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Universidade Mussa Bim Bique

Curso de Licenciatura em Psicologia 3˚ano, 1˚semestre


Cadeira: Psicoterapia

Tema: TERAPIA CASAL

50 Grupo

Docente:
Dr: Rosário Sunde

Nampula
Maio
2023

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Classificação Geral

UNIVERSIDADE MUSSA BIM BIQUE

DISCENTES Classificação individual


Acácio Vidazão
Ancha de Lurdes M. António
Arlindo Castro
António Agi Momade
António Minese
Batuli João
Carlota Alfredo Alexandre
Dalila Carlos
Domingas Yoasse
Sandra Matano
Teresa Alberto

A presente revisão de literatura é de carácter


avaliativo que será entregue ao docente da cadeira,
de: Psicoterapia, Dr: Rosário Sunde.

Nampula, Maio de 2023

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Índice
Introdução ................................................................................................................................ 4
Problematização ....................................................................................................................... 5
Objectivos ................................................................................................................................. 5
Objectivo geral ......................................................................................................................... 5
Os objectivos específicos .......................................................................................................... 5
Questões de investigação ......................................................................................................... 5
Justificativa............................................................................................................................... 5
Procedimentos metodológicos ................................................................................................. 5
Abordagem do estudo .............................................................................................................. 5
Método de estudo ..................................................................................................................... 6
Tipo de estudo .......................................................................................................................... 6
Técnicas e instrumentos de colectas de dados ....................................................................... 6
Procedimentos técnicos ............................................................................................................ 6
Terapia de casal........................................................................................................................ 7
Objectivo da terapia casal ....................................................................................................... 7
Principais motivos a busca da terapia .................................................................................... 8
Funcionamento da Terapia Casal e o papel do Psicólogo .................................................. 10
Fase do aconselhamento matrimonial .................................................................................. 13
Conflitos dentro de uma relação ................................................................................................ 15
A briga de casal é normal .......................................................................................................... 16
Sinais de que as brigas passaram do limite ......................................................................... 17
Uma crise mal resolvida pode afetar profundamente uma relação .................................. 17
Os sinais mais comuns de uma crise num relacionamento, ............................................... 18
Indicações para a “Terapia de Casal” ................................................................................. 19
Terapia de Casal para quem namora................................................................................... 19
Principais Benefícios da terapia casal .................................................................................. 21
Conclusão ................................................................................................................................ 22
Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 24

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Introdução

Desde os tempos remotos os conflitos conjugais já existiam, mas não se tinha a base para o seu
estudo e, portanto, com o surgimento da psicologia abre o caminho para o seu estudo. Por que
isso elas vêm sendo investigadas na literatura internacional há cerca de cinco décadas
(Fincham, 2003), abrangendo seus motivos, intensidade, frequência e forma de
encaminhamento (Wagner, 2015). As estratégias que os cônjuges utilizam para resolver seus
conflitos predizem se o desfecho da situação será mais ou menos efetivo, pois essas estratégias
são comportamentos adotados com a finalidade de encontrar uma solução para o problema,
pressupõem a necessidade de negociação entre os parceiros e são consideradas construtivas ou
destrutivas, As estratégias construtivas envolvem comunicação respeitosa, percepção do
conflito como oportunidade de melhorar o relacionamento, clareza sobre a corresponsabilidade
dos cônjuges, autocontrole, flexibilidade, tolerância e a busca conjunta por uma solução
satisfatória para o casal. As destrutivas, por sua vez, caracterizam-se pela identificação de
culpados, foco demasiado no problema, racionalização, comportamentos de esquiva e de
retraimento, hostilidade, reclamações, rigidez e negatividade.

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Problematização

O número de divórcios tem aumentado com o passar dos anos. Índices provam esse aumento.
A falta de paciência, que leva à falta de diálogo, está entre os grandes motivadores de brigas e
discussões. Um agente importante para que esses problemas primários ocorram é a
acomodação. Por essa razão o grupo faz a seguinte questão: Quais serão as diferentes
condutas do psicólogo na terapia casal para remodelar a família para uma convivência
boa e feliz?

Objectivos

Objectivo geral

✓ Conhecer a importância da terapia casal para a resolução dos diferentes conflitos entre
casais.
Os objectivos específicos
✓ Definir terapia casal;
✓ Compreender o objectivo da terapia casal;
✓ Avaliar os diferentes problemas da família\ casal;
✓ Identificar os benefícios da terapia casal.

Questões de investigação

✓ Como diferenciar um problema casal e um individual quando o casal esta junto?


✓ Como compreender os conflitos dentro de uma relação?
✓ Como identificar os sinais de as brigas passaram do limite?

Justificativa
O tema é de estrema importância, com isso, espera se os estudantes da saúde em particular da
psicologia adoptarem conhecimentos teóricos assim como práticos para complementar a
careira profissional na qual decidiram de abraçar.
Procedimentos metodológicos
Neste subtítulo procurou-se definir o método, o tipo de pesquisa, as técnicas de colecta de
dados.

Abordagem do estudo

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Quanto à abordagem do estudo é qualitativa

Método de estudo

Neste trabalho o grupo escolheu o método indutivo,

Tipo de estudo

Quanto ao tipo de estudo o grupo optou pelo estudo de caso.

Técnicas e instrumentos de colectas de dados

O grupo do trabalho recorreu a técnica Bibliográfica.

Procedimentos técnicos

Para este trabalho o grupo usou pesquisa Bibliográfica: Através de material já publicado,
constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e actualmente material
disponibilizado na Internet, para o enriquecimento do trabalho.

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TERAPIA DE CASAL

A terapia familiar e de casal tem por base uma intervenção sistémica, onde se trabalha em
conjunto com os diferentes elementos de uma família, tendo em conta as constantes relações e
interações estabelecidas entre todos. A Terapia de Casal é uma das modalidades clínicas que
mais tem crescido nos últimos tempos.

Objectivo da terapia casal

O objetivo da Terapia de Casal é contribuir com a resolução dos conflitos, abrindo espaço para
uma comunicação mais reflexiva e assertiva, buscando um alinhamento entre as expectativas
do casal.
Segundo Gurman e Fraenkel, (2002) a afirmar que: “A Psicoterapia de Casal é uma área da
prática psicoterapêutica que é longa em história, mas curta em tradição” (p. 199). Posis ela
decorre em um espaço próprio para que todos os elementos constituintes de uma família
possam expor nas sessões as suas necessidades, objectivos e expectativas, implicando-os
activamente no processo de mudança.

Têm indicação para sessões de terapia de casal e/ou terapia familiar situações como:
divórcio/separação ou conflito do casal; dificuldades ao nível da sexualidade do casal;
dificuldades no desempenho dos papéis parentais; conflitos com os filhos na infância,
adolescência ou idade adulta; doença crónica; perturbações do comportamento alimentar;
toxicodependência; doença mental, entre outros.
A terapia familiar e/ou de casal poderá ser feita com um terapeuta com a devida formação na
área e poderá ser feita em qualquer fase do ciclo de vida familiar, independentemente da idade
dos membros da família, etnia, religião ou orientação sexual. Em famílias com filhos em
diferentes faixas etárias poderá ajudar na interação entre todos os seus elementos, potenciando
uma melhoria significativa do ambiente familiar.

As técnicas utilizadas pelos terapeutas variam com as características da família e com os


motivos que levaram a família a procurar este tipo de ajuda, tratando-se, geralmente, de uma
intervenção delineada a curto prazo. Nesse contexto, o psicólogo atua de maneira a identificar
padrões previamente estabelecidos e busca ampliar a visão do casal propiciando o diálogo, que
muitas vezes não ocorre no cotidiano dos parceiros – e a falta de diálogo é, inclusive, uma das
principais queixas entre os casais.

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O aconselhamento conjugal ou a “Terapia de Casal”, como também é conhecida, geralmente é
vista como uma das medidas “extremas” que os parceiros buscam para tentar reparar os danos
de seu relacionamento, quando o mesmo já se encontra em um estado crítico.

E é importante ressaltarmos que essa é uma ideia equivocada, pois a Terapia de Casal não serve
somente para consertar problemas, mas também contribui para evitar que pequenas fagulhas se
transformem em um incêndio dentro da relação. Em outras palavras, a Terapia de Casal pode
proporcionar resultados inestimáveis para o relacionamento e não deve ser procurada somente
quando as coisas vão de mal a pior. Com a ajuda de psicólogo especializado, é possível superar
traumas, curar mágoas e promover o bem-estar de ambos, para que a relação seja saudável e
feliz.

Principais motivos a busca da terapia

Infelizmente não é novidade que o número de divórcios tem aumentado com o passar dos anos.
Índices provam esse aumento. A falta de paciência, que leva à falta de diálogo, está entre os
grandes motivadores de brigas e discussões. Um agente importante para que esses problemas
primários ocorram é a acomodação. Quando o casal ou uma das partes pensa que é normal
trocarem ofensas, se desrespeitarem ou não terem diálogo, acabam por se acomodar e vivem
normalmente dentro dessa “união”.

Uma relação saudável se constrói pelo respeito às diferenças do outro. E quando isso não existe
mais, dificilmente terão uma relação resistente ao menor dos problemas. Assim como falamos
anteriormente, muitas podem ser as razões que levam um casal a buscar pelo auxílio de um
profissional. Cada casal, em sua intimidade, sabe de suas questões, inseguranças, dúvidas e
conflitos internos. E muitas vezes os casais não se sentem à vontade de abordar, entre si, essas
questões.

Por isso, a intermediação de um profissional com técnicas específicas ajuda o casal a colocar
para fora aquilo que os aflige. Alguns dos principais motivos que levam casais a buscarem pela
Terapia de Casal são:

✓ Equilibrar as diferenças individuais dentro do relacionamento;


✓ Melhorar a comunicação;
✓ Aprender a dividir as obrigações dentro da relação;
✓ Identificar e traçar metas e objetivos em comum;
✓ Acabar com a competição e com as inseguranças;

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✓ Desenvolver estratégias para fortalecer a união e manter o compromisso;
✓ Melhorar a vida sexual;
✓ Superar uma traição;
✓ Melhorar a qualidade geral do relacionamento, obtendo satisfação matrimonial;
✓ Entender as necessidades do outro.

Do mesmo modo que na Terapia Individual considera-se a história de vida do paciente, na


Terapia de Casal deve-se olhar para a história do relacionamento, lembrando que cada casal é
único, para que sejam planejadas intervenções compatíveis com o que acontece com os
parceiros e que faça sentido para os seus estilos de vida. A Terapia de Casal se faz necessária
principalmente porque esta se falando de duas vidas que vem de históricos de vida diferentes e
estavam acostumadas a viver ao seu modo, mas que passam a viver juntas. Com a decisão de
dividir o mesmo teto e acordar todos os dias ao lado da mesma pessoa, ocorrem mudanças no
estilo de vida que nem sempre estamos preparados a lidar.

As queixas são diversas, que podem ser desde a escolha por ter ou não filhos, o modo como
um responde o outro, ou, até mesmo, o quanto coisas externas estão interferindo na relação do
casal, como atividades de lazer, círculo de amizades, uso da tecnologia, dentre outras. Ao
buscar a ajuda de um especialista, entende-se que o casal já deu um grande passo em busca de
melhorar o relacionamento, o que é fundamental para o início do processo terapêutico e deve
ser reconhecido pelo terapeuta.

Embora seja uma ótima alternativa para relacionamentos em crise, a Terapia de Casal ainda é
vista como um tabu, com bastante relutância por algumas pessoas. Muitas vezes, o cônjuge
sugere esta alternativa como uma maneira de corrigir os desvios na relação, mas é podado por
um parceiro ou uma parceira resistente. O que acontece na maioria das vezes é que a decisão
por procurar ajuda e começar a terapia geram ainda mais brigas.

Sempre haverá alguma das partes que não assume a necessidade da terapia, sempre joga a
“batata quente” para o outro. E o mesmo, tem que agarrar a batata com todas as forças às
sessões de Terapia de Casal. É muito comum, no entanto, as pessoas procurarem a Terapia
Individual com foco em relacionamento. Nesses casos, uma das partes vai receber ajuda do
psicólogo para aprender lidar com as situações difíceis na vida a dois. A mudança de
comportamento mesmo com a terapia individual é muito evidente e eficiente.
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Ainda há um certo preconceito por parte de quem não frequenta a terapia, pensamentos de
“como vou abrir minha vida diante de uma pessoa que não conheço” ou “vou deixar alguém
que não conheço interferir nas minhas relações ou no meu modo de portar”, mas logo esses
pensamentos são extraídos ao sentir-se leve ao falar do que sente e o efeito positivo que a
terapia causa.
É bastante frequente que um membro do casal queira fazer Terapia de Casal porque entende
que irá ajudar no fortalecimento da relação e o outro não. As argumentações mais comuns de
quem não quer participar da terapia são:

✓ Não acredita que a terapia pode ajudar;


✓ Acredita que somente o outro é responsável pelo problema do relacionamento;
✓ Sente-se desconfortável em dividir assuntos íntimos com um terceiro;
✓ Não acredita mais na relação e por isso entende que não há motivos para fazer terapia.

Quando um dos parceiros promove mudanças, a dinâmica do relacionamento automaticamente


muda e o parceiro ou parceira acaba reagindo de alguma maneira a essa mudança. Mesmo que
você queira fazer terapia e o seu cônjuge não queira, fazer Terapia Individual poderá mudar a
situação de seu relacionamento em pouco tempo – até mesmo despertando no outro a vontade
de iniciar a terapia também.
O indivíduo que faz a psicoterapia estará mais receptível a ouvir novos pontos de vista a
respeito do seu relacionamento (se estiver indo à terapia por iniciativa própria), podendo
também ver, com outros olhos e de outro ângulo, o que realmente está acontecendo em seu
relacionamento, quais pontos precisam ser mudados e o que fazer para que essa mudança
aconteça.
É fundamental que a pessoa que não tem interesse em fazer terapia não se sinta obrigada ou
forçada. Isso só faz com quem a terapia seja vista ainda mais com maus olhos,
gerando desconforto e estresse, dificultando ainda mais a flexibilização dessa pessoa de
experimentar os benefícios de um processo terapêutico em algum momento.

Funcionamento da Terapia Casal e o papel do Psicólogo

A Terapia Conjugal ou de Casal consiste em um tratamento em que há a participação de ambos,


com o intuito de melhorar a interação do casal ou vencer dificuldades específicas que estejam

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vivendo. Seja em um casamento, namoro ou noivado, a Terapia de Casal pode oferecer auxílio
para colocar o relacionamento de volta nos trilhos. Com o auxílio do psicólogo especialista em
casais, os envolvidos na relação devem identificar as causas de seus conflitos e determinar
quais mudanças devem acontecer para que ambos fiquem satisfeitos dentro da relação, seja na
forma de se relacionarem, seja em suas mudanças pessoais.

A terapia não tem uma solução “mágica” para resolver todos os problemas entre o casal, mas
pode mostrar o caminho para que os parceiros se entendam melhor, identifiquem as suas
dificuldades e saibam como trabalhá-las adequadamente, sempre preservando o bem-estar
individual de cada um. Vale ressaltar, ainda, que o psicólogo utiliza uma série de abordagens,
como recursos educacionais, componentes de mediação e técnicas de Terapia Individual –
dependendo de quais dificuldades forem enfrentadas para que o casal aprenda a se comunicar,
a enxergar o ponto de vista do outro e a interagir com respeito.

Tipos de terapia casal

Todos esses problemas podem ser observados e resolvidos perspectivas teóricas e práticas
muito diferentes. Por exemplo, alguns deles podem se concentrar mais em fatores emocionais
ou nas sensações de seus membros, enquanto outros confiam mais na existência de papéis e
estruturas familiares ou em aspectos mais cognitivos. Todos eles são considerados terapia de
casal e todos têm sua utilidade em diferentes situações.

Um dos tipos mais conhecidos de terapia de casal, e que também leva à aplicação da terapia
familiar, é aquela que se baseia no paradigma de sistemas.

I. Terapia sistémica

Um dos tipos mais conhecidos de terapia de casal, e que também leva à aplicação da terapia
familiar, é aquela que se baseia no paradigma de sistemas.

Nesse caso, o relacionamento é visto como um sistema aberto no qual há troca de papéis,
normas e relacionamentos. A maioria dos problemas geralmente está relacionada a problemas
de comunicação, falta de consideração ou expressão das necessidades de cada membro do casal
ou o surgimento ou manutenção de papéis fixos que se tornam disfuncionais e os geradores de
sofrimento.

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II. Terapia casal cognitivo-comportamental
A terapia cognitivo-comportamental é a mais difundida e reconhecida hoje na maioria das
facetas da psicologia. Este tipo de terapia geralmente está relacionado às cognições, crenças,
expectativas e pensamentos de cada sujeito, Bem como nos comportamentos resultantes.
Assim, é comum que as diferenças em termos de expectativas no relacionamento, a presença
de comportamentos que envolvam sofrimento para uma das partes operem sob esse paradigma.
Trabalhamos em situações em que há controle excessivo ou reforço mútuo fraco.

III. Terapia Psicodinâmica de casal

A terapia de casal conduzida de uma perspectiva psicodinâmica geralmente enfoca a presença


de conflitos produzidos na infância ou no desenvolvimento inicial como a causa da geração de
problemas de relacionamento no presente. muito o uso de mecanismos de defesa como a
projeção no outro é analisado dos próprios medos ou da introjeção de características do outro
no ego do indivíduo. Outros aspectos marcantes são a grande valorização da relação terapêutica
e das fantasias conscientes e inconscientes de cada um dos membros do casal, principalmente
no que se refere ao relacionamento.

IV. Terapia humanística de casal


Outro tipo de terapia de casal, talvez menos conhecida do que as anteriores, é aquela baseada
na abordagem humanista. A partir dessa abordagem, buscamos garantir que os membros do
casal desenvolvam e otimizem seu potencial, demolam máscaras e papéis e se descubram. Ele
é considerado como o desenvolvimento da individualidade de cada membro do casal o que
levará a uma união mais forte entre os dois.

V. Terapia emocional
(Em que busca melhorar o vínculo de expressão emocional e superar os círculos viciosos de
emoções negativas) ou integral a partir da aceitação e do engajamento da situação problemática
(por exemplo, o sofrimento de um transtorno crônico). Existem também terapias que se
concentram mais em certos aspectos do relacionamento, como a terapia sexual.

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Fase do aconselhamento matrimonial

Broderick e Scharder (1991), ao traçarem a história do Aconselhamento Matrimonial,


identificam quatro estágios:
A primeira fase, que vai de 1929 até 1932, e que chamam de “Estágio do Pioneirismo”, começa
com a fundação de três maiores Institutos Clínicos de Aconselhamento Matrimonial de 1929 a
1932, embora já houvesse a prática pelo menos cinco anos antes. Nesta fase predominava uma
abordagem a-téórica de profissionais de diferentes formações, guiados pelo “bom senso”.
Broderick e Scharder (1991) descrevem os primeiros conselheiros matrimoniais como um
grupo mais ou menos ingênuo de profissionais, para os quais o Aconselhamento Matrimonial
representava uma atividade auxiliar de sua principal profissão. Eram clérigos, médicos,
educadores, que procuravam auxiliar, eminentemente de forma preventiva, os jovens casais a
lidar com as dificuldades e ajustamentos da vida conjugal.

Na maior parte das vezes, suas intervenções visavam ao esclarecimento das realidades
biológicas, da vida a dois, além de fornecerem admoestações e conselhos sobre a necessidade
de seguir os papéis conjugais, conforme o esperado pela sociedade. A abordagem dos
conselheiros era muito focal, de curto prazo e essencialmente pedagógica. O modelo clínico
envolvia o atendimento aos casais, mas em sessões em separado, e raramente ocorria
atendimento conjunto ao casal (Barker, 1984).
A segunda fase, que vai de 1934 a 1945, nomearam de “Estágio do Estabelecimento”
assinalado pela formação da AAMC, “American Association of Marriage Counselors”. A
fundação de centros de treinamento e da AAMC, tornaram-se importantes fatores tanto para
melhoria da formação, como da busca por melhor qualificação profissional. No entanto, o
modelo de atendimento permaneceu o mesmo.

A terceira fase, que iria de 1946 a 1963, foi considerada por Broderick e Scharder (1991)
como o “Estágio de Consolidação”, levando ao reconhecimento oficial da profissão em 1963.
A quarta fase, foi de 1964 até 1981 sendo o estágio de “Formação” caracterizado pelo que
L’abate e MacHenry (1983) classificam como período de “intenso crescimento, clarificação de
padrões e competências” (p. 3). Entretanto, Gurman e Fraenkel (2002) discordam quanto ao
término deste período em 1981, propondo na classificação de sua revisão, realizada em 2002,
o término deste período em 1978.

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Este seria marcado com o fim do termo “Aconselhamento Matrimonial”, como assinalado pela
mudança da então AAMFC “Americam Association for Marriage and Family Conseling”, para
AAMFT “Americam Association for Marriage and Family Therapy”. Do ponto de vista do
formato do tratamento, o modelo de atendimento individual predominou até a década de mil
novecentos e sessenta. Michaelson (1963) estimava, a partir de relatos de casos de três centros
de Aconselhamento Matrimonial que, nos anos quarenta, cerca de apenas 5% dos atendimentos
ocorreram com a presença de ambos os cônjugues. Este número sobe para 9% na década de
cinqüenta até atingir 15%, nos início dos anos sessenta.

Apenas no final da década de sessenta é que a entrevista conjunta passou a ser predominante
na prática clínica, aparentemente, pela influência de profissionais de outras formações que
práticavam a Terapia de Casal (Gurman e Fraenkel, 2002). O modelo de tratamento dominante
do Aconselhamento Matrimonial sofria o que Olson (1970) classificou como séria ausência de
princípios testados empiricamente. E sem uma teorização derivada desta fundamentação não
era possível operar na clínica de modo consistente. Broderick e Schrader (1991) notam ainda
que, durante o período de predomínio da abordagem do Aconselhamento Matrimonial, havia
uma ausência de qualquer compromisso com qualquer filosofia clínica em particular, o que
levou Manus (1966, p. 449) a declarar que “o Aconselhamento Matrimonial era simplesmente
uma técnica em busca de uma teoria”.

Assim, durante este período a situação, do ponto de vista clínico, parecia oferecer uma grande
dificuldade, pois de um lado ocorria um aumento significativo de demanda por atendimento a
casais, por outro, havia uma ausência de teoria psicológica que fundamentasse modelos que
respondessem a estas demandas da prática clínica.
Alguns conselheiros matrimoniais buscaram a abordagem psicanalítica como resposta. Porém,
esta era uma teoria que oferecia um modelo eminentemente individual, levando a conclusão de
que “... se a terapia progride fatores inconscientes são descobertos... e o caso cessa de estar no
campo do aconselhamento matrimonial” (Laidlaw, 1957, p. 56).

Esta afirmativa revela o pouco espaço teórico e prático existente para a clínica do
Aconselhamento Matrimonial, e também aponta para uma das questões que seriam fatores para
a sua dissolução em 1978 (Gurman e Fraenkel, 2002). Gurman e Fraenkel (2002) consideram
compreensivo que o Aconselhamento Matrimonial tenha adquirido um traço psicanalítico, pois

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a Terapia Sistêmica de Família estava, nos anos sessenta, ainda no berço e não ganhara
credibilidade social.

E o grande grupo de profissionais ligados ao Aconselhamento Matrimonial, à medida que as


relações conjugais se tornaram objecto de estudo e intervenções cientificamente importantes,
perdiam gradativamente prestígio e campo de atuação. Assim, após a Segunda Grande Guerra,
estes profissionais procuraram ligar-se ao mais prestigioso grupo de prática clínica que, nesse
período, era a Psicanálise.

Conflitos dentro de uma relação

“o amor é como uma flor”. Em todos os tipos de relacionamento, esse ditado não podia ser
mais verdadeiro. Como uma flor delicada, que deve ser cultivada com paciência, carinho,
tolerância e sabedoria, o amor também é assim: isso ajuda a lidar com as crises e evitar
discussões e mal-entendidos. Algumas pessoas são instáveis ou difíceis de lidar. E, muitas
vezes, pequenas coisas podem significar o fim de um grande amor. Nestes casos, podem haver
consequências até mesmo como ansiedade ou depressão. Isso acontece porque todo mundo
quer estar certo, ninguém quer ceder e, por essa teimosia desnecessária de ambas as partes,
muitos casamentos já acabaram.

Confiança é tudo em um relacionamento. Como você poderá entregar seu coração, suas
inseguranças e planos de vida, a alguém em quem você não confia? É torturante e desgastante
viver com desconfianças, com medo e com ciúmes. Todos sofrem tremendamente com isso, e
esse estado de acúmulo de sentimentos negativos não costuma acabar bem.

Para a desconfiança há um único remédio efetivo: o diálogo. Sente-se com seu parceiro ou sua
parceira e converse. Exponha seus sentimentos e diga os motivos pelos quais você se sente
receoso em confiar. Seu parceiro ou parceira tem direito de saber o que você pensa sobre a
relação, e também mostrar o seu ponto de vista a respeito.

Porém, se realmente houve, por exemplo, uma traição, ou algo que justifique a quebra da
confiança, é o momento de se perguntar se vale a pena continuar com o relacionamento ou se
existem chances de isso se transformar em algo bom – geralmente, nesse momento os casais
buscam o auxílio de um psicólogo. Muitas pessoas gostam de espionar, ler e-mails, rastrear o
(a) parceiro (a) nas redes sociais, contratar detetives, etc.

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Em longo prazo, no entanto, esse tipo de comportamento simplesmente mata qualquer relação.
Afinal, ninguém gosta de se sentir vigiado o tempo todo, por mais que não tenha nada a
esconder. Agora, o outro lado da moeda: seu cônjuge não confia mais em você.
Demonstra ciúmes excessivos, monitora tudo que você faz, acusa você de coisas que você não
fez e desconfia até da sua sombra. Viver assim é impossível, sufocante, asfixiante. Como
proceder?

Como dito no tópico anterior, o diálogo sincero é sempre a melhor saída. Fale sobre como você
se sente, mostre que não há motivos para a relação seguir por esse caminho. Em certos casos,
a desconfiança nasce de traumas passados com relacionamentos anteriores, e a pessoa tem
medo de que aquela situação se repita novamente.

Nesse caso, é necessário ter paciência, e talvez seja necessária a ajuda de um psicólogo de
confiança para auxiliar na superação desse temor. Muitas vezes, o casal se ama de verdade, não
pretende se separar, mas a relação se tornou insustentável – o que fazer? Nessas horas, é
importante reconhecer suas limitações e que, nem sempre, somos capazes de contornar tudo
sozinhos – nesse momento é a hora de procurar ajuda profissional. Se um dos parceiros se sentir
relutante, vá sozinho. A terapia ajudará você a enfrentar os problemas com mais serenidade e
a ter visões diferentes das situações, com empatia e compreensão.

A briga de casal é normal

Desentendimentos e conflitos fazem parte de um relacionamento. No entanto, há momentos


em que as brigas passam dos limites e deixam de ser uma etapa saudável de discussão.

O que acontece é que, com o estresse do dia-a-dia, problemas externos e pressão profissional,
muitas vezes as pessoas trazem esses problemas para dentro da vida do casal, descontando suas
angústias e frustrações no parceiro.

São poucas as situações em que vale a pena discutir. É preciso entender que os conflitos e
diferenças de opinião são normais e nem sempre é possível mudar o modo da outra pessoa
enxergar a vida e o mundo. O respeito é fundamental nessas horas para que o casal “concorde
em discordar” e deixe de brigar por coisas que não vão mudar.

Quando as discussões não levam a lugar nenhum, é sinal de que o casal não está mais
conseguindo se comunicar, se colocar um no lugar do outro e tentar entender o ponto de vista
alheio. Esse é o limite: chegou a hora de tomar uma atitude, procurar a ajuda de um psicólogo
e tentar recuperar a harmonia e entendimento do relacionamento, por meio da psicoterapia.

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O psicólogo pode ajudar atendendo apenas um dos parceiros e avaliando as suas questões e
problemas pessoais ou pode, em terapia de casal, atender os dois ao mesmo tempo. É bem
interessante contar com a ajuda de um psicólogo, pois ele pode oferecer o autoconhecimento,
esclarecimento e incentivo que estava faltando para a melhora do relacionamento.

Sinais de que as brigas passaram do limite

Sinal 1. Quando passam mais dias com brigas do que sem: Se anota se na sua agenda, ao final
de cada dia, se houve uma briga naquele dia, no final do mês teriam mais dias com ou sem
brigas? Se a resposta for com brigas, é sinal de que algo não vai bem. Os dias felizes e de
cumplicidade precisam ser maioria, afinal, ninguém quer passar a vida discutindo, brigando,
guardando mágoas e rancores.

Sinal 2. Troca de ofensas: Se um casal está de junto, é sinal de que se ama e se respeita. Ou,
pelo menos, é assim que deveria ser.Se durante as discussões, os parceiros trocam
ofensas, xingamentos e palavrões, o respeito já não faz mais parte da relação. Não se permitam
que esse tipo de tratamento se torne comum no relacionamento, pois isso não é normal e nem
saudável para ambos, e pode destruir a autoestima e o romantismo.

Sinal 3. Não existe mais um foco: Começam discutindo pela gaveta da cozinha que está
bagunçada e, quando reparam, já estão falando sobre a sogra ou sobre dilemas do passado.

Quando isso acontece é sinal de que o primeiro motivo da briga nem era tão válido assim, o
que vocês queriam, na verdade, era um motivo para poder desabafar outras mágoas que estão
guardadas.

Sinal 4. Brigas repetidas: Quando as brigas começam a se repetir e são sempre motivadas pelas
mesmas questões, é um grande alerta de que o casal não está conseguindo ser mais flexível, ter
tolerância e vontade de melhorar a qualidade do relacionamento.

Sinal 5. Agressões: Infelizmente, há situações em que as brigas de casais envolvem agressões


físicas. Isso é inadmissível e não pode ser tolerado em hipótese alguma. Se isso acontece com
você, afaste-se, procure ajuda e denuncie a situação.

Uma crise mal resolvida pode afetar profundamente uma relação

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Relacionamentos são feitos de altos e baixos. Brigas, discussões e estresses fazem parte da vida
a dois, independentemente da fase em que o casal se encontra. É normal que, no dia-a-dia, nos
deparemos com questões que nos incomodam e tirem a calma.

Às vezes, sob pressão, acabamos deixando que os problemas acumulados de diversas instâncias
da vida afetem o relacionamento. No entanto, quando as discussões mais intensas se tornam
frequentes e não se consegue encontrar soluções para as adversidades, é preciso parar e refletir
sobre mudanças que podem ser feitas e atitudes tomadas para reverter o quadro e evitar que o
relacionamento vá por água abaixo.

As decepções e frustrações de um relacionamento em crise podem afetar de forma intensa o


modo de viver de uma pessoa. O amor é um sentimento que envolve carinho, admiração,
vontade de satisfazer e de estar perto. Os amores podem ser duradouros e permanecerem por
muitos anos, mas há também situações em que o sentimento se transforma, por diversos
motivos, e não é mais suficiente para a manutenção de um relacionamento. Vale ressaltar que
isso não significa que o sentimento era falso.

Claro que cada casal possui suas características próprias e, por isso, a crise no relacionamento
pode aparecer de maneiras bem distintas. Alguns sinais indicam quando o relacionamento não
vai bem e o amor já não é mais o mesmo.

Os sinais mais comuns de uma crise num relacionamento, são:

✓ Desinteresse: Já não há a mesma vontade de estar perto, ter a companhia constante um do


outro e criar programas para se fazer em casal, como jantares e viagens.
✓ Brigas bobas: Tudo se torna motivo de discussão e o casal nunca consegue concordar em
nada.
✓ Traição: Um dos parceiros se sente atraído por outra pessoa e deixa-se levar, acontecendo
a traição.
✓ Desrespeito: Durante as brigas, xingamentos e trocas de ofensas são frequentes.
✓ Falta de sexo: O casal não tem mais ímpeto para as relações sexuais. Os sinais citados
acima indicam crises muito sérias em um relacionamento, ou podem ser causados pela
correria do dia a dia, a pressão no ambiente de trabalho e o estresse. Outro fator que acaba
causando problemas no relacionamento é a chegada dos filhos. Mesmo sendo um momento
de muita alegria para o casal, a vida muda completamente e as suas rotinas precisam ser
readaptadas.

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Com isso, é bem comum que esposas e maridos se sintam perdidos e não saibam mais dizer se
o amor ainda existe, ou se eles permanecem juntos por conta de um amor maior, que é o filho.
Se o casal está em dúvida, a melhor ideia é procurar a ajuda de um psicólogo. Em Terapia
Individual ou em Terapia de Casal, é possível compreender a origem dos problemas, das
insatisfações e das seguranças. Lembrar se de que os problemas de vocês são só seus e que
amigos e familiares que – mesmo que de boa-fé queiram ajudar, podem acabar piorando o
problema, pois não são pessoas neutras dentro da relação.

✓ Procurem a ajuda de um psicólogo especialista em casais: Se, por um lado, quem faz
parte da vida do casal pode atrapalhar a resolução das desavenças, quem está de fora e
possui experiência em resolução de conflitos de casamento pode trazer à luz pontos
essenciais a respeito do relacionamento e ajudar a ver cada questão de uma nova
perspectiva. É esse o papel do psicólogo que trabalha com terapia para casais: mostra que
relacionamentos passam por altos e baixos e ajuda o casal a entender que há formas de fazer
com que a crise se resolva sem que danos permanentes prejudiquem a relação.
Assim, com a ajuda do psicólogo, o casal pode concluir se quer superar suas divergências e
seguir em frente com o relacionamento ou, em alguns casos, se é melhor a separação.
Indicações para a “Terapia de Casal”

A terapia de casal, idealmente, requer a participação dos dois elementos, mantendo-se “a porta
aberta” para a entrada e saída de outros elementos no processo terapêutico. Podem ser
agendadas sessões com mais elementos da família, e sessões individuais, sempre de acordo
com o caso em questão e com os implicados no processo terapêutico tendo em vista a melhoria
do relacionamento e das interações.

A frequência de psicoterapia individual por um dos membros do casal, ou mesmo dos dois,
poderá acontecer em simultâneo com a terapia de casal. Os dois processos são compatíveis e
podem acontecer ao mesmo tempo. Cabe ao terapeuta, em conjunto com a família, ir
delineando as metas e os objectivos da intervenção, clarificando em conjunto com os
intervenientes os resultados alcançados.

Terapia de Casal para quem namora

Duas vidas se encontram, se apaixonam e descobrem gostos em comum. Mas, mesmo com toda
a paixão que existe no namoro, não podemos esquecer que esse o movimento é de encontro de

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dois seres únicos, com seus medos, anseios, valores e sonhos. No desenrolar do namoro podem
surgir situações que desestabilizam a relação e colocam o casal em cheque.

O objetivo da terapia nesta fase do relacionamento é superar esses conflitos e devolver a leveza
que deve existir no período de namoro. Pode até soar estranho para algumas pessoas, mas
existe, sim, Terapia de Casal para quem namora – e esse tipo de terapia tem sido cada vez mais
procurada. O que ocorre é que temos a imagem de que o namoro é uma fase tranquila, sem
conflitos e com muito romantismo. Mas a realidade, muitas vezes, não corresponde a esta
imagem.

Por ser uma fase em que duas pessoas estão se conhecendo, podem suceder muitas
dúvidas, desconfianças, dificuldade de diálogo e até brigas, principalmente quando esse casal
possui planos de dar continuidade a essa relação para outros níveis, como um noivado e/ou
casamento. Ciúmes excessivos, discussões frequentes, cobranças, planos e interesses
divergentes, intolerância, são algumas das causas de problemas de relacionamento entre
namorados e que podem levá-los a buscar a terapia.

Nestes casos, o psicólogo é o aliado ideal para ajudar o casal a reencontrar (ou fortalecer) a
harmonia ou, se o relacionamento estiver condenado, a entender que o rompimento é a melhor
solução. Certamente, antes de recorrer à terapia, o casal já fez várias tentativas para que o
relacionamento volte a ter a harmonia que esta fase requer, porém sem sucesso. Muitas vezes,
a visão da realidade está prejudicada e cada um interpreta os problemas à sua maneira, não
conseguindo enxergar através do outro, o que dificulta a compreensão da outra parte causando
mágoas e ressentimentos.

A Terapia de Casal tem importância significativa no namoro. Afinal, se o casal procura por
este recurso é porque deseja realmente ficar junto, entende que existe amor e quer fortalecer
este relacionamento. Quando não tratados os conflitos do período de namoro e a relação se
encaminha para o casamento, os problemas podem se agravar ainda mais, fazendo com que o
matrimônio já comece condenado a turbulências.

O papel do psicólogo na Terapia de Casal para namorados (as) é o de restaurar primeiramente


a comunicação entre o casal, através do estímulo ao diálogo franco e sincero, em que cada um
deverá expor o que o está incomodando e que tem mantido guardado. É fundamental o
entendimento por parte do casal, de que só existe harmonia no relacionamento se houver
diálogo verdadeiro, nada deve ficar oculto.

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Após restaurar a comunicação e tendo sido expostos os problemas de ambas as partes, o
psicólogo ajuda a traçar estratégias para solucionar os conflitos existentes. E, também, orientar
o casal na maneira de agir para que a relação estremecida possa voltar a ter forças.

O casal precisa realmente estar disposto a retomar o relacionamento, pois algumas situações
propostas pela terapia poderão exigir algum esforço e renúncia. Sendo assim, a terapia orienta
e apresenta soluções para que, em conjunto, chegue-se a um relacionamento melhor. Porém, a
decisão de manter e melhorar o relacionamento deve partir das duas pessoas envolvidas.
Ambos precisam ter esse desejo e convicção.

Principais Benefícios da terapia casal

Os benefícios que a Terapia de Casal pode proporcionar são inúmeros e fundamentais para a
relação, podendo variar de acordo com o perfil dos envolvidos. De qualquer forma, dentre os
principais benefícios podemos citar:

✓ Mudanças na perspectiva do relacionamento;


✓ Recondicionamento dos comportamentos disfuncionais;
✓ Aproximação o casal, estimulando os envolvidos a expressar seus sentimentos sem receio
de repressão;
✓ Melhora na intimidade entre o casal, promovendo resultados positivos até mesmo na hora
de manifestar prazer sexual;
✓ Ressalta os pontos positivos da relação, como forma de auxiliar o casal a persistir e resistir
perante crises e problemas.
✓ Melhoria significativa ao nível da comunicação no casal, e na família: A terapia de casal pode
ajudar o casal a comunicar de uma forma mais eficaz e eficiente. Potenciar a expressão dos
sentimentos, expectativas, medos, prioridades, valores e crenças, de uma forma mais aberta e
saudável, permitindo o fortalecimento da relação. A terapia pode ajudar o casal a comunicar
um com o outro sem se atacarem ou culparem mutuamente;

✓ Resolução de conflitos - A terapia de casal pode ajudar o casal a identificar as causas dos
conflitos e a encontrar soluções viáveis para a resolução dos mesmos;
✓ Fortalecer a amizade e o vínculo afectivo: A terapia de casal pode ajudar a fortalecer a amizade,
o vínculo afectivo, a ligação e a intimidade no casal.

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Lembrando que os resultados dependem do nível de envolvimento de ambos os parceiros e o
compromisso com todo o processo terapêutico. Nas consultas, tudo o que envolve o casal,
desde as famílias de origem e o ambiente em que costuma viver, será analisado. O papel do
terapeuta diante do casal é de ajudá-los a entender quando e como as “dificuldades” começaram
e como estão afetando a vida a dois, para, então, capacitá-lo a analisar as situações e a encontrar
formas de administrá-las.

Cabe ressaltar que na Terapia de Casal o foco está nas duas pessoas que, juntas, estão tentando
melhorar ou mudar algo na relação, ainda que a individualidade dos parceiros também seja
levada em consideração.

A partir daí, espera-se que o trabalho terapêutico apresente resultados positivos ao casal, como
por exemplo, a capacidade de lidar com as diferenças e conseguir administrá-las a favor ui9Para
alcançar todos esses objetivos é preciso encontrar as raízes dos problemas e buscar soluções
de maneira assertiva, além de resolver as questões associadas à falta de afetividade
e dependência emocional.

Além disso, é preciso equilibrar as diferenças individuais, compreender as necessidades um do


outro e, é claro, buscar resoluções efetivas. Portanto, na Terapia de Casal o psicólogo trabalha
como uma espécie de mediador.

Ele não vai defender nenhuma das partes, mas vai procurar entender cada um enquanto
indivíduo e o casal como um todo. Esse profissional ajuda a identificar os desvios que precisam
ser corrigidos e as situações que devem ser expostas e discutidas.

É necessário que o casal sinta empatia pelo psicólogo para que haja envolvimento no
tratamento. Se apenas um dos dois se sentir à vontade, o processo não fluirá como deve ser.
Caso o psicólogo perceba que existe problema de empatia ou confiança de uma das partes
envolvidas, pode sugerir algumas sessões individuais para verificar o que está ocorrendo.

A privacidade sempre é mantida e respeitada na Terapia de Casal, ou seja, o que é falado em


consultório individualmente não é comentado pelo psicólogo, a não ser que seja autorizado. Se
mesmo com todas as explicações e tentativas de convencimento, você não tiver sucesso,
procure sozinho por um psicólogo para que ele possa verificar se está no caminho certo e
sugerir ações mais assertivo.

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Conclusão

Na história do movimento da terapia de casal e de seus desdobramentos recentes, alguns pontos


ressaltam-se como significativos. Em primeiro lugar, tem ocorrido a emergência de um
renovado interesse do individual-no-casal, com estudos sobre a importância do papel do campo
emocional, e do cognitivo, não só no estabelecimento de padrões atribuicionais, mas também
na construção de campos de interpretação da interação conjugal. Além disso, tem-se apontado
para a importância da capacidade dos cônjuges de influenciar o relacionamento do casal através
de sua autorregulação. Esses pontos têm levado ao equivalente de uma nova introdução do si-
mesmo no sistema (Nichols, 1987).

As raízes históricas da terapia de casal revelam-se múltiplas, apesar das pretensões de afiliação
a uma única abordagem afirmadas por alguns autores como Haley (1984). Assim, para uma
avaliação criteriosa do seu desenvolvimento e tendências atuais, é fundamental que se
compreenda a multiplicidade de olhares e investigações que moldaram tendências e revelaram
potenciais, desde o movimento preventivo, derivado do ingênuo aconselhamento matrimonial,
até a contribuição das visões psicanalíticas, humanistas ou derivadas da psicologia social, e não
somente de teorias puramente sistêmicas.

O diálogo entre essas diferentes perspectivas tem-se revelado fecundo. Podemos concordar
com Gurman e Fraenkel (2002) quando afirmam que "ironicamente, apesar de sua longa
história de lutas, marginalização e desmobilização profissional, a terapia de casal, no final do
milênio, tem emergido como uma das mais vibrantes forças no domínio da terapia de família e
psicoterapia em geral." (p. 248).

O desenvolvimento da terapia de casal e os estudos sobre sua eficácia têm demonstrado que
nenhum outro método de intervenção possui um efeito clínico significativo em tantas e
diferentes esferas da experiência humana. Assim, torna-se, cada vez mais, necessário o exame
crítico dos resultados destes estudos e das diferentes direções que apontam.

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