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CURSO DE PSICOLOGIA

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOTERAPIA GRUPAL:


ESTRATÉGICAS DE ENFRENTAMENTO DO LUTO

Estagiária: Isabel Cristina Gouvêa Moleiro


Supervisora: Prof.ª Esp. Mayra Martins de Barcelos

INSTITUIÇÃO: Faculdade da Amazônia - FAMA


PERÍODO DE REALIZAÇÃO: 01/02/2021 A 30/06/2021
TOTAL DE DIAS: 29 DIAS
TOTAL DE HORAS: 100 HORAS
NOME DA SUPERVISORA NO LOCAL: Mayra Martins de Barcelos
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: Bacharel em Psicologia

VILHENA
2021
FACULDADE DA AMAZONIA
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOTERAPIA GRUPAL:


ESTRATÉGICAS DE ENFRENTAMENTO DO LUTO

ISABEL CRISTINA GOUVÊA MOLEIRO

Relatório final do estágio supervisionado de


psicoterapia em grupo, apresentado à Faculdade da
Amazônia de Vilhena/RO – FAMA, como requisito
parcial para obtenção de nota nesta disciplina.

Supervisora Prof.: Mayra Martins de Barcelos

VILHENA
2021
FACULDADE DA AMAZÔNIA

DIREÇÃO GERAL

Me. Patrícia Clara Cipriano

DIRETORA ACADÊMICA

Esp. Mayra Martins de Barcelos

COORDENADORA DO CURSO DE PSICOLOGIA

Esp. Mayra Martins de Barcelos

COORDENADOR DOS ESTÁGIOS DA FAMA

Esp. Daniel Antônio Toledo Gomes

COORDENADOR GERAL DA CLÍNICA ESCOLA

Esp. Maria Lovani Pereira Gomes

SUPERVISORA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II – INTERVENÇÃO


PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA

Mayra Martins de Barcelos


Direitos autorais deste documento são de propriedade dos estagiários do CURSO DE
PSICOLOGIA da Faculdade da Amazônia (FAMA). A reprodução deste é terminantemente
proibida por qualquer meio de reprodução sem a autorização da Coordenação da Clínica de
Psicologia e Coordenação de Estágios da FAMA, sob a pena de lei n°5.988 de 14 de
dezembro de 1973.
EQUIPE TÉCNICA

Estagiárias (os) do 10º ano do Curso de Psicologia da Faculdade da Amazônia

Alana Carolina Freitas Silva


Ana Paula Alves de Oliveira
Bruna Luiza Magalhaes Volpe
Bruno Galvão dos Santos
Elizabeth Dias da Costa Dumer Kipert
Gleiciele Rodrigues de Oliveira
Hilane Nery Leite
Isabel Cristina Gouvêa Moleiro
Jacira Pereira
Joao Eduardo Bravin Caldeira
Marcia da Silva Alles Tesser
Nelsir Pereira Alécio
Paulo Sérgio Bezerra
Raquel Fernandes Viana
Renata Kely Flavio Brizon
Sabrina Levino da Silva
Sheila Camila dos Santos Pessoa
Tania Cristina Ribeiro Kungel
Vanessa Oliveira Souza
Vanir Aparecida Kroetz

Professora de Estágio da Faculdade da Amazônia

Esp. Mayra Martins de Barcelos

Responsável Local

Esp. Mayra Martins de Barcelos


APRESENTAÇÃO

O presente relatório tem como objetivo descrever as atividades desenvolvidas no


Estágio Profissionalizante em Psicoterapia Grupal, como uma das exigências de produção
acadêmica para a conclusão do Curso de Psicologia da Faculdade da Amazônia.
As atividades foram desenvolvidas do período de fevereiro a junho de 2021, e,
devido à pandemia de COVID-19, os atendimentos e as supervisões ocorreram pela
plataforma digital Google Meet – plataforma de videoconferências da Google, atendendo à
orientação do Decreto Estadual que impossibilitava os atendimentos presenciais. Os
atendimentos foram realizados aos sábados no horário das 16:00 às 17h30min. E as
supervisões foram realizadas no horário das 19h00min às 21h00min.
O regulamento para as atividades de estágios aos estudantes em formação
acadêmicas está amparado pela Lei n. º 11.788/2008. O estágio de psicoterapia de grupo
segue as exigências do projeto pedagógico do curso, com o intuito de assegurar ao estudante,
a efetivação de suas atividades, porém é necessário que um professor (a) da própria instituição
de ensino, supervisione e acompanhe o acadêmico, seguindo o protocolo institucional.
Importante ressaltar que os estágios também deveram estar normatizados pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP), que orienta como as atividades deveram de desenvolvidas no
processo de estágio.
Este relatório está organizado estruturalmente pela: Introdução, Síntese da carga
horária, Apresentação da instituição, O Referencial Teórico, Estudo de Caso, Declaração de
carga horária, Considerações Finais, Referências, Anexos e Apêndices.
MOLEIRO, Isabel Cristina Gouvêa. Relatório Final do estágio profissionalizante do curso de
psicologia – Intervenção Supervisionada de Psicoterapia Grupal. Vilhena, 2021.

RESUMO

O objetivo desse relatório foi apresentar a contribuição da psicoterapia de grupo no processo


de luto. Para tanto é necessário compreender o luto, promover o acolhimento e estratégias de
enfrentamento do luto e facilitar mudanças cognitivas diante do sofrimento do enlutado.
Realizou-se, então, uma pesquisa metodológica em livros, artigos e revistas, para construir a
base teórica neste trabalho que serviu para orientar as atividades do estágio em psicoterapia
grupal, tendo como tema o Luto. De acordo com Papalia e Feldman (2013), o luto é o estado
emocional que se experimenta nos estágios iniciais da perda de uma pessoa querida. Este é
um período de adaptação à ausência, algumas pessoas podem ter uma recuperação rápida e
outras não. O luto é elaborado através da resolução de questões psicológicas resultando no
aceite da realidade da perda que ocorre gradualmente, sendo uma experiência muito pessoal.
Neste trabalho, pôde-se verificar que o principal objetivo do psicólogo no processo e
enfrentamento do luto é contribuir como facilitador para que ocorra a readaptação do
indivíduo, no entanto para que o processo psicoterápico transcorra de maneira satisfatória é
necessária a colaboração entre o paciente e o terapeuta.

Palavras chave: Luto; terapia grupal; psicologia.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................10

2 APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO..........................................................................12

3 SÍNTESE DA CARGA HORÁRIA MENSAL NA PSICOTERAPIA DE GRUPO....14


3.1 SÍNTESE DA CARGA HORÁRIA MENSAL EM SUPERVISÃO.........................14

4 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................15
4.1 A PSICOTERAPIA DE GRUPO......................................................................................15
4.2 AS INTERVENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
15
4.3 CIRCUNSTANCIAS CAUSADORAS DO LUTO...............................................................16
4.4 SENTIMENTOS DO LUTO NORMAL.............................................................................17
4.5 SENSAÇÕES FÍSICAS NO LUTO NORMAL...................................................................18
4.6 COGNIÇÕES OU PENSAMENTOS NO LUTO NORMAL.....................................................18

4.7 COMPORTAMENTOSNO LUTO NORMAL......................................................................19


4.8 PADRÕES DE LUTO....................................................................................................19
4.8.1 O Modelo Clássico De Elaboração Do Luto...............................................20
4.8.2 Luto: Múltiplas Variações............................................................................21
4.9 LIDANDO COM A MORTE E O SENTIMENTO DE PERDA............................................21
4.10 LUTO E DEPRESSÃO.................................................................................................. 22
4.11 COMO SE RECUPERAR...............................................................................................23
4.12 AJUDANDO AQUELE QUE PERDEU UM ENTE QUERIDO.............................................24
4.13 O ATENDIMENTO PSICOLOGICO ONLINE EM TEMPOS DE PANDEMIA.......................25

5 PROJETO DE ESTÁGIO...................................................................................................26
5.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................26
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................26
5.3 MÉTODO................................................................................................................. 26
5.4 CRONOGRAMA/ESTRUTUTA:.............................................................................27
5.5 RESULTADOS ESPERADOS.................................................................................35
6 APRESENTAÇÃO DO CASO...........................................................................................36
6.1 INTRODUÇÃO E IDENTIFICAÇÃO.........................................................................36

7 RELATO DE EXPERIÊNCIA...........................................................................................40

DECLARAÇÃO DE CARGA HORÁRIA...........................................................................42

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................43

REFERÊNCIAS......................................................................................................................45

ANEXOS..................................................................................................................................47
ANEXO A – FICHA DE AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO.....................................................48
ANEXO B - CONTROLE DE FREQUENCIA – Estágio Supervisionado........................50
ANEXO B- CONTROLE DE FREQUENCIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO............51
ANEXO C- CONTROLE DE FREQUENCIA EM SUPERVISÃO..................................52
TERMO DE COMPROMISSO ÉTICO E DE SIGILO......................................................54
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 1.....................................55
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 2.....................................56
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 3.....................................57
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 4.....................................58
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 5.....................................59
EXERCICIO 1: “Carta a si próprio”..................................................................................60
EXERCICIO 2: “DESENHO QUE REPRESENTE A PERDA”......................................61
EXERCICIO 3: CHEIRA A FLOR E ASSOPRA A VELA..............................................62

APENDICE..............................................................................................................................63
APENDICE Nº 1......................................................................................................................64
APENDICE Nº 2......................................................................................................................68
APENDICE Nº 3......................................................................................................................71
APENDICE Nº 4......................................................................................................................73
APENDICE Nº 5......................................................................................................................75
APENDICE Nº 6......................................................................................................................79
APENDICE Nº 7......................................................................................................................81
APENDICE Nº 8......................................................................................................................83
INTRODUÇÃO

O luto, de acordo com as autoras Papalia e Feldman (2013), é o estado emocional


que se experimenta nos estágios iniciais da perda de um ente querido. Este é um período de
adaptação à ausência, algumas pessoas podem ter uma recuperação relativamente rápida e
outras não. O luto é elaborado a partir da resolução de questões psicológicas resultando no
aceite da realidade da perda que ocorre gradualmente, sendo uma experiência
demasiadamente pessoal.
Kübler-Ross (1981), ao desenvolver pesquisas com pacientes terminais, observou
que eles vivenciavam estados emocionais semelhantes no processo de morte, tendo
identificado esse processo em cinco estágios: negação, raiva, barganha, depressão e a
aceitação. Desta forma, o primeiro mecanismo atua como um para-choque tem como objetivo
aliviar o impacto da notícia é o momento que a pessoa se recusa a colocar-se à frente da
situação. No segundo, a pessoa pode se manifestar de forma agressiva ou buscar por um
culpado, com intuito de aliviar a dor. Na barganha, a pessoa busca uma negociação com
promessas direcionadas com bases em suas crenças, prorrogando a dor. No quarto estágio, a
depressão é comumente as pessoas ficam mais tristes, quietas e pensativas. Contudo, esta fase
é importante para preparar-se para o quinto estágio, a aceitação. Nesse último estágio,
normalmente as pessoas ficam mais conformadas e conseguem expressar seus sentimentos e
suas emoções em relação a suas perdas.
O luto foi o tema principal desenvolvido no presente relatório, com a finalidade de
relatar as experiências adquiridas durante o estágio Supervisionado em psicoterapia grupal, no
10º Período do curso de Psicologia-2021, sendo este um pré-requisito fundamental para a
formação profissional dos acadêmicos do curso de Psicologia. Para tanto, tem como objetivo
geral: apresentar a contribuição da psicoterapia de grupo no processo de luto, e, como
objetivos específicos: compreender o luto; promover o acolhimento e estratégias de
enfrentamento do luto; facilitar mudanças cognitivas diante do sofrimento do enlutado.
Diante do processo de luto, o objetivo terapêutico através da abordagem Terapêutica
Cognitivo-Comportamental objetiva verificar e avaliar as principais queixas, ajudando esses
pacientes na tomada de decisões, resoluções de seus conflitos e na superação da elaboração do
luto de maneira menos dolorosa. E ainda, facilitar a readaptação desse sujeito. Diante desse
contexto, a empatia por parte dos facilitadores e por parte dos demais participantes do grupo
terapêutico é de fundamental importância, assim como respeitar o tempo do paciente, pois
existem grandes chances dele resistir ao tratamento, devido ao seu estado psicológico abalado,
que pode dificultar o processo terapêutico. É importante deixar sempre as informações
concretas e suficientes para lidar com esse momento. (BASSO; WAINER, 2011),
O grupo terapêutico “estratégias de enfrentamento do luto” é constituído por um
grupo aberto, composto de cinco facilitadoras, estagiárias do curso de psicologia, com a
finalidade de acolher as pessoas que passam pelo processo de luto auxiliando-as a adaptar-se a
uma forma mais assertiva de vivenciar a perda, além de trazer elementos de apoio e elementos
promotores de saúde.
2 APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Há 15 anos, a Faculdade da Amazônia, surgiu de um sonho e da coragem de uma


professora desbravadora, SWAEEDS Rosângela Cipriano dos Santos, sonho esse que a fez
consolidar em Vilhena- RO e região uma Instituição de Ensino Superior que abarcasse
milhares de jovens e adultos que sonhavam em ingressar em um curso superior. Notando que
os mesmos não possuíam tempo e possibilidades para se deslocarem a outras cidades, então
surgiu “à ideia de se criar uma instituição que atendesse a esta demanda e que atuasse de
forma inclusiva no sentido mais profundo da palavra em relação à educação superior
(FACULDADE DA AMAZÔNIA, 2018). ”
No entanto, ao instalar-se em Vilhena, a Faculdade da Amazônia assumiu o
compromisso de “buscar permanentemente a qualidade nos programas que oferece à região”.
Para tanto, desenvolveu um projeto pedagógico em sintonia com as demandas, escolhendo os
cursos que julgou mais relevantes à formação de quadros profissionais, onde cuja chegada ao
mercado de trabalho se convertesse em forte impulso ao desenvolvimento socioeconômico
regional (FACULDADE DA AMAZÔNIA, 2018).
De acordo com o regimento interno da instituição vale mencionar no “Art. 1° que: A
FACULDADE DA AMAZÔNIA, doravante denominada FAMA, mantida pelo INSTITUTO
DE ENSINO SUPERIOR DA AMAZÔNIA - IESA, associação civil, de caráter educacional e
cultural, foi fundada em 27 de março de 2001, na cidade de Vilhena, devidamente registrada
no Cartório de Registros de Títulos e Documentos de Vilhena, sob n° 646, do Livro A-6, em
12 de abril de 2001, com as unidades que estão discriminadas em anexo próprio deste
Regimento, é regida pela legislação em vigor, pelo Estatuto da Mantenedora, no que couber,
por este Regimento e por atos normativos internos (FACULDADE DA AMAZÔNIA,2017).”
Todavia, desde sua idealização e criação, a FAMA, tem como missão investir no
processo de ensino e aprendizagem e capacitar seus egressos a atenderem às necessidades e
expectativas do mercado de trabalho e da sociedade, com competência para formular,
sistematizar e socializar conhecimentos em suas áreas de atuação (FACULDADE DA
AMAZÔNIA, 2018)
Destarte para alcançar esse objetivo, a Faculdade da Amazônia promove à educação
superior integrando ensino de extensão, visando à formação de sujeitos empreendedores e
comprometidos com o autoconhecimento, a transformação social, cultural, política e
econômica do Estado e da região. Tendo como dever orientar e desenvolver iniciativas que
aumentem a qualidade do Ensino e a formação de sujeitos responsáveis, comprometidos com
o seu desenvolvimento e com o progresso da sociedade (FACULDADE DA AMAZÔNIA,
2017).
Portanto, foi pensando no progresso e desenvolvimento da sociedade que a
Faculdade da Amazônia-FAMA tem investido na Clínica - Escola de psicologia, órgão que
oferece serviços à comunidade carente de Vilhena, além disso, permite os estagiários
formandos em Psicologia atuar na prática, atendendo a pessoas que necessitam de um
acompanhamento psicológico.
3 SÍNTESE DA CARGA HORÁRIA MENSAL NA PSICOTERAPIA DE GRUPO

Quadro 1 –Carga horária nos encontros.


Mensal Número de dias Número de horas

Abril 02 04
Maio 04 08
Junho 02 04
Total 08 16

______________________________ ______________________________
Assinatura da supervisora Assinatura da estagiária

3.1 SÍNTESE DA CARGA HORÁRIA MENSAL EM SUPERVISÃO

Quadro 2 – Carga horária em supervisão.


Mensal Número de dias Número de horas

Fevereiro 04 16
Março 04 16
Abril 05 20
Maio 04 16
Junho 04 16
Total 21 84

______________________________ ______________________________
Assinatura da supervisora Assinatura da estagiária
4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 A PSICOTERAPIA DE GRUPO

As psicoterapias de grupo surgiram com um propósito de um atendimento


psicoterápico, que estendesse a um número maior de pessoas. Os primeiros grupos por
organizados por Pratt, por volta de 1922. Os trabalhos em grupos ainda tiveram a influência
de outros autores como Addler, Bion, Foulkes e Moreno (CORDIOLI, 2008).
De acordo com Zimerman e Osorio (1997) um grupo se caracteriza, por um conjunto
de pessoas, que compartilha do mesmo espaço, considerando a necessidades dos membros
para estes se adaptar ao que é proposto pelo grupo, tendo em vistas interesses em comum.
As psicoterapias “são métodos de tratamento realizados por profissionais treinados
com o objetivo de reduzir ou remover um problema, uma queixa ou um transtorno de um
paciente ou cliente, utilizando, para tal fim, meios psicológicos” (CORDIOLI, 2008, p.42).
Para que o processo psicoterápico transcorra de maneira satisfatória é necessária a
colaboração entre o paciente e o terapeuta.

4.2 AS INTERVENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

Conforme Judith Beck (2014) em sua obra: “Terapia cognitivo-comportamental:


teoria e pratica” descreve a importância de conquistar confiança e desenvolver rapport com o
cliente desde o primeiro contato. Para tanto é necessário que os terapeutas demonstrem boas
habilidades e compreensão, busquem o feedback, compartilhem seu plano de tratamento,
tomem decisões de maneira colaborativa e ajudem os participantes a resolverem seus
problemas e a aliviar sua angústia.
A Terapia Cognitivo-Comportamental perante um processo de luto, tem como foco a
identificação das relevantes preocupações que acometem aos pacientes, afim prioriza-las, a
partir do que se representa ao mesmo, para posteriormente trabalharas, levando em
consideração o histórico desde sua rede de apoio, encontrando assim a melhor forma do
enfrentamento, pois possivelmente encontrasse emocionalmente abalado (BASSO; WAINER,
2011 apud REMOR, 1999).
Desta forma, o principal objetivo está em contribuir como facilitador no processo de
readaptação do indivíduo, para que isso ocorra é importante ter a consciência das possíveis
alterações emocionais, em consequência da perda, que causa além de desordem, fragilidade,
vulnerabilidade, tanto em níveis fisiológicos, motores e comportamentais. Estas podem
interferir de maneira significativa no processo do luto, prejudicando o maior objetivo traçado,
a aceitação (BASSO; WAINER, 2011).
Os grupos com enfoque cognitivo-comportamental terão que ter objetivos claros e
estruturados à semelhança das sessões da terapia individual. As sessões podem ser semanais,
quinzenais ou até mensais. Assim, a Psicoeducação é um modelo de intervenção tem por
objetivo o conhecimento do paciente sobre o transtorno do luto, os sintomas e mecanismos
envolvidos em sua origem e perpetuação, prevenção de recaídas, e familiarizar o paciente com
o modelo de terapia e as estratégias utilizadas para amenizar a dor dos sintomas provocados
pela perda. Além disso, a psicoeducação é um tipo de intervenção utilizada por diversas
modalidades terapêuticas como: terapia cognitiva, a terapia comportamental, a terapia
interpessoal, os grupos de autoajuda, as terapias de apoio (CORDIOLI, 2008).

4.3 CIRCUNSTANCIAS CAUSADORAS DO LUTO

Um ser humano experiencia cerca de 30 lutos ao longo da sua vida. Nem todos estes
lutos são por morte, isto é, existem outras perdas que desencadeiam o processo do luto, essas
causas foram sistematizadas por Rebelo (2005, pp. 50 e 51) em quatro grupos:
1. Perda física ou emocional, a perda da pessoa amada pode ocorrer no caso da sua
morte, mas também em situações de divórcio, de emigração e encarceramento.
Neste grupo também se incluem as perdas de objetos e animais com elevado valor
afetivo.
2. A perda de expetativa de afeto; é a perda da fantasia sobre alguém que ainda não
existia, como no caso dos fetos abortados e no nascimento de filhos com
deficiência
3. O dano ao amor-próprio; acontece quando há a amputação de um membro, ou a
ablação do seio, no caso de mulheres (e homens) vítimas de câncer.
4. A desvalorização social, se deve a uma perda de posição social ou profissional,
como por exemplo da imagem pública, o desemprego ou desqualificação
profissional, a perda de uma carreira profissional.
4.4 SENTIMENTOS DO LUTO NORMAL

De acordo com Worden (2013) são sentimentos comuns no processo de luto:


 Tristeza: O sentimento mais comumente encontrado no enlutado, muitas vezes é
manifestada através do choro.
 Raiva: Um dos sentimentos mais confusos, estando na raiz de muitos problemas
no processo de sofrimento após a perda; a raiva advém de duas fontes: da
sensação de frustração por não haver nada que se pudesse fazer e de um tipo de
experiência regressiva que ocorre após a perda de alguém próximo, a pessoa se
sente indefesa, incapaz de existir sem o outro, experimentando raiva e ansiedade;
formas ineficazes de lidar com a raiva são direcioná-la erradamente para outras
pessoas ou virá-la contra si, podendo desencadear comportamentos suicidas.
 Culpa e autocensura: no início do processo de luto, pode haver um sentimento de
culpa por não se ter sido suficientemente bondoso, por não ter levado a pessoa
mais cedo para o hospital, etc.; na maior parte das vezes, a culpa é irracional e irá
desaparecer através do teste com a realidade;
 Ansiedade: pode variar de uma ligeira sensação de insegurança até um forte
ataque de pânico e quanto mais intensa e persistente for a ansiedade, mais sugere
uma reação de sofrimento patológica; surge de duas fontes: do sobrevivente se
sentir incapaz de tomar conta dele próprio sozinho e de uma sensação aumentada
da consciência da própria mortalidade.
 Solidão: Sentimento frequentemente expressado pelos sobreviventes,
particularmente aqueles que perderam os seus cônjuges e que estavam habituados
a uma relação próxima no dia a dia;
 Fadiga: em nível elevado pode ser angustiante para uma pessoa que é
normalmente muito ativa;
 Desamparo: presente na fase inicial da perda;
 Choque: em caso de morte inesperada ou mesmo esperada.
 Anseio: Ansiar a pessoa perdida é uma resposta normal à perda; quando diminui,
pode ser um sinal de que o sofrimento está a chegar ao fim;
 Emancipação: A libertação pode ser um sentimento positivo após a perda; por
exemplo, no caso de uma jovem que perde o seu pai que era um verdadeiro tirano
e a oprimia por completo;
 Alívio: É comum principalmente se a pessoa querida sofria de doença prolongada
ou dolorosa; contudo, vem acompanhado do sentimento de culpa.
 Torpor: Algumas pessoas relatam uma ausência de sentimentos; após a perda,
normal no início do processo de luto, após tomar conhecimento da morte; uma
espécie de defesa contra o que poderia ser uma dor insuportável.
Segundo Melo (2004), é natural muitos destes sentimentos irem diminuindo ao longo
do tempo, restando as lembranças de momentos saudosos.

4.5 SENSAÇÕES FÍSICAS NO LUTO NORMAL

Segundo Melo (2004), geralmente as sensações físicas sentidas após a perda são:
 Vazio no estômago
 Aperto no peito
 Nó na garganta
 Hipersensibilidade ao barulho
 Sensação de despersonalização (nada parecer real, incluindo o próprio)
 Falta de fôlego, sensação de falta de ar
 Fraqueza muscular
 Falta de energia
 Boca seca

4.6 COGNIÇÕES OU PENSAMENTOS NO LUTO NORMAL

Após a perda, de acordo com Melo (2004), são habituais as cognições ou


pensamentos:
 Descrença: não acreditar na morte assim que se ouve a notícia.
 Confusão: pensamento confuso, não conseguindo ordenar os pensamentos;
dificuldade de concentração ou esquecimento de coisas.
 Preocupação: obsessão com pensamentos acerca do falecido.
 Sensação de presença: contraparte cognitiva do sentimento de anseio.
 Alucinações visuais e auditivas; são uma experiência frequente nos enlutados; são
normalmente experiências ilusórias passageiras, que ocorrem habitualmente após
poucas semanas da perda e normalmente não provocam uma experiência de
sofrimento mais complicada ou difícil.

4.7 COMPORTAMENTOS NO LUTO NORMAL

Os comportamentos usualmente manifestados após a perda, de acordo com Melo


(2004), são:
 Distúrbios do sono: insônias
 Distúrbios do apetite: redução ou aumento do apetite.
 Comportamentos de distração: "andar aéreo"
 Isolamento social
 Sonhos com a pessoa falecida
 Evitar lembranças da pessoa falecida
 Procurar e chamar pelo ente perdido
 Suspirar
 Hiperatividade,
 Agitação
 Chorar
 Visitar sítios ou transportar consigo objetos que lembrem a pessoa perdida
 Guardar objetos que pertenciam à pessoa falecida

4.8 PADRÕES DE LUTO


A perda de um ente querido e o processo de adaptação a essa situação de ausência
podem afetar praticamente todos os aspectos da vida de quem permanece vivo, de acordo com
Papalia e Feldman (2013); a perda geralmente provoca mudança de status e de papel (por
exemplo, de esposa para viúva ou de filho para órfão). Pode haver consequências sociais e
econômicas– perda de amigos e às vezes de renda. Mas primeiro ocorre o pesar do luto – a
resposta emocional vivenciada nos primeiros estágios da perda.
A perda, assim como o morrer, é uma experiência altamente pessoal. Atualmente as
pesquisas têm questionado as noções anteriores de um único padrão “normal” de luto de
recuperação. Algumas pessoas têm uma recuperação relativamente rápida, outras não
(PAPALIA E FELDMAN, 2013).
Quando vivemos o choque da perda, acreditamos que é o fim, que perdemos não só a
pessoa amada, mas também tudo o que foi vivido de bom com ela. No entanto, com o tempo
torna-se perceptível que a pessoa viverá sempre em nossa memória. Assim, nunca perdemos
totalmente quem amamos, sempre haverá um elo nos ligando a eles e por mais intensa que
seja a dor há sempre crescimento na superação. (BURIASCO, 2021)
Sentir que somos capazes de sobreviver a um sofrimento extremo provoca
amadurecimento e nos torna mais fortes. Refazer a vida tendo em mente que a perda é grande,
mas não total, faz toda a diferença (BURIASCO, 2021).

4.8.1 O Modelo Clássico De Elaboração Do Luto

Um padrão clássico de luto são os estágios em que ocorre o aceite da realidade da


perda, se libertando do vínculo com o falecido e se readaptando à vida, desenvolvendo novos
interesses e novos relacionamentos. Esse processo geralmente segue uma sequência de acordo
com J. T. Brown e Stoudemire (1983):
1. Choque e descrença. Após a morte, aqueles que estavam ligados ao falecido
sentem-se perdidos e confusos. À medida que se aprofunda o sentimento de perda,
o entorpecimento inicial dá lugar ao sentimento de tristeza e choro frequente. Esse
estágio poderá durar várias semanas, principalmente após uma morte súbita ou
inesperada.
2. Preocupação com a memória da pessoa falecida. O segundo estágio, poderá durar
de seis a 24 meses, tenta-se resolver o problema da morte, mas esta ainda não é
aceita. Ocasionalmente, há o sentimento de que o falecido está presente,
experiência que diminui com o tempo, embora possam em ocasiões especiais,
como nos aniversários.
3. Resolução. O estágio final ocorre quando o interesse pelas atividades cotidianas é
renovado. A lembrança do falecido traz sentimentos de afeto misturados com
tristeza, em vez de dor aguda e ansiedade.

4.8.2 Luto: Múltiplas Variações

Embora o padrão de luto descrito aqui seja comum, nem sempre o luto segue uma
linha reta do choque à resolução, Wortman & Silver (1989) e Firmo (2020) constataram a
existência alguns padrões de luto:
 Luto normalmente esperado: a pessoa enlutada passa do sofrimento intenso ao
sofrimento leve.
 Luto diferido: Quando o luto começa algumas semanas mais tarde
 Luto ausente: a pessoa enlutada não experimenta sofrimento intenso nem de
imediato nem mais tarde.
 Luto prolongado: quando o luto persiste por 6 a 12 meses além do tempo normal
(6 a 24 meses), deve-se considerar a possibilidade de uma perturbação depressiva.
 Luto crônico, excessivo ou complicado: a pessoa enlutada sofre por um longo
tempo e a evolução do sofrimento causa graves danos físicos e psíquicos.
 Perda Ambígua: O termo é utilizado para situações em que a perda não é
claramente definida e, portanto, torna-se confusa e difícil de resolver, como
quando um ente querido está ausente e presume-se que tenha morrido. A perda
ambígua é um transtorno relacional em que o luto permanece suspenso e a
situação não se resolve, trata-se de uma debilitante fonte de estresse, pela falta de
uma confirmação tangível, necessária a um fechamento emocional.
O conceito de perda ambígua também é aplicado a situações em que o ente querido
está fisicamente presente, mas psicologicamente ausente, como no mal de Alzheimer, na
dependência de drogas e em outras doenças mentais crônicas.

4.9 LIDANDO COM A MORTE E O SENTIMENTO DE PERDA


Segundo Maria Julia Kovács (1992), o luto é um processo natural do ser humano,
sendo uma forma de lidar com as perdas significativas da vida e de pessoas próximas. Mesmo
a morte fazendo parte do desenvolvimento natural das pessoas, a perda causa um desordem e
desequilíbrio na vida dos enlutados, portanto merece atenção e cuidado na vivência. O luto
não é uma doença, mas pode apresentar desorganizações físicas e psicológicas.
A pessoa em luto por uma perda com significado profundo, entra numa espiral de
desinteresse por si mesma e por tudo o que a rodeia. A solidão instala-se lentamente, as vezes
acompanhada por momentos de isolamento (REBELO, 2005, p. 167). Mas a mágoa sentida
por essa perda sufoca e acumula-se no peito e surge necessidade de desabafar com quem
esteja disponível para ouvir. A família da pessoa em luto nem sempre está disponível pois
pode ter elementos bloqueadores de conversa, ou pode estar a viver a mesma dor. Os amigos
por muito disponíveis que se mostrem numa fase inicial não conseguem suportar as mudanças
de humor e comportamento por parte da pessoa em luto, completamente diferente daquela
com quem decidiram travar amizade, ou então não conseguem lidar a longo prazo com a
complexidade do processo do luto, que absorve a energia das pessoas. (REBELO, 2004, pp.
141 e 142).
Papalia e Feldman (2013) postulam que o luto é o estado emocional que se
experimenta nos estágios iniciais da perda de uma pessoa querida. Este é um período de
adaptação à ausência, algumas pessoas podem ter uma recuperação rápida e outras não. O luto
é elaborado através da resolução de questões psicológicas resultando no aceite da realidade da
perda que ocorre gradualmente, sendo uma experiência muito pessoal.
É uma experiência no sentido de nos libertarmos, com suavidade, de todos os laços
de vinculação que mantínhamos com quem amávamos e de retomar nosso espaço de alegria e
felicidade na vida. É um período de tempo que necessitamos de viver, após a perda de uma
pessoa que nos era muito querida, para que todos os momentos belos que com ela partilhamos
se tornem em doces e suaves memórias (PEREIRA, 2012).

4.10 LUTO E DEPRESSÃO

De acordo com Sales (2016), a Depressão ocorre em um terço das pessoas em luto e
em 20% dos casos é grave, como nem sempre é fácil saber quando se atravessa o limiar entre
o Luto e a Depressão, a autora trouxe um comparativo para melhor ajudar a identificar as
diferenças.
Tabela 1 - Comparação Depressão/Luto
Comparação Depressão/Luto
Comportamentos Depressão Luto
Comum Transitória
Ideação Suicida (comandada pelo humor (comandada pelo desejo de estar junto
deprimido) do/a falecido/a).
Culpabilização Pela Situação Própria dirigida aos outros e ao destino
Lentificação Psicomotora Ocorre Não ocorre
Pode ocorrer em casos graves Não ocorre, embora se possa imaginar
Sintomatologia Psicótica
e é congruente com o humor ouvir/ver o falecido.
Evolução Dos Sintomas Persistente Flutuante

Fonte: Sales (2016) adaptado.

Sales (2016) faz um alerta para que estejam atentos e para que sejam observados os
sentimentos, o enlutado não deve permanecer isolado dos amigos e familiares, ademais deve
manter contato mesmo que por aplicativos de mensagens, vídeo, chamada telefônica e caso
necessite de maiores orientações, deve procurar por um profissional psicólogo.

4.11 COMO SE RECUPERAR

Embora a terapia do luto possa ajudar algumas pessoas, especialmente no curto


prazo, e particularmente aquelas que têm grande dificuldade em se adaptar à perda, de acordo
com Sales (2016), outras pessoas irão superar sozinhas com o tempo.
Segundo Papalia e Feldman (2013), as pessoas que conseguem superar a perda
tendem a ter algumas características, são:
1. Profundamente espiritualizadas e não esperam entender o que ocorre no mundo,
elas têm fé e confiam no desconhecido.
2. Otimistas
3. Polivalentes, conseguem manter duas ideias opostas ao mesmo tempo (“Preciso
reorganizar minha vida, mas mantenho a esperança viva”) e assim convivem com
a incerteza.
4. Geralmente elas foram criadas em famílias ou culturas, em que era importante
aprender a viver com o que se tem.
Os resilientes expressam a aceitação da morte como um processo natural. Após a
perda, passaram relativamente pouco tempo pensando e falando sobre ela ou buscando
significados. A terapia pode ajudar as pessoas a “entender, enfrentar e continuar vivendo
após a perda, mesmo que esta não tenha sido resolvida” (BOSS, 1999, p. 7). Contar e ouvir
histórias sobre as pessoas que perderam pode ser o começo do processo de cura.
Além disso, Papalia e Feldman (2013), afirmam que a reconstrução dos rituais de
família é uma afirmação de que a vida continua.
Salles (2016) apresenta algumas dicas para recomeçar:
 Fortalecer a Espiritualidade: Várias pesquisas no campo da psicologia e
psiquiatria comprovam a importância das práticas religiosas na produção de bem-
estar e, por consequência, na superação do processo de luto.
 Transformar o Sofrimento em Boas Ações: é um dos caminhos de elaboração do
luto, que pode ter impacto positivo na vida do enlutado e na sociedade também. A
ideia é fazer da dor uma possibilidade de aprendizado e de reconstrução.
 Escrever uma Carta para a Pessoa que Perdemos: dizendo tudo o que gostaria de
ter dito e se despedindo.
 Lembrar-se do Sorriso ou de Características Positivas da Pessoa e recorrer a essa
imagem sempre que estiver mal.
 Agradecer pelo Tempo que Passaram Juntos
 Produzir e Ofertar alguma Coisa: para a pessoa, um desenho ou um poema.
 Acreditar em Si Mesmo: Esse é o passo mais importante, o sobrevivente precisa se
sentir capaz de seguir com sua vida, mas ninguém se torna confiante num passe de
mágica. O segredo é cultivar pensamentos positivos, se policiar quando
afirmações como, “não consigo”, “não posso”, “não sou capaz”, vierem a
cabeça e trocar por possibilidades mais assertivas “sim, eu consigo”, “sim, eu
posso”, “sou capaz, sim”.

4.12 AJUDANDO AQUELE QUE PERDEU UM ENTE QUERIDO

Estas sugestões de profissionais da área de saúde mental, trazidas por Papalia e


Feldman (2013), podem capacitá-lo a ajudar alguém que você conhece a superar o processo
do luto.
• Compartilhe a dor. Deixe – ou encoraje – a pessoa que sofreu a perda falar de
seus sentimentos e compartilhe as memórias do falecido.
• Não ofereça falso consolo. Dizer coisas como “Assim foi melhor” não ajuda. Em
vez disso, simplesmente expresse seu pesar e ouça.
• Ofereça ajuda prática. Cuidar das crianças, cozinhar e fazer pequenos favores são
maneiras de ajudar.
• Seja paciente. Pode levar tempo para alguém se recuperar de uma perda
significativa. Esteja disponível para falar e ouvir.
• Sugira ajuda profissional. Não hesite em recomendar ajuda profissional quando
parecer que alguém está sofrendo demais para lidar com isso sozinho.

4.13 O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ONLINE EM TEMPOS DE PANDEMIA

Deve-se ressaltar que a morte é um medo muito comum. O que produz o medo é a
incerteza diante de algo novo, que não conhecemos, a insegurança de não mais existir e a
morte é o real encontro com o desconhecido. O Novo Corona vírus evidenciou nossa finitude,
a fragilidade de nosso corpo biológico e nos colocou em situações de sofrimento diante da
iminência constante da morte (nossa ou de nossos queridos). Temer a finitude de nossas vidas
nos orienta para a preservação da própria vida através do autocuidado, medidas de segurança
e construção de hábitos saudáveis de viver. A consciência da morte, pode nos proporcionar a
busca de sentido à vida (FIRMO, 2020).
O uso de tecnologia da informação e da comunicação (TICs) também conhecidos por
serviços online, no contexto atual da pandemia de covid-19 foram um dos recursos
tecnológicos utilizados para ampliar as possibilidades de resolução dos problemas. Portanto, a
Psicologia também usufruiu das TICs, desde os meados da década de 1990. Para esse tipo
prestação de serviços psicológicos mediados por TICs, os psicólogos devem realizar um
cadastro específico junto aos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) e ao Conselho
Federal de Psicologia (CFP) em uma plataforma online chamada de e-psi, que devem ser
renovados anualmente (VIANA, 2020).
Desta forma, Viana (2020) ressalva que o atendimento psicológico online tem como
objetivo auxiliar na redução dos danos com assistência qualificada diante de contexto de luto
e perdas familiares e financeiros, fornecendo suporte e orientação a respeito da saúde mental,
por meio de recursos digitais oferecendo palestras, debates, entre outras medidas educativas.
5 PROJETO DE ESTÁGIO

5.1 OBJETIVO GERAL

 Apresentar a contribuição da psicoterapia de grupo no processo de luto

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Compreender o luto;
 Promover o acolhimento e estratégias de enfrentamento do luto;
 Facilitar mudanças cognitivas diante do sofrimento do enlutado.

5.3 MÉTODO

A terapia de grupo ocorrerá em oito encontros aos sábados, nos dias 17/04, 24/04,
01/05, 15/05, 22/05, 29/05, 12/06 e 26/06, no horário das 16:00 às 17:30. Os atendimentos
pela plataforma digital aplicativo google meet, principais requisitos para participar são: acesso
à internet, celular ou computador e disponibilidade um ambiente reservado.
Os encontros serão organizados em quatro etapas:
1. O primeiro o acolhimento em que será trabalhado a interação e formação do vínculo
entre os participantes do grupo; recepção, contrato terapêutico, dinâmica ou verificação
das tarefas (passadas encontro anterior).
2. O segundo a psicoeducação/temática, que fornecerá subsídios para que os participantes
compreendam o conceito de luto e suas etapas e as estratégias de enfrentamento do luto.
3. Em terceiro, as atividades/dinâmicas que oportuniza a interação entre os participantes
dos grupos e auxiliará no processo de enfrentamento do luto e compreensão da temática.
4. Por fim a convivência/feedback, que será um momento de convivência, debate socrático
grupal, apresentação de tarefas ou desafios para casa, avaliação da sessão e
encerramento.
5.4 CRONOGRAMA/ESTRUTUTA:
Acolhimento/Contrato Terapêutico: (Ana) - os participantes serão
recepcionados, pretendemos estimular o autoconhecimento, vinculação,
conhecimento mútuo, relação de empatia, desenvolvimento do o rapport,
a apresentação dos participantes do grupo terapêutico. Logo, será
realizado o contrato verbal explicitando normas, regras, a questão do
sigilo, horários dos encontros e os objetivos do grupo.

Psicoeducação: “Morte, Morrer e Apego”. (Isabel) - este encontro tem


a intenção de levar os participantes a compreender o luto, baseado nos
conceitos teóricos contidos no capítulo 19 do livro Desenvolvimento
Humano de Papalia e Feldman (2013, pg. 634-657), também serão
trazidas contribuições a temática por intermédio de artigos mais recentes.
Após esse momento, destinado a psicoeducação, realizaremos uma
1° encontro dinâmica para avaliação de resultados pessoais ao final do processo
17/04/2021 terapêutico.

Dinâmica: “Carta a si próprio”: (Jaci) a dinâmica a ser realizada é a


“carta a si próprio”, que se encontra nos anexos. Essa dinâmica objetiva o
levantamento de expectativas individuais, compromissos consigo próprio,
percepção de si, autoconhecimento, sensibilização, reflexão,
automotivação e absorção teórica. O conteúdo da carta será aberto na
última sessão para poderem comparar a evolução pessoal após o processo
terapêutico.

Espaço aberto para o diálogo, escuta e encerramento: (Gleice)-haverá


um tempo destinado a escuta, pois elas são muito importantes nesse
momento e ocorrerá no tempo de cada participante, em seguida o
encerramento.
Acolhimento (Gleice) - realizar a apresentação dos estagiários
novamente, contrato terapêutico, os objetivos do grupo terapêutico, sigilo,
horários e a importância de participar das atividades durante os encontros.

Psicoeducação: “Os estágios de reação do luto”. (Ana) - será descrito


sobre os estágios do luto: a negação, raiva, barganha, a e aceitação,
conforme Elizabeth Kubler – Ross (1981, p. 50-153). Será explicada cada
fase além de mencionar a importância desses estágios no processo de
enfretamento do luto, de modo que os participantes do grupo terapêutico
possam ter uma autoanalise sobre a fase que se encontra.

Dinâmica: (Jaci)
2° encontro a) “Fazer um desenho que represente a pessoa que morreu ou a algo
24/04/2021 que simbolize a perda”.
b) “Citar os pensamentos e os sentimentos que teve quando essa
pessoa morreu”
(Exercício do livro - o vovô não vai voltar? Trabalhando com o
luto com crianças- Carmem Beatriz Neufeld e Aline Henriques
Reis [adaptada para adultos-online]).
Essa atividade tem como objetivo, permitir vivenciar os pensamentos e
sentimentos em relação às perdas, que são muito importantes para a
elaboração do luto.

Espaço aberto para o diálogo, escuta e encerramento: (Jaci) -


acontecerão diálogos acerca da temática, haverá um tempo destinado a
escuta, pois elas são muito importantes nesse momento.
Acolhimento/Contrato Terapêutico (Isabel) – realizaremos a
apresentação das estagiárias novamente, o contrato terapêutico, os
objetivos do grupo terapêutico, sigilo, horários e a importância de
participar das atividades durante os encontros e destacaremos a
importância da resiliência no enfrentamento do luto em tempos de
pandemia.

Psicoeducação: “Os estágios de reação do luto”: (Jaci) - Conforme


Elizabeth Kubler Ross (1981, p. 50-153), os estágios do luto se dividem
em cinco etapas: a negação, a raiva, a barganha a e aceitação. Worden
(2013) afirma que o abandono e a solidão, são sentimentos que
potencializam as dificuldades enfrentadas no luto.

Dinâmica:
3° encontro
a) “Fazer um desenho que represente a pessoa que morreu ou algo
01/05/2021
que simboliza a perda”.
b) “Citar os pensamentos e os sentimentos que teve quando essa
pessoa morreu” (Exercício do livro - o vovô não vai voltar?
 Cada integrante do grupo irá fazer um desenho, e em seguida irá
falar sobre os pensamentos e sentimentos que passaram pela
cabeça quando se lembram do ente querido ou objeto de perda.

Espaço aberto para o diálogo, escuta e encerramento: Nessa ocasião


será abordado como os integrantes reagem a essa perda em questão, quais
os principais sentimentos vivenciados, como isso haverá maior facilidade
de trabalhar os conteúdos e emoções externalizadas no decorrer da
terapia. Salientaremos que o luto e todos os sentimentos que o circundam
fazem parte do processo e será feita reflexões acerca de como é preciso
viver e entender as etapas desse processo para não adoecer.
Acolhimento: Será realizado o acolhimento e reforçaremos sobre o
Contrato terapêutico (Horário, duração, sigilo).

Psicoeducação:

1ª “Morte, Morrer e Apego”. (Isabel) terá a intenção de levar os


participantes a compreender o luto, baseando-nos nos conceitos teóricos
4° encontro contidos no capítulo 19 do livro Desenvolvimento Humano de Papalia e
Feldman e outros autores (2013, pg. 634-657).
15/05/2021
2ª “Os estágios de reação do luto”. (Ana) será mencionado novamente
sobre as fases do luto: a negação, a raiva, a barganha a e aceitação,
Conforme Elizabeth Kubler Ross (1981).

Espaço aberto para o diálogo, escuta e encerramento: acontecerão


diálogos acerca da temática, haverá um tempo destinado a escuta.
Acolhimento/ Contrato Terapêutico: - apresentação da palestrante e da
proposta, horário, duração, objetivos do grupo.

Psicoeducação - (Dra Thais Negri Ciríaco):- “A importância do


5º encontro tratamento combinado para o processo psicoterapêutico: psicoterapia
Palestra: e psiquiatria”.

22/05/2021 Dinâmica/ Fechamento: Após a administração da palestra iremos dar


abertura ao diálogo, enfatizando a importância da temática, assim os
participantes terão a oportunidade de esclarecer dúvidas com a médica
palestrante a respeito dos Psicofármacos e Psicoterapia.
Acolhimento/Contrato Terapêutico: (Jaci) - realizar o acolhimento e
reforçaremos o Contrato terapêutico (Horário, duração, sigilo).

Psicoeducação: “Sentimentos do Luto” (Gleici) - abordará sentimentos


presentes no processo do luto, como tristeza, raiva, culpa, ansiedade,
6° encontro solidão, saudades, entre outros. Sentimentos estes percebidos e até mesmo
29/05/2021 relatados pelos participantes nos encontros anteriores. (WORDEN, 2013).

Espaço aberto para o diálogo, escuta e encerramento: será solicitado


os participantes falem sobre suas experiências, a sentimentos vivenciada
naquele momento.
Acolhimento/ Contrato Terapêutico: (Gleice) – será realizado o
contrato o acolhimento e reforçado sobre o contrato terapêutico, que será
levantado questões importantes para o bom funcionamento do
Grupo (Horário, duração, sigilo).

Psicoeducação: “Hábitos saudáveis após a perda”. (Jaci) - é natural


que o enlutado na elaboração do luto tenha dificuldades e em voltar a ter
uma rotina diária como era. Portanto, como está sendo essa nova fase,
quais modificações serão necessárias para que esse enfrentamento não
seja tão doloroso? Esse encontro terá como objetivo principal de trabalhar
a reconstrução de hábitos saudáveis, novas rotinas e metas e desenvolver
habilidades de enfrentamento das emoções aflitivas e procrastinação
7° encontro (WRIGHT et. al 2012).
12/06/2021
Dinâmica: iremos sugerir uma lista de atividades (exercícios físicos,
cuidados com a aparência, viagens, cursos entre outros) que gostaria de
adaptar a sua rotina diária como hábito saudável.

Espaço aberto para o diálogo, escuta e encerramento: Por meio da


interação entre os participantes do grupo, a partir da fala,
compreenderemos individualmente as dificuldades dos participantes na
elaboração do luto (essas atividades têm por finalidade influenciar
positivamente nessa nova fase de elaboração, que é a aceitação). Também
ressaltaremos acerca dessas atividades, de que forma poderia influenciar
na reconstrução de suas rotinas em curto, médio e longo prazo.
Acolhimento/ Contrato Terapêutico: realizaremos o acolhimento e
reforçaremos sobre o contrato terapêutico (Horário, duração, sigilo).

Psicoeducação: “Perspectivas e ganhos da psicoterapia de grupo” -


será avaliado, se houve amadurecimento dos integrantes, entendendo que
o psicoterapeuta fez parte desse processo como fonte de esperança
durante seu progresso, porém entendendo que esse terapeuta não é dotado
de poderes mágicos e sim formando um elo onde ambos vão buscando
construir uma aliança de vínculo para obtenção de resultado (BECHELLI;
SANTOS, 2005).

Dinâmica: “Abertura da carta a si próprio” – será aberta a carta que


8° encontro
foi escrita no primeiro encontro, para nos certificarmos se as expectativas
26/06/2021
dos participantes foram alcançadas, como se sentem perante aquilo que
vislumbraram e quais os ensinamentos perante todo esse processo que
levarão consigo no enfrentamento do Luto.

Espaço aberto para o diálogo, escuta e encerramento: será explanado


sobre a experiência afirmando que a mesma se trata de uma alternativa
viável e que traz resultados positivos e inspiradores. O sofrimento trazido
pela morte do outro pode ser o começo de um amadurecimento emocional
e o trabalho psicológico vem para ajudar no enfrentamento e na
construção desta nova realidade, para enxergar e demonstrar novas
realidades.
5.5 RESULTADOS ESPERADOS

-Promover um autoconhecimento dos sentimentos vivenciados;


-Facilitar o processo de luto a partir das diferentes perdas;
-Promover mudanças positiva na vida de cada participante.
6 APRESENTAÇÃO DO CASO

6.1 INTRODUÇÃO E IDENTIFICAÇÃO

O grupo de psicoterapia em grupo de luto ocorreu pela plataforma digital google


meet aos sábados, com início às 16:00 e término às 17:30, divididos em oito encontro que
aconteceram do dia 17/04/2021 ao 29/06/2021, com psicoeducações tendo como foco o tema
Luto, dirigidas ao grupo terapêutico, com abordagem Teórica Cognitiva Comportamental
(TCC), realizada pelas estagiarias do curso de psicologia do 10º período e supervisionado pela
Professora Mestranda Mayra Barcelos da Faculdade da Amazônia – FAMA.

6.2 HISTÓRIA PESSOAL (HP)

A Sr. ª Susanna (nome fictício) 55 anos. Teve duas perdas, a primeira foi a perda do
irmão (faleceu no hospital regional por pancreatite aguda) e após 4 meses houve o
falecimento da mãe. A Sra. N, mencionou que se sentia culpada, por não ter levado o irmão
para um hospital particular, acreditando que lá talvez prestassem melhores serviços, capazes
de salvar a vida de seu irmão. Recordou sobre as lembranças boas, os bons momentos que
viveram juntos. Relatou que, no entanto, que ela e a mãe não eram muito próximas.

6.3 HISTÓRIA FAMILIAR (HF)

A Sr. ª Susanna (nome fictício), mencionou que a família é unida, são em 7 irmãos (5
homens e 2 mulheres)

6.4 HIPÓTESE DIAGNÓSTICA

O método hipotético-dedutivo ou da tentativa e erro e foi descrito por Popper (1974):


Apresentado o problema, o investigador lança uma hipótese para tentar explicá-lo, depois,
deduz-se da hipótese os testes com potencial para refutá-la ou corroborá-la. A hipótese
permite a dedução de quais testes podem ou devem ser realizados para avaliar sua
verossimilhança (RÉA-NETO, 1998)
De acordo com o que pôde ser observado durante os encontros de psicoterapia
em grupo e ainda durante as supervisões, foi proposto como hipótese diagnóstica para Sr. ª
Susanna (nome fictício), o Transtorno da Personalidade Borderline, 301.83 DSM (CID-10,
F60.3), é caracterizado por um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da
autoimagem e dos afetos e de impulsividade acentuada, presente em vários contextos,
conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado
pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização.
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem
ou da percepção de si mesmo. (Mudança repentina de papel, suplicantes por ajuda
x vingadores por maus-tratos passados).
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas
5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento
automutilante.
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor.
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la.
9. Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos
intensos.
Esses episódios ocorrem mais frequentemente em resposta a um abandono real
(falecimento) ou imaginado, e podem ocorrer em comorbidade com outros transtornos da
personalidade. Em geral os sintomas tendem a ser passageiros, durando de minutos a horas,
com gravidade ou duração insuficiente para um diagnóstico adicional ou diferenciado.

6.5 ANALISE E DISCUSSÃO

Susanna trouxe sentimento de culpa por não ter internado o irmão no hospital
particular e por considerar que não cuidou suficientemente bem de sua mãe, inclusive recebeu
críticas da família pelo mesmo motivo. Os pensamentos e sentimentos oscilavam entre as
lembranças da mãe e as do irmão.
Em uma das sessões, Susanna (nome fictício), recordou sobre as lembranças boas, os
bons momentos que viveram juntos, tanto da mãe quanto do irmão, chorou de saudade e
pouco tempo depois subitamente interrompeu o choro e disse que estava bem, fato que foi
estranho às facilitadoras, a mudança súbita de emoções, evidenciando oscilação de
sentimentos, que pode ser identificada como o critério 6 do Transtorno da Personalidade
Borderline, de acordo com o DSM-5 (2014): Instabilidade afetiva devida a uma acentuada
reatividade de humor; caracterizado pelos sintomas passageiros, durando de minutos a horas.
Susanna sempre parecia estar extremamente triste no início dos encontros, algumas
vezes com lágrimas aparentes, provavelmente para captar a atenção das facilitadoras para si.
Nunca estava indisposta, não havia recusa e participava ativamente de todas as atividades, ao
termino de suas falas e dos encontros, aparentava estar de certa forma aliviada, grata,
satisfeita e mais animada.
No entanto, de acordo com os autores Moore & Fine (1990 cit. por Hagman, 1996) o
luto é visto como uma resposta mental a qualquer perda significativa e a mais comum a dor
que, normalmente é acompanhada pela perda de interesse em relação ao mundo exterior,
preocupação com as memórias do objeto perdido e diminuição da capacidade de investir em
novos relacionamentos, características que não eram notadas em Susanna.
Em um dos encontros houve somente a participação da Susanna (nome fictício), ela
falou bastante, reclamando da falta de atenção de outras pessoas, dos amigos, da família.
Reclamou que ninguém gosta de ouvi-la, quando o assunto é a mãe e o irmão falecidos, mas
que falar sobre isso nas terapias estava trazendo alívio e que ela se sentia bem e grata por isso.
Sempre se mostrou simpática e participativa em relação aos facilitadores, talvez uma tentativa
de aprovação, demonstrando teatralidade em sua conduta.
Os indivíduos com transtornos de personalidade do grupo B, que inclui os
transtornos da personalidade antissocial, borderline, histriônica e narcisista, costumam parecer
dramáticos, emotivos ou erráticos, de acordo com o DSM-5 (2014).
Depois do encontro que a atendemos em exclusividade, retornou no próximo
encontro, ocasião em que entraram mais duas participantes no grupo, que também dividiram
com ela a atenção das facilitadoras, após isso, não retornou nos demais encontros,
evidenciando o critério 2 do transtorno de personalidade borderline. A hipótese é que tenha
idealizado cuidadores potenciais; ao ter que dividir a atenção com outros participantes, mudou
da idealização à desvalorização; sentindo que o outro não se importa o suficiente; mudando
repentinamente a forma de enxergar os outros.
Por fim, conclui-se que pela análise do caso, evidências suficientes para enquadrar
nos critérios diagnósticos acima supracitados, no entanto, esta hipótese diagnóstica, não deve
ser tomada como indicativo de um distúrbio circunscrito, mas sim como um indicador de
problemas de base, que necessitam de maior investigação.
7 RELATO DE EXPERIÊNCIA

O sonho de todo acadêmico de psicologia é a experiencia pratica, pudemos


experienciá-la anteriormente no estágio de observação curso de psicologia e logo seriam as
intervenções, mas o sonho maior de todo acadêmico de psicologia é a prática clínica.
Infelizmente ao chegar ao nono semestre, o momento tão esperado ao longo de
quatro anos de curso, isto foi adiado, tivemos nossos sonhos e expectativas frustradas em
razão do início da pandemia do Covid-19, pois não houve condições de realizar os estágios
presencialmente em razão do risco eminente de contágio. Nesta ocasião, foi nos dada como
opção pela faculdade da Amazônia – FAMA, o adiantamento dos Trabalhos de Conclusão de
Curso e das demais disciplinas que não necessitassem de estágio, as aulas aconteceram online
através do aplicativo Google Meet, o ambiente virtual nos levou a poder cursar as disciplinas
a partir de nossas casas, através da modalidade síncrona.
Longe dos amigos de turma, longe dos professores, sem o carinho dos abraços sem
as conversas na porta da sala antes da aula, sem as conversas no corredor nos intervalos, sem
a interação que a sala de aula presencial nos proporciona, muitos isolados nossas residências,
com medo do contágio pelo covid-19. Muitos em negação, outros em paranoia e outros ainda
em início de depressão, posso dizer que de uma forma ou outra a pandemia atingiu a todos,
nos levando a estar cientes da fragilidade de nossos corpos perante um vírus invisível aos
olhos e tão mortal. Aconteceu o Lockdown com fechamento do comercio, das bibliotecas, das
escolas, faculdades, igrejas, aeroportos, rodovias, etc.
Neste contexto escrevemos nossos Trabalhos de Conclusão de Curso - TCC, tendo
poucos livros de nossos acervos particulares, outros que conseguíamos na internet, além de
artigos disponíveis online nas bibliotecas virtuais, assim concluímos os temidos TCC’s, com
qualificação e avaliação também online, este fato permitiu que tivéssemos em nossas bancas
professores de outras universidades e de outras cidades.
Isto também permitiu que tivéssemos em nossa semana do psicólogo de 2020 a
presença de Ana Bock, um dos nomes de maior prestigio na psicologia brasileira da
atualidade, que só foi possível devido aos encontros online síncronos.
Esta nova modalidade de encontros virtuais, durante os outros seis meses que
ficamos parados, também nos permitiu a possibilidade de fazer muitos cursos online, com
excelentes profissionais de outras regiões e cidades do Brasil e isto só nos foi possível devida
a ampla difusão dos meios de comunicação no período.
Neste ínterim iniciei também meu mestrado profissional em psicologia na
Universidade Católica de Brasília – UCB, fortalecendo e aprofundando conhecimentos na
área.
Para nós acadêmicos, essa experiencia trouxe muitas pesquisas, reflexões,
proporcionou também a aquisição de conhecimentos de maneira mais aprofundada,
significativa e, portanto, mais duradoura.
DECLARAÇÃO DE CARGA HORÁRIA

A Faculdade da Amazônia declara que a estagiária, Isabel Cristina Gouvêa Moleiro,


devidamente matriculada no 10º período de Psicologia, cumpriu as horas de estágio curricular
exigidas pelo MEC, conforme relatório em anexo.

Vilhena 30 de junho de 2021

___________________________________
Assinatura da Supervisora

___________________________________
Assinatura da Coordenadora de Estágio

___________________________________
Assinatura da Coordenadora do Curso
CONSIDERAÇÕES FINAIS

As psicoterapias de grupo são métodos de tratamento realizados por profissionais


treinados com o propósito de fornecer atendimento psicoterápico a um número maior de
pessoas com necessidades e interesses em comum e com o compartilhamento do mesmo
espaço, objetivam reduzir ou remover problemas e queixas deste grupo de pessoas, utilizando,
para tal fim, meios psicológicos. Para que o processo psicoterápico transcorra de maneira
satisfatória é necessária a colaboração entre os participantes e terapeutas.
A Terapia Cognitivo-Comportamental perante o processo terapêutico do luto, tem
como foco a identificação das preocupações que acometem os pacientes, para posteriormente
trabalha-las, levando em consideração o histórico, rede de apoio e identificação das melhores
formas de enfrentamento (BASSO, 1999).
Desta forma, o principal objetivo do psicólogo neste contexto é o de contribuir como
facilitador no processo de readaptação dos indivíduos. Para que isso ocorra é importante que
estes tenham consciência das possíveis alterações emocionais decorrentes da perda, estas
surgem causando desordem, fragilidade, vulnerabilidade, nos níveis fisiológicos, motores e
comportamentais e interferindo de maneira significativa no processo do luto, prejudicando sua
superação (BASSO; WAINER, 2011).
Desta forma, a Psicoeducação vem a ser um modelo de intervenção que tem por
objetivo trazer informações aos participantes da terapia de grupo, a fim de que estes possam
ter conhecimento sobre o transtorno do luto, os sintomas e mecanismos envolvidos em sua
origem e perpetuação, prevenção de recaídas, e ainda familiarizá-los com o modelo de terapia
e estratégias a serem utilizadas para amenizar a dor e os sintomas provocados pela perda.
De acordo com Papalia e Feldman (2013), o luto é o estado emocional que se
experimenta nos estágios iniciais da perda. Este é um período de adaptação à ausência, do
qual algumas pessoas podem ter uma recuperação rápida e outras não. O luto é elaborado
através da resolução de questões psicológicas resultando gradualmente no aceite da realidade
da perda, sendo esta uma experiência muito pessoal.
Atualmente as pesquisas têm questionado as noções anteriores de um único padrão
“normal” de luto e de recuperação. Nem todos estes lutos são por morte, pois existem outras
perdas que desencadeiam o processo, essas causas foram sistematizadas por Rebelo (2005, pp.
50 e 51) em quatro grupos: Perda física ou emocional, perda de expetativa de afeto, dano ao
amor-próprio e desvalorização social. Sendo assim, existem muitos tipos e processos de luto.
Entretanto, o padrão clássico de luto segue os estágios que ocorrem até o aceite da
realidade da perda. De acordo com J. T. Brown e Stoudemire (1983), estes estágios
comumente seguem uma sequência: choque e descrença, preocupação com a memória da
pessoa falecida e resolução, culminando no aceite e readaptação da vida, desenvolvimento de
novos interesses e relacionamentos.
Existem, entretanto, múltiplas variações do processo de Luto, conforme explicam
Wortman & Silver (1989) e Firmo (2020). Estes autores constataram a existência alguns
padrões: luto normalmente esperado, luto diferido, luto prolongado, luto crônico, excessivo ou
complicado e perda ambígua, muitos destes podem desencadear processos patológicos onde a
recuperação torna-se mais difícil e demorada.
O luto não é uma doença, mas pode apresentar desorganizações físicas e psicológicas.
Mesmo a morte fazendo parte do desenvolvimento natural das pessoas, a perda causa uma
desordem e desequilíbrio na vida dos enlutados, de acordo com Kovács (1992), portanto a
vivência do luto merece atenção e cuidado.
A terapia pode ajudar as pessoas a “entender, enfrentar e continuar vivendo após a
perda, mesmo que esta não tenha sido resolvida”, a adoção de algumas práticas pode ajudar
nesse recomeço, tais como fortalecer a espiritualidade, transformar o sofrimento em boas
ações, lembrar-se do sorriso ou de características positivas da pessoa, escrever uma carta a
ela, agradecer pelo tempo que passaram juntos, produzir e ofertar a ela alguma coisa, mas
sobretudo acreditar em si mesmo (BOSS, 1999, P. 7; SALLES, 2016).
Dessa forma, o luto passa a ser uma experiência capaz de proporcionar com suavidade
a libertação dos laços de vinculo que eram mantidos, para poder retornar ao espaço de alegria
e felicidade na vida. “É um período de tempo que necessitamos de viver, após a perda de
uma pessoa que nos era muito querida, para que todos os momentos belos que com ela
partilhamos se tornem em doces e suaves memórias” (PEREIRA, 2012).
Estar tão próximo a morte, como no processo de luto ou nesta pandemia, revela a
fragilidade humana, neste contexto é normal temer a morte, temer a finitude da vida. Porém
isto orienta para a preservação da própria vida, através do autocuidado, das medidas de
segurança e construção de hábitos saudáveis de viver. “A consciência da morte, pode nos
proporcionar a busca de sentido à vida” (FIRMO, 2020).
A experiencia do estágio proporcionou a grata satisfação de poder testemunhar a
recuperação de uma pessoa do grupo, que esteve desde o início do processo de terapia grupal,
assim, foi possível o feedback acerca do trabalho bem-sucedido com os participantes.
REFERÊNCIAS

BASSO, Lissia Ana; WAINER, Ricardo. Luto e perdas repentinas: contribuições da Terapia
Cognitivo-Comportamental. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, v. 7, n. 1, p. 35-43,
2011.

BECK, Judith S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e pratica. 2. ed. Porto Alegre:


Artmed, 2014.

BOSS, P. Perda ambígua. Cambridge, MA:Harvard University Press. 1999.


BROWN, J. T., &Stoudemire, A. Luto normal e patológico. Journal of the American
Medical Association, 250, 378-382. 1983.

BURIASCO, Suely. O que o Luto ensina: Reflexões sobre os ensinamentos que podemos
tirar do luto. 2021. Família. Disponível em: <https://www.familia.com.br/o-que-o-luto-
ensina> acesso em 19 jun, 2021.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do Psicólogo.


Brasília, agosto de 2005.

C.F.P. RESOLUÇÃO CFP N° 011/ 2012. Disponível em:


https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/Resoluxo_CFP_nx_011-12.pdf. Acesso
em: 25 jun. 2021.

CORDIOLI, Aristides Volpato (org.). Psicoterapias: abordagens atuais. 3. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008.

FIRMO, Maria Vanusa. Card 22-Luto em tempos de pandemia. 2020. Disponível


em:<https://edoc.ufam.edu.br/bitstream/123456789/3447/1/Card%20ed.%2022%20-%20Luto
%20em%20tempos%20de%20pandemia.pdf> acesso em 19 jun, 2021.

KOVÁCS, Maria Júlia. Morte e desenvolvimento humano. São Paulo: Casa do Psicólogo,
1992.

KÜBLER-ROSS, Elisabeth. Sobre a morte e o morrer. Tradução MENEZES, Paulo. São


Paulo: Martins Fontes, 1981.

MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS [recurso


eletrônico]: DSM-5 / [American Psychiatric Association ; tradução: Maria Inês Corrêa
Nascimento ... et al.] ; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli ... [et al.]. – 5. ed. – Dados
eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2014. Disponível em: <
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5662409/mod_resource/content/1/DSM-5.pdf>
acesso em 04 jul, 2021.

MELLO, Rita. Processo de Luto. O inevitável percurso face a inevitabilidade da morte,


artigo 2004. Disponível em:
<http://tutorado.unidades.tecnico.ulisboa.pt/files/sites/40/Luto.pdf> acesso em 19 jun, 2021.
MOORE & FINE (1990) in: HAGMAN, G. (1996). Mourning: a review and a
reconsideration. Journal of Psycho-Anal, 76; pp: 909-925.

NEUFELD, Carmem Beatriz; REIS, Aline Henriques. O vovô não vai voltar? Trabalhando
com o luto com crianças- [adaptada para adultos-ONLINE]). Novo Hamburgo: SINOPS,2015

PAPALIA, Diane E. FELDMAN, Ruth Duskin. MARTORELL, Gabriela. Desenvolvimento


humano. Trad Carla Filomena Marques Pinto Vercesi, et al. rev SILVA, Maria Cecília de
Vilhena Moraes, et al. 12. ed. Dados eletrônicos. Porto Alegre: AMGH, 2013.

PEREIRA, Cristina Maria Felizardo Rodrigues. O luto por perda de expetativa de afeto: O
conhecimento dos profissionais de IPI. 2012. Tese de Doutorado. Universidade de Aveiro.

POPPER KR. A lógica da pesquisa científica. São Paulo, Cultrix, 1974.

RÉA-NETO, A. Raciocínio clínico: o processo de decisão diagnóstica e terapêutica. Revista


da Associação Médica Brasileira, v. 44, p. 301-311, 1998.

REBELO, J. Importância da Entreajuda no apoio a pais em luto, in Análise Psicológica,


4-XXIII, 2005 (pp. 373-380).

REBELO, J. Desatar o Nó do Luto. Cruz Quebrada: Casa das Letras, 2004.

REVISTA GALILEU. Conheça rituais fúnebres inusitados de outras culturas. Ed. Globo,
2019. Disponível em<https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2019/11/conheca-
rituais-funebres-inusitados-de-outras-culturas.html>.Acesso 25 de abril de 2021.

SALES, Danielle Guimarães. Laços, Luto, Recomeço.2016

VIANA, Diego Mendonça. Atendimento Psicológico Online No Contexto Da Pandemia


De Covid-19. Ceara: Cadernos Esp, 2020. ARTIGO DE REVISÃO. Disponível em:
file:///C:/Users/Ecoplan/Downloads/399-Manuscrito%20Completo%20Com-Identifica
%C3%A7%C3%A3o%20(.docx)-1654-1-10-20200722.pdf. Acesso em: 25 jun. 2021.

WORDEN, James William, 1932- Aconselhamento do Luto e Terapia do Luto: um manual


para profissionais da saúde mental / J. William Worden; [tradução Adriana Zilberman, Leticia
Bertuzzi, Susie Smidt]. São Paulo: Roca, 2013.

WORTMAN, C. B., & Silver, R. C. Os mitos de lidar com a perda. Jornal de Consultoria e
Clinica Psicológica, 57 (3), 349-357. 1989.

ZIMERMAN, David E.; OSORIO, Luiz Carlos. Como Trabalhamos Com


Grupos. Porto Alegre: Artes médicas, 1997.
ANEXOS
ANEXO A – FICHA DE AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO

Empresa: Faculdade da Amazônia - FAMA


Supervisora do Estágio: Prof.ª Esp. Mayra Martins de Barcelos
Estagiária: Isabel Cristina Gouvêa Moleiro
Período de estágio: de 01/02/2021 à 30/06/2021
Cursando: 10º Semestre 2021/01 Curso: Psicologia
Item Avaliado Fraco Regular Bom Ótimo

Qualidade do trabalho: Considerar a qualidade


do trabalho executado pelo estagiário, tendo em
vista as condições oferecidas.

Rapidez em execução: Considerar o volume de


trabalho realizado, dentro dos padrões aceitáveis
no contexto do estágio.

Organização: Capacidade de manter em


condições de rápida acessibilidade documentos e
informações relativas ao desempenho das
atividades profissionais, bem como a devida
ordem do ambiente de trabalho.

Sequência lógica de execução: Realização das


tarefas de modo a que as etapas sejam
cumpridas sem alteração de sua ordenação
natural.

Criatividade: Capacidade de sugerir, projetar


ou executar modificações ou inovações que
beneficiem a Empresa.

Aprendizagem Prática: Capacidade de


aprendizagem rápida e eficiente dos novos
serviços a serem executados.

Facilidade de compreensão: Habilidade de dar


sequência a uma atividade a partir de conceitos
prévios adquiridos pela convivência no
ambiente de trabalho.

Assiduidade ao trabalho: Ausência de faltas


sem motivos justificáveis.
Dedicação: Esforço desenvolvido para bem
executar as tarefas.

Conhecimentos: Conhecimentos apresentados e


que tenham se mostrados adequados para boa
execução das tarefas desenvolvidas.

Sociabilidade: Capacidade de bem relacionar-


se com as pessoas.

Cooperação: Capacidade de manter-se


disponível para contribuir com sua ajuda sempre
que solicitada.

Liderança: Capacidade de fazer-se seguir com


naturalidade, sem desmotivar ou ter que
submeter às suas ordens as pessoas envolvidas.

Data: 30 / 06 /2021

__________________________________________
Assinatura e carimbo da Supervisora de Estágio
ANEXO B - CONTROLE DE FREQUENCIA – ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PSICOTERAPIA GRUPAL

ESTAGIÁRIA: Isabel Cristina Gouvêa Moleiro


DOCENTE: Prof.ª Esp. Psicóloga Eldessandra Santos da Costa
SUPERVISORA: Prof.ª Esp. Psicóloga Eldessandra Santos da Costa

ASSINATURA
DATA INÍCIO TÉRMINO PROCEDIMENTO RESPONSÁVEL
LOCAL
17/04/2021 16:00 17:30 1° Encontro:
Psicoterapia de grupo
remoto: "“Morte,
Morrer e Apego”
24/04/2021 16:00 17:30 2° Encontro:
Psicoterapia de grupo
remoto: "Os estágios
de reação do luto”
ANEXO B- CONTROLE DE FREQUENCIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PSICOTERAPIA GRUPAL

ESTAGIÁRIA: Isabel Cristina Gouvêa Moleiro

DOCENTE: Prof.ª Esp. Psicóloga Mayra Martins de Barcelos

SUPERVISORA: Prof.ª Esp. Psicóloga Mayra Martins de Barcelos

ASSINATURA
DATA INÍCIO TÉRMINO PROCEDIMENTO RESPONSÁVEL LOCAL
17/04/2021 16:00 17:30 Intervenção em
Psicoterapia Grupal

24/04/2021 16:00 17:30 Intervenção em


Psicoterapia Grupal

01/05/2021 16:00 17:30 Intervenção em


Psicoterapia Grupal

15/05/2021 16:00 17:30 Intervenção em


Psicoterapia Grupal

22/05/2021 16:00 17:30 Intervenção em


Psicoterapia Grupal

29/05/2021 16:00 17:30 Psicoterapia


Grupal-Remoto-
Psicoeducação
05/06/2021 16:00 17:30 Intervenção em
Psicoterapia Grupal

12/06/2021 16:00 17:30 Intervenção em


Psicoterapia Grupal

TOTAL DE HORAS: 12HORAS


ANEXO C- CONTROLE DE FREQUENCIA EM SUPERVISÃO

ESTAGIÁRIA Isabel Cristina Gouvêa Moleiro

ESTÁGIO Psicopedagogia

LOCAL DE ESTÁGIO FACULDADE DA AMAZÔNIA - FAMA

SUPERVISOR LOCAL Prof.ª Esp. Psicóloga Mayra Martins de Barcelos

PROFESSORA ORIENTADORA DO Prof.ª Esp. Psicóloga Mayra Martins de


ESTÁGIO Barcelos
REFERENTE AO MÊS: fevereiro a junho de 2021

DATA ATIVIDADES DESENVOLVIDAS HORAS ASSINATURA


DIÁRIAS

04/02/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

11/02/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

18/02/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

25/02/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

04/03/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

11/03/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

18/03/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

24/032021 Supervisão e orientação em 04


Psicoterapia de Grupo

01/04/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

08/04/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo
15/04/202 Supervisão e orientação em 04
1 Psicoterapia de Grupo

22/04/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

29/04/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

06/05/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

13/05/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

20/05/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

27/05/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

03/06/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

10/06/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

17/06/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

24/06/202 Supervisão e orientação em 04


1 Psicoterapia de Grupo

TOTAL GERAL DE HORAS 84 HORAS

Vilhena, 30 de junho de 2021

__________________________________________
Assinatura da Estagiária

__________________________________________
Assinatura e carimbo da Supervisora de Estágio
Prof.ª Esp. Psicóloga Mayra Martins de Barcelos
Faculdade da Amazônia – FAMA

Curso de Psicologia

TERMO DE COMPROMISSO ÉTICO E DE SIGILO

Como aluno (a) do Curso de Psicologia da Faculdade da Amazônia, eu, Isabel Cristina
Gouvêa Moleiro, comprometo-me com a Ética e Sigilo em relação aos casos estudados,
atendidos e ou citados a título de exemplo, no decorrer das diferentes etapas de estágio
supervisionado, garantindo a restrição das informações a respeito dos usuários atendidos,
ficando estas restritas ao contexto supracitado.

______________________________

Acadêmico (a)
Faculdade da Amazônia – FAMA

Curso de Psicologia

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 1

Eu, JANAINA FERREIRA DE SOUZA, portador (a) da Identidade nº 21412189 CPF 03234704163,
declaro estar ciente que serei atendido(a) por estagiários de Psicologia, supervisionados por
professores do Curso de Psicologia da FAMA, e que os dados coletados nas sessões poderão ser
utilizados para fins de pesquisa, de acordo com a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de
Saúde / Ministério da Saúde, nada tendo juridicamente a reclamar.

Tangará da Serra, 15 de maio de 2021.

__________________________________________

(Assinatura do Usuário)
Faculdade da Amazônia – FAMA

Curso de Psicologia

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 2

Eu, SELINA CARDOSO DE OLIVEIRA, portador(a) da Identidade nº000538350 CPF 593. 291.130-
91, declaro estar ciente que serei atendido(a) por estagiários de Psicologia, supervisionados por
professores do Curso de Psicologia da FAMA, e que os dados coletados nas sessões poderão ser
utilizados para fins de pesquisa, de acordo com a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de
Saúde / Ministério da Saúde, nada tendo juridicamente a reclamar.

Vilhena, 13 de maio de 2021.

__________________________________________

(Assinatura do Usuário)
Faculdade da Amazônia – FAMA

Curso de Psicologia

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 3

Eu, Jovana Gomes Rodrigues, portador(a) da Identidade nº 14406153, CPF 870.666.532-20,


declaro estar ciente que serei atendido(a) por estagiários de Psicologia, supervisionados por
professores do Curso de Psicologia da FAMA, e que os dados coletados nas sessões poderão
ser utilizados para fins de pesquisa, de acordo com a Resolução nº 466/2012 do Conselho
Nacional de Saúde / Ministério da Saúde, nada tendo juridicamente a reclamar.

Vilhena, 14 de maio de 2021.

__________________________________________

(Assinatura do Usuário)
Faculdade da Amazônia – FAMA

Curso de Psicologia

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 4

Eu, Ivânia Ferrari da Silva, portador(a) da Identidade nº 14398087, CPF 954.829.541-53,


declaro estar ciente que serei atendido(a) por estagiários de Psicologia, supervisionados por
professores do Curso de Psicologia da FAMA, e que os dados coletados nas sessões poderão
ser utilizados para fins de pesquisa, de acordo com a Resolução nº 466/2012 do Conselho
Nacional de Saúde / Ministério da Saúde, nada tendo juridicamente a reclamar.

Vilhena, 14 de maio de 2021.

__________________________________________

(Assinatura do Usuário)
Faculdade da Amazônia – FAMA

Curso de Psicologia

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 5

Eu, Nair de Lourdes Gonçalves da Rocha, portador(a) da Identidade nº 266066, CPF 239.063.402-87,
declaro estar ciente que serei atendido(a) por estagiários de Psicologia, supervisionados por
professores do Curso de Psicologia da FAMA, e que os dados coletados nas sessões poderão ser
utilizados para fins de pesquisa, de acordo com a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de
Saúde / Ministério da Saúde, nada tendo juridicamente a reclamar.

Vilhena, 14 de maio de 2021.

_____________________________________

(Assinatura do Usuário)
EXERCICIO 1: “CARTA A SI PRÓPRIO”
Fonte: adaptado de IBC, 2018
Público Alvo: Participantes da Terapia em grupo com o tema Luto
Categoria: Dinâmicas Motivacionais
Recursos: papel, caneta e envelope
Número de participantes: não há limite
Tempo estimado: 20 minutos
Nível de dificuldade: médio
O objetivo dessa dinâmica é o levantamento de expectativas individuais, compromissos
consigo próprio, percepção de si, autoconhecimento, sensibilização, reflexão, automotivação e
absorção teórica.
Preparação: Entregar o papel, a caneta e o envelope a cada um dos participantes.
Desenvolvimento: Cada um dos participantes escreve uma carta para si mesmo, como se fosse
enviá-la a seu melhor amigo. Entre os assuntos abordados, deve-se falar sobre como se sente
no momento, o que espera da terapia de grupo, como espera estar pessoalmente ao final da
terapia. Destinar o envelope a si próprio.
As terapeutas recolhem os envelopes endereçados, cola-os perante o grupo e, entregarão as
cartas ao final das sessões.
Feedback: Acontecerá após a aplicação da dinâmica, durante os encontros.
EXERCICIO 2: “DESENHO QUE REPRESENTE A PERDA”

A) Fazer um desenho que represente a pessoa que morreu ou a algo que simbolize a
perda.

B) Citar os pensamentos e os sentimentos que teve quando essa pessoa morreu

Exemplo:

Pensamentos
 Medo
 Insegurança
 Culpa
Sentimentos
 Saudade
 Tristeza
 Outros

Exercício do livro - o vovô não vai voltar? Trabalhando com o luto com crianças- Carmem
Beatriz Neufeld e Aline Henriques Reis [adaptada para adultos-online]
EXERCICIO 3: CHEIRA A FLOR E ASSOPRA A VELA

Fonte: Adaptada VIANA, K. M. P., e PEDROSA, M. I. 2014

Público Alvo: Participantes da Terapia em grupo com o tema Luto

Categoria: Técnica coordenadas e cooperativas

Recursos: Imaginação

Número de participantes: não há limite

Tempo estimado: 20 minutos

Nível de dificuldade: Baixo

Objetivo: essa atividade tem como objetivo, de analisar episódio interativos e discutir a
importância dos movimentos para comunicar seus pensamentos.
APENDICE
APENDICE Nº 1
ESTÁGIO – RELATÓRIO DIÁRIO

I- Identificação Acadêmica
Estagiária: Isabel Cristina Gouvêa Moleiro
Supervisora: Eldessandra Santos da Costa
Data da Atividade: 17/04/2021

II- Relato da Atividade


a) Descrição da Atividade:

Na última formação, nossa equipe, ficou composta pelas estagiárias: Ana Paula
Alves de Oliveira, Isabel Cristina Gouvêa Moleiro, Gleiciele Rodrigues de Oliveira e Jacira
Pereira (Jaci). O primeiro encontro da Terapia de Grupo sobre o Luto com a temática “ Morte,
Morrer e Apego”, foi realizada no dia 17 de abril de 2021, às 16:00 hs, através da plataforma
Google Meet, os primeiros participantes começaram a entrar na sala virtual por volta das
13:50 hs e foram recepcionado pela estagiária Jacira Pereira, como houve atraso por parte dos
participantes, consideramos conveniente esperar cinco minutos para aguardar a entrada dos
demais, nesse momento colocamos a música “Estrelinha”1.
Por volta das 16:05 iniciamos as apresentações e o rapport, inicialmente, as estagiárias
se apresentaram e em seguida os participantes da terapia em grupo. A autora Judith
Beck(2014)2 traz em sua obra “Terapia cognitivo-comportamental: teoria e pratica” que é
imprescindível conquistar confiança e desenvolver rapport com os participantes desde o
primeiro contato. A autora menciona que algumas pesquisas apontam que os resultados dos
tratamentos são positivos em alianças terapêuticas bem-sucedidas. Para tanto é necessário que
os terapeutas demonstrem boas habilidades e compreensão acurada, compartilhem sua
conceituação e plano de tratamento, tomem decisões de maneira colaborativa, busquem o

1
Di Paullo& Paulino com participação Especial de Marília Mendonça, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=88_jnJP0OtA
2
BECK, Judith S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e pratica. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014, pg
41.
feedback, variem o estilo, ajudemos participantes a resolverem seus problemas e a aliviar sua
angústia.
Neste primeiro encontro também procuramos coletar alguns dados importantes acerca
dos pacientes, visando o fortalecimento do vínculo e atendimento das demandas do grupo.
Na sequência, foi estabelecido o contrato terapêutico, a estagiária Ana Paula Alves de
Oliveira, explicou sobre o sigilo, tomando por base os princípios do código de ética do
profissional psicólogo, desta forma, ressaltou os assuntos comentados na terapia de grupo,
estaria restrito, a permanecer entre os integrantes do grupo. A única exceção seria a
supervisora de estágio em terapia de Grupo, uma vez que estaríamos recebendo orientações e
ainda entregando os relatórios. O intuito deste procedimento ético é o de preservar a
confiabilidade, uma vez que o Conselho Federal de psicologia (2005, p.13) estabelece que:

“Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por


meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que
tenha acesso no exercício profissional”.

Conforme art. 442 da Consolidação das Leis do Trabalho e normas correlatas 3, o


contrato de trabalho é o acordo tácito ou expresso, podendo ser firmado de maneira escrita,
expressa, tácita ou verbal.
Após firmado verbalmente o contrato terapêutico, a estagiária Ana Paula solicitou
aos participantes que comentassem sobre os motivos que os levaram a se inscrever na terapia
de grupo, dessa forma, foram obtidas as seguintes respostas:
A Sr. ª N. disse que ficou sabendo da terapia em grupo através de uma colega e
assim que recebeu o convite, quis participar, o motivo desse aceite, se deve as atuais
circunstâncias que enfrenta, uma vez que houve o falecimento de sua mãe no dia 27 de
dezembro de 2020e também seu irmão mais velho veio a falecer no dia 03 de abril deste ano.
Disse que o luto é algo muito dolorido e seu objetivo é sanar essa dor, ao menos em parte,
através da terapia em grupo.
A segunda participante Sr. ª J. se apresentou e disse que ficou sabendo da terapia em
grupo através da Sr. ª NR, da qual recebeu também o convite para participar. Partilhou
conosco que perdeu seu irmão no ano passado e mais recentemente, no dia 13 de abril deste
ano, perdeu sua mãe. Afirmou que o luto para ela não está sendo um processo de fácil
enfrentamento, disse que sua expectativa na terapia em grupo é de um ajudar o outro.

3
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/580894/CLT_3ed.pdf
A terceira participante Sr. ª S se apresentou e comentou que ficou sabendo da terapia
em grupo através das redes sociais, o que a levou a aceitar o convite são os processos de lutos
que enfrenta, pois fazem 11 anos que perdeu seu filho e a cerca de 3 meses seu marido
também veio a falecer. Acrescentou que quando ela estava quase se recuperando de uma
perda, veio outra. Mencionou também que o processo está sendo muito difícil e doloroso.
A quarta participante Sr.ª. MC apresentou, disse que ficou sabendo da terapia em
grupo através das redes sociais. Disse que o luto que enfrenta é devido a separação, esteve em
um casamento de 33 anos, que lhe causou muito sofrimento e o maior problema que enfrenta
atualmente é a depressão decorrente desse processo. Acrescentou que não consegue comer
direito, nem dormir bem, chegou até a ir para outro estado fugindo daquele relacionamento
doentio. Atualmente fazem 11 anos que mora sozinha. Mencionou também que tem 6 filhos,
três homens e três mulheres, que hoje representam sua única alegria.
A quinta participante Sr. ª RI, preferiu manter-se em silêncio, não quis compartilhar
aspectos do processo de luto enfrentado por ela.
Após a integrantes do grupo se apresentarem e comentarem sobre os processos de
luto que enfrentam, a estagiarias de psicologia, Gleiciele Rodrigues, Jacira Pereira e Isabel
Moleiro, se apresentaram, pontuaram o objetivo do encontro e agradeceram a participação.
Neste encontro de terapia em grupo, teve como base a abordagem teórica utilizada, a
Terapia Cognitiva Comportamental - TCC, segue os moldes desenvolvidos por Aaron Beck
no início da década de 1960. É um modelo de terapia estruturada, voltada para o presente,
afim de auxiliar o cliente na solução dos problemas atuais alterando os pensamentos
disfuncionais (BECK, 2014).
Assim, a TCC também abarca psicoeducação, que foi abordada na primeira sessão,
seguindo seus pressupostos, foi conceituado sobre o luto e as perdas, a morte e o morrer,
através de slides compartilhado em tela, afim de aprofundar o conhecimento teórico sobre o
assunto. A psicoeducação foi realizada pela estagiaria Isabel Moleiro, inicialmente realizando
questionamentos com os participantes a respeito da morte: “Por que temos medo da morte? ”,
“por que na grande maioria das vezes procuramos não questionar sobre esse assunto? ”, “o
que é o luto? ”, “Como é o processo de luto? ” “Cada pessoa vivencia o processo de luto de
maneira pessoal? ”, “quais são as circunstâncias que causam o luto? ”. Também apresentou
sobre os pensamentos e os sentimentos a respeito do luto, descreveu sobre os tipos de luto:
luto normal, complicado ou patológico (luto ausente, luto diferido, luto adiado e o prologando
ou excessivo). Também foram contratadas a depressão e o luto. Foram abordadas algumas
dicas para enfrentamento e superação e também foi comentado sobre este momento de
pandemia a importância de nos mantermos conectados por meios dos aplicativos digitais.
Após a psicoeducação, continuamos mantendo diálogos e reflexões, a Sr. ª J.
Comentou sobre sua dificuldade no processo de luto e do sentimento de culpa experienciada.
Ao término dos diálogos, como a terapia de grupo está embasada na TCC, passamos
como tarefa para realizar em casa: a atividade “carta para si próprio”, ressalvando que a
mesma seria aberta no último encontro, pois segundo Beck (2014) o exercício de casa é o
momento que o paciente continuará evocando as lembranças que estabelecem ou mantem a
crença nuclear. Assim poderá procurar e registrar evidencias que o apoiarão em uma nova
crença positiva, com a finalidade de reestruturar os pensamentos disfuncionais e negativos.
Tivemos um espaço para o feedback, que de acordo com Beck (2014), é um
momento para que o paciente tenha um tempo para resolver suas angustias, por isso que é
importante antes do termino da sessão ser reservado em média uns 10 minutos para esse
momento. Além disso pontuamos algumas informações necessária para a próxima sessão:
frisamos que nosso próximo encontro ocorreria no sábado as 16:00hr, solicitamos que os
participantes trouxessem para o próximo encontro 1 folha A4, e um lápis ou caneta, para o
desenvolvimento de uma dinâmica que realizaremos. Divulgamos que no próximo sábado a
psicoeducação teria como tema “as fases do luto” e que seria retomado novamente o contrato
terapêutico. Assim, encerramos agradecendo a presença de todos os participantes.

b) Observações:
Estagiarias da terapia de grupo: Ana Paula, Gleice, Jacira e Isabel
Nº de participantes: 5
Horário: 16:00 min as 17:30min
Abordagem: Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)
Psicoeducação: Morte, Morrer e Apego
APENDICE Nº 2
ESTAGIO- RELATÓRIO DIÁRIO

- Identificação Acadêmica
Estagiária: Isabel Cristina Gouvêa Moleiro
Supervisora: Eldessandra Santos da Costa
Data da Atividade: 24/04/2021

II- Relato da Atividade


a) Descrição da Atividade:
O segundo encontro da Terapia de Grupo sobre o Luto com a temática “Os estágios
de reação do luto”, foi realizada no dia 24 de abril de 2021, às 16:00 hs, através da plataforma
Google Meet. No primeiro momento, a estagiária de psicologia Gleice fez o acolhimento dos
participantes e reforçou o contrato terapêutico, relembrou o compromisso do grupo a respeito
do sigilo, tomando por base os princípios do código de ética do profissional psicólogo.
A psicoeducação do segundo encontro foi realizada pela estagiaria Ana Paula, que
retomou o conceito de luto, trouxe como em outras culturas as pessoas experienciam este
período e ainda sobre os rituais fúnebres, deu como exemplo os rituais realizados na
Indonésia, e explicou que o costume dos Indoneses é manter o corpo do falecido dentro de
casa, por meses ou até por muitos anos. Costumam trocar as vestimentas, passar algum tempo
com o corpo durante o dia, trazer alimentos, como se estivesse vivo, até a família estar
preparada para o momento do funeral, este momento é celebrado com uma grande festa.
Costumam também, retirar os corpos dos túmulos a cada dois anos, para que a família possa
visitar o ente querido (REVISTA GALILEU, 2019).
Isto levou o grupo a refletir que as tradições, costumes e até o processo de luto são
diferentes entre os povos.
Ana Paula explanou sobre os cinco estágios de reação do luto, que são, segundo
Elizabeth Kuble-Ross: a negação, raiva, barganha e aceitação. O primeiro é no momento que
a pessoa recebe a notícia e se nega aceitar a situação atua como um mecanismo, com objetivo
aliviar impacto da notícia. No segundo, a pessoa tenta buscar por um culpado, com intuito de
aliviar a dor. Na barganha a pessoa busca formas de negociara situação, com intuito de
prorrogar a sua dor. No estágio, depressão, de fato compreende que não adianta ficar com
raiva, nem barganhar e encararam a realidade podendo ficar alguns períodos tristes e quietas.
No estágio, aceitação, se sentem mais tranquilas e conformadas, apesar de ainda sentirem
saudade, conseguirão expressar seus sentimentos e suas emoções em relação a suas perdas
(KÜBLER-ROSS,1981, p. 50-153). Para cada fase foi exemplificado com as próprias
vivencias do grupo, como as situações em que a perda é a morte da mãe, a morte de um filho
ou o processo de separação, para cada fase era necessário vivenciar um processo. Encerrou
falando acerca da importância de vivenciar cada etapa e dar vazão aos sentimentos e as
emoções.
A estagiaria Jacira, desenvolveu as atividades com os participantes, solicitou que
cada um fizesse um desenho representando a pessoa que morreu ou algo que simbolizasse a
perda. Depois que desenharam, solicitou que os participantes sobre os pensamentos e os
sentimentos que experimentou quando ocorreu a perda. Solicitou a cada um que falassem qual
a fase do luto o participante acreditava estar vivenciando. Essa atividade foi extraída do livro
“o vovô não vai voltar? Trabalhando com o luto com crianças “e adaptada pelas terapeutas
para aplicação online e em adultos.
A Sra. S. desenhou uma casa, no qual representava o almoço em família, mencionou
que sentia muita falta do filho. Com relação a sua fase descreveu que ainda estava na negação,
pois ela ainda não acredita que seu filho havia falecido.
A Sra. J. desenhou o símbolo de uma nota musical, que lhe representava um hino
que a sua falecida mãe gostava de ouvir, toda vez que essa música vinha a cabeça lhe causava
um sentimento de tristeza e muita dor. A mesma mencionou que acreditava estar na fase da
raiva, pois lhe vinham pensamentos de revoltas, raiva e vários questionamentos “por que ela?
”, “por que agora? ” Também trouxe outra situação que no decorrer da semana lhe causou
muita dor, segundo seu relato quando sua mãe adoeceu, ela ficou cuidando de sua mãe, nesse
sentido a casa seria para ela. No entanto, após o falecimento o banco caixa econômica federal
exigiu que feito o inventario, porem os outros parentes não aceitaram passar a casa para ela,
usando o termo “prefiram dar a casa para um mendigo do que para ela”. Contudo, a sr. J.
afirmou que quem teve todo cuidado com a mãe foi ela, os outros não fizeram nada nesse
processo. Por fim disse estar vivendo sozinha e não tinha ninguém para compartilhar a sua
dor, falou que se sentiu muito grata por participar da terapia de grupo, já que não tinha
condições de pagar uma psicoterapia individual.
A Sra. Ri. Falou que ficou com a caneta na mão, mas não tinha ideia do que desenhar
e ainda mencionou que não conseguia se expressar, mas que estava muito grata por participar
da terapia de grupo.
O encerramento foi realizado pela estagiaria Gleice, que reafirmou sobre o contrato
terapêutico, mencionou sobre a carta para si próprio, desta forma, aos participantes que ainda
não tinha escrito, foi concedida uma oportunidade para escreve-la. Gleice explicitou também
sobre a importância da terapia de grupo e salientou que o processo de evolução depende de
cada um e encerrou agradecendo a presença de todos.

c) Observações:

Estagiarias da terapia de grupo: Ana Paula, Gleice, Jacira e Isabel


Nº de participantes: 3
Horário: 16:00 min as 17:30min
Abordagem: Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)
Psicoeducação: “Os estágios de reação do luto”
APENDICE Nº 3

ESTÁGIO SUPERVISONADO EM PSICOTERAPIA GRUPAL


RELATÓRIO DIÁRIO
I – Identificação Academica
Semestre: 1º
Estagiário(a): Isabel Cristina Gouvêa Moleiro
Supervisor (a): Profª.Mayra Martins de Barcelos
Data da atividade: 01/05/2021
a) Descrição da atividade
O terceiro encontro da Terapia de Grupo sobre o Luto com a temática “Os
estágios de reação do luto”, foi realizada no dia 01 de maio de 2021, às 16:00 hs,
através da plataforma Google Meet. No primeiro momento, a estagiária de psicologia
Ana Paula fez o acolhimento dos participantes e reforçou o contrato terapêutico,
relembrou o compromisso do grupo a respeito do sigilo, tomando por base os
princípios do código de ética do profissional psicólogo.
Neste encontro a psicoeducação abordou o assunto “ as fases do luto” e foi
baseada no livro “Sobre a Morte e o Morrer” de Elizabeth Kubler-Ross (1981). A
psicoeducacão foi conduzida pela estagiaria de psicologia Jacira, que retomou a
temática sobre as fases o luto: Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação.
Jacira também falou sobrea importância experienciar os sentimentos inerentes ao
processo de luto e ainda sobre a vivencia desse processo, com base na espiritualidade
(WORDEN, 2013).
Após a psicoeducacão, a estagiaria Gleice conduziu uma dinâmica retirada do
livro: “o vovô não vai voltar? Trabalhando com o luto com crianças “e adaptada para
realização online por adultos. Para a realização desta atividade, foi solicitado a
participante, Sra. N., que fizesse um desenho representando a pessoa que morreu ou
algo que simbolizasse a perda, após o termino do desenho, foi solicitado a Sra. N que
falasse sobre os pensamentos e sentimentos que experimentou quando essa pessoa
morreu e também o que experimentou durante a realização da atividade e ainda foi
solicitado que ela tentasse identificar em qual fase do luto acreditava estar vivenciando.
A Sra. N. L. G. R. 55 anos, desenhou dois anjos e os identificou como sendo o
irmão e a mãe, duas perdas muito próximas, primeiro faleceu o irmão mais velho e após
4 meses, houve o falecimento da mãe, disse que se sentia culpada, por não ter levado o
irmão com pancreatite para um hospital particular, acreditando que lá talvez prestassem
melhores serviços, capazes de salvar a vida de seu irmão. Recordou sobre as
lembranças boas, os bons momentos que viveram juntos.
A estagiária Isabel encerrou a sessão, falando sobre a importância de vivenciar
os sentimentos por meio da terapia de grupo, salientando que o processo de evolução de
cada participante depende principalmente de si mesmo e ao final agradeceu a presença
de todos os participantes.

b) Conclusões
O encontro foi tranquilo, houve bastante interação da participante, além de propiciar
uma oportunidade para que houvesse maior vinculação da participante com as
terapeutas, foi proporcionado espaço para escuta.
APENDICE Nº 4
ESTÁGIO SUPERVISONADO EM PSICOTERAPIA GRUPAL
RELATÓRIO DIÁRIO
I - Identificação Academica
Semestre: 1º
Estagiário(a): Isabel Cristina Gouvêa Moleiro
Supervisor (a): Profª.Mayra Martins de Barcelos
Data da atividade: 15/05/2021

II Relato da Atividade
a) Descrição da Atividade:
O quarto encontro da Terapia de Grupo sobre o Luto, foi realizada no dia 15 de
maio de 2021, às 16:00 hs, através da plataforma Google Meet. No primeiro momento,
a estagiária de psicologia Jacira, fez o acolhimento dos participantes e como haviam
novos participantes, iniciamos as apresentações e o rapport, inicialmente, as estagiárias
se apresentaram e em seguida os participantes da terapia em grupo.
Na sequência, foi estabelecido o contrato terapêutico, conforme art. 442 da
Consolidação das Leis do Trabalho e normas correlatas, o contrato de trabalho é o
acordo tácito ou expresso, podendo ser firmado de maneira escrita, expressa, tácita ou
verbal.
Após firmado verbalmente o contrato terapêutico, a estagiária Jacira, explicou
sobre o sigilo, tomando por base os princípios do código de ética do profissional
psicólogo, desta forma, ressaltou os assuntos comentados na terapia de grupo, estaria
restrito, a permanecer entre os integrantes do grupo. A única exceção seria a
supervisora de estágio, uma vez que estaríamos recebendo orientações e ainda
entregando os relatórios. O intuito deste procedimento ético é o de preservar a
confiabilidade, uma vez que o Conselho Federal de psicologia (2005, p.13) estabelece
que:
“Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de
proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou
organizações, a que tenha acesso no exercício profissional”.
Depois de explicar acerca do sigilo terapêutico, e como haviam novos
participantes, na psicoeducação foram retomadas das temáticas “Morte, Morrer e
Apego” que foi conduzida pela estagiária Isabel, depois recapitulamos “ os estágios de
reação do luto”, pela estagiaria Ana Paula, que explicou sobre as fases. (KÜBLER-
ROSS,1981, p. 50-153).
Foi aberto o espaço para discussões, a estagiaria Ana Paula perguntou como os
participantes estavam se sentindo naquele momento, e se alguém tinha se identificado
com algumas das fases.
Como tarefa de casa, a estagiaria Gleice, pediu aos novos participantes que
escrevessem a carta para o futuro, mencionado suas expectativas e objetivos a respeito
da terapia em grupo.
Como uma das participantes do grupo falou sobre as dificuldades que enfrenta
com a ansiedade, a estagiária Isabel falou um pouco sobre o mecanismo de luta e fuga,
as descargas químicas que ocorrem no cérebro no momento da ansiedade e ainda
apresentou uma prática para inoquação do stress, através de exercícios respiratórios,
“cheira a florzinha e apaga a velinha”, uma técnica simples da TCC, que traz enormes
benefícios com a prática.
O encerramento também foi realizado pela estagiaria Isabel, que explicitou
sobre a importância de vivenciar os sentimentos por meio da terapia, mas que o
processo de evolução dependia principalmente de si mesmo e agradeceu a presença de
todos.

b) Conclusões
O encontro foi tranquilo, houve bastante interação dos participantes, as novas
participantes vieram a contribuir muito com o grupo, foi muito importante ouvir o
feedback da Sra. N, pois isto nos mostra que estamos conduzindo adequadamente a
terapia. Infelizmente alguns participantes não voltaram a se reunir conosco, mas ainda
temos a esperança de que isto ocorra nos próximos encontros. Identificamos a
necessidade de introduzir nesta sessão os exercícios respiratórios para inoquação do
stress, visto que uma das participantes apresentou essa demanda, embora isto não estar
originalmente previsto no planejamento da sessão.
APENDICE Nº 5

ESTÁGIO SUPERVISONADO EM PSICOTERAPIA GRUPAL


RELATÓRIO DIÁRIO
I – Identificação Academica
Semestre: 1º
Estagiário(a): Isabel Cristina Gouvêa Moleiro
Supervisor (a): Profª.Mayra Martins de Barcelos
Data da atividade: 22/05/2021

II- Relato da Atividade


a) Descrição da Atividade:
Neste quinto encontro da terapia de grupo, houve uma palestra síncrona online
ministrada pela Dra. Thaís Negri Ciríaco - médica psiquiatra, através da plataforma do
Google Meet, com o tema “A importância do tratamento combinado para o
processo psicoterapêutico: psicoterapia e psiquiatria”. Além da palestrante,
estiveram presentes na sala virtual, os estagiários de psicologia, que atuam nas
psicoterapias de grupo voltadas ao tratamento de ansiedade, depressão e luto, bem
como os participantes destes grupos e ainda a supervisora do estágio Professora Mestre
Mayra Martins de Barcelos.
De acordo com a Dra. Thaís Negri Ciríaco, quando se trata de transtornos
psicológicos, existem cinco pilares para um tratamento eficaz: medicação, alimentação,
exercício físico, psicoterapia e espiritualidade.
O primeiro pilar, seriam os medicamentos, geralmente receitados pelos
psiquiatras para o tratamento medicamentoso dos transtornos psicológicos, tais como os
ansiolíticos, antidepressivos, anticonvulsivantes, antipsicóticos, estimulantes, entre
outros.
A maioria dos medicamentos utilizados na psiquiatria são tarja vermelha, são
controlados, necessitam de receita dupla, pois existe um controle na venda e na compra
desses medicamentos. Essa classe de medicamentos, ao contrário do que muitas
pessoas pensam, não causam dependência química, porém necessitam de disciplina no
tratamento, pois só fazem efeito a partir de 15 a 20 dias ininterruptos de uso. Nesse
período pode surgir impaciência e descrença em relação ao tratamento, pois os efeitos
são percebidos somente após esse tempo. O problema é que o paciente vai procurar
ajuda já no seu limite, em desespero e muitas vezes não tem paciência ou fica
angustiado por esperar 15 ou 20 dias para constatar a atuação do medicamento, nesse
período, o paciente pode abandonar o tratamento, considerando que não está fazendo
efeito.
Os medicamentos tarjas pretas podem ser utilizados no tratamento
psiquiátrico, eles podem causar dependência, porém não é todo tratamento psiquiátrico
que precisa dessa classe de medicamentos, infelizmente existem muitos estigmas em
relação a isso, inclusive pelos profissionais da saúde, devido ao desconhecimento
dessas informações.
Grande parte dos psicotrópicos utilizados na depressão atuam na receptação da
serotonina, que é um dos neurotransmissores mais importantes, sob o ponto de vista
neurofisiológico, tem influência direta na saúde mental. A maior parte da serotonina
está concentrada fora do sistema nervoso central – SNC, atuando em inúmeros
processos fisiológicos e no funcionamento dos órgãos.
Apenas 2% da serotonina está concentrada no SNC, articulando
iminentemente os processos comportamentais e cognitivos, como a memória, a
percepção, o humor, a agressão, o medo, as respostas ao estresse, o apetite, a adicção e
a sexualidade e por isso tem o potencial de interferir diretamente sobre a origem dos
muitos transtornos mentais.
O segundo pilar, segundo a Dra. Thaís, é a psicoterapia, considera como uma
intervenção eficaz no processo terapêutico, abrange uma grande variedade de
problemas psicológicos, comportamentais e somáticos, trata transtornos, sintomas, e,
portanto, considera de extrema importância nos cuidados em saúde mental.
Já terceiro pilar, são as atividades físicas, que tem relação direta com a própria
saúde física, bem-estar geral, além de interferir na satisfação de vida e no bom
funcionamento psíquico. Há uma grande variedade de estudos apontando que os
exercícios físicos interferem beneficamente no tratamento de depressão e ansiedade, e
por este motivo é indicada em concomitância ao tratamento farmacológico.
O quarto pilar, é a alimentação, muitos estudos mostram uma estreita relação
entre nutrição e saúde mental. Uma boa alimentação com consumo de frutas, vegetais,
cereais, castanhas e legumes; de forma moderada o consumo de carne branca, ovos e
laticínios; e de forma esporádica a carne vermelha. Uma alimentação balanceada reduz
os riscos de depressão, além disso interferem diretamente na saúde física, auxiliando no
controle de outras doenças, como diabetes, obesidade, pressão arterial, etc.
Já as dietas com a ingestão de grandes quantidades de carboidratos e açúcares,
impactam de forma prejudicial no bem-estar psicológico; alguns estudos apontam que
tanto os carboidratos quanto os altos índices glicêmicos interferem no humor e,
portanto, aumentam a probabilidade do desenvolvimento de transtornos depressivos e
dos transtornos ansiosos.
O alto nível glicêmico na dieta, também resulta em respostas compensatórias
do organismo na tentativa de reduzir a glicose, desencadeando a liberação de
hormônios contrarreguladores, como o hormônio do crescimento, o glucagon, o cortisol
e a adrenalina.
Existem evidências mostrando que o cortisol exerce influência sobre os
estados emocionais, pois age em regiões do cérebro que atuam no processamento das
emoções. O controle da liberação do cortisol é rigidamente autorregulado pelo
organismo, no entanto, quando ocorre uma falha no controle, o organismo libera o
cortisol em grande quantidade, causando significativas mudanças no humor. Essa
desregulação orgânica no controle do cortisol, também é observada na depressão.
Por último, mas não menos importante, o quinto pilar que é a espiritualidade,
ela nos remete à busca de sentido, propósito e significado na vida, independente de uma
religião. Sabe-se que a espiritualidade impacta positivamente a saúde física e psíquica,
trazendo maior bem-estar, qualidade de vida e baixos índices de uso de substâncias
psicoativas, assim como menor ansiedade, depressão e suicídio.
A libertação do sofrimento, tanto físico quanto mental é uma busca e uma
preocupação remota da humanidade. Boa parte das antigas civilizações antigas já
acreditava em divindades, na alma, na espiritualidade e meios pelos quais poderiam
alcançar a iluminação espiritual. Dessa forma, os povos de diferentes civilizações e
culturas já apresentavam soluções para lidar com o sofrimento.
Influencias cartesianas na psicologia, levou a um afastamento da
espiritualidade, recebendo foco exclusivo o patológico, porém o humanismo, atribuiu a
convergência da psicologia a uma perspectiva focalizando valores mais elevados, saúde
mental positiva e autorrealização.
Vivemos um tempo no qual a informação está ao acesso de todos e de forma
gratuita, principalmente através da internet, mas é necessário saber distinguir as
informações verdadeiras das falsas, essas informações verdadeiras podem nos ajudar a
ter uma vida mais saudável, uma melhor qualidade de vida, trazendo receitas,
informações sobre os alimentos, como propriedade e valores nutricionais, exercícios
físicos, etc.

b) Conclusões:
A palestra da Dra. Thaís Negri Ciríaco, médica psiquiatra com experiencia de
atuação na área da saúde mental, trouxe informações que vem a somar para um bom
tratamento. Falou sobre a importância do tratamento combinado para o processo
psicoterapêutico: psicoterapia e psiquiatria. Dessa forma, esclareceu que existem 5
pilares que atuam eficazmente para que haja um processo terapêutico de sucesso,
também desmitificou crenças equivocadas a respeito dos medicamentos, fazendo a
diferenciação entre os de tarja vermelha e os de tarja preta. Em suma forneceu aos
participantes informações valiosas que irão ajudar a compreender e potencializar o
tratamento da depressão, ansiedade e o processo de luto
APENDICE Nº 6

E ESTÁGIO SUPERVISONADO EM PSICOTERAPIA GRUPAL


RELATÓRIO DIÁRIO
I – Identificação Academica
Semestre: 1º
Estagiário(a): Isabel Cristina Gouvêa Moleiro
Supervisor (a): Profª.Mayra Martins de Barcelos
Data da atividade: 29/05/2021

II –Relato da Atividade
a) Descrição da Atividade:
O sexto encontro da Terapia de Grupo sobre o Luto, foi realizada no dia 29 de
maio de 2021, às 16:00 hs, através da plataforma Google Meet. No primeiro momento,
realizamos o acolhimento dos participantes e reforçamos o contrato terapêutico,
relembrando do compromisso do grupo a respeito do sigilo, tomando por base os
princípios do código de ética do profissional psicólogo.
Neste encontro a psicoeducação abordou sobre “Os sentimentos do luto”, e foi
conduzida pela Jacira, estagiaria de psicologia, que trouxe os conceitos: tristeza, raiva,
culpa e autocensura, ansiedade, solidão, fadiga, desamparo, choque, saudade,
libertação, alivio e torpor.
A tristeza é o sentimento mais comum e não é manifestada exclusivamente
pelo choro. A raiva é um sentimento confuso advindo da frustração de que nada pode
ser feito para evitar a morte. A culpa e a autocensura são sentimentos de não ter sido
bom o suficiente ou por não ter feito algo pela pessoa falecida. A ansiedade é
ocasionada por um sentimento de insegurança pode desencadear um ataque de pânico.
A solidão é um sentimento que gera dor ao sentir falta da pessoa. A fadiga pode
aparecer como apatia ou indiferença. O desamparo geralmente é sentido pelas viúvas. O
choque é sentido devido a uma morte repentina. A saudade é um sentimento que fica da
pessoa que partiu. O sentimento de libertação, ocorre quando a pessoa que partiu não
fazia bem ao sobrevivente. O sentimento de alivio ocorre quando a pessoa que partiu
estava em sofrimento ou adoecimento. E, o torpor quando o sentimento em relação ao
luto fica inativo (WORDEN, 2013).
Foi aberto um momento de diálogo, onde as facilitadoras frisaram sobre a
importância de vivenciar os sentimentos decorrentes do luto.
Neste sexto encontro, houve a participação de duas integrantes, elas
mencionaram como estava sendo a semana e relataram algumas angustias e sentimentos
que estavam experienciando no momento.

b) Conclusões:
O sexto encontro foi tranquilo, houve bastante interação dos participantes.
Infelizmente mais uma vez alguns participantes não voltaram a se reunir conosco, mas
ainda temos a esperança de que isto ocorra nos próximos encontros.
A temática levou a compreender os sentimentos experienciados no processo de
luto e mais uma vez ficou em evidencia que nenhum processo de luto é igual, nem
mesmo os sentimentos que vivenciam, cada processo é único, assim como cada pessoa.
O encontro possibilitou a todos o exercício da empatia, para se colocar no lugar
do outro e tentar entender o que passa, pensa e sente diante de algo tão envolto por
tabus como é o caso do luto.
APENDICE Nº 7

ESTÁGIO SUPERVISONADO EM PSICOTERAPIA GRUPAL


RELATÓRIO DIÁRIO
I – Identificação Academica
Semestre: 1º
Estagiário(a): Isabel Cristina Gouvêa Moleiro
Supervisor (a): Profª.Mayra Martins de Barcelos
Data da atividade: 12/06/2021

II- Relato da Atividade


a) Descrição da Atividade:
O sétimo encontro da Terapia de Grupo sobre o Luto, foi realizada no dia 12 de
junho de 2021, às 16:00 hs, através da plataforma Google Meet. No primeiro momento,
realizamos o acolhimento dos participantes e reforçamos o contrato terapêutico,
relembrando do compromisso do grupo a respeito do sigilo, tomando por base os
princípios do código de ética do profissional psicólogo.
Neste encontro a psicoeducação abordou sobre “hábitos saudáveis após a
perda” conduzida pela estagiaria de psicologia Gleice.
É natural que o enlutado na elaboração do luto tenha dificuldades e em voltar a
ter uma rotina diária como era. Portanto, como está sendo essa nova fase, quais
modificações serão necessárias para que esse enfrentamento não seja tão doloroso?
Esse encontro terá como objetivo principal de trabalhar a reconstrução de hábitos
saudáveis, novas rotinas e metas e desenvolver habilidades de enfrentamento das
emoções aflitivas e procrastinação (WRIGHT et. al 2012).
Houve uma participante neste encontro, como atividade foi solicitada que elas
mencionassem quais os hábitos que lhes faziam bem.
Em seguida foi aberto um espaço para discussão, onde foi mencionado sobre a
importância de hábitos saudáveis, boa alimentação, exercícios físicos, etc.
b) Conclusões:
Esse encontro trouxe uma temática muito importante para o alcance da
resiliência, ressaltou um pouco mais sobre a importância dos hábitos saudáveis após a
perda”. Um dos pilares que atuam eficazmente para que haja um processo terapêutico
de sucesso, conforme esclareceu a Dra. Thaís Negri Ciríaco em sua palestra do dia
22/05/2021. Desta forma, pudemos aprofundar um pouco mais sobre a tematica, tão
importante e tão desconsiderada pelas pessoas que enfrentam tanto o processo de luto,
quanto outras enfermidades.
Houve bastante interação dos participantes que mostraram-se bastante receptivos
com a temática, foi um encontro um pouco mais descontraido, pois a tematica do luto é
algo muito sério. Dessa forma, o clima mais leve, proporcionou uma interação maior
entre os participantes, onde cada qual ficou mais a vontade para falar de suas práticas
fisicas, dos encontros com a natureza e sobre alimentação.
APENDICE Nº 8

ESTÁGIO SUPERVISONADO EM PSICOTERAPIA GRUPAL


RELATÓRIO DIÁRIO
I – Identificação Academica
Semestre: 1º
Estagiário(a): Isabel Cristina Gouvêa Moleiro
Supervisor (a): Profª.Mayra Martins de Barcelos
Data da atividade: 26/06/2021

II- Relato da Atividade


a) Descrição da Atividade:
O oitavo encontro da Terapia de Grupo sobre o Luto, foi realizada no dia 26 de
junho de 2021, às 16:00 hs, através da plataforma Google Meet. No primeiro momento,
realizamos o acolhimento dos participantes e reforçamos o contrato terapêutico,
relembrando do compromisso do grupo a respeito do sigilo, tomando por base os
princípios do código de ética do profissional psicólogo.
Neste encontro a psicoeducação abordou sobre a temática: “Perspectivas e
ganhos da psicoterapia de grupo”, conduzida pela estagiaria de psicologia Jacira.
Os participantes tiveram a oportunidade de se autoavaliar, verificando se
houve amadurecimento dos sentimentos vivenciados pelos integrantes. Bem como
puderam também avaliar as facilitadoras, entendendo que o psicoterapeuta fez parte
desse processo, como fonte de esperança, porém entendendo que o terapeuta não é um
bruxo ou fada, dotado de poderes mágicos. E sim um facilitador, um mediador que
estabelece com o paciente um elo, e dessa forma, vinculados com intuito de obter
resultados mais assertivos e satisfatórios (BECHELLI; SANTOS, 2005).
Logo foi realizado a Dinâmica: “Abertura da carta a si próprio” – que foi
escrita no primeiro encontro, para nos certificarmos se as expectativas dos participantes
foram alcançadas, como se sentem perante aquilo que vislumbraram e quais os
ensinamentos perante todo esse processo levarão consigo no enfrentamento do Luto.
Por fim, houve um espaço aberto para o diálogo, escuta e encerramento, onde
explanaram sobre a experiência, afirmaram que a mesma se trata de uma alternativa
viável e que traz resultados positivos e inspiradores. Dessa forma, o sofrimento trazido
pela morte do outro pode ser o começo de um amadurecimento emocional e o trabalho
psicológico vem para ajudar no enfrentamento e na construção desta nova realidade,
para enxergar e demonstrar novas realidades.
Neste encontro, houve somente a participação da Sra. S, que esteve presente
desde o início da terapia grupal, ela teve a oportunidade de ler, por sua opção, a carta
para si mesma, disse que já se sentia diferente em relação àquele momento em que
escreveu a carta, algo já havia mudado e ela já se sentia melhor.
Estava procurando seguir ajudando as pessoas, praticando esportes, adotou um
hobbie (cuidar das plantinhas) e busca fortalecer sua espiritualidade.
Agradeceu às facilitadoras e à FAMA pela oportunidade que lhe foi concedida
em participar da terapia de grupo, oportunidade que considerou muito importante para
ela, devido ao progresso que alcançou na terapia
Encerramos o encontro e a terapia de grupo, agradecendo a ela também a
oportunidade de atuarmos, devido a sua participação nos encontros.

b) Conclusões:
Através deste encontro nos foi possível o feedback acerca do trabalho que
realizamos com os participantes, foi gratificante perceber que a Sra. S, que de início
nem gostava de interagir, pode participar ativamente deste último encontro.
Ela aceitou muitas das formas de enfrentar o processo de luto que trouxemos
durante os encontros.
Portanto, considero muito satisfatório e animador o resultado evidenciado pela
participante, especialmente devido a modalidade de atendimento.
Muitos obstáculos foram superados para que conseguíssemos realizar os
encontros, mas o que realmente importa é o êxito obtido em nosso objetivo terapêutico.

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