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Tecnologias na Educação:

Docência e Tutoria EaD


Tecnologias na Educação:
Docência e Tutoria EaD

Niltom Vieira Junior


Cláudia Maria Soares Rossi
Niltom Vieira Junior
Cláudia Maria Soares Rossi
Jefferson Rodrigues da Silva

Formação Inicial e
Continuada
+
IFMG
Niltom Vieira Junior
Cláudia Maria Soares Rossi
Jefferson Rodrigues da Silva

Tecnologias na educação: docência e tutoria EaD


1ª Edição

Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2020
© 2020 by Instituto Federal de Minas Gerais
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do
Instituto Federal de Minas Gerais.

Pró-Reitor de Extensão Carlos Bernardes Rosa Júnior


Diretor de Projetos de Extensão Niltom Vieira Junior
Coordenação do curso Niltom Vieira Junior
Arte gráfica Ângela Bacon
Eduardo Oliveira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

V658t Vieira Júnior, Niltom; Rossi, Cláudia Maria Soares; Silva, Jefferson Rodrigues da
2020
Tecnologias na educação: docências e tutoria EAD [livro eletrônico]. / Niltom
Vieira Júnior; Cláudia Maria Soares Rossi; Jefferson Rodrigues da Silva. – Belo
Horizonte: IFMG, 2020. (Formação Inicial e Continuada).

47p.; il.

ISBN 978-65-5876-149-5

1. Atores na EAD. 2. Planejamento na EAD. 3. Tecnologias e sociedade.


I.Vieira Júnior, Niltom. II. Rossi, Cláudia Maria Soares; III. Silva, Jefferson
Rodrigues. III. Título.

CDD 372.358
CDU 37.01:007

Rejane Valéria Santos - Bibliotecária CRB6 – 2907

Índice para catálogo sistemático:


Educação a Distancia: Ensino: Tecnologias 372.358

2020
Direitos exclusivos cedidos à
Instituto Federal de Minas Gerais
Avenida Mário Werneck, 2590,
Buritis, Belo Horizonte – MG, CEP: 30575-180
Telefone: (31) 2513-5157
Sobre o material

Este livro é o material didático que guiará a sua aprendizagem no curso


Tecnologias na educação: docência e tutoria EaD. Ele inclui direcionamentos
para o Ambiente Virtual de Aprendizagem, videoaulas e textos
complementares. Esse curso foi projetado para que você consiga evoluir de
forma autônoma e suficiente, ele é autoexplicativo e não possui tutoria.
Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possibilidade de
acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser
acessados usando o seu celular, por meio do Glossário de Códigos QR
disponível no fim deste livro.
Embora o material passe por revisão, somos gratos em receber suas
sugestões para possíveis correções (erros gráficos, conceituais, links inativos
etc.). A sua participação é muito importante para a nossa constante melhoria.
Acesse, a qualquer momento, o Formulário “Sugestões para Correção do
Material Didático” clicando nesse link ou acessando o QR Code a seguir:

Formulário de
Sugestões

Para saber mais sobre a Plataforma +IFMG acesse


https://mais.ifmg.edu.br/
Palavra dos autores

Caro aluno seja bem-vindo ao curso de Formação Continuada


“Tecnologias na Educação: Docência e Tutoria EaD”.
A Educação a Distância (EaD) tem representado novos desafios e
possibilidades, dinamizando e atribuindo novas responsabilidades a cada um
dos atores envolvidos no processo educacional. Essa modalidade de ensino é
uma ferramenta de democratização do acesso ao conhecimento e impõe novos
paradigmas e reflexões nas relações entre indivíduos, instituições, sala de aula
e tecnologias.
Dividido em três módulos, este curso irá discutir a história da EaD, os
papeis e atribuições envolvidas nesta modalidade, os impactos e
transformações causados por esta possibilidade formativa e algumas
concepções teóricas sobre o planejamento e uso das tecnologias na educação.
Este curso apresenta a base para que sua atuação na EaD seja
aprimorada. Ele tem um caráter conceitual, dessa forma é importante que todos
os textos indicados sejam lidos calmamente e, cada um, ao seu tempo. A
sugestão de estudos indica sua realização em três semanas, considerando que
a cada etapa é preciso dar um prazo para a reflexão e amadurecimento das
informações que lhe serão apresentadas. Lembre-se disso, inclusive, quando
você estiver planejando um curso a distância!

Bons estudos!
Os autores.
Apresentação do Curso

Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos são apresentados,
sucintamente, a seguir.

Nesta semana, você descobrirá como surgiu a Educação a


Semana 1 Distância (EaD), quais os papéis desta modalidade e os
impactos por ela proporcionados.

Nesta semana, você compreenderá o comportamento de


Semana 2 dois importantes atores (formador e tutor) e conceitos sobre
o planejamento didático na EaD.

Nesta semana, você refletirá sobre o uso da tecnologia na


Semana 3 educação considerando os seus impactos sociais e a
diferença entre EaD e regimes remotos de ensino.

Carga horária: 30 horas.


Estudo proposto: 2h por dia em cinco dias por semana (10 horas semanais).
Apresentação dos Ícones

Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento


quando eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:

Atenção: indica pontos de maior importância


no texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividade: sugestão de tarefas e atividades


para o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídia digital: sugestão de recursos


audiovisuais para enriquecer a aprendizagem.
Sumário

Semana 1 – Conhecendo a EaD ................................................................... 15


1.1 O desenvolvimento da EaD ................................................................ 15
1.2 Características e atores da EaD ......................................................... 19
1.3 A democratização do conhecimento ................................................... 23
Semana 2 – Os comportamentos na EaD ..................................................... 25
2.1 O comportamento dos formadores e tutores AVA .............................. 25
2.2 A importância do planejamento na EaD ............................................. 28
Semana 3 – A Tecnologia na Educação........................................................ 33
3.1. Novas reflexões ................................................................................. 33
Referências ................................................................................................... 37
Currículo dos autores .................................................................................... 41
Glossário de códigos QR (Quick Response) ................................................. 43
Semana 1 – Conhecendo a EaD Plataforma +IFMG

Objetivos
Nesta semana, você descobrirá como surgiu a Educação a
Distância, quais os papéis desta modalidade e os impactos por
ela proporcionados.

Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo “Apresentação do curso”.

1.1 O desenvolvimento da EaD

O desenvolvimento tecnológico possibilitou a criação de novas metodologias e


ferramentas que puderam ser utilizadas também para a disseminação do conhecimento. É
nesse contexto que a Educação a Distância (EaD) se tornou responsável pela aproximação
entre professores e alunos, mesmo que eles estejam distantes, geográfica ou temporalmente
falando.
Algumas pessoas acreditam que a EaD é uma modalidade de ensino nova, devido à
imensa quantidade de ferramentas digitais disponíveis atualmente. Entretanto, considera- se
que foi em 1728 o marco inicial da Educação a Distância no mundo, quando se anunciou,
em um jornal de Boston, um curso de taquigrafia por correspondência, ministrado pelo Prof.
Caleb Philipps1.
No Brasil, os primeiros indícios da EaD datam do final do século XIX, na década de
1850, quando agricultores e pecuaristas aprendiam por correspondência técnicas de plantio
e manejo (COSTA, 2008). Em 1904, o Jornal do Brasil registrou, na seção de classificados,
o primeiro anúncio que oferecia profissionalização por correspondência para datilógrafo
(ALVES, 2011). Mais tarde, na década de 1920, um grupo liderado por Henrique Morize e
Edgard Roquette-Pinto, no Rio de Janeiro, começou a ofertar cursos que usavam as ondas
de rádio e material impresso.
Pouco depois, já na década de 1940, se destacaram o Instituto “Radio Técnico
Monitor” e o “Instituto Universal Brasileiro”, instituições que proporcionaram à sociedade
diversos cursos profissionalizantes por correspondência. E assim, por longos anos, a
Educação a Distância no Brasil se fez por material impresso e por radiofrequência.
Em 1974 o Instituto Padre Reus e a TV Ceará começaram oferecer componentes do
ensino fundamental usando recursos televisivos e impressos. Na década de 1990, com a
oferta das primeiras graduações nesta modalidade, a EaD viu surgir seu marco regulatório,
1
Disponível em: <http://www.ead.com.br/ead/como-surgiu-ensino-a-distancia.html>. Acesso em: 01 mai. 2020.

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Plataforma +IFMG

em 1996 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação2 e com a criação da Secretaria de


Educação a Distância (SEED) no Ministério da Educação (MEC) – extinta em 2011, quando
o Estado entendeu que não se tratava mais de uma modalidade isolada, mas sim de parte já
integrante da educação nacional.
Quase dez anos depois, em 2005, uma parceria entre o MEC, estados e municípios,
fez nascer a Universidade Aberta do Brasil (UAB), iniciativa que estimulou a oferta do ensino
a distância, por meio de cursos de graduação e pós-graduação, em instituições públicas.
Deste então, esta modalidade vem crescendo em todos os níveis de educação do país 3.

Dica do professor: Para se aprofundar leia o texto de


Alves (2011): “Educação a distância: conceitos e história
no Brasil e no mundo” (download).

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em


um caderno de notas estatísticas sobre o Censo da Educação Superior 2018, apresentou
dados importantes quanto ao crescimento da EaD no Brasil (BRASIL, 2019a). Na Figura 1,
por exemplo, vê-se a evolução no número de ingressos em cursos de graduação, por
modalidade de ensino, entre 2008 e 2018. Nesse período as matriculas aumentaram 10,6%
nos cursos de graduação presencial e 196,6% nos cursos a distância. Mais recentemente,
em 2018, já se observou que o aumento geral de ingressantes em cursos superiores, foi
sustentado especificamente pelo aumento nos cursos a distância, compensando uma queda
registrada nos cursos presenciais.

Figura 1. Evolução do número de ingressos em cursos de graduação entre 2008 e 2018.


Fonte: Brasil (2019a).

2
Regulamentada, posteriormente, pelos Decretos 5.622/2005, 9.235/2017, 9.0957/2017, Portaria MEC 2.117/2019
entre outros.
3
Portaria MEC 275/2018 autorizou também a oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu a distância.

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Plataforma +IFMG

Segundo o INEP, o número de matrículas em cursos superiores presenciais ainda é


maior (60%), porém, o numero de novas vagas ofertadas na modalidade Educação a
Distância (EaD), pela primeira vez na história brasileira, foi maior do que em cursos
presenciais (BRASIL, 2019b).

O Censo da Educação Superior 2018 registrou 7,1 milhões de


vagas na EaD, enquanto os cursos presenciais contabilizam 6,3
milhões. O levantamento realizado, anualmente, pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep) revela ainda que, entre os 3,4 milhões de estudantes que
ingressaram em cursos de graduação em 2018, 40% (1,4 milhão)
optaram por cursos EaD. Já entre os que iniciaram cursos
presenciais, houve queda no número total de ingressantes, entre
2017 e 2018 (BRASIL, 2019b).

Ainda segundo o censo, o “perfil” típico entre cursos superiores presenciais e EaD
coincide na predominância do sexo feminino e de instituições privadas. Porém o perfil difere-
se entre as modalidades de ensino: quanto ao grau acadêmico, na presencial é bacharelado
e na EaD é licenciatura; e quanto à moda de idades, alunos de cursos EaD apresentam faixa
etária ligeiramente superior (BRASIL, 2019b).

ATRIBUTOS DO VÍNCULO DISCENTE MODALIDADE DE ENSINO


DE GRADUAÇÃO
PRESENCIAL A DISTÂNCIA
Sexo Feminino Feminino
Categoria Administrativa Privada Privada
Grau Acadêmico Bacharelado Licenciatura
Turno Noturno -----
Idade (ingressante) 19 21
Idade (matrícula) 21 24
Idade (concluinte) 23 30

Quadro 1. “Perfil” típico dos discentes nos cursos de graduação, por modalidade de ensino, no Brasil.
Fonte: Censo da Educação Superior 2018: Notas estatísticas (BRASIL, 2019b).

Dica do professor: Você sabia que no Brasil se


comemora o Dia Nacional da EaD? A data é 27 de
novembro e foi instituída pela Lei 13.620/20184.

4
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13620.htm>. Acesso em: 17 jun.
2020.

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Plataforma +IFMG

Assumpção (2018), membro da Associação Brasileira de Educação a Distância


(ABED), fez uma análise sobre o crescimento do EaD no Brasil em seu artigo “Vantagens e
riscos de uma expansão acelerada de polos em 2017”. Segundo ela, a expansão dos polos
de atendimento EaD é atribuída principalmente à nova regulamentação da educação a
distância no país. O Ministério da Educação (MEC), por meio do Decreto nº 9.057, de 25 de
maio de 20175, flexibilizou a criação de polos EaD pelas próprias instituições, a partir do
atendimento de alguns parâmetros, além de permitir o credenciamento de instituições nesta
modalidade sem exigir o credenciamento prévio para a oferta presencial.
Os números apontam para o crescimento, mas o questionamento que ainda paira é
quanto à qualidade dos cursos EaD. O INEP, que elabora instrumentos de avaliação de
cursos de graduação presencial e a distância, tanto para autorização quanto para
reconhecimento ou renovação de reconhecimento, adota indicadores comuns aplicáveis às
duas modalidades e alguns exclusivos para a EaD (INEP, 2017). Por exemplo, a previsão
de elaboração ou validação de material didático por equipe multidisciplinar e exigências
específicas quanto o Ambiente Virtual de Aprendizagem que, só recebe nota máxima
quando:

[…] apresenta materiais, recursos e tecnologias apropriadas, que


permitem desenvolver a cooperação entre tutores, discentes e
docentes, a reflexão sobre o conteúdo das disciplinas e a
acessibilidade metodológica, instrumental e comunicacional, e
previsão de avaliações periódicas devidamente documentadas, de
modo que seus resultados sejam efetivamente utilizados em
ações de melhoria contínua (INEP, 2017, p.19).

Além do controle governamental destes cursos, outros resultados têm apontado a


eficácia da modalidade por meio, por exemplo, do desempenho de estudantes no ENADE
(Exame Nacional de Desempenho de Estudantes). Com frequência já se encontram
exemplos onde não existem diferenças significativas entre alunos oriundos de cursos
presenciais e a distância ou situações em que os alunos EaD têm obtido melhores médias
(talvez pela sua exigência natural de maior responsabilidade e envolvimento, característica
essencial para a aprendizagem em qualquer modalidade).

Dica do professor: Para conhecer alguns exemplos,


leia o artigo de Figueiredo et al. (2017): “Avaliação dos
cursos de graduação: estudo comparativo entre cursos
oferecidos nas modalidades a distância e presencial”
(download).

5
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9057.htm>. Acesso em: 17 jun.
2020.

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Plataforma +IFMG

O que tem se notado na prática é que a qualidade de cursos EaD depende


diretamente do planejamento e do comprometimento de uma equipe multidisciplinar, cujos
atores serão a seguir apresentados.

1.2 Características e atores da EaD

Embora a gênese da EaD remonte ao ensino por correspondência é inegável que o


avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) provocou mudanças
significativas no seu modo de fazer. Hoje, esta modalidade de ensino está presente em
diferentes áreas e para assegurar sua qualidade é necessário conhecer algumas de suas
características e a forma como elas interagem com os diversos papéis na relação ensino-
aprendizagem.
Inicialmente, do ponto de vista do estudante, é importante destacar que a flexibilidade
na EaD é uma das suas principais vantagens, pois, salvo nos cursos ou situações em que
são planejadas atividades em tempo real, é o próprio aluno quem planeja e executa os seus
horários de estudo. Portanto, é importante que se estabeleça a seguinte distinção: um curso
a distancia é para quem precisa de flexibilidade de horários e não para quem não possui
tempo! Isso porque, estudar a distância pode requerer maior organização, planejamento,
responsabilidade a autonomia.

Atenção: Educação a Distância não é para quem não tem


tempo! Para não se esquecer disso, leia o texto
complementar “Por favor, tem um minutinho?”
apresentado a seguir.

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Plataforma +IFMG

Por favor, tem um minutinho?

Um minuto: sessenta vezes a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente à transição entre
os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio-133 (BIPM,1968). O número talvez assuste,
mas considerando a expectativa de vida (ou de morte) de um brasileiro em 75,5 anos, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem-se uma vida com duração da ordem de grandeza de 10 19
períodos da referida radiação.
E antes de pensar se tem ou não tempo para algo, talvez devesse se perguntar, como se fez Agostinho - O
que é o tempo?

Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se me perguntam, e quero explicar, não sei


mais.
[...] Ou, esses dois tempos, o passado e o futuro, como eles podem ser, se o
passado não é mais, e o futuro ainda não é? Pelo presente, se ele fosse sempre
presente sem voar ao passado, então não seria mais tempo; ele seria a
eternidade. [...] e podemos dizer, na verdade, que o tempo seja, senão que ele
tende a não ser?
[...] Mas o que agora parece claro e manifesto é que nem o futuro, nem o passado
existem, e nem se pode dizer com propriedade, que há três tempos: o passado, o
presente e o futuro. Talvez fosse mais certo dizer-se: há três tempos: o presente
do passado, o presente do presente e o presente do futuro, porque essas três
espécies de tempos existem em nosso espírito e não as vejo em outra parte. O
presente do passado é a memória; o presente do presente é a intuição direta; o
presente do futuro é a esperança (AGOSTINHO, 1964).

Zygmunt Bauman diz, em seu livro Modernidade Líquida, que no jogo da definição, a maioria das coisas que
fazem parte da vida cotidiana são compreendidas razoavelmente até que se precise defini-las.

Ainda, que se pessoas fossem instadas a explicar o que entendiam por “espaço”
e por “tempo”, poderiam ter dito que “espaço” é o que se percorre em certo tempo,
e que “tempo” é o que se precisa para percorrer certo espaço (BAUMAN, 2000).

Na conquista do espaço, como Jules Vernes mostrou, dar a volta ao mundo em 80 dias parecia um sonho
atraente. As tecnologias evoluem: para chegar à informação, por exemplo, já não é necessário mais que se dê
um passo rumo a uma biblioteca ou banca de jornal. Ela está ali, na hora, ao alcance das mãos. Talvez Vernes
não pudesse imaginar que as facilidades, a instantaneidade, pudessem culminar no desinteresse: os pontos
turísticos próximos de nossas casas sempre podem ser visitados num depois que nunca tem pressa para
acontecer.
Bauman explica que “a instantaneidade significa realização imediata, “no ato” – mas também exaustão e
desaparecimento do interesse. Ela faz com que cada momento pareça ter capacidade infinita”.

A distância que separa o começo do fim está diminuindo ou mesmo


desaparecendo; as duas noções eram usadas para marcar a passagem do tempo,
e, portanto calcular seu “valor perdido”. [...] Teria o tempo, depois de matar o
espaço, enquanto valor, cometido suicídio? (BAUMAN, 2000).

Provavelmente você não tenha tempo para muitas coisas, já foi exigido muito de você chegar até aqui nessa
leitura. É claro, agora está mais próximo da estatística do IBGE, mas não se preocupe, o césio-133 continua
muito bem, obrigado!

Jefferson Silva.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
AGOSTINHO, Santo. As confissões. Trad. Frederico Ozanam Pessoa de Barros. São Paulo: Edameris, 1964.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010.
BIPM- Bureau International des Poids et Mesures. Treizième conference generale des poids et mesures. França 1968.
Disponível em: <http://www.bipm.org/utils/common/pdf/CGPM/CGPM13.pdf#page=103>. Acesso em: 23 jul. 2019.
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Plataforma +IFMG

A interação e engajamento entre os alunos e os profissionais que compõem a equipe


de desenvolvimento e suporte de um curso EaD também são essenciais para o seu sucesso.
É de suma importância que todos os envolvidos acompanhem os estudantes, verifiquem
seus resultados e se atentem para as dificuldades técnicas e pedagógicas, de modo a
aprimorar constantemente os procedimentos adotados.
As instituições podem organizar seus cursos com diversos formatos e diferentes
atores, vez que em função do nível de ensino a legislação pode oferecer mais ou menos
exigências. Contudo, é importante compreender as atribuições dos principais papéis
envolvidos no ensino à distância (SILVA et al., 2014):
▪ Coordenador: é aquele responsável por gerenciar a boa execução do curso, além de
zelar pelo seu Projeto Pedagógico, pela organização do corpo docente e tutorial, por
questões administrativas, pelo apoio ao aluno e pelo acompanhamento das atividades
num âmbito geral;
▪ Professor-autor ou Professor-conteudista: responsável pela elaboração do material
didático (livro, caderno, apostila, videoaulas etc.). Ele pode também, no próprio
material de referencia, sugerir atividades, exercícios ou avaliações para cada aula ou
módulo;
▪ Professor-formador: é o professor que ministra, efetivamente, uma disciplina ou curso.
O formador é quem define e avalia atividades de aprendizagem, gere o cronograma
dos conteúdos e planeja estratégias complementares de ensino. Em turmas pequenas
de alunos, às vezes, quando não há restrição normativa, o formador acumula também
a tarefa de tutor6;
▪ Professor-tutor (a distancia): é o professor que acompanha de maneira mais próxima
as atividades realizadas por cada turma no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).
O tutor também, sob orientação do professor-formador, verifica a frequência, a
regularidade e o desempenho dos alunos. Ele é um dos grandes responsáveis por
promover a dinâmica de aprendizagem do aluno, incentivando a transformação da
sala virtual em um ambiente participativo, onde o aluno é sujeito do seu próprio
conhecimento. Sua participação, portanto, deve ser ativa e recomenda-se que ele
interaja com os alunos respondendo dúvidas ou solicitando intervenção do Professor-
Formador para questões mais pontuais;
▪ Professor-tutor (presencial): quando exigido pelo curso, tem atribuições similares ao
do tutor a distancia, contudo, faz o atendimento fisicamente nos polos de suporte aos
estudantes;
▪ Equipe técnica: composta por designer instrucional, operadores, produtores e editores
de vídeos, diagramadores, ilustradores, webdesigner, programadores e
administradores de tecnologia da informação que, em conjunto, promovem e
implementam os conteúdos do curso e o suporte técnico;
▪ Aluno: na EaD o aluno deixa de ser um receptor passivo e torna-se responsável por
sua aprendizagem, com direito a trabalhar em um ritmo que respeite suas limitações

6
Ainda em casos muito específicos como, por exemplo, cursos de curta duração não há a figura do tutor.

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Plataforma +IFMG

pessoais, sem perder a possibilidade de interagir com seus colegas e professores.


Portanto, é importante que o aluno tenha hábitos regulares estudo, habilidade de
administrar o tempo, organização, goste de interagir, seja independente e
autodisciplinado (FARIA, 2013).

A Figura 2 proporciona uma visão dos atores e processos gerenciais que compõem
a maioria das estruturas de ensino a distância.

.
Figura 2 – Atores e gestão da EaD.
Fonte: Adaptado de Peroni (2018).

Pode-se acrescentar aos atores da EaD os diversos agentes administrativos como,


por exemplo, os responsáveis pela documentação, seleção, matrícula, certificação, entre
outros serviços essenciais ao funcionamento de um curso.
Quando as instituições oferecem cursos em diferentes polos ela precisa contar ainda
com um Coordenador de Polo, que é o responsável pela organização local e dos encontros
presencias, bem como pelo gerenciamento das tutorias presenciais.

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Plataforma +IFMG

Como visto, várias pessoas atuam direta ou indiretamente na implantação,


organização e desenvolvimento dos cursos EaD, sendo que todos devem ter o mesmo
objetivo: oferecer uma educação de qualidade, que rompa barreiras e promova
transformações.

1.3 A democratização do conhecimento

A concentração das principais instituições de ensino em grandes centros urbanos ou


em áreas específicas de uma cidade ou mesorregião, num país de ampla área territorial
como o Brasil, impõe dificuldades logísticas que tornam inacessíveis a algumas pessoas
determinados cursos. Ademais, o desenvolvimento da educação sofre por si só, com as
barreiras sociais e financeiras, dada a grande desigualdade vista no país.
Além de oferecer cursos mais acessíveis, a EaD pode atingir os locais mais
longínquos ao mesmo tempo em que amplia a possibilidade de estudos dada à flexibilização
dos horários.
Numa pior situação, onde o acesso ao computador seja restrito, grande parcela da
população tem atualmente um computador portátil: o smartphone. Segundo dados do IBGE
(2018), na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua TIC)7, o
percentual de domicílios que utilizavam a Internet subiu de 74,9% para 79,1%, de 2017 para
2018.

O equipamento mais usado para acessar a Internet foi o


celular, encontrado em 99,2% dos domicílios com serviço.
O segundo foi o microcomputador, que, no entanto, só era
usado em 48,1% desses lares. Já o acesso pela televisão
subiu de 16,1% para 23,3% dos domicílios com internet, de
2017 para 2018 (IBGE, 2018).

Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista ao vídeo “A


diferença que a EaD faz na vida das pessoas”
(UEMANET, 2015).

Dica do professor: Para complementar sua reflexão,


leia o texto de Borges (2015): “A EaD no Brasil e o
processo de democratização do acesso ao ensino
superior” (download).

7
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua TIC) 2018 disponível em:
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/27515-pnad-
continua-tic-2018-internet-chega-a-79-1-dos-domicilios-do-pais

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Plataforma +IFMG

Atividade: Vá até a sala virtual e no Fórum “A


importância da EaD” publique uma mensagem que
discorra, pelo menos, quanto as seguintes questões:

▪ Qual é a importância da EaD no Brasil?


▪ Todo curso poderia ser à distância?
▪ Se sim, por quê?
▪ Se não, quais podem, quais não podem e por
quê?

Justifique todos os seus comentários. Sinta-se a vontade


para argumentar segundo as suas próprias concepções
e também para dialogar com as publicações de outros
colegas de curso.

Concluída essa primeira semana de estudos é hora de uma pausa. Alie nossos textos,
vídeos e leituras complementares com a sua experiência no ensino (enquanto educador) e
com a sua aprendizagem (enquanto aluno/a). Se necessário, releia o material. Reflita sobre
as novas concepções que este módulo lhe proporcionou e sobre como você poderia
implementar essas práticas na sua vida profissional!

Nos encontramos na próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 2 – Os comportamentos na EaD Plataforma +IFMG

Objetivos
Nesta semana, você compreenderá o comportamento de dois
importantes atores (formador e tutor) e conceitos sobre o
planejamento didático na EaD.

Mídia digital: Antes de iniciar esta semana, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo “A importância do professor
tutor”.

2.1 O comportamento dos formadores e tutores AVA

No escopo deste curso, daremos destaque ao papel dos professores formadores e


tutores, dois dos responsáveis pelo sucesso pedagógico de um curso EaD. Algumas
qualidades são essenciais a estes profissionais, tais como: aptidão para motivar, domínio do
conteúdo do curso e das ferramentas utilizadas, ser comprometido e presente, saber se
relacionar, comunicar-se com gentileza, ter empatia, saber identificar os momentos em que
os alunos precisam de orientação e saber fazê-la da forma correta etc. Enfim, é preciso ser
um educador no sentido pleno da palavra. Estes atores devem se lembrar ainda que a sala
virtual reproduz algumas características da sala de aula presencial, portanto, do mesmo
modo que se deve evitar a linguagem coloquial, se deve evitar o excesso de formalismo (e
o distanciamento aluno-professor). Converse com os alunos, inclusive nos fóruns, assim
como você conversaria em uma aula presencial.
Tal comportamento ganha ainda mais importância quando se entende que o tutor,
especialmente, tem como função principal exercer a mediação da relação pedagógica e da
aprendizagem, pois, ele representa o elo entre o aluno e o material didático, assim como o
elo entre o aluno e o professor-formador.
O tutor também deve mediar a relação de interação entre os próprios alunos,
fomentando a discussão nos fóruns, respondendo os questionamentos e participando
ativamente da dinâmica do ensino. Periodicamente ele deve verificar os alunos com baixa
assiduidade, contatando-os individualmente para estimular sua participação. Além disso, é
importante que o tutor mantenha contato frequente com os professores-formadores,
deixando-os atualizados quanto ao desenvolvimento dos alunos e a adequação de materiais
ou atividades que porventura estejam provocando dificuldades.
Muitos professores, formadores e tutores, encontram dificuldades em manter uma
relação didática próxima com o aluno a distância, pois, habituados com explicações orais,
encontram na escrita uma barreira que talvez não possibilite a compreensão efetiva do
conteúdo. Além disso, pela restrição de outras possibilidades de análise (tom de voz,

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Plataforma +IFMG

expressão facial, etc.), o aluno pode interpretar a mensagem como “fria” ou “descortês”.
Tendo em vista esse fato, é importante que estes profissionais sigam algumas normas de
comunicação, para evitar a má interpretação por parte dos envolvidos.
No início do curso é necessário que cada ator dê as boas-vindas e se apresente,
fazendo uma breve biografia e colocando-se à disposição dos alunos para o que for
necessário. Esteja sempre atento quanto aos prazos das atividades e reforce os
compromissos letivos no fórum ou mural, para que os alunos também se sintam estimulados
a visitar o Calendário de Atividades. Nunca se esqueça da cordialidade, lembrando-se que
alguns alunos podem não possuir a mesma facilidade para aprendizagem e/ou manejo de
ferramentas digitais quanto outros.
A fim de evitar desconfortos, podemos seguir algumas regras sociais de
comportamento e comunicação na internet. Já que o computador permite que, em algumas
situações, você se expresse com maior liberdade, nada impede o uso eventual de
emoticons8 para expressar sentimentos, porém, cabe lembrar que se trata de um ambiente
acadêmico e, quando necessário, algum formalismo mínimo ou padrões adequados
precisam ser mantidos9. Sabendo que tem alguém do outro lado do computador recebendo
o seu texto, esforce-se para que o seu interlocutor o entenda da melhor forma possível.

Dica do professor: Para conhecer melhor algumas


regras de comportamento e comunicação na internet leia
o texto de Brito (2012) “Netqueta e Educação:
importância da etiqueta nos ambientes virtuais”
(download).

Gonzalez (2005), em seu livro Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância,


apresenta também algumas importantes técnicas e habilidades a serem trabalhadas na EaD,
no que se refere às relações e à comunicação:
▪ Exercer continuamente o reforço positivo, principalmente perante alunos com
dificuldade de aprendizado. A eficácia do reforço depende da proximidade
estabelecida com os alunos;
▪ Promover recompensas positivas aos aprendizes, através do elogio a um trabalho
entregue no prazo, por uma avaliação acima da média ou, até mesmo, pelo esforço e
dedicação empreendidos. É importante incentivar o aprendiz, louvando a sua
responsabilidade, pontualidade e desempenho;
▪ Ter domínio das ferramentas de interatividade utilizadas no curso;
▪ Estar disponível para ouvir e responder, tão logo que solicitado, às dúvidas
apresentadas pelos alunos. Recomenda-se que dúvidas em um curso a distancia
sejam respondidas em, no máximo, 24 horas (em dias úteis);

8
Do inglês: emotion + icon.
9
Cuidados adicionais também precisam ser observados como, por exemplo: pessoas familiarizadas com o uso de chats
entendem que palavras integralmente escritas com letras maiúsculas significa elevação do tom de voz.

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Plataforma +IFMG

▪ Manter um comportamento profissional e ético irrepreensível. A falta de confiança ou


desapontamento é uma das maiores causas de evasão nos cursos à distância;
▪ Possuir habilidade de colocar-se no lugar do outro, promovendo uma sintonia afetiva
através da comunicação expressa e na atitude de escutar respeitosamente o aluno;
▪ Manter a postura de condutor do conhecimento e não agir como detentor do
conhecimento. Ainda que a sua experiência profissional indique caminhos e soluções
mais exatas, deve estar aberto a novos conhecimentos e sugestões significativas
provindas dos alunos;
▪ Fornecer feedback aos alunos, inclusive das avaliações, descrevendo comentários e
sugestões claras;
▪ Elaborar comentários devolutivos, evitando expressões que possam conter carga
negativa ou depreciativa;
▪ Evitar as avaliações paternalistas ou severas, não cedendo pontos sem que o aluno
tenha merecido ou exagerando no rigor das correções. É importante estabelecer
critérios uniformes nas avaliações;
▪ Guardar conexão com os objetivos fixados pela disciplina. Dessa forma, a resolução
da avaliação definirá em que medida o aluno alcançou o alvo proposto, ao iniciar o
estudo;
▪ Combinar questões de fácil, média e difícil resolução, com o intuito de detectar os
distintos tipos de alunos, bem como o seu aproveitamento.

As orientações de Gonzalez (2005) ajudam para que o acompanhamento se torne um


“estar presente à distância”, situação imprescindível ao sucesso do processo de ensino e
aprendizagem na EaD.

Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista ao vídeo “O


papel do tutor na EaD” (FEPESP, 2016).

Ainda quanto à comunicação é importante observar que a EaD divide-se basicamente


em atividades:
▪ Síncronas, aquelas realizadas em tempo real por meio de chat, videoconferência etc.;
▪ Assíncronas, aquelas realizadas a qualquer tempo, não simultaneamente, por meio
de e-mail, fórum, videoaula etc.

Seja qual for o processo comunicativo em uso é importante que haja interação entre
professores e alunos, entre alunos e alunos, assim como, interatividade entre alunos e o
material didático e/ou o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). E para isso se faz
essencial um adequado planejamento pedagógico tanto na etapa de desenvolvimento
quanto na etapa de execução, propriamente, de um curso EaD.

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Plataforma +IFMG

Atenção: Ao atuar como professor-autor lembre-se que


um livro didático ou apostila deve apresentar abordagens
diferentes daquelas utilizadas em artigos científicos.
Portanto, use vocabulário e recursos linguísticos que
facilitem a aprendizagem!

2.2 A importância do planejamento na EaD

Mídia digital: Antes de iniciar este tópico, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo “O planejamento didático”.

A Educação a Distancia não deve estimular o distanciamento, mas sim uma nova
forma de comunicação, que deve aprimorar a interação aluno-professor-conhecimento. É
nesse sentido que adotamos a premissa Freiriana de que “ninguém educa ninguém, ninguém
educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (FREIRE,
1987, p. 68). No seu livro “Extensão ou Comunicação”, Freire (1983) nos lembra que:

O sujeito pensante não pode pensar sozinho; não pode pensar sem a coparticipação
de outros sujeitos no ato de pensar sobre o objeto. Não há um “penso”, mas um
“pensamos”. É o “pensamos” que estabelece o “penso” e não o contrário.
A comunicação implica numa reciprocidade que não pode ser rompida. Desta forma,
na comunicação, não há sujeitos passivos.
E isto só se dá na comunicação e intercomunicação dos sujeitos pensantes a
propósito do pensado, e nunca através da extensão do pensado de um sujeito até o
outro.
Equivocada também está a concepção segundo a qual o que fazer educativo é um
ato de transmissão ou de extensão sistemática de um saber.
A educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é a transferência de
saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos
significados.

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Plataforma +IFMG

Dica do professor: Esta abordagem sobre


“comunicação” não se refere ao ato simples e mecânico
de dialogar, pois, em não raras vezes já presenciamos
diálogos que acabaram por não conectar de verdade os
atores do processo de ensino-aprendizagem. A ausência
de comunicação criticada, refere-se ao uso tecnológico
que, essencialmente, não possibilita uma interação
crítica entre os atores e os conceitos envolvidos.
Embora a oralidade seja também uma possível
estratégia, não apenas ela efetiva a “comunicação”, via
tecnologias, na educação. Para contribuir com esta
reflexão leia um recorte de Freire (1983), do texto
“Extensão ou Comunicação?” (download)10.

Mídia digital: Para contribuir com sua reflexão, vá até a


sala virtual e assista ao vídeo “O que é virtual?”.

Portanto um suporte conceitual é essencial na EaD. Sendo a tecnologia mais uma


ferramenta educacional, ela também deve ser provida de reciprocidade, interação dialógica
e análise crítica e reflexiva – fatores indispensáveis para toda relação de ensino e
aprendizagem. E isso só é possível a partir de um adequado planejamento metodológico.
Por essa razão, assim como para o uso de quaisquer outras estratégias de ensino, o
uso da tecnologia na educação também requer cuidado para que a intervenção seja,
verdadeiramente, pedagógica. Nesse contexto, são importantes, pelo menos, dois critérios:
1. A escolha adequada dos recursos tecnológicos11;
2. A definição de uma metodologia para o uso de tais recursos.

Dica do professor: Para a escolha de uma tecnologia


educacional, diversas estratégias podem ser utilizadas.
A título de exemplo, apresenta-se o “Checklist de Reis e
Vieira Junior (2019)”, egressa do Curso de Pós-
Graduação em Docência do IFMG (download). Embora
este produto seja aplicado à escolha de jogos, pode ser
adaptado para Objetos de Aprendizagem em geral12.

10
É um ótimo livro, recomendamos que você adquira ou acesse uma biblioteca pública para conhecê-lo na íntegra!
11
Objetos de aprendizagem diversos ou o próprio Ambiente Virtual de Aprendizagem.
12
O “produto” é apenas uma das exigências da Pós-Graduação em Docência do IFMG Arcos. Além deste artefato mais
“técnico”, os alunos desenvolvem também uma pesquisa e um artigo científico.

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Já para a definição metodológica, requer-se um planejamento onde, aliando os


conhecimentos técnicos, pedagógicos, experiência e sensibilidade, a equipe que planeja em
um curso a distancia responda, no mínimo, as seguintes questões:
1. Qual a finalidade de cada atividade: ensinar ou educar (numa perspectiva
abrangente)?
2. Quais conteúdos a serem trabalhados: conceituais, procedimentais, atitudinais etc.?
3. Quais procedimentos planejados plataforma didática: exposição, descoberta,
desenvolvimento de projetos etc.?
4. Quais processos comunicativos definidos: diretivos, participativos, cooperativos etc.?
5. Como se dá a organização social do meu curso: individual, grupos grandes ou
pequenos, fixos ou flexíveis?
6. Como se dá a organização dos conceitos: disciplinares, interdisciplinares,
integradores?
7. Como se dá a organização do tempo: modular, contínuo, individualizado etc.?
8. De que forma se oferece suporte teórico: livro texto, hipertexto, vídeos, sincronismo,
assincronismo etc.?
9. De que forma se realiza avaliações: por resultados, formativa, continuada?
10. E, entre tantas outras, como será possível lidar com as individualidades dos
aprendizes na minha plataforma e no meu material?

Intrinsicamente ao levantamento destas informações, na fase de planejamento,


diversas abordagens didático-pedagógicas podem ser utilizadas: ensino contextualizado,
abordagem sociocultural, aprendizagem baseada em projetos, metodologias ativas diversas
e tantas outras. Viu como a etapa de planejamento para o EaD é trabalhosa e essencial?

Dica do professor: Dentre várias opções, destacamos


apenas uma delas: a “Sequência Didática” de Zabala,
que sugere tipos de conteúdos a serem ensinados e
funções procedimentais de responsabilidade do
professor.
Leia uma pequena síntese do seu texto “A prática
educativa: como ensinar” (CARDOSO, 2013) e reflita na
possibilidade do seu uso junto a uma tecnologia
(download).

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Atividade: Vimos, portanto, que para utilizar a tecnologia


a favor da educação, inclusive na EaD, é preciso também
um eficiente planejamento didático metodológico.
Para reforçar esta concepção, vá até a sala virtual e
participe do Fórum “Refletindo a prática” com, no
mínimo, duas publicações:

1) Considerando os textos de Freire e Zabala, discorra


sobre as reflexões que este módulo lhe proporcionou;
2) Em seguida, comente a publicação de, pelo menos
algum outro colega de curso, contribuindo com a
postagem dele/a.

Mais uma vez, façamos uma pequena pausa para a reflexão. Leia os diversos
comentários já realizados no fórum anterior e aproveite esta oportunidade de troca de
experiências!

Nos encontramos na próxima semana.


Bons estudos!

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Plataforma +IFMG

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Semana 3 – A Tecnologia na Educação Plataforma +IFMG

Objetivos
Nesta semana, você refletirá sobre o uso da tecnologia na
educação considerando os seus impactos sociais e a
diferença entre EaD e regimes remotos de ensino.

3.1. Novas reflexões

Os avanços e aplicações tecnológicas resultam e são resultados de mudanças


culturais. Atualmente o uso da tecnologia, sobretudo digital, é imperativo ao sujeito que
deseja inserção no mercado de trabalho, novas oportunidades de estudo e/ou
aprimoramento, participação ativa em novos ambientes culturais e sociais, enfim, nas
diversas facetas da sociedade contemporânea. Este último módulo inicia com uma pergunta
ou uma provocação, se preferir: olhando o outro lado da moeda agora, como somos e como
devemos ser educados para nossa relação com a tecnologia?

Figura 3 - Fotografia de ZSun Fu.


Fonte: http://unsplash.com/photos/b4D7FKAghoE (Acessado em 04 mai. 2020).

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Plataforma +IFMG

Embora hoje em dia as crianças, desde a tenra idade, já lidam com celulares e tablets,
as pessoas não nascem sabendo, por exemplo, a acessar a internet com ciência dos riscos,
dos deveres e dos direitos no mundo digital. É, portanto, preciso aprender o que é tecnologia
e como fazer um bom uso dela. A tecnologia digital, não só no âmbito educacional, mas para
diversos aspectos da vida, é um componente complexo e que evolui muito rapidamente.
Nesse sentido, qual o papel da escola na formação para a tecnologia?
Para fomentar este debate assistiremos ao vídeo intitulado “A tecnologia como aliada
da educação” produzido pela Plataforma UM BRASIL em parceria com o Laboratório de
Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (LAB FGV). Trata-se da entrevista de Lúcia
Dellagnelo, diretora-presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira.

Em certo momento da entrevista Lúcia Dellagnelo fala sobre a inserção da tecnologia


dentro dos currículos da escola:

Nós estamos num momento muito interessante no Brasil com a revisão da Base
Nacional Curricular Comum, com um Plano Nacional de Educação que diz que se o
Brasil não adotar novas tecnologias e abordagens inovadoras de aprendizagem nós
não conseguiremos atingir as metas [...] há um senso de urgência. A Austrália quando
fez a revisão de currículo nacional colocou dentro dessa política o que eles chamaram
de revolução digital. No currículo australiano tecnologia era um tema transversal,
depois da primeira revisão, tecnologia e design de tecnologia se tornaram disciplina
específica trabalhada do primeiro ao último ano da escola. Noções de como entender
a lógica por detrás dos algoritmos para sabermos para onde estamos direcionados.
Uma nova linguagem que deveríamos ensinar na escola (DELLAGNELO, 2016).

Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista ao vídeo “A


tecnologia como aliada da educação” (FECOMERCIO,
2016).

Ainda sobre o uso de tecnologias, você é convidado a pensar sobre as mudanças


educacionais vivenciadas com a pandemia de 2020. Diversos países do mundo fecharam as
portas de suas escolas e universidades na tentativa de frear o avanço da contaminação pelo
coronavírus. Como forma de contornar essa situação, algumas instituições adaptaram suas
aulas presenciais para regimes remotos. Porém, deve-se diferenciar “aula remota” de
“Educação a Distância”. Conforme bem explicado por Tobgyal (2020), as aulas remotas
trataram simplesmente de uma tentativa de “reprodução” da aula presencial, transmitindo-a
virtualmente em caráter excepcional13. A Educação a Distancia, por outro lado, conforme
discutido nesse curso, é uma modalidade bem planejada, regulamentada e que requer ampla
conceituação didático pedagógica.

13
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=bgJYJR0lU2U>. Acesso: em 26. jun. 2020.

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Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista ao vídeo


“Diferença entre aula remota e EaD” (TOBGYAL, 2020).

Agora que o termo “aula remota” foi esclarecido, podemos avançar nesta reflexão a
partir da leitura do artigo “Aulas presenciais em tempos de pandemia: relatos de experiências
de professores do nível superior sobre as aulas remotas”. Trata-se de um estudo que
analisou os impactos identificados por profissionais da educação, a partir da experiência com
o isolamento social em 2020. Este texto também nos permite refletir sobre os impactos do
modelo adotado à ocasião para a educação na era pós-pandêmica (BARBOSA, VIEGAS e
BATISTA, 2020).

Dica do professor: Leia o artigo de Barbosa et al.


(2020): “Aulas presenciais em tempos de pandemia:
relatos de experiências de professores do nível superior
sobre as aulas remotas” (download).

Atividade: Para concluir o curso e receber o seu


certificado, vá até a sala virtual e responda ao
“Questionário avaliativo”. Esta tarefa contem questões
acerca de todos os vídeos e leituras realizadas no curso.
Você terá três tentativas e a nota mínima para aprovação
é de 60%.

As tecnologias necessárias para uma eficiente Educação a Distância já se encontram


disponíveis, faltando-nos, na verdade, apenas a capacitação para melhor utilizá-las. Além
disso, cabe-nos lembrar que muitas das ferramentas e conceitos adotados para a EaD
podem também ser utilizados, complementarmente, em cursos presenciais. Essa prática,
além de favorecer o estudo extraclasse dos alunos, permite ao professor (presencial)
exercitar o uso da tecnologia como sua aliada no ensino.
Nesse sentido, esperamos que este curso tenha contribuído com a sua formação e
que estes conhecimentos lhe motivem a se capacitar ainda mais, buscando novos
treinamentos e repensando, a cada dia, a sua prática docente!

Foi um prazer tê-lo conosco!


Conheça também os outros cursos da Plataforma +IFMG.

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Referências

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RBAAD – Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. 2011.
Disponível em:
<http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2011/Artigo_07.pdf>. Acesso
em: 12 jun. 2020.

ASSUMPÇÃO, C. M. Vantagens e riscos de uma expansão acelerada de polos em 2017.


In: DISTÂNCIA, A. B. D. E. A. Censo EAD.BR 2017. 1a. ed. Curitiba: InterSaberes, v. 1,
2018. ISBN 978-85-5972-807-1.

BARBOSA, A. M.; VIEGAS, M. A. S.; BATISTA, R. L. N. F. F. Aulas presenciais em tempos


de pandemia: relatos de experiências de professores do nível superior sobre as aulas
remotas. Augustus, Rio de Janeiro, v. 25, n. 51, p. 255-280, Julho 2020. ISSN: 1981-1896.

BRASIL. Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas. nstituto Nacional de


Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Brasilia. 2019a.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Instituto


Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2019b. Disponivel em:
<http://inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/dia-nacional-da-
educacao-a-distancia-marca-a-expansao-de-ofertas-de-cursos-e-aumento-do-numero-de-
alunos-matriculados/21206>. Acesso em: 04 jun. 2020.

CARDOSO, Maria Angélica. A prática educativa: como ensinar. Resenha. 2013. Disponível
em: <http://deacoordenacao.blogspot.com/2013/08/a-pratica-educativa-como- ensinar-
antoni.html>. Acesso em: 15 jul. 2020.

COSTA, Karla da Silva; FARIA, Geniana Guimarães. EAD – Sua origem histórica, evolução
e atualidade brasileira face ao paradigma da educação presencial. In: CONGRESSO
INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 14., 2008, Santos. Anais... Santos:
ABED, 2008.

DELLAGNELLO, L. A tecnologia como aliada da educação. LABFGV (entrevista) Disponível


em: <https://www.youtube.com/watch?v=I7katADp-08>. Acesso em: 14 jun. 2020.

FARIA, Adriano Antônio; LOPES, Luís Fernando. O que é quem da EaD: história e
fundamentos. Curitiba: InterSaberes, 2013.

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Plataforma +IFMG

FECOMERCIO. Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São


Paulo. A tecnologia como aliada da educação, por Lúcia Dellagnelo. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=I7katADp-08>. Acesso em: 15 jul. 2020.

FEPESP. Federação dos Professores do Estado de São Paulo. O papel do tutor na EaD.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=H0mWIb5zUqA>. Acesso em: 15 jul.
2020.

FIGUEIREDO, Márcia Aparecida; AMARAL, Rita de Cássia Borges de Magalhães; ROPOLI,


Edilene Aparecida. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA, 23., 2017, Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: ABED, 2017.

FREIRE, Paulo. Extensão e Comunicação? São Paulo: Paz e Terra, 1983.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GONZALEZ, M. Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância. São Paulo:


Avercamp, 2005

IBGE. Instituto Braileiro de Geografia e Estatística. PNAD Contínua TIC 2018. Agência
IBGE Notícias, Brasilia, 2018. Disponivel em:
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-
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pais>. Acesso em: 04 jun. 2020.

PERONI, É. Agentes da Educação a Distância - Autor, Tutor e Aprendiz. [S.l.]: Unidade


de Gestão e Formação, 2018.

REIS, Deyse Almeida; VIEIRA JUNIOR, Niltom. Games como estratégia de ensino de
ciências para abordar o saneamento básico. Res. Soc. Dev., Itajubá, v. 8, n. 12, p. 01-20,
2019. ISSN: 2525-3409.

SILVA, A. J. C.; PEREIRA, C. M.; AMARAL, L. O.; AZEVEDO, J. F.; PEREIRA, T. L; SAHB,
W. F. Organização e prática pedagógica em cursos a distância na Universidade Federal
de Lavras. Lavras: UFLA Diretoria de Educação a Distância – DIRED. Lavras, 2014.

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Plataforma +IFMG

TOBGYAL, Fernando. Diferença entre aula remota e EaD. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=bgJYJR0lU2U>. Acesso em: 26 jun. 2020.

UEMANET. Universidade Estadual do Maranhão. A diferença que a EaD faz na vida das
pessoas. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=z-Uym8tVJ7U>. Acesso em:
14 jul. 2020.

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Currículo dos autores

Niltom Vieira: Realizou Pós-doutorado em Informática na Educação pela


Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Campus São Gabriel). Possui
doutorado e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho (Campus Ilha Solteira), bacharelado em
Engenharia Elétrica pelo Centro Universitário da Fundação Educacional de
Barretos, licenciatura em Matemática e Física pela Faculdade Capixaba da Serra
e habilitação para o Magistério pelo Centro Específico de Formação e
Aperfeiçoamento do Magistério (Unidade Barretos). Desde 2008 é professor
efetivo do Instituto Federal de Minas Gerais, já tendo atuado como docente no
Campus Formiga (nos cursos de Licenciatura em Matemática, Engenharia
Elétrica e Ciência da Computação), no Campus Arcos (nos cursos de
Engenharia Mecânica e Pós-Graduação em Docência) e no Campus Ouro
Branco (no curso de Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica). No
IFMG Arcos já ocupou os cargos de Diretor de Ensino, Chefe do
Departamento de Ciências Aplicadas, Coordenador do curso de Engenharia Mecânica e Coordenador da
Pós-graduação em Docência (EaD). Ocupou também, na reitoria do IFMG, o cargo de Diretor de Projetos de
Extensão. Desenvolve pesquisas, principalmente, nas áreas de educação em engenharia, ensino de ciências
e matemática, tecnologias educacionais e educação à distância.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3283103593476831
Cláudia Rossi: Pedagoga, com Mestrado em educação, pela Universidade
Federal de Lavras. Especialização em Psicopedagogia, Metodologia e Didática
do Ensino, Inspeção Escolar. Atuou como professora, supervisora escolar e
diretora nas redes municipal, estadual e privada. Foi professora e coordenadora
pedagógica do Curso Normal Superior da UNIPAC na cidade de Arcos. É
Técnica em Assuntos Educacionais Instituto Federal de Minas Gerais
– Campus Arcos, professora e tutora em EaD no IFMG e UFLA. No IFMG Arcos
já ocupou o cargo de Coordenadora da Pós-graduação em Docência (EaD). Tem
experiência também na docência superior em diferentes licenciaturas, na
coordenação de projetos extensionistas e em pesquisas envolvendo Educação
Inclusiva e Educação Patrimonial.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8922744036260494

Jefferson Silva: Graduado em Engenharia Mecânica na Universidade Federal


de São João del-Rei (UFSJ) com intercâmbio sanduíche nas universidades:
Universitat de Girona (UdG - Espanha) e The Hague University of Applied
Sciences (Países Baixos). Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSJ e
doutorando em Educação pela UdG. Professor efetivo no Instituto Federal de
Minas Gerais (IFMG) Campus Arcos, onde atua no curso de graduação em
Engenharia Mecânica e na Pós-graduação em Docência (EaD). No IFMG Arcos
já ocupou as funções de Representante local da Assessoria de Relações
Internacionais (ARINTER), Presidente do Comitê de Educação a Distancia
(CEAD) e Chefe do Departamento de Engenharia Mecânica. Foi professor
visitante do departamento de metalurgia do Cégep de Trois-Rivières (Canadá).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0246316357702468

Feito por (professor-autor) Data Revisado por Data Versão

Niltom Vieira, Cláudia Rossi, 26/06/2020 Dandara L. do Nascimento 14/07/2020 1


Jefferson Silva

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Glossário de códigos QR (Quick Response)

Dica do professor
Mídia digital Educação a
Apresentação do distância: conceitos
curso e história no Brasil e
no mundo

Dica do professor
Avaliação dos cursos
Mídia digital
de graduação: estudo
A diferença que a
comparativo entre
EaD faz na vida das
cursos oferecidos nas
pessoas
modalidades a
distância e presencial

Dica do professor
A EaD no Brasil e o
Mídia digital
processo de
A importância do
democratização do
professor tutor
acesso ao ensino
superior

Dica do professor
Netqueta e
Mídia digital
Educação:
O papel do tutor na
importância da
EaD
etiqueta nos
ambientes virtuais

Mídia digital Dica do professor


O planejamento Extensão ou
didático comunicação?

Mídia digital Dica do professor


Checklist de Reis e
O que é virtual?
Vieria Junior (2019)

43
Dica do professor Mídia digital
A prática educativa: A tecnologia como
como ensinar aliada da educação

Dica do professor
Aulas presenciais em
tempos de
Mídia digital
pandemia: relatos de
Diferença entre aula
experiências de
remota e EaD
professores do nível
superior sobre as
aulas remotas

44
Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex), neste ano de


2020 concentrou seus esforços na criação do Programa
+IFMG. Esta iniciativa consiste em uma plataforma de cursos
online, cujo objetivo, além de multiplicar o conhecimento
institucional em Educação à Distância (EaD), é aumentar a
abrangência social do IFMG, incentivando a qualificação
profissional. Assim, o programa contribui para o IFMG cumprir
seu papel na oferta de uma educação pública, de qualidade e
cada vez mais acessível.
Para essa realização, a Proex constituiu uma equipe
multidisciplinar, contando com especialistas em educação,
web design, design instrucional, programação, revisão de
texto, locução, produção e edição de vídeos e muito mais.
Além disso, contamos com o apoio sinérgico de diversos
setores institucionais e também com a imprescindível
contribuição de muitos servidores (professores e técnico-
administrativos) que trabalharam como autores dos materiais
didáticos, compartilhando conhecimento em suas áreas de
atuação.
A fim de assegurar a mais alta qualidade na produção destes cursos, a Proex adquiriu
estúdios de EaD, equipados com câmeras de vídeo, microfones, sistemas de iluminação e
isolação acústica, para todos os 18 campi do IFMG.
Somando à nossa plataforma de cursos online, o Programa +IFMG disponibilizará
também, para toda a comunidade, uma Rádio Web Educativa, um aplicativo móvel para
Android e IOS, um canal no Youtube com a finalidade de promover a divulgação cultural e
científica e cursos preparatórios para nosso processo seletivo, bem como para o Enem,
considerando os saberes contemplados por todos os nossos cursos.
Parafraseando Freire, acreditamos que a educação muda as pessoas e estas, por sua vez,
transformam o mundo. Foi assim que o +IFMG foi criado.

O +IFMG significa um IFMG cada vez mais perto de você!

Professor Carlos Bernardes Rosa Jr.


Pró-Reitor de Extensão do IFMG
Características deste livro:
Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital

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