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Castro Soares
Clementina Albano
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Introdução
O ser humano é um ser social e somente existe em função de seus relacionamentos grupais. O
fato de que o indivíduo nasce, aprende, trabalha e morre em grupo, torna evidente a
necessidade do estudo da vida grupal. Para Zimerman e Osório (1997), todo indivíduo é um
grupo na medida em que, no seu mundo interno, há um grupo de personagens nitrogenados,
como os pais, os irmãos entre outros, que convivem e interagem entre si. Este fato indica que,
se quisermos compreender o ser humano, devemos estudar sua vida em grupo.
A dinâmica de grupo está intimamente ligada à teoria de campo aplicada à psicologia social.
Kurt Lewin é considerado o fundador da moderna dinâmica de grupo. Com seu trabalho na
Universidade de Iowa, por volta dos anos 1940, e, mais tarde, no Massachusetts Institute of
Technology (MIT), Lewin estabeleceu esse campo de estudo e atraiu pesquisadores e recursos
financeiros para este tipo de pesquisa. Os artigos de Lewin publicados na década de quarenta
do século XX e depois reunidos nos livros Teoria de campo em Ciência Social (1965) e
Problemas de dinâmicas de grupo (1978), prepararam o terreno para investigações e
publicações do pós-guerra.
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CONCEITO DE TERAPIA EM GRUPO
A terapia de grupo é uma modalidade da psicoterapia que faz uso da interacção entre os
indivíduos para que determinadas questões em comum possam ser trabalhadas (Mundo
psicologia, brasil).
A formação dos grupos não é feita de maneira aleatória. O psicólogo conversa com as
pessoas, individualmente, para mapear suas necessidades e o seu perfil. A partir daí,
selecciona quem têm necessidades similares e perfis parecidos, ou complementares, para que
as sessões sejam produtivas. Caso não haja adaptação em um grupo, o psicólogo faz uma
realocação, visando o bem-estar de todos.
Também é o profissional que avalia se a pessoa deve participar de uma terapia grupal,
podendo inclusive, continuar em paralelo com as sessões individuais. Há quem tenha certa
resistência em aceitar participar de uma terapia em grupo, seja por preconceito, tabu ou
timidez. No entanto, é importante ter em mente que todos os participantes estão em busca do
mesmo objectivo: o crescimento pessoal. As sessões acontecem com a mediação do
psicólogo, são livres de julgamento e tem sigilo acordado entre os participantes.
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Ansiedade;
Depressão;
Relacionamento interpessoal;
Vício;
Problemas no trabalho;
Separação;
Agressividade;
Auto-estima;
Insegurança.
As sessões em grupo também são indicadas para que a pessoa possa colocar em prática
mudanças de comportamento e atitudes que, em um primeiro momento, não conseguiria
realizar em seu ambiente natural.
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A terapia de grupo pode ajudar quem está motivado a analisar seus próprios sentimentos e
comportamentos, ouvir e ser ouvido, interagir com foco no crescimento pessoal e a realizar
mudanças para melhorar sua qualidade de vida.
Em seguida, o psicólogo propõe uma dinâmica para que determinado tema possa ser
trabalhado, usando técnicas, como dramatização, desenho ou mesmo o debate. No fechamento
da sessão, é feita uma reflexão sobre o que foi abordado. O psicólogo também pode sugerir
tarefas e tácticas para que os participantes coloquem em prática até o próximo encontro.
Para alcançar os resultados esperados com a terapia de grupo, é fundamental estar aberto a
ouvir, comentar, participar e a realizar mudanças, deixando de lado o julgamento. Além do
crescimento individual, o que se busca é o fortalecimento e o crescimento do grupo, como um
todo e, principalmente, estar aberto para troca de relações humanas e possíveis vínculos que
possam ser construídos.
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Considerações finais
A abordagem da dinâmica dos grupos aqui proposta aplica-se as mais variadas estratégias de
intervenção e pesquisa em instituições. Presta-se ao serviço de transformação das relações
humanas uma vez que põe em destaque o entrelaçamento de objectivos pessoais e objectivos
colectivos. Destacam-se, assim, os papéis assumidos e como estes corroboram na manutenção
da existência grupal ou mesmo desafiam sua preservação. Com isso, podemos destacar que o
grupo não é uma entidade que naturalmente se compõe, mas é preciso que haja a intervenção
da cultura, dos atributos humanos. Isso provoca a emergência de uma rede colaboração e de
outra parte, a explicitação dos conflitos que, a depender da articulação de seus membros,
particularmente da liderança, pode provocar transformações estruturais na identidade grupal.
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Referências bibliográficas
AMADO, G.; GUITTET, A. A dinâmica da comunicação nos grupos. 2 ed. Rio de Janeiro:
Zahar Editores, 1982.
BALES, R. F. Personality and interpersonal behavior. New York: Holt, Rinehart and
Winston, 1970.
BLEGER, J. Temas de Psicologia: entrevistas e grupos. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
GRINBERG, L.; SOR, D.; BIANCHEDI, E. T. de. Introdução às ideias de Bion. Rio de
Janeiro: Imago,1973.