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A teoria do Grupo Operativo propõe que um grupo, composto por seus membros, um
coordenador e um observador, não visa terapia, mas sim desenvolver uma tarefa, como um
grupo de ensino-aprendizagem. A aprendizagem nesse contexto é um processo contínuo e
oscilante. A operação desse grupo ocorre através da interação e comunicação, fomentando o
pensamento reflexivo sobre o próprio processo e sendo democrático em relação à tarefa,
originando suas próprias ações e pensamentos. As técnicas dos Grupos Operativos têm como
objetivo promover a aprendizagem através da leitura crítica da realidade e da transformação de
respostas em novas perguntas, buscando mudança. A tarefa do grupo é superar situações
fixas e estereotipadas, favorecendo o debate e o diálogo numa lógica dialética. Grupos com
finalidade operativa ou terapêutica necessitam de coordenação para manter a integração.
As tarefas grupais passam por três fases distintas: pré-tarefa, tarefa e projeto ou trabalho. Na
pré-tarefa, ocorrem defesas ou resistências à mudança que podem paralisar o grupo. A tarefa
envolve a integração do pensar, sentir e agir, com a elaboração das ansiedades e a busca por
um esquema referencial comum. O projeto ou trabalho surge quando os membros alcançam
uma pertença e propõem objetivos mais amplos, construindo estratégias para alcançá-los.
Durante esse processo, os indivíduos se transformam em participantes de um grupo com
objetivos mútuos, expressando suas opiniões, defendendo seus pontos de vista e contribuindo
para o objetivo coletivo. Mesmo com um objetivo comum, cada participante é único, e o grupo
se desenvolve através da colaboração e da expansão do coletivo.
O foco na tarefa envolve lidar tanto com os objetivos conscientes do grupo (tarefa externa)
quanto com os processos vividos pelo grupo, conscientes e inconscientes (tarefa interna). Essa
abordagem integra a racionalidade e lógica da tarefa com a intensa carga emocional dos
participantes, refletindo a dinâmica psíquica do grupo.
Alguns atributos importantes para o coordenador incluem respeito, olhar sem preconceitos,
tolerância às falhas e limitações dos membros, paciência como uma atitude ativa, continência
para acolher as necessidades e angústias, capacidade negativa para conter suas próprias
angústias, função de ego auxiliar para estar disponível para os membros, função do pensar
para refletir sobre as experiências emocionais e discriminação para diferenciar fantasia da
realidade, interno do externo. A comunicação adequada é essencial, não se restringindo
apenas ao verbal.
A comunicação vai além do verbal. O coordenador deve conhecer seus traços caracterológicos
e sua personalidade, servindo como modelo de identificação para o grupo. A empatia é
essencial para estabelecer uma sintonia emocional com os participantes. A síntese e
integração vão além do resumo, buscando uma participação ativa e a homeostase do grupo. É
importante liberar o trabalho do grupo de caráter ideológico, permitindo que o coordenador
elabore teoricamente os fenômenos ocorridos e os devolva ao grupo para ampliar sua
compreensão, sem se tornar um modelo a ser imitado.
O coordenador não deve assumir o papel de detentor da verdade ou decisório pelo grupo. Ele
precisa estar atento às dimensões consciente e inconsciente do grupo, buscando suas
interrelações de forma ativa, mas não intrusiva. Seu papel é de acolhimento e incentivo ao
grupo para que ele se constitua e busque sua identidade. É importante liberar os trabalhos do
grupo de seu caráter ideológico, permitindo que o coordenador elabore teoricamente os
fenômenos ocorridos e os devolva ao grupo para ampliar sua compreensão, sem se tornar um
modelo a ser seguido.
‘ESPIRAL DIALÉTICA’ : abrange todo o processo grupal, como um movimento constante entre
processos internos ao grupo, quais sejam: afiliação/pertença, comunicação, cooperação,
aprendizagem e pertinência. A espiral dialética representa o caminho que vai tornar explícito o
que é implícito.
Piaget enfatiza que o principal objetivo da educação é desenvolver indivíduos capazes de criar
coisas novas, não apenas repetir o que foi feito por gerações anteriores. Ele destaca que o
conhecimento é construído através da interação do sujeito com o ambiente, utilizando
estruturas cognitivas internas. A aquisição de conhecimento depende das estruturas cognitivas
do sujeito e da interação com os objetos.
o conhecimento não é inato ao sujeito (como defendido pelo apriorismo) nem é adquirido
apenas através da observação do ambiente (como defendido pelo empirismo). Ele propõe que
o conhecimento é desenvolvido através de quatro estágios:
Estágio Sensório-motor (até cerca de dois anos de idade): as crianças aprendem sobre o
mundo através dos sentidos e da manipulação de objetos, atingindo um equilíbrio biológico e
cognitivo que permite a formação de uma estrutura linguística.
Estágio Pré-operatório (aproximadamente dos 2 aos 7-8 anos): marcado pela constituição
incipiente de uma estrutura operatória, com ênfase na imaginação, memória, compreensão do
passado e do futuro, pensamento egocêntrico e dificuldade em ver o ponto de vista do outro.
Estágio Operatório Concreto (até os 11-12 anos): caracterizado pela conscientização sobre os
outros e eventos externos, início do pensamento lógico.
Estágio Operatório Formal: a partir dos 11-12 anos, a capacidade de usar a lógica para resolver
problemas, planejar o futuro e pensar de forma abstrata.
. Foco: as condições intelectuais que tornam uma criança capaz de cooperar e o efeito da
cooperação na formação de sua mente.
Kurt Lewin, conforme citado por Bergamini (1982), argumenta que a dinâmica do grupo é
determinada pelas interações dentro de um espaço psicossocial. O comportamento dos
indivíduos é influenciado por essa dinâmica grupal, independentemente de suas vontades
individuais.
Todos os membros de um grupo são afetados por ele e não escapam à sua influência total.
Grupos são conjuntos de indivíduos que compartilham objetivos comuns e trabalham juntos
para alcançá-los. Existem diferentes tipos de grupos, incluindo grupos operativos, como os de
ensino-aprendizagem, institucionais, comunitários, de autoajuda e terapêuticos, que variam em
sua finalidade e contexto de aplicação. Os grupos terapêuticos podem ser de autoajuda,
terapêuticos ou psicoterápicos, e são utilizados em diversos contextos para promover o bem-
estar e o desenvolvimento pessoal dos participantes.
A visão sociológica compreende o campo social como uma Gestalt complexa, onde a dinâmica
dos laços do grupo não pode ser compreendida apenas pela análise dos subgrupos. Assim
como o indivíduo em seu ambiente forma o campo psicológico, os grupos e seu entorno
constituem o campo social.
O campo grupal pode ser entendido em dois planos distintos: o da intencionalidade consciente
e o da interferência de fatores inconscientes. No primeiro plano, denominado por Bion como
Grupo de Trabalho, as interações são guiadas pela consciência dos participantes. Já no
segundo plano, chamado de Supostos Básicos, os fatores inconscientes, como desejos
reprimidos e ansiedades, exercem influência, podendo predominar sentimentos de
Dependência, Luta e Fuga ou Acasalamento.
Neste campo grupal, diversos fenômenos ocorrem, tais como resistência e contraresistência,
transferência e contratransferência, atuações e processos identificadores. Grupos com
propósitos operativos ou terapêuticos necessitam de coordenação para manter a integração.
Schutz identifica três necessidades fundamentais dos membros de um grupo: inclusão, controle
e afeição. Ele destaca a importância dessas necessidades para a integração no grupo e para a
satisfação das relações interpessoais. A busca por aceitação, integração e valorização no
grupo é essencial para os membros. Schutz reconhece que quando essas necessidades não
são atendidas, podem surgir limitações no grupo, como conflitos e baixa eficácia.
Lewin enfatiza a dinâmica de grupo e a influência das interações entre os membros no
comportamento individual e coletivo. Destaca a necessidade de comunicação aberta para
promover a integração e resolver bloqueios na comunicação, além de abordar a resolução de
conflitos de forma construtiva para promover a coesão e eficácia do trabalho em equipe. Sua
abordagem humanizada reconhece a importância das relações autênticas no grupo e
compreende as dinâmicas sociais e psicológicas dos membros para criar um ambiente
saudável. Lewin também identifica as limitações do grupo quando há bloqueios na
comunicação, falta de integração real e progresso lento nas atividades, ressaltando a
importância de superar essas limitações com uma comunicação aberta e resolução de
conflitos.