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Psicologia Hospitalar

“A medicina diagnostica e trata a doença, a psicologia trata a


pessoa”
1940 Modelo de saúde hospitalocêntrico e assistencialista
Pesquisa sobre alojamento conjunto na Maternidade do Hospital das
1950
Clínicas (USP) – Med. Raul Briquet e Psi Bety Gastenstay
Mathilde Neder -Hospital das Clínicas (USP), na clínica ortopédica e
1954
Traumatológica
1974 Belkiss Romano implanta serviço de psicologia do Instituto do
Coração do HCFMUSP
1976 Primeiro Curso de graduação em Psicologia do Brasil na PUC-SP,
Belkiss Romano
1981 Instituto Sedes Sapientiae oferece primeiro curso de especialização
em psicologia hospitalar coordenado por Angerami-Camon
1992 I Congresso Brasileiro de PH - Belkiss Romano e Moura
1997 Fundação da SBPH com 47 Psis
2000 Psicologia Hospitalar reconhecida como especialidade pelo
CFP(Res°14/2000)
2001 Res°2/2001 são descritas as atribuições do psicólogo hospitalar
As questões cobram detalhes sobre esses marcos inicias
“No século XX, o hospital passou a ser o símbolo máximo de atendimento em
saúde, ideia que, de alguma maneira, persiste até hoje. Muito provavelmente,
essa é a razão pela qual, no Brasil, o trabalho da psicologia no contexto
hospitalar recebe uma denominação específica (“psicologia hospitalar”), e não
“psicologia da saúde”.
“O psicólogo, enquanto profissional de saúde, tem um papel clínico, social,
organizacional e educacional, com áreas de atuação que abrangem a
psicologia preventiva e de tratamento.”

RES 14/2000
‣ ATUA em serviços de saúde de atenção secundária e terciária.
Instituições de ensino superior e/ou centro de estudo e de pesquisa, visando o
aperfeiçoamento ou a especialização de profissionais em sua área de
competência.
‣ ATENDE pacientes, familiares e/ou responsáveis pelo paciente. Membros
da comunidade e da equipe multiprofissional, visando o bem-estar emocional
do paciente.
‣ PROMOVE intervenções direcionadas à relação médico/paciente.
Paciente/família, e paciente/paciente – visando o fortalecimento dessas
relações- e do paciente em relação ao processo de adoecimento,
hospitalização e repercussão emocional que pode emergir neste processo.
‣ OFERECE atividades em diferentes níveis de tratamento, tendo como
principal tarefa a avaliação e acompanhamento de intercorrências psíquicas
dos pacientes que estão ou serão submetidos a procedimentos médicos,
visando basicamente a promoção e/ou recuperação da saúde física ou
mental.
‣ Na equipe multidisciplinar, preferencialmente interdisciplinar, participa de
decisões em relação à conduta a ser adotada pela equipe, objetivando
promover apoio e segurança ao paciente e família, aportando informações
pertinentes à sua área de atuação, bem como na forma de grupo de reflexão,
no qual o suporte e manejo estão voltados para possíveis dificuldades
operacionais e/ou subjetivas dos membros da equipe (Res n°2/2001)
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO
Utilizando-se de técnicas breves e de
Atendimento
emergência observando o setting hospitalar e
Psicoterapêutico
suas especificidades
Grupos Intervenções grupais geralmente a cerca de um
Psicoterápicos adoecimento e suas repercussões
(Operativos) biopsicossociais
Grupos de Prevenção a maiores agravos ao estado
Psicoprofilaxia emocional e psicológico
Atend. Ambulatórios,
Atendimento a família, ao paciente e apoio a
Enfermarias, UTI e
equipe, visando minimizar o sofrimento.
pronto atendimento
Psicomotricidade
Avaliação e intervenção psicomotora
No contexto Hospitalar
Avaliação Diagnóstica & Av. pré cirúrgica, funções psíquicas, risco de
Psicodiagnóstico suicídio e outros/ Diagnóstico no hospital
Prover conhecimentos e avaliações solicitadas
Consultoria e
pela equipe e atender os pacientes mediante
Interconsulta
solicitação

►A Psicologia Hospitalar
• Simonetti
Psicanalista Lacaniano, volta o olhar para as possíveis causas psicológicas da
doença para subjetividade presente em toda doença, sendo assim toda doença é
psicossomática, atenta-se aos processos de subjetivação relacionados à morbidade
e letalidade, atentar-se a essa subjetividade independente de ser causa,
consequência ou mantenedora da doença.
 Definição: Campo de entendimento e tratamentos dos aspectos
psicológicos entorno do adoecimento”
 Objetivo: A subjetividade, ajudar o sujeito a fazer a travessia da
experiência de adoecimento
 Filosofia: Curar sempre que possível, aliviar quase sempre, escutar sempre.
Além da cura, reposicionar o sujeito em relação a sua doença.
 Estratégia: Tratar do adoecimento no registro simbólico.
 Técnica: Escuta analítica e manejo situacional.
 Paradigma: O ser humano como um todo, se não o todo, ao menos o plural,
não existem doenças e sim doentes. (Perestrello)
 Setting Hospitalar: Forma de funcionamento, forma de interação do lugar.
Setting Clínico Setting Hospitalar
Realidade Institucional peculiar:
Ambiente comum, com diretrizes
conhecer doença, evolução,
claras e precisas
prognóstico e rotina.
Formalização de regras: horário,
Nuances diferenciadas: horário,
duração, reposições, prazos, avisos
duração, locais, iniciativas etc.
de faltas etc.
Limites institucionais, como
Tratamento linear e organizado interrupções por solicitações e
exames
Trabalho individualizado Trabalho multiprofissional
Busca espontânea Encaminhamentos ou busca ativa
Atuação PASSIVA Postura ATIVA
O psicólogo deve adaptar-se a este ambiente com regras rígidas, espaço não
privativo, com interrupções para executar funções essenciais
O Psicólogo Hospitalar deve minimizar o sofrimento decorrente do
adoecimento e hospitalização dos pacientes e seus familiares, em articulação
com a equipe interprofissional. Dar voz a subjetividade do paciente
restituindo-lhe do lugar de sujeito (moreto,2001)
Os aspectos psicológicos são os conjuntos de sentido que o sujeito
confere a sua doença, eles escapam de uma dinâmica de causalidade. Podem
existir aspectos psicológicos que desencadeiam, agravam, mantém a
condição de adoecimento sem ser sua causa direta, ainda que existam
condições adoecimento conhecidas que tem como causa estresse e
desequilíbrios mentais e emocionais.

Tipos de Diagnóstico na Psicologia Hospitalar para


Simonetti
NÃO É UM DIAGNÓSTICO NOSOLÓGICO
Diagnóstico compreensivo da situação existencial e subjetiva da pessoa
adoentada em relação sua doença. Uma análise geral dos aspectos
psicológicos e sociais entorno do adoecimento.
Queixas, relatos, problemas, sintomas, emoções, atuações, defesas, histórias
de vida, projetos, desesperanças, dores físicas e psíquicas serão organizadas
pelo método do diagnóstico sendo este uma AVALIAÇÃO CLÍNICA.
Obs: separação meramente didático pois uma avaliação já é uma intervenção
1. Diagnóstico reacional: Modo como a pessoa reage emocionalmente a
doença
Esse eixo destaca a posição que o sujeito assume em relação ao processo de
adoecimento. Baseado na teoria de KluberRoss; Negação,Raiva/Revolta,
Depressão e Enfrentamento

2. Diagnóstico Médico: Apropriação do adoecimento e situação clínica.


Nome da doença- Condição aguda ou crônica - Sintomas principais -
Programação terapêutica- Medicações em uso - Aderência ao tratamento,
Prognóstico - Risco de contágio - Nível de proteção requerido - Comorbidades.
3. Diagnóstico Situacional: Análise das diversas áreas da vida do paciente.
Compreensão do momento específico vivenciado pelo paciente, a forma como
ele lida coma doença e hospitalização. Mapeamento dos pontos que
dificultam o enfrentamento da doença e os pontos de apoio que facilitam
processo. Físico, Psíquico, Social, Cultural, visão panorâmica da vida do
paciente.

4. Diagnóstico Transferencial: Relações que o paciente estabelece a partir de


seu lugar de adoecimento. Como ele se relaciona em MEIO a doença
Compreender o reflexo do adoecimento nas relações fundamentais (que
envolvem o paciente) do paciente com família, equipe, médico, psicólogo e
instituição de saúde, e as relações paralelas (que não envolvem o
paciente)entre esses atores.

No Brasil a psicanálise inicia os escritos teóricos que embasam e definem o


lugar/função da psicologia no hospital, mas não é a única forma de atuar. A
psicoterapia breve psicodinâmica é a (uma das) técnica psicanalítica no
hospital, mas a Psicoterapia Breve Focal é uma técnica da psicologia podendo
ser usada mediante qualquer abordagem
Alta na Psicologia Hospitalar para Simonetti
 O que inicia o atendimento é uma demanda, médica ou do
paciente, então o que encerra o atendimento é a cessação da
demanda e não a “cura” ou “alta hospitalar” até porque existe o
home care.
•Rodriguez-Marín
Definição: Conjunto de contribuições científicas, educativas e
profissionais que as várias correntes da psicologia oferecem para
prestar uma assistência de maior qualidade aos pacientes
hospitalizados” Ele define 6 tarefas básicas
1. Coordenação relacionada as atividades com os funcionários da instituição
2. Auxílio à adaptação, intervindo na qualidade do processo de adaptação e
recuperação do paciente internado.
3. Interconsulta; auxiliando outros profissionais a lidarem com o paciente
4. Enlace, de intervenção, por meio de delineamento e execução de
programas com os demais profissionais, para modificar ou instalar
comportamentos adequados dos pacientes.
5. Assistência direta: atua diretamente com o paciente
6. Gestão de recursos humanos: aprimora os serviços do profissional da
saúde contribuindo significativamente para a promoção de saúde;
Cai esporádicamente, mas cai.

•Chiattone
Definição: A ΨH estuda as interações somatopsicossociais e
encontra métodos adequados que propiciem uma prática
integradora, tendo como enfoque a totalidade dos aspectos inter-
relacionados â saúde e a à doença.
 O psicólogo deve se aproximar das outras profissões
 Saúde como responsabilidade de toda equipe multiprofissional (que deve
atuar interdispiplinarmente)

•Camon
Definição: A ΨH objetiva o sofrimento do paciente provocado pela
hospitalização. Assim, a atuação do psicólogo junto ao ´paciente
internado, deverá ser muito clara no contexto hospitalar e não
psicoterápico no molde de “setting terapêutico”

►Atuação da Psicologia Hospitalar


 Tripé de Atuação=Assistência, Ensino, Pesquisa
 Tríade da Intervenção= Paciente, Família, Equipe

 Protocolos: Clínico, Institucional e pesquisa. (JÁ CAIU ISSO)


•Ambulatórios
 Destina-se ao atendimento de paciente primordialmente para diagnóstico e
tratamento, através da execução de ações de promoção, recuperação e
reabilitação dirigidas ao indivíduo, à família e ao meio, quando constatada a
não necessidade de internação.
 A investigação pode dar resultados definitivos ou ter hipóteses, fazendo com
que o paciente tenha diversas reações.
 Esse paciente vem ao psicólogo orientado pelo médico/equipe a fazer um
acompanhamento psicológico, uma vez observado algum problema
emocional ou por demanda espontânea
 O grande desafio do psicólogo é implicar o sujeito em relação a sua doença
e não lutar contra ela ou ao tratamento
 Atendimento individual ou grupal, setting semelhante ao clínico
•Emergência/Pronto-SocorroLugar de imprevisibilidade
 Local que exige prontidão de conhecimentos pois se espera o desconhecido,
com ou sem risco iminente de vida, além de equilíbrio e acolhimento
 Atendimento pontual, com início meio e fim, já que o paciente nem sempre
ficará internado, mas não apressado, em um ritmo de acolhimento
 Requer habilidades que envolvam rapidez de raciocínio, perícia em ações e
contar com apoio de recursos da comunidade para encaminhamentos
pertinentes com eficiência real e principalmente que estejam disponíveis
para pronto acolhimento
 Destina-se ao atendimento diagnóstico e tratamento de pacientes
acidentados ou acometidos de mal súbito É uma grande sala de espera de
todos os problemas sociais
 Ambiente carregado de tensão: decisões rápidas e eficientes;
imprevisibilidade; equipe sobrecarregada; alta taxa de mortalidade.
 Porta de entrada do hospital
 Atendimentos pontuais, com foco em urgências emocionais
•Enfermarias
 Perda da individualidade, brusca ruptura com o cotidiano, rotina hospitalar
agressiva erigida, podem levar ao processo de despersonalização,
caracterizado pela sensação de perda de identidade e autonomia
 Reações passividade ou agressividade, argumentação sobre aspectos
irrelevantes, raiva, depressão pela dificuldade em aceitar a doença e a
hospitalização.
 Há o medo e ansiedade pelas morbidades, invalidez, depender dos outros,
dores, anestesia, o retorno a casa e alterações de autoimagem.
 O paciente costuma ficar mais introspectivo e reavalia sua vida e valores.
 O psicólogo abordará a hospitalização, para o paciente e família, e conhecer
a história de sua vida e da doença. Essas questões devem ser focalizadas
visando os aspectos mais importantes relacionados a doença, as
dificuldades adaptativas à instituição hospitalar, o adoecer e o diagnóstico.
 Nessa unidade de atendimento o psicólogo procura o paciente, oferece sua
escuta e ficará disponível a família e equipe.
 No caso de internação com crianças; A permanência da mãe ou de um
familiar pode oferecer oportunidades únicas para educar a família no
manejo dos pacientes, especialmente os portadores de doença crônica.

•UTILugar de intensidades
 Local de tratamento de estados graves, com possibilidade de recuperação,
exigindo permanentemente assistência médica e de enfermagem, além da
utilização de equipamentos de alta complexidade
 Os pacientes têm dificuldade para falar, pela anestesia ou intubação, mas
não impede o trabalho do psicólogo que deve criar formas de linguagem.
 Pacientes conscientes: escrever, apontar, bilhetes para facilitar a expressão
de emoções e diminuir o sentimento de solidão.
 Pacientes inconscientes: Falar do tratamento e progressão, como está a
família. Não recue diante do silêncio e como, há aí subjetividade
 Acolhe pacientes clínicos e cirúrgicos, em estado grave tendo ações diurnas,
rápidas e precisas exigindo o máximo de eficiência da equipe, além de conter
o limite entre a vida e a morte.
 Pode ser um ligar de morte iminente, a família se angustia e se sente
impotente e necessita da ação do psicólogo e deve ser envolvida no trabalho
com o paciente por ser uma rara motivação para enfrentar o sofrimento.
 O psicólogo deve facilitar a comunicação da tríade indicando qual membro
da família tem mais condições intelectuais e emocionais para receber e
repassar as informações.
 No período de flutuação, fase inicial do processo de adaptação, o psicólogo
deve “Reassegurar a família de que o paciente está sendo cuidado e dar uma
estimativa de quando terão acesso a ele” (JÁ CAIU ISSO)
 O psicólogo deve buscar o falar do paciente, através de gestos, olhares,
movimentações mínimas (piscar, mexer dedos) – Criar condições de
comunicação
 Intervenções precoces para diminuir sinais de risco de problemas
psicológicos
 Avaliação dos sintomas de ansiedade, depressão, delirium.
 Orientar a equipe para medidas práticas de orientação alopsíquica:
Relógios e calendários visíveis, diminuição do barulho.
•Equipe de saúde na UTI e Multi
 A equipe também vivência no seu cotidiano esse significado de viver e
morrer, vivendo sentimentos ambivalentes de onipotência e impotência, a
cobrança da expectativa de todos os envolvidos e a percepção da própria
finitude
 O psicólogo deve atuar como facilitador do fluxo dessas emoções e reflexões,
detectar os focos de stress e sinalizar as defesas exacerbadas.
A psicóloga integra a equipe multi, pertencendo a ela e devendo articular seu
trabalho e seu saber com os demais profissionais.
-A psi intermedia a relação equipe – paciente, podendo ser a porta-voz das
necessidades, desejos, intervindo de forma que desencontros as informações sejam
minimizadas.
-Não deve compartilhar tudo, só informações estritamente necessárias

•Modelos de Atuação do Psicólogo


Sistema de Consultoria Sistema de Ligação
Parecerista/Pontual Psicólogo está inserido na equipe
Avalia, indica ou realiza um Contato contínuo com os serviços do
tratamento . hospital, atende
Participa de reuniões clínicas, lida
Atuação episódica mediante
com aspectos das relações
solicitação
estabelecidas entre a tríade.
Auxiliar no diagnóstico, no
Trabalho interdisciplinar
tratamento, no plano de ação.
Fornece informações e orientações
Trabalho informativo, profilático e
ao paciente, familiares e aos
terapêutico
membros da equipe.

•Psicoprofilaxia
 Trabalho para auxiliar o sujeito a se prepara emocionalmente para as
responsabilidades e exigências para aquilo que irá realizar.
 Exemplo: auxiliar a mulher a preparar-se psicologicamente para a
maternidade e o parto para prevenir uma depressão pós-parto, mas não
elimina por completo a possibilidade da sua ocorrência
 Comummente pre-cirúrgico, pois esses procedimentos podem desencadear
medo, ansiedade e expectativas que podem impactar a recuperação. As
técnicas de relaxamento e visualização.
•Interconsulta
 Consulta realizada por um profissional de saúde a um paciente específico
mediante a solicitação do especialista por ele responsável. Como modelo de
atenção, possibilita a melhora dos cuidados dispensados ao paciente ,
auxiliando na provisão do atendimento a todos os aspectos envolvidos na
situação de estar doente e hospitalizado.
 SOLICITAÇÃO ATENDENDIMENTO/INTERVENÇÃO DEVOLUTIVA
 A devolutiva deve conter apenas as informações necessárias, nela o
psicólogo propõe

•Cuidados Paliativos
“É o cuidado ativo total dos pacientes cuja doença não responde mais ao
tratamento curativo. O controle da dor e de outros sintomas, o cuidado dos
problemas de ordem psicológica, social e espiritual, é o que mais importa.
O objetivo do cuidado paliativo é conseguir a melhor qualidade de vida
possível para os pacientes e suas famílias” (OMS, 1990)-Demarca interrupção
entre os cuidados curativos e curativos

“É uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus


familiares que enfrentem doença que ameacem a continuidade da vida
por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Requer identificação
precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza
física, psicossocial e espiritual”. (OMS, 2002)
Há a demarcação do CP como postura, manejo de cuidado -abordagem-
que deve estar presente frente a qualquer adoecimento que ameacem a
continuidade da vida
O psicólogo deve conhecer e intervir em preditores de distress mórbido,
depressão, ansiedade, somatização e luto antecipatório complicado
 “Paciente terminal”= aquele que sofre de uma doença sem possibilidade de
cura, mas que ainda possui tempo de vida e esta deve ser tratada com
dignidade
 Afirmar a vida e a morte como processos naturais, foca na QUALIDADE da
vida e não da sua DURAÇÃO
 Não acelerar nem adiar a morte (não praticar eutanásia nem distanásia)
 Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais aos cuidados com o
paciente
 Oferecer um sistema de apoio e suporte que permita ao paciente viver o
mais ativamente possível, até sua morte
 Oferecer um sistema de suporte para ajudar a família a lidar com a doença e
o luto
 Melhorar a qualidade de vida e influenciar, de maneira positiva, no curso da
doença
 Deve iniciar, o mais breve possível, juntamente com outras medidas de
prolongamento da vida

►Tanatologia-Sobre a morte e o morrer


Futilidade terapêutica ou obstinação terapêutica, trata-se
Distanásia do prolongamento sofrido da vida da pessoa
Entendida como morte induzida, antecipada, podendo ser
um ato cometido ou omitido para provocar ou acelerar a
Eutanásia morte de alguém, como abreviamento da vida.
ATIVA(misericordiosa)/PASSIVA(interrupção de tratmento
Eutanásia social. Morte antes da hora por exclusão
Mistanásia econômica e social que impedem o acesso aos cuidados de
saúde essenciais.
Morte natural, sem adiantar ou adiar a morte. Não há
Ortotanási tratamentos fúteis, invasivos ou artificiais. A doença é
a responsável pela morte do paciente, e o profissional permite
que ocorra no tempo certo, possibilitando qualidade de vida.

•Luto
Kubler-Ross, -“Sobre a morte e o morrer” (1987/2008)
É importante ressaltar que não há uma ordem para a ocorrência dessas fases,
nem uma cronologia esperada.
Estágios do luto:
1. Negação (isolamento)
2. Raiva
3. Barganha
4. Depressão
5. Aceitação
 A situação de luto deve ser informada às crianças em linguagem apropriada
respeitando os limites dos questionamentos feitos pelas crianças
 O tipo de perda (morte, financeira, função, perda) não qualifica ou quantifica
o luto.
 Luto sem complicação= reação normal à morte, podendo haver sintomas
depressivos, a duração e a expressão do luto variam.
 Transtorno do Luto Complexo Persistente= ao menos 12 messes de duração
 Risco Preditor= Relacionado as questões prévias que colocam o sujeito numa
posição desfavorável ao luto; aspectos culturais, adoecimento, luto
complicado anterior.
 Risco Correlato=Natureza da perda, relação com o falecido ou o que se
perde, condições da perda.
Fases do Luto para Bowlby
1. Entorpecimento- Choque, descrença, negação, comportamento automatizado.
2. Anseio- Lembranças, desejo de trazer de volta, inquietação, sonhos
3. Desorganização/Desespero- Realidade passa a ser assimilada, raiva, tristeza e
impotência
4.Reorganização-Saudade presente, mas com adaptação, o sujeito retoma suas
atividades.

•Comunicação de Más Notícias


Passos para comunicação de más notícias
Preparação para comunicação-sondar o paciente/familiar escolha de lugar
adequado
Comunicação-linguagem acessível, objetiva, demonstrar empatia
SPIKES
Setting Up-> Preparar o encontro
Perception-> Perceber o Paciente
Invitation-> Convidar ao diálogo
Knowledge-> Transmitir as informações
Emotion-> Expressar emoções
Strategy and Summary-> Resumir e organizar estratégias
Seguimento-resumo da conversa, tirar dúvidas, planejar próximos passos.
A forma como a má notícia é comunicada pode ser mais traumática para o
estado físico e mental do paciente do que o diagnóstico ou o prognóstico em
si.

•Bioética
O termo ficou conhecido na década de 1970 pelo professor, biólogo e
oncologista Van Resselaer Potter, no livro Bioethics: a Bridge to the Future
(1971).
A principal teoria conhecida é o principialismo, desenvolvido por de
Beauchamp e Childress, em seu livro Principles of biomedical ethics, de 1979.

 Beneficência: O princípio da beneficência visa garantir o bem dos pacientes nos


tratamentos, ação que faz o bem
 Não maleficência: A não maleficência se refere à não produção de um mal maior
do que a doença. Vale ressaltar que não prejudicar deve estar à frente de
beneficiar.
 Justiça: Com relação ao bem-estar coletivo envolve o conceito de equidade, à
medida que busca garantir que cada pessoa tenha suas necessidades atendidas,
de acordo diferenças e singularidades. Quando relacionada ao processo individual,
faz referência à urgência de prover para cada sujeito o tratamento mais adequado
às suas necessidades.
 Autonomia: Busca o respeito às vontades e aos desejos expressados pelo paciente,
priorizando sua liberdade de escolha, quando se encontra instrumentalizado para
tomada de decisões conscientes e coerentes.

•Suicídio
►Referências técnicas para PH
•Obrigatoriedade do Psicólogo no hospital
 Prt 628 de 2001 trata de serviços destinados à realização da Cirurgia
Bariátrica
 400 de 2009 prevê a presença de profissionais de psicologia na equipe
de saúde para Atenção aos Ostomizados
 PRT 930 de 2012 recomenda a equipe de saúde incluir o profissional de
psicologia na atenção integral e humanizada a récem-nascido grave ou
potencialmente grave

•Modo de reação no enfrentamento da doença


Depende de múltiplos fatores:
 Natureza e gravidade da patologia
 História pessoal e experiências anteriores de adoecimento e morte de
pessoas queridas
 Faixa etária e compreensão da situação atual
 Os procedimentos necessários e prognóstico da doença, entre outros
Adoecimento X Crise
Adoecimento: momento da crise; experiencia de mal-estar com potencial
desestabilizador que pede cuidados
Crise: pode ocorrer em qualquer momento da vida. O sujeito pode estar
paralisado, momentaneamente sem capacidade de encontrar soluções
experiencia de mal-estar com potencial desestabilizador que pede
cuidados
Intervenção em crise: Manejo adequado às situações como as
hospitalizações. Considera a situação-problema, a crise instalada, que
precisa ser enfrentada da melhor forma possível as reações emocionais
próprias do adoecimento(inconformismo, negação, passividade ou
regressão)
Agudo X Crônico
Doenças Agudas: Instalação brusca e inesperada. Pode levar à óbito ou à
recuperação total, ou desencadear doença crônica.
Doença Crônica: São
Curso da Doença
Progressão: sintomática que progride em severidade
Constante: Após instalada se mantém estabilizada (amputação, avc)
Reincidente ou episódico: com períodos alternados de exacerbação de
sintomas, gerando muita incerteza e aflição
•Comunicação
Comunicação=Transmissão de informação (boletins médicos)
Comunicação= Partilha de significados (atendimento de escuta frente a um
sofrimento)
Comunicação=Persuasão (adesão ao tratamento)
Comunicação= Comunitária para partilha coletiva de significados (rodas de
gestantes, grupos de reabilitação, enfrentamento)

Psicologia da Saúde Psicologia Hospitalar


Emerge dos movimentos Exclusivo no Brasil (1952) – Hospital
internacionais especialmente na das Clínicas na USP por Mathilde
Europa nos anos 70 Neder
Área de atuação e estudo do Área de atuação e estudo do
processo de saúde-doença. (geral) processo de hospitalização. (local)
Compreender fatores biológicos,
comportamentais e sociais que Compreender as repercussões do
influenciam o processo de saúde- adoecimento e da hospitalização
doença.
Atenção primária à quaternária
Função centrada na atenção
(promoção, prevenção, diagnóstico
secundária e terciária
e reabilitação)
Atendimento psicoterápico, grupos
operativos e terapêuticos,
Atua em diferentes contextos:
psicoprofilaxia, psicoeducação,
hospitais, centros de saúde
enfermaria ambulatório (urgência e
comunitários, ongs, domicílios
emergência, enfermaria,
ambulatório, UTI).

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