS.
a) ( ) I – II – IV.
b) ( ) II – III – IV – V.
c) ( ) I – II – IV – V.
d) ( ) II – III – V.
e) ( ) I – IV – V.
201
202
UNIDADE 3
TÓPICO 3
PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO
COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Os computadores chegaram... Agora, o nosso questionamento passa a ser:
o que fazer com eles?
A inserção do computador nas escolas não cria uma nova didática, mas pode
melhorá-la, aprimorando ações pedagógicas que não dependam simplesmente
da instalação de computadores nas escolas. Entre muitos questionamentos sobre
a inserção dos computadores na escola, recorrendo a Papert, nesta reflexão a
pergunta correta não é “o que os computadores farão por nós?”, mas “o que nós
faremos com os computadores?”. “O ponto” – segundo Papert –, “não é predizer
o futuro do computador. O ponto é fazê-lo” (PAPERT,1990, p. 93).
2.1 APLICATIVOS
Embora não tenham sido desenvolvidos para uso educacional, são
programas que permitem interessante uso em diferentes ramos do conhecimento
e que podem oferecer grandes vantagens, principalmente nos dias atuais, em que
a Informática está presente em todos os campos da sociedade.
Segundo Dávalos (2001), o computador pode ser utilizado pelo aluno como
ferramenta formal ou informal no processo ensino-aprendizagem, através do uso
de aplicativos como processadores gráficos e de textos, planilhas eletrônicas,
gerenciadores de bancos de dados e também programas de edição de vídeo e de
som. Estas são algumas alternativas que podem ser usadas para ajudar a atingir
mais fácil e eficientemente os objetivos educacionais.
204
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
Para Tajra (2001), os softwares aplicativos podem ser usados para construir
um software educativo através da programação de planilhas eletrônicas que
armazenem e executem equações de uma modelagem de sistema real. Também é
possível, através deste aplicativo, criar jogos, simulações lógicas que podem ser
implementadas de modo rápido. Sendo assim, com um pouco de criatividade, o
professor pode propor diversas atividades, atendendo a todas as disciplinas. São
excelentes recursos para preparar os educandos ao uso regular do computador
em suas vidas.
Dávalos (2001) cita uma importante fonte de apelo visual, que são os
programas de produção de desenhos, como o Microsoft Paint ou Br Office Draw,
programas simples e bastante intuitivos em que o professor pode produzir
desenhos e figuras básicas que podem ser utilizados no desenvolvimento em aula.
Além desses, ferramentas de apresentação como o Power Point ou os impressos
permitem a construção de material dinâmico. Tais ferramentas permitem fornecer
à imagem um contexto de ligações entre slides ou entre arquivos, permite a criação
de uma estrutura tipo gibis ou mesmo a introdução de objetos animados.
205
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
206
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
207
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
Os jogos vêm ganhando cada vez mais espaço nas escolas, na busca por
inserir a ludicidade na sala de aula e aperfeiçoar o aprendizado. Nesta perspectiva,
o MEC (BRASIL, 2007, p. 47) define jogos da seguinte maneira:
Grubel e Bez (2006) defendem que existe vários tipos de jogos, por
exemplo: jogos de aventura, tempo, ação, lógico-estratégico, cada um com o
objetivo de desenvolver uma habilidade específica. As brincadeiras e os jogos
infantis são maneiras de a criança conduzir experiências e criar situações para
dominar e experimentar a realidade.
208
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
209
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
ATENCAO
3.4 TUTORIAL
Sistema que apresenta, primeiramente, informações e conceitos ao aluno
e, por meio de perguntas, verifica a compreensão da lição. Vieira (2004) assim
define suas características:
210
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
211
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
3.5 MULTIMÍDIA
Valente (1993) alerta para a diferenciação entre o uso de uma multimídia já
pronta e o uso de software de autoria para o aprendiz desenvolver sua multimídia,
modalidade que está incluída no bloco temático “o computador-aprendiz na
solução de problemas”, que abordaremos a seguir.
212
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
3.6 SIMULAÇÃO
A simulação, para Niquini (1996), é a construção de um modelo
computacional capaz de reconstruir um ambiente, um processo, um movimento
ou qualquer evento cujo desenvolvimento na vida real seja difícil de ser realizada
ou compreendido. Na exploração do modelo, o usuário pode manipular as ações,
modificando parâmetros e variáveis, a fim de simular situações diversas e verificar
o resultado de suas ações, seja na busca de novas soluções para o problema, seja
para assimilar conhecimentos que seriam, muitas vezes, impossíveis de serem
observados na prática.
213
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
Visual class: site com maiores informações sobre o software, manual para
download, informações sobre compra e forma de utilização. Disponível em:
<http://www.classinformatica.com.br>.
ATENÇÃO!
Nunca é demais lembrar: ao analisarmos softwares educacionais, temos
que ter em mente que concepções pedagógicas norteiam nossas propostas e
fundamentam a reflexão sobre qual software adotar.
215
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
E
IMPORTANT
Para Papert (1985), aquilo que é aprendido pelo esforço próprio da criança
tem muito mais significado para ela e se adapta melhor as suas estruturas mentais,
uma vez que o processo de aprendizagem requer, para as informações novas,
uma estrutura anterior que permita que essas possam ser mais bem assimiladas.
217
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
Por trabalhar com procedimentos, o Logo exige, para que algo ocorra na
tela, a definição de uma lista ordenada de comandos que visam à solução de
determinado problema. Portanto, nessa categoria de software, o mais importante
é a investigação, o processo exploratório ao qual o aluno é induzido, levando-o a
desenvolver um verdadeiro processo de descoberta.
218
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
219
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
- Redes de comunicação,
locais e a distância, escolas
virtuais
3o - Escolas virtuais, educação
Comunicação a distância - Professor orientador,
estimulador do aluno na
busca e construção de seu
conhecimento
220
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
5.2 INTERNET
A internet é uma tecnologia para comunicação em uma escala global que
conta com uma série de serviços que permitem a realização de projetos interativos
e colaborativos. Como meio educativo, permite o uso de estratégias que estão em
concordâncias com as teorias construtivistas. Cabe à escola e ao educador saber
abordar as potencialidades em suas múltiplas vertentes.
221
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
222
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
DICAS
Acesse!
223
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
LEITURA COMPLEMENTAR
224
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
FORMAÇÃO DO PROFESSOR
Porém, o que se sabe é que o computador não veio para dificultar a vida
das pessoas, mas sim para ajudar e facilitar muitas atividades que seriam difíceis
de serem realizadas sem a informática, como organização de notas dos alunos
em planilha eletrônica, produção e correção de trabalho, educação a distância,
acessar sua conta bancária, enviar arquivos digitais instantâneos, apuração de
urnas eletrônicas, utilização de cartão de crédito, entre outros.
Tudo isso causa insegurança nos professores, que num primeiro momento
temem sua substituição por máquinas e programas capazes de cumprir o
papel antes reservado para o ser humano, mas o computador pode realmente
provocar uma mudança no paradigma pedagógico e pôr em risco a sobrevivência
profissional daqueles que concebem a educação como uma simples operação de
transferência de conhecimentos do mestre para o aluno (VALENTE, 1993).
226
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
227
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
si quanto às mudanças que observaram, foram para melhor ou para pior –, mas
perceberiam plenamente a finalidade da maior parte do que se estava tentando
fazer e poderiam, com bastante facilidade, assumir a classe (TAJRA, 2007).
228
TÓPICO 3 | PERSPECTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO
Para Valente, o que contribui para a diferença entre essas duas maneiras
de construir o conhecimento é a presença do computador, o fato de o aprendiz
estar construindo algo através do computador (computador como ferramenta).
O uso do computador requer certas ações que são bastante efetivas no processo
de construção do conhecimento. Quando o aprendiz está interagindo com
o computador, ele está manipulando conceitos e isso contribui para o seu
desenvolvimento mental (VALENTE, 1999).
RECURSOS DA INTERNET
229
UNIDADE 3 | COMPUTADORES COMO RECURSO DIDÁTICO
FONTE: <http://br.monografias.com/trabalhos3/informatica-educacao-recursopedagogico/
informatica-educacao-recurso-pedagogico2.shtml>. Acesso em: 25 jan. 2017.
230
RESUMO DO TÓPICO 3
• São várias as perspectivas em que o computador pode ser usado para fins
educativos, muito além da informatização da parte administrativa da escola
ou ainda do ensino de informática para os alunos. Este último ponto, aliás,
é mero requisito para que os estudantes possam ter acesso às ferramentas
computacionais. Embora importante, o que atualmente se chama de
letramento digital, a capacidade de dominar as ferramentas de informática,
está para computação de fins educativos assim como a alfabetização está para
a aquisição de conhecimento por meio da leitura. Instrumentaliza o aluno para
poder aprender, é apenas uma parte do processo.
231
consagrados pelos meios mais tradicionais. No caso do editor de textos, por
exemplo, são grandes as vantagens de poder editar e refazer instantaneamente
o conteúdo trabalho, tornando a atividade de escrita mais dinâmica e eficaz.
b) o computador como máquina de ensinar. Aqui é interessante observar que
mesmo a abordagem instrucionista tem sua aplicação eficaz, desde que
respaldada por instrumentos pedagógicos claros e bem fundamentados e
explorada em atividades condizentes. Assim, jogos, tutoriais e simuladores
podem ser devidamente explorados em benefício do processo de ensino-
aprendizagem. O que há de comum nessa abordagem é que os passos das
tarefas e a aferição de resultados são dados pelo próprio instrumento de
aprendizagem, seja por meio da dinâmica dos jogos e do simulador, seja
pelos passos do tutorial, ou ainda no exercício e prática, outro instrumento
dessa modalidade, que também tem sua aplicação para fixação de conceitos
ou recuperação de conteúdos. Em alguns casos, trata-se da modalidade mais
adequada, como no caso dos simuladores, em que a realização de determinada
tarefa poderia colocar a vida do estudante em risco, como nos simuladores de
voo utilizados para treinar pilotos da aviação comercial.
c) o computador-aprendiz na solução de problemas. Nessa modalidade, o
computador é utilizado pra criar ambientes de aprendizagem baseados
na resolução de problemas ou na elaboração de projetos segundo uma
linguagem de programação, método que dificilmente poderia ser alcançado
pelos instrumentos de ensino tradicionais. Aqui tem-se um ensino dinâmico,
orientado para resolução de problemas, não fragmentado, no qual o aluno
assume um papel ativo, construindo seus conhecimentos de maneira autônoma
e com a mínima intervenção do professor. O aluno é levado a confrontar um
problema, que exige observação, coleta de dados, experimentação, controle das
variáveis, avaliação de resultados, testes, fazendo com que o aluno reflita sobre
as estratégias utilizadas e proceda à procura de soluções, num aprendizado
rico e dinâmico que mobiliza várias das suas capacidades simultaneamente.
Caso dos softwares de autoria, Hotpotatoes e robótica pedagógica.
d) computador como comunicador. Modalidade em que o computador é
utilizado para transmitir, armazenar ou facilitar a troca de informação. Nessa
modalidade, torna-se possível aos usuários fazer o intercâmbio de mensagens,
acessar bancos de dados para pesquisa ou criar seus próprios bancos para
armazenagem de conteúdo, construir multimídias como suporte para uma
apresentação, entre outras funcionalidades. Aqui tem-se uma potencialização
de recursos já explorados por instrumentos mais tradicionais, mas de
forma bem mais eficaz. Os correios eletrônicos ou quaisquer plataformas
que permitam troca de mensagens instantâneas agilizam a comunicação.
Os meios integrados, que agreguem mais de um usuário ao mesmo tempo,
permitem a troca de informação coletiva de modo não presencial, como as
videoconferências, os chats e os fóruns. Bancos de dados são uma forma de
armazenagem de conteúdo e uma fonte mais ágil para pesquisa, com maior
volume de fontes e de conteúdo.
233
AUTOATIVIDADE
234
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) F – V – V – V.
e) ( ) F – F – V – F.
235
236
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