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1.

CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS GRUPOS

Partindo-se da definição que grupo é um conjunto de pessoas trabalhando visando a


obtenção de determinado objetivo exposto por Robbins (2002), podemos compreender a
questão de porque os fenômenos grupais é o mesmo para cada grupo, e o que os
diferencia é sua finalidade.

O campo grupal é quando existe uma interação oscilatória entre grupo de trabalho e
de pressupostos básicos, onde o primeiro se refere à execução da tarefa e o segundo as
questões que ocorrem no plano inconsciente, e essas questões podem ser trabalhadas. O
grupo varia em sua constituição, que interfere nas questões do setting, o referencial e o
procedimento técnico.

Existe uma complicação conceitual, aonde um dado termo pode representar duas
coisas diferentes, ou dois termos distintos representar a mesma coisa, o que prejudica a
comunicação das ideias entre os profissionais da dinâmica de grupo. Ao classificar a
modalidade de grupo, esta pode variar de acordo com a vertente teórica, o setting
adotado, a finalidade, entre outros.

Partindo de uma classificação de grupos de acordo com sua finalidade divide-se


genericamente os grupos em operativos e psicoterapêuticos abordando suas respectivas
ramificações.

O grupo operativo se mostra um termo abrangente onde pode ate mesmo englobar
os grupos terapêuticos, sua conceituação e aplicação é creditada ao psicanalista Pichon
Rivière, aborda os fatores conscientes e inconscientes que reagem na dinâmica grupal
que se manifesta na mente, corpo e mundo exterior, chamando de “esquema conceitual
referencial operativo”. O grupo operativo consiste no grupo que trabalha em torno de
uma tarefa, logo o coordenador deve focar nessa questão, a intervenção interpretativa só
ocorre se fatores inconscientes ameaçarem a integração do grupo.

Dividem-se os campos do grupo operativo em quatro, que consistem em ensino-


aprendizagem, institucionais, comunitários e terapêuticos. O grupo de ensino-
aprendizagem tem sua tarefa focada não em ensinar, mas na questão de o individuo
aprender a aprender, um exemplo é os grupos T, no qual lideres comunitários buscavam
aprender questões de relações humanas e Dinâmica de Grupo, esse grupo com o
compartilhamento entre os indivíduos passou ter um efeito terapêutico, proporcionando-
os um crescimento pessoal, que consistia na atividade dos grupos operativos de ensino-
aprendizagem.

Os grupos institucionais busca trabalhar em torno de uma discussão entre membros


da instituição, assim como a clientela de tal instituição no qual se debate buscando uma
ideologia em comum, buscando assim uma melhor formação no caso de escolar, ou de
aumento de produtividade no caso de empresas, investe-se nos indivíduos através de
grupos operativos centrados em uma tarefa que alcance determinado objetivo.

Os grupos comunitários são voltados a questões de saúde mental, nesse caso a


criação de grupos específicos para cada temática, ou problema é criado buscando a
integração e incentivo de capacidades positivas, auxiliando que esses reconheçam seus
limites e suas potencialidades.

Os grupos terapêuticos busca a melhora de determinada patologia do individuo,


podemos citar grupos que tem um mesmo problema como no caso dos alcoólatras
anônimos e se unem em uma maneira de se ajudarem, compartilharem suas
experiências. Esse tipo de grupo varia em sua temática, que pode ser infinita, mas
sempre com um mesmo proposito de compartilhamento e ajuda mutua.

Os grupos operativos podem assim ter efeitos psicoterápicos, porem não é seu foco,
os grupos psicoterápicos são os formados por formas de psicoterapias que se destinam a
aquisição de insight, sendo assim um vasto campo.

O psicodrama tem um eixo fundamental constituído por seis elementos, que são o
cenário, protagonista, diretor, ego auxiliar, publico e cena a ser apresentada. Busca-se
por meio da dramatização que os indivíduos exprimam assim seus conflitos. Assim ele
interpreta a si mesmo, e outra pessoa como ego auxiliar o interpreta, fazendo com ele se
reconheça, fornecendo assim um determinado insight.

As teorias sistêmicas partem da premissa de sistematização do grupo, existe assim


uma interação, suplementação e complementação de papeis, como ocorre no campo
grupal familiar. Assim funcionando como um sistema, a modificação de um
componente afeta todos os outros.
A abordagem cognitivo-comportamental refere-se a interação do individuo
ambiente, na qual o significado das ações do individuo seriam resposta aos estímulos
que recebe do ambiente. Assim o individuo tem uma concepção de seu ambiente, e
buscam uma reeducação das concepções errôneas, treinando as habilidades
comportamentais e modificando o estilo de vida do individuo.

Na abordagem psicanalítica existem várias ramificações, porem apesar das distintas


conceituações o enfoque é nas questões do inconsciente dinâmico. Logo não existe um
enfoque especifico da grupoterapia psicanalítica, pois essa irá variar de acordo com o
referencial teórico-técnico utilizado adaptando ao grupo. A grupoterapia visaria assim o
insight, ou buscar outros tipos de benefícios terapêuticos, como apenas a remoção dos
sintomas, ou alivio da angustia.

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