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EDUCAÇÃO PELO
QUIMIOTERAPIA
MOVIMENTO E
E NA
PSICOMOTRICIDADE
RADIOTERAPIA
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO
EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO E PSICOMOTRICIDADE
CONTEÚDO DO LIVRO
O Ministério da Educação através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), provê que a
educação brasileira, nos níveis fundamental e médio, deve proporcionar ao educando a
formação necessária ao desenvolvimento das suas potencialidades como elemento de auto
realização, preparação para o trabalho é para o exercício consciente da cidadania (BRASIL,
1997, p. 13). O brincar é um recurso que pode auxiliar os profissionais da educação e da saúde
a desenvolverem as potencialidades e habilidades das crianças. Desta forma, a utilização do
brincar nas escolas é de suma relevância, uma vez que o objetivo das escolas, como visto nos
PCNs, não é apenas a transmissão de conteúdos escolares, mas também a formação e o
desenvolvimento de um cidadão de forma integral.
Além do brincar proporcionar-lhe prazer e as mais diversas interações e tomando novamente
por base as orientações dos PCNs, observamos que novas vertentes surgiram em oposição à
ala mais tecnicista, esportivista e biologicista da Educação Física, entre elas a abordagem
psicomotora. Nela o envolvimento da Educação Física é com o desenvolvimento da criança,
com o ato de aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores, ou seja,
buscando garantir a formação integral do aluno (BRASIL, 1997).
Desse modo, a prática da Educação Física sob a influência da Psicomotricidade lança o
profissional da disciplina a possuir responsabilidades pedagógicas, valorizar o processo de
aprendizagem e não apenas o ato motor (BRASIL, 1997).
tenha consciência do seu papel na sociedade e reconheça que também está se transformando,
se educando na medida em que educa. Os discursos não bastam na Educação Física, o
pensamento crítico deve fazer parte da prática do professor em suas aulas.
Quando falamos aqui em educação física transformadora, estamos nos reportando, mesmo
que indiretamente à educação pelo movimento, não uma simples aula de educação física,
obrigatória, mas sem objetivos reais e qualitativos.
Alterações psicomotoras
Muito já foi falado até o momento sobre a psicomotricidade e que ela reflete um estado de
vontade do ser humano, o que é correspondido pela execução dos movimentos.
Segundo Loureiro Filho (2002) esses movimentos podem ser voluntários ou involuntários,
ainda subdivididos em inatos e adquiridos, chamados de automatismos elementares.
Pois bem, quando há alterações de psicomotricidade, encontram-se os quadros abaixo:
Estupor (ou acinesia) é a perda da atividade espontânea englobando simultaneamente, a
fala, a mímica, os gestos, a marcha etc... Vem e vai bruscamente em crises de agitação
psicomotora. É o caso do estupor catatônico (nos esquizofrênicos) e o depressivo (na
depressão).
Agitação e Inibição Psicomotora são graus de determinado estado psicomotor. Quando há
pequeno aumento ou diminuição dos movimentos são designados como inquietação e
lentificação psicomotoras, respectivamente.
Maneirismos ocorrem em esquizofrênicos, oligofrênicos e histéricos, e são caracterizados
por gestos artificiais, ou linguagem e escrita rebuscada, com uso de preciosismo verbal,
floreados estilísticos e caligráficos, etc...
Ecopraxia também ocorre em esquizofrênicos, oligofrênicos e histéricos (principalmente nos
primeiros), onde há imitação de um comportamento, sem propósito (gestos, atitudes etc...).
Pode haver ecolalia (sons), ecomimia (mímica) e ecografia (escrita).
Estereotipias são as características do catatonismo onde há repetição automática de
movimentos, frases e palavras (verbigeração), ou busca de posições e atitudes, sem nenhum
propósito. As estereotipias cinéticas são confundidas com os tiques nervosos, porém esses são
elementares, de fundo neurótico.
Negativismo é a oposição ativa ou passiva às solicitações externas. Na passiva a pessoa
simplesmente deixa de fazer o que se pede sendo característico o mutismo e a sitiofobia
(medo de se comprometer, de ser internado, de ser envenenado).
Obediência Automática que é o oposto ao negativismo, onde o paciente tem extrema
sugestionabilidade e faz tudo o que é mandado. Ocorre na esquizofrenia e quadros
demenciais.
Catalepsia, Pseudo-Flexibilidade Cérea ocorre devido a hipertonia do tônus postural. Ocorre
na histeria, esquizofrenia e parkinsonismo. A flexibilidade cérea é a conservação de uma
posição, ocorrendo no parkinsonismo, enquanto que nos esquizofrênicos e histéricos há
pseudo-flexibilidade cérea, devido a influência de fatores psicogênicos.
Extravagâncias Cinéticas, comum da conduta esquizofrênica. Pode ser descrito como a perda
da gracilidade, ou seja, da naturalidade, espontaneidade, proporcionalidade dos gestos e
atitudes; como a rigidez facial (o pregueamento da testa em “M” é característico da catatonia);
paratimias (a mímica não está em concordância com o pensamento verbalizado); focinho
catatônico (protusão permanente dos lábios); interceptações cinéticas (interrupção brusca de
um gesto apenas esboçado), etc (LOUREIRO FILHO, 2002).
A psicomotricidade na escola
De acordo com Le Boulch (1983, p. 24), a educação psicomotora deve ser considerada como
uma educação de base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados escolares;
leva a criança a tomar a consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a
dominar seu tempo, a adquirir a coordenação de seus movimentos.
Vygotsky (1998 apud Ferreira, 2007) afirma a importância do brincar como ferramenta
principal para a aquisição das capacidades intelectuais do indivíduo. A autora também cita
Fonseca (1996), que destaca a aplicação das práticas corporais como fundamentais, a fim de se
evitar problemas escolares.
As funções da escola
À escola cabe a função político-social de possibilitar a conservação e a renovação dos
conhecimentos produzidos e acumulados, para que as novas gerações assumam a
responsabilidade de continuarem a construção de uma sociedade, que no nosso caso, se
identifica com valores humanistas e democráticos.
Essa condição da escola leva a inferir que a mesma deve selecionar os conteúdos necessários à
formação do cidadão autônomo, crítico e criativo, para que este possa participar, intervir e
comprometer-se com os rumos da sociedade possível, portanto, é função da escola
desenvolver a personalidade e as potencialidades dos indivíduos, pautar-se em valores nobres
de justiça, de tolerância às diferenças, de pluralidade, de liberdade, de igualdade de condições
e oportunidades (RESENDE E SOARES, 1997).
Enfim, a escola deve instrumentalizar seus alunos para participar plenamente na vida pública,
como cidadãos e nesse contexto, a educação física deve ser considerada uma prática
sociocultural importante para o processo de construção da cidadania dos indivíduos.
Ela reúne um rico patrimônio cultural tanto de dimensões universais (esportes e ginásticas
institucionalizadas, etc.), quanto particulares (jogos e brincadeiras populares, esportes locais,
etc.).
Ainda segundo Resende e Soares (1997) acrescenta-se o fato de que o ensino sistematizado da
educação física, além de possibilitar o aumento do repertório de conhecimentos e habilidades,
bem como a compreensão e a reflexão sobre a cultura corporal, é entendida como uma das
formas de linguagem e expressão comunicativa que, como qualquer prática social, é eivada de
significados, sentidos, códigos e valores, que influenciam a formação do ser humano.
A prática psicomotora auxilia o indivíduo em vários aspectos como: afetividade, conhecimento,
motricidade e a própria reflexão (SANTOS et al, 2007).
A psicomotricidade trabalha respeitando o potencial de cada ser dando a ele o direito de ter
um lugar na sociedade, lembrando sempre que o corpo e a mente têm limites que devem ser
respeitados e trabalhados de acordo com as potencialidades de cada indivíduo.
A criança quando tem a oportunidade de desenvolver suas habilidades psicomotoras tem uma
personalidade própria e é capaz de se organizar fisicamente e mentalmente com mais
facilidade, sabe diferenciar diversos conceitos como: o correto do errado; o quente do frio e
outros tantos.
Cada tarefa aplicada é pontuada por uma escala de um a quatro pontos, sendo que cada ponto
classifica o desempenho da criança. Dividindo o valor total obtido nos subfatores pelo número
de tarefas correspondentes a cada fator, obtêm-se valores que variam de um a quatro,
correspondendo, portanto, ao perfil psicomotor (PEREIRA, 2005).