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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Várias são as conotações dadas para a manifestação corporal sendo ela descrita como cultura
do movimento, práticas corporais de movimento ou até mesmo expressão de corporalidade. Todas
elas remetem a questão de mobilidade do indivíduo, conforme Oliveira (1998, apud BRACHT,
2004, p. 98) “[...] entende que a expressão cultura de movimento ou cultura corporal de movimento
está muito centrada na questão motriz”, ou seja, passa por uma decisão ao realizar a ação e o
movimento de fato.
Portanto é de suma importância como papel de educador físico estimular e refinar valências
físicas dos seus alunos em séries iniciais no âmbito escolar, Kunz (1994, p.68, apud BRACHT,
2004, p.98) afirma que todas as atividades realizadas pelo indivíduo, tanto no esporte como em
atividades extra esporte fomentam a cultura do movimento humano, sendo adaptada e criada através
do seu comportamento e as resistências que acontecem frente a essas ações.
Através dessas práticas cria-se uma metodologia para identificar o que precisa ser refinado
na questão de psicomotricidade enquanto o aluno está em formação, pois isso mais tarde acarretará
em como esse indivíduo se porta na sociedade e como esta sociedade transforma essa cultura de
movimento.
Assim, o primeiro diagnóstico a que podemos nos referir é que, em nosso contexto
educativo, a Psicomotricidade tradicional, em sua origem (entendida como uma disciplina
formativa global do ser humano), junto com seus objetivos e métodos de trabalho, fez-se
cada vez mais dualista, isto é, que seus conteúdos apontam mais ao desenvolvimento de
condutas motrizes que a trabalhar com a pessoa em sua totalidade. (LAPIERRE, 1979,
p.14-30, apud ARRIAGADA, 2004, p.27).
Para que não ocorra este dualismo citado anteriormente deve-se estimular nas brincadeiras e
esportes o aperfeiçoamento do aluno no contexto amplo de movimento, fortalecendo aspectos
cognitivos frente a necessidade de se movimentar, por tanto, entender em que etapa de
transformação a criança está passando a partir dos 6 anos é de suma importância para o professor
implementar seu plano de aula.
Através do movimento corporal observa-se, no indivíduo, diferentes manifestações e
comportamentos, que em uma análise mais aprofundada, pode nos proporcionar elementos de
diversas interpretações, como por exemplo, nos dar ideia de alegria, tristeza, raiva, ou até mesmo
nos contar alguma história, muitas vezes, carente de intervenção profissional, pois em nossa frente
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pode estar um ser humano pedindo socorro, ou alguém com habilidades especiais necessitando sua
inclusão, como menciona Freire (2009, pg. 126)
O movimento, o simples movimento corporal, aquele que se vê nos anos, ainda não revela o
homem. O que está faltando, numa concepção de Educação Física que privilegie, acima de
tudo, o humano é ver além do percebido: é enxergar o movimento carregado de intenções, de
sentimentos, de inteligência, de erotismo”.
Quando a criança chega à escola, apesar da insegurança e o medo de se afastar dos pais,
ainda assim percebe-se os olhares curiosos observando o que os outros estão fazendo e uma discreta
vontade de se envolver, de participar das brincadeiras entre os diversos grupos e indivíduos que se
movimentam ao seu redor, na verdade, parece que os pais é quem estão com dificuldades de liberar
os filhos para um outro mundo que não seja o de seu controle. Após o soar do sino, ou qualquer
outra forma de dizer que a alegria acabou e que chegou o momento de conversar seriamente:
conhecer a direção, professores e a sala de aula. Começa uma outra vida, com rotinas que vão ao
desencontro da natureza humana, onde as formas de ensinar e aprender começam pela imobilidade:
parar, sentar e não falar. Observa Freire (2009, pg. 9) “Às vezes falta visão ao sistema escolar, às
vezes faltam escrúpulos. É difícil explicar a imobilidade a que são submetidas as crianças quando
entram na escola”, pois insistem em dizer que a escola prepara para a vida, para a sociedade. A vida
é movimento, mesmo dentro de um corpo parado.
Ao observarmos o aspecto físico da maioria dos prédios escolares, perceberemos uma
semelhança com grandes fábricas e infelizmente, até com presídios. Diante desta análise e
instrumentalizados de novos conhecimentos, pois esta é uma reflexão que educadores não cansam
de fazer e em particular da Educação Física, onde a cada dia surgem novas pesquisas, novos olhares
sobre a prática do movimento humano, cultura corporal de movimento e cultura humana de
movimento corporal, em especial na disciplina de Educação Física escolar, onde as crianças contam
os minutos para que chegue a sua aula.
Apesar de sua história, como fins militares, função higienista e outros, não podemos
desfazer alguns papéis importantes que são atribuídos à disciplina de Educação Física no contexto
escolar, no desenvolvimento do educando, que para González e Schwengber (2012, pg. 24) “A
dimensão dos saberes que se refere às possibilidades do se-movimentar humano aparece na
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Educação Física como a oportunidade de a criança ampliar o conhecimento do próprio corpo, bem
como sua capacidade de realizar movimentos nos espaços e no tempo”. Ao analisar historicamente
os seres humanos, desde sua vida nômade, lutando de todas as formas para sua sobrevivência, seus
cultos e festividades até a fixação em sociedade chegando ao que conhecemos hoje (tecnológico e
facilmente adaptado ao mais fácil), podemos entender a necessidade de a escola se preocupar
também com as consequências da vida moderna, onde nem tudo é benefício, desta forma, também,
o resgate de atividades que incentivem as pessoas ao movimento, como exercícios físicos,
atividades físicas, relaxamento e recreação, entre outros, pois qualidade de vida também é nossa
responsabilidade social, conforme afirma González e Schwengber (2012, pg. 25) onde “o estudo das
práticas corporais sistematizadas, vinculadas ao campo do lazer, ao cuidado do corpo e à promoção
da saúde”.
A criança nas séries ou anos inicias, na sua maioria, está sempre disposta ao aprendizado de
novos jogos, novos movimentos ou novos desafios e cabe ao professor de Educação Física o
conhecimento científico do porquê daquela atividade, bem como paciência e técnicas motivacionais
para manter aceso esta qualidade dos alunos, pois o mundo tecnológico também está presente e
desperta muito interesse do educando, muitas vezes conduzindo-os para o caminho da
individualidade e imobilidade, para Mattos (2004, pg. 9) “Apesar da evolução da sociedade,
percebemos que muitas pessoas ainda utilizam o jogo como fonte de diversão, como acontece nos
jogos de futebol, entre outros.”
Para as diversas faixa etárias, dos seis aos onze anos de idade, respeitando a individualidade,
a resistência, onde o professor deva fazer as devidas adaptações e interferências, podemos
exemplificar com as brincadeiras.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Dentro deste contexto cabe ao professor implementar práticas e jogos que desenvolvam a
motricidade dos alunos, segue exemplos de jogos que assumem este papel.
3.1. FUTPANO
FONTE: NASÁRIO, Júlio Cesar; MAFLI, Roberto; VANDRESEN, Jeferson; CARVALHO, Rafael Doose de; Jogos
Lúdicos: o relato de uma vivência. Ed.2, p.35. Rio do sul, Unidavi, 2014.
corre ao encontro da bandeira e procura trazê-la para o seu campo, sem que o colega da outra
equipe com o mesmo número pegue. Se o aluno traz a bandeira até sua equipe sem ser pego, a
equipe soma o ponto, caso seja pego sem chegar até sua equipe, o ponto será somado para a outra
equipe.
FONTE: NASÁRIO, Júlio Cesar; MAFLI, Roberto; VANDRESEN, Jeferson; CARVALHO, Rafael Doose de; Jogos
Lúdicos: o relato de uma vivência. Ed.2, p.37. Rio do sul, Unidavi, 2014.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A implementação dos jogos futpano e pique bandeira foi feita com a turma do 3° Ano do
Centro Educacional Pedro dos Santos, em geral a observação mais nítida foi o desenvolvimento
social entre os alunos, mas partindo do pressuposto de análise, desenvolvimento motor como
manifestação corporal houve uma clareza entre crianças com aptidão para locomoção junto com o
manuseio dos materiais, troca de direção e aspectos relacionados a lateralidade, com outras
introspectivas no sentido corporal e dificuldade de realizar as duas ações simultâneas.
A brincadeira de futpano ocorreu dentro do previsto conforme a referência dos materiais e
métodos, sabe-se que devido à localização de algumas escolas e pela atividade exigir um pouco
mais de materiais, pode haver modificações na brincadeira, como a troca de bastões por cabos e
cones por bambolês.
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5. CONCLUSÃO
O desenvolvimento das valências físicas deve ser entre outros aspectos foco primordial no
trabalho do professor de educação física, pois ele serve de alicerce para outros aspectos no
desenvolvimento humano, quando aplicamos práticas voltadas para este fim notamos na
manifestação corporal um avanço gradativo entre os alunos, pois isso é do humano e que devido aos
tempos contemporâneos deixamos de lado e que acarreta na perda futura dessas habilidades, como
no dançar, se portar, relacionar e movimentar-se.
O professor como mediador e tendo o conhecimento de como a criança em séries iniciais
está se desenvolvendo, pode aplicar as práticas que melhor desenvolverão este lado motor no
indivíduo, assim nota-se que o futpano e o pique bandeira tem resultados satisfatórios para essa
necessidade.
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Sempre no âmbito escolar haverá variações dos jogos devido a qual turma será aplicada e a
quais materiais estão disponíveis no cotidiano do centro escolar, por tanto cabe ressaltar que nos
planos de aulas devem ser contadas essas informações que englobam variações e adaptações das
atividades. Deixa-se em aberto futuras metodologias científicas voltadas para o desenvolvimento de
valências físicas em atividades específicas como as abordadas neste artigo, para uma maior
eficiência do ganho de motricidade por alunos em séries iniciais.
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REFERÊNCIAS
FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação Física. 1.Ed.
Editora Scipione, p. 200, 2009.
NASÁRIO, Júlio Cesar; MAFLI, Roberto; VANDRESEN, Jeferson; CARVALHO, Rafael Doose
de. Jogos Lúdicos: o relato de uma vivência. 2.Ed. Rio do sul, Unidavi, 2014.