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ATIVIDADE TEÓRICA DE SUPERVISÃO

ESTÁGIO BÁSICO – 2023.1


PROFESSOR EVILÂNDIO NUNES

ATIVIDADE Nº03

ANTONIA MIKAELE DE SOUZA


1.SÍNTESE

O capítulo inicial do livro denominado MANUAL DA PSICOLOGIA


HOSPITALAR - ALFREDO SIMONETTI - PRIMEIRA PARTE DIAGNÓSTICO
(p 36 a p 114) discorre sobre a importância do diagnóstico digamos
humanizado, por que já começa dessa forma? Por conta que é importante
saber que o psicólogo irá lidar com vidas, com pessoas que apesar da doença,
do momento, da perda, da reação considerada por muitos exagerada possui
uma vida além daquele cenário que se encontra. Salienta-se afirmar que o
diagnóstico é necessário para que haja um caminho para tratamento
terapêutico, para que o psicólogo e o paciente consigam de pessoa para
pessoa alinhar, orientar e desenvolver meios para melhorar a situação que se
encontra, diferente da medicina onde o diagnóstico é ter conhecimento da
doença e seus sintomas, na psicologia hospitalar trata do conhecimento da
subjetividade através da situação que esse indivíduo se encontra e como é a
relação desse ser com sua doença .

Através desse passo que é o diagnóstico o psicólogo definirá qual caminho


seguir, por que o paciente possui muitas questões subjetivas, emoções,
problemas, sua vida, seus projetos, mas o que irá ser discutido no presente
momento é sua relação com a situação existencial que se encontra. Na
psicologia hospitalar é importante saber que o diagnóstico é uma hipótese e
não verdade absoluta, "se ocorrer mudança no tratamento dessa hipótese,
essa foi uma hipótese válida," esse trecho remete ao fato que o
acompanhamento psicológico no âmbito hospitalar não tem receita pronta, não
tem mapa,por que é tudo muito emergente e a inesperado, por parte do
paciente e do profissional.

Discorrendo sobre a temática que o capítulo traz, o Manual de Psicologia


Hospitalar traz 4 tipos de diagnósticos e aqui se encontra uma importante
discussão a ser desenvolvida, esses diagnósticos são:

● Eixo I Reacional
● Eixo II Médico
● Eixo III Situacional
● Eixo IV Transferencial
E o que os difere? No Eixo I o diagnóstico é tratado com passos que são
identificados como negação, revolta, depressão e enfrentamento, e assim
como no processo de luto, eles não obrigatoriamente acontecem com uma
ordem definida, e aponta como angústia o foco do trabalho do psicólogo
hospitalar, através de entender que não é apenas nos parâmetros de vida ou
morte, de saúde ou doença, mas sim, evidenciar a fragilidade e sensibilidade,
sabendo que a doença vai além da própria doença.

O Eixo II traz o diagnóstico que é feito pelo médico que contém o nome da
doença, a condição dela, o estágio que se encontra, sintomas, tratamento,
medicação, o psicólogo portanto necessita consultar o prontuário do paciente
para que ocorra um quebra gelo no primeiro contato com o paciente, possuindo
essas informações você sabe como lidar e o que irá encontrar no leito. E esse
diagnóstico médico é importante para seguimento do tratamento com esse
indivíduo no hospital.

Já no Eixo III é em tese ter informações sobre a vida do paciente para


explorar como ele está e ficará perante um diagnóstico, esses pontos fazem
parte da identidade do sujeito, são aspectos culturais, vida social, família,
personalidade, esse eixo se responsabiliza em tratar o paciente com a sua
totalidade, além do diagnóstico, e com o diagnóstico promover intervenções
importantes com base nas suas vivências.É mapear os pontos da vida diária
que podem influenciar na doença, e pede reflexão e manuseio prático
constante para auxiliar esse paciente.

E no Eixo IV é possível observar e identificar as relações que essa pessoa


irá estabelecer a partir do seu lugar de adoecimento, vínculos como equipe
hospitalar, médico, família, psicólogo e instituição. Essas relações fazem com
que a doença e o período que esse paciente passará ali, encontrar formas de
interagir ou não com o meio, trabalhando além da doença vínculos que são
importantes, pois ninguém nasce só, desde do começo da vida é preciso
pessoas, grupos, seres que norteiam e fazem a diferença.

Na Psicologia Hospitalar o diagnóstico seria o conhecimento da situação


existencial e subjetiva da pessoa adoentada em sua relação com a doença,
diferentemente o da visão da medicina para diagnóstico, que para os médicos
o diagnóstico é o conhecimento da doença por meio de seus sintomas. Então,
a psicologia hospitalar, surge para escutar a pessoa que está inserida no meio
da doença, escutar a sua subjetividade porque no fim das contas a cura em si
não elimina a subjetividade do sujeito; pois a tal subjetividade não tem cura.
Contudo, tratar a pessoa, e não a doença foi um dos objetivos mais valiosos da
psicologia hospitalar. Conhecer profundamente aspectos ligados à história do
paciente, seus interesses, seu trabalho, suas condições de vida com atenção e
carinho conseguimos traçar um caminho para a cura da subjetividade de cada
paciente.

Os psicólogos executam trabalhos em grupos para melhorar as relações


interpessoais entre pacientes/familiares, pacientes/médicos,
pacientes/enfermeiros para um melhor entendimento, acolhimento e tratamento
dos pacientes em relação a sua estadia nos âmbitos hospitalares e uma
possível cura de seus sintomas e subjetividade.

Os psicólogos hospitalares com seu empenho e trabalhos em grupos


promovem um valioso exercício de trocas interpessoais, compartilhamento das
diferenças, das sensações de medo, angústias, alegrias e assim fazem com
que o meio hospitalar seja mais leve como um abraço acolhedor que nos
protege e nos consola.

2. REFERÊNCIAS

SIMONETTI, A. Manual de Psicologia Hospitalar: O Mapa da Doença. São


Paulo: Casa do Psicólogo. 2013.

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