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A HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR Profª Dra.

Amanda Muglia Wechsler


O MODELO BIOMÉDICO
• Primeira metade séc. XX – estudo fisiologia e anatomia –
doença tem causas biológicas
•Três pressupostos importantes:
1. Doença é resultado de um patógeno – reducionista (1 fator)
2. Dualismo mente X corpo – entidades separadas e autônomas
(pouca interação)
3. Saúde = ausência de doença
A TRANSIÇÃO DO MODELO BIOMÉDICO
PARA O BIOPSICOSSOCIAL
•Saúde (OMS, 1948) = completo bem-estar físico, psicológico e
social
•Não apenas a ausência de doenças
•Mas será que isto é possível?
•Uma pessoa que sofra de uma doença crônica não pode ter
bem-estar psicológico, por exemplo?
O MODELO BIOPSICOSSOCIAL
•Saúde e doença sujeitas a influências psicológicas e sociais
•Fatores psicológicos: formas de enfrentamento de um estressor,
tipo de personalidade, confiança na equipe e tratamento, etc.
•Fatores sociais: gênero, renda, etnia, rede de apoio social, etc.
•Sistema biopsicossocial – um determinado nível é afetado pelos
outros níveis e os afeta também – ex: alcoolismo
•Saúde (OMS, 1998)= estado dinâmico de completo bem-estar
físico, mental, social e espiritual
O DISCURSO MÉDICO

•Modelo biomédico hegemônico X modelo biopsicossocial


•Imposição aos outros profissionais da saúde
•Autoritarismo X hierarquia
•Médico como especialista
•Neutralidade / Impessoalidade – por quê?
DISCURSO MÉDICO X DISCURSO PSICOLÓGICO
DISCURSO MÉDICO DISCURSO PSICOLÓGICO

O médico sabe Construção conjunta de


Foco: eliminação de sintomas saberes
(bem-estar) Foco: qualidade de vida
Função: silenciar indivíduo Função: ouvir o indivíduo
Deslegitimação da queixa Queixa: legítima
Paciente passivo: tratamento e Paciente ativo: tratamento e
recuperação recuperação - informações
A DESPERSONALIZAÇÃO

•Paciente como número de prontuário ou portador de


determinada patologia
•Hábitos mudados com hospitalização
•Falta de privacidade/ procedimentos invasivos
•Doenças crônicas – reestruturação da vida
A DESPERSONALIZAÇÃO

Solidão
Medo da morte
Presença constante de luminosidade e ruídos dos aparelhos
Falta de privacidade
Procedimentos invasivos
Privações sensório-motoras
Dependência
HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR
•Humanização: reconhece e valoriza aspectos subjetivos,
históricos e socioculturais dos pacientes e profissionais
•Visa melhoria das condições de trabalho e da qualidade do
atendimento
•Despatologização – retirar rotulação
•Psicologia positiva
•Abordagem holística: pessoa vista como um todo
ASPECTOS DA HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR
•Contato físico com familiares
•Orientação a familiares sobre aparelhos
•Controle da dor
•Privacidade (sono, banho, reflexão)
•Direito à informação
•Direito de ser ouvido em suas queixas
•Respeito às crenças
ASPECTOS DA HUMANIZAÇÃO
HOSPITALAR
•Autonomia: paciente com direito de decisão
•Acesso ao seu prontuário
•Entendimento de seu diagnóstico, tratamento e possibilidades
de recuperação
•Saber todos os dados a respeito de sua doença
•Relação com equipe: humana e não somente técnica
•Mais personalização: roupas próprias, fotos, objetos pessoais,
preferência comida, etc…
ASPECTOS DA HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR-
AMBIENTE
•luz natural e/ou luz individualizada
•relógios e calendários
•poltrona para pacientes ou acompanhantes
•box individual, personalizado
•janela
•distratores
ASPECTOS DA HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR
•Brinquedoteca
•Hospitalhaços
•Voluntários
•Padres/ pastores
•Cães terapeutas
•Psicólogos hospitalares
CONSEQUÊNCIAS DA
HUMANIZAÇÃO
HOSPITALAR
•Manutenção/recuperação identidade paciente
•Motivação para tratamento
•Minimização da desorganização espaço-temporal e da quebra
de rotina
•Recuperação mais rápida
AS FUNÇÕES DO PSICÓLOGO
HOSPITALAR
•Recepção: brinquedoteca/ acolhimento paciente e família
•Entrevista inicial/ vinculação
•Avaliação psicológica
•Acompanhamento: consultas, internação, alta, ambulatório, visitas a
casa
•Atuação em intercorrências
•Apoio psicológico familiar: grupal ou individual – em todas as fases
•Apoio psicológico da equipe
•Aconselhamento genético
•Acompanhamento psicopedagógico
O TRABALHO DO PSICÓLOGO
Psicoterapia Observação
breve psicológica

Orientação para Avaliação


alta psicológica

Atuação do
Orientação para
psicólogo Orientação
procedimentos psicológica

Suporte Manejo de
psicológico situação
ATIVIDADE PRÁTICA - CASO PARA
DISCUSSÃO
•D., 20 anos, indicação para cirurgia bariátrica
REFERÊNCIAS
•Angerami- Camon, V. A. (org.) (2006). Psicologia hospitalar:
teoria e prática. São Paulo: Thomson.
•Campos, T. C. P. (1995). Psicólogo hospitalar: a atuação do
psicólogo em hospitais. São Paulo: EPU.
•Sebastiani, R. W. & Maia, E. M. C. (2005). Contribuições da
psicologia da saúde–hospitalar na atenção ao paciente
cirúrgico. Acta Cirúrgica Brasileira, 20 (1): 50-55.
•Straub, R. O. (2014). Psicologia da Saúde: uma abordagem
biopsicosocial. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed.

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