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Objetivos Gerais:
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
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ʪ Material Teórico
O que é Grupo?
Todos nós vivemos em grupo. Os profissionais das ciências humanas e sociais trabalham
diretamente com grupos de pessoas, atuando como agentes sociais, educadores, terapeutas ou
gestores. Outros tipos de profissionais, além de conviverem com grupos de trabalhadores
podem assumir o papel de liderança no comando de grupos de trabalho ou, ainda, em outros
contextos sociais, de seu bairro, sua igreja ou seu clube.
A condução de um grupo para promover boas relações entre os integrantes ou para levá-lo a
atingir um determinado objetivo é sempre vista como um desafio nas organizações. O líder ou
coordenador de um grupo precisa mais do que boas intenções e experiências tácitas para obter o
êxito. Para contribuir de forma efetiva nas mudanças, transformações e evolução – tanto nos
campos pessoal e grupal, como na própria organização ou instituição da qual esse grupo faça
parte, é necessária uma boa preparação técnica.
De forma geral, o objetivo das intervenções grupais é promover a melhoria da qualidade de vida,
o desenvolvimento de papéis profissionais e realizar a mediação de conflitos. Para isso, torna-se
necessário desenvolver a competência específica que facilitará a mediação dessas relações
grupais. Isso aumentará o conhecimento teórico sobre grupos e suas especificidades (regras de
conduta, funcionamento interno e cultura) e possibilitará o domínio das metodologias de
condução do processo grupal.
Figura 1 – Grupo; pessoas em relação de trabalho
Fonte: Pexels
Um grupo é a menor das composições sociais. Por sermos seres sociais, nascemos e
desenvolvemos nossa identidade pessoal a partir das relações interpessoais nos diversos grupos
que pertencemos. A cada fase de vida, os grupos (que são instâncias de intermediação entre o
indivíduo e a sociedade) contribuem para a evolução dos aspectos psicossociais de nossa vida
familiar, social e profissional. É nos grupos que se experimenta a tangibilidade da dimensão
particular e coletiva em nossas vidas.
O estudo sobre grupos faz parte da psicologia social, que é a disciplina que se propõe a
compreender os fenômenos coletivos. Os indivíduos vivem em grupos: os grupos se
interconectam e formam estruturas maiores e dinâmicas – ou seja, as redes sociais. Nessas
estruturas sociais, as pessoas compartilham valores, interesses comuns que se atraem e/ou se
distanciam, de acordo com fatores pessoais ou coletivos. O estudo dos processos grupais
compreende conhecimento sobre organização, funcionamento e relações (posições e coesão),
pois um grupo tem características próprias e diferentes de indivíduos, isoladamente.
O marco inicial dos estudos sobre os grupos é considerado com a “Teoria das Relações
Humanas” desenvolvida por Elton Mayo, em 1920. O pesquisador descobriu a influência dos
aspectos grupais na produtividade das pessoas e com isso valorizou a importância do indivíduo
na organização do trabalho coletivo. Outros estudos vieram na sequência e a Psicologia Social
passou por uma evolução acelerada com estudos sobre motivação, liderança, comunicação e sua
influência no desenvolvimento de equipes.
Mas, afinal, o que define um grupo? É o número de pessoas que o integram? O tempo que elas
permanecem juntas? O local onde se reúnem? Mesmo entre os estudiosos não há consenso
sobre essas questões, vamos, então, trazer algumas referências que possam subsidiar os
primeiros passos para desenvolver relações saudáveis num grupo.
espaço, articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe de forma
implícita ou explícita à realização de uma tarefa, a qual constitui a sua finalidade,
interatuando através de complexos mecanismos de atribuição e assunção de
papéis.”
- in ANDALO, 2006, p. 57
Essa definição nos dá referência para compreender três princípios fundamentais sobre o
processo e dinâmica de um grupo. São eles:
Chamamos de processo grupal os fenômenos que impactam as pessoas a partir das relações
vividas quando um grupo se estabelece e que garantem o seu funcionamento. Pode ser
identificado a partir da:
Motivações e critérios: são os elementos relacionados com a escolha feita por cada
indivíduo ao decidir participar de um grupo e o que organiza sua estrutura;
Trocando Ideias...
Procure recordar os tipos de grupo que você faz parte atualmente.
Identifique aqueles em que você está em diferentes momentos
relacionais nas três etapas de desenvolvimento: Eu-comigo, Eu-outro
e Eu-todos.
Intervenção Grupal
Quando se fala em processo grupal, o primeiro passo é identificar a situação, os conteúdos e as
dinâmicas conscientes e inconscientes que atuam como forças positivas ou negativas no
interior do grupo. São essas forças que exprimem relações internas de poder e geralmente
favorecem o surgimento de conflitos, de adoecimentos, da improdutividade e podem levar até
mesmo à dissolução grupal.
Além disso, as relações grupais são interpoladas pelas emoções e percepções individuais que por
serem diferentes entre os diversos participantes podem causar problemas de comunicação, de
relacionamento, de motivação e de produtividade.
Kurt Lewin, na década de 1940, foi o primeiro estudioso de grupos humanos a falar da função do
coordenador e da importância da proximidade do pesquisador durante a intervenção e sugerir
que ele deve ser um participante ativo, inserido no grupo. Outros estudiosos, como J. Moreno, C.
Roger e P. Rivière compartilham da mesma forma de olhar a atuação do coordenador/mediador
numa relação horizontal com os grupos em que atuam, mesmo criando abordagens específicas
para o desenvolvimento das relações grupais.
Equipes e Times
A distinção e a precisão no uso dos termos são essenciais para compreensão no ambiente
organizacional. Numa escola ou empresa, é comum usarmos expressões como grupo de
trabalho, equipe de trabalho ou time, sem nos preocuparmos com as suas especificidades. Há,
no entanto, diferenças conceituais que precisam ser esclarecidas e que tornam-se essenciais
para o facilitador na sua intervenção.
Grupos existem em todas as organizações. Porém, para ser visto como uma equipe, o grupo de
pessoas que integram uma organização deve empreender ações coordenadas e estar
comprometido com um objetivo em comum.
Os grupos evoluem para equipes quando passam a ser mais colaborativos, interdependentes e
engajados na busca pelo alcance dos resultados de um projeto comum. Num “grupo de
trabalho”, as pessoas podem interagir, estar juntas e responderem a um mesmo gestor, mas
com objetivos individuais. As equipes desenvolvem um senso de responsabilidade coletiva sobre
o trabalho e seus resultados. Nas equipes, as divergências de opinião são aceitas, estimulando
um clima de confiança, abertura e comunicação.
Quando pensamos em time (palavra que se originou no substantivo team da língua inglesa),
logo nos vem à cabeça es equipes esportivas de futebol, vôlei ou basquete. Isso faz todo sentido,
visto que um time de trabalho se caracteriza pela alta performance na busca de um resultado
superior. Em equipes que evoluem para times, os integrantes passam a ter perfis
complementares, além da automotivação e da autogestão – bem como excelência técnica, alto
desempenho e o comprometimento externo com as estratégias e o posicionamento da
organização. A confiança interna é grande e os riscos são assumidos em conjunto. Os
integrantes de um time têm alta predisposição à mudança, competitividade e inovação.
O funcionamento de um time é o de células dinâmicas e autônomas, nas quais os papéis são bem
definidos, com habilidades e conhecimentos distintos. As divergências de opinião são
estimuladas visando criação de novos padrões de eficácia e a superação de expectativas.
Reflita
Pesquise entre seus colegas quem teve experiências em diferentes
grupos, equipes e times. Identifique com eles as diferenças, os
aprendizados e o grau de satisfação em cada um dos níveis de
participação.
Importante!
Um facilitador é alguém que ajuda o grupo a descobrir a quantidade de
conhecimento que já possui que o encoraja a aprender mais e ajuda-o a
explorar o seu potencial. Facilitar significa criar um ambiente onde o
grupo aprende, experimenta, explora e cresce. É um processo de
partilha. Não é um processo onde alguém, perito, transmite o seu
conhecimento e competências aos outros. (Council of Europe, 2003.)
Cabe ao facilitador:
Nos últimos tempos, com o avanço das tecnologias e com o surgimento de formas de interação
que possibilitam novas parcerias e alianças, temos visto o surgimento do “trabalho em rede” –
novas formas de relações e novas estruturas organizacionais que oferecem a possibilidade de
interagir e atuar no ambiente virtual. Nesse caso, não existe a demanda da interação presencial e
as atividades podem ser comunicadas de forma não sincrônica. Ou seja, as ações são
desvinculadas do espaço geográfico e tempo – o que possibilita diferentes tipos de composição
de equipes e oferece maior flexibilidade e menor interdependência das ações. Esse fenômeno
pode representar um avanço das relações de equipes e times; o trabalho em rede traz elementos
contemporâneos que requerem a atenção e novas estratégias de intervenção dos líderes e
gestores de pessoas.
Subjetividade e Diversidade
O conceito de subjetividade vai além da noção de identidade pessoal, que é igual à autopercepção,
ou seja, nossa existência percebida por nós mesmos. A subjetividade constitui-se a partir da
percepção das diferenças construídas na interação com o mundo, nas opiniões, nos afetos e nos
valores que definem seu espaço existencial diferenciando do outro.
Podemos dizer que é o campo íntimo das especificidades e das múltiplas dimensões
experimentadas por alguém – que cria um modo específico de ser, um estilo reconhecido como
seu e que se concebe como ser único e sempre em transformação.
Quando nascemos, somos inseridos numa estrutura social e cultural já existente, com papéis
sociais já instituídos. É na matriz relacional dos papéis, desempenhados por cada um de nós, que
vamos construindo nosso self (eu). Os primeiros papéis (filho, irmão etc.) com a família e os que
vêm na sequência (amigo, aluno, trabalhador etc.) contribuem para formação de nossa
subjetividade que institui-se enquanto relação com o outro, que se constrói e se (re)inventa a
todo momento nas interações que a vida nos proporciona.
A diversidade tem como base estruturante a alteridade – que é a aceitação do outro como alguém
diferente, estranho e ao mesmo tempo fundamental para a autopercepção (reconhecimento de
si). É na convivência com o diferente e nas relações de contraste com a existência do outro que
nos constituímos como seres únicos e distintos. As divergências no nível “eu/outro” não devem
ser a origem de estereótipos e de desagregação. A alteridade, como característica inata do ser
humano, deve preponderar na criação da pluralidade e na constituição de um ambiente social
único, multicultural e diverso.
As organizações, além da apoiarem e definirem a diversidade e o respeito às diferenças como
valores em sua cultura, precisam criar estratégias para garantir a inclusão e a equidade de
grupos minoritários entre seus quadros de funcionários.
É preciso programas e ações que propiciem que todos sintam-se pertencentes e reconhecidos
no ambiente profissional. Inclusão, nesse caso, significa a relação entre todos, baseada no
respeito mútuo, e é o que mantém as empresas em constante movimento pela igualdade.
Você Sabia?
“Marcadores Sociais da Diferença” são um campo de estudo das
ciências sociais que tenta explicar como são constituídas socialmente
as desigualdades e hierarquias entre as pessoas sobre raça, gênero,
orientação sexual e de geração, como: os direitos da mulher, a
liberdade sexual, a igualdade racial e os direitos dos idosos. Com a
sociedade em constante transformação, cabe o surgimento de novos
marcadores no futuro como fatores de identificação de desigualdade
social.
Comunicação e Mediação de Conflito
A comunicação é mais uma instância importante para o desenvolvimento de equipes. A palavra
comunicação (do latim communicatio-onis,) tem a mesma raiz etimológica do adjetivo “comum”
e do verbo “compartilhar”. O ato de comunicar implica trocar opiniões e faz menção a
informações de interesse público. É um processo que envolve a troca de informações entre dois
ou mais interlocutores que utilizam signos, símbolos e regras que compartilham mutuamente.
Trata-se de um processo social que permite criar e interpretar mensagens que estimulam uma
resposta.
A comunicação verbal, além de se valer das palavras faladas, também inclui a forma de
expressão. O tom de voz, o volume e o ritmo da fala, o sotaque ou as expressões regionais que
podem alterar a pronúncia e o sentido de algumas palavras num determinado ambiente são
partes essenciais desse tipo de comunicação. As expressões faciais e os gestos também fazem
parte do processo. Na interação entre o locutor e o ouvinte, as pessoas usam todos esses
elementos para entender as mensagens orais.
O processo da comunicação é social porque envolve duas ou mais pessoas. É composto de etapas
que ocorrem ao longo do tempo e é, também, de mão dupla.
Figura 5 – Etapas do processo de comunicação
O primeiro passo do processo é a codificação, a partir do qual uma mensagem passa a ser a
tradução em palavras, de ideias ou pensamentos. A transmissão, que vem em seguida, é o meio
utilizado para levar a mensagem ao ouvinte – ou receptor. Isso se dá nos diálogos presenciais,
nas conversas telefônicas, nas mensagens por aplicativo ou qualquer outro recurso de
transmissão de voz. A etapa final é a decodificação – ou seja, o momento em que se dá a
compreensão dos símbolos e do significado da mensagem. E volta como resposta invertendo os
papéis entre locutor e ouvinte.
Em qualquer uma das etapas podem ocorrer ruídos, que se tornam obstáculos, prejudicam a
fluidez, a clareza e o objetivo da comunicação. Os ruídos como barreiras para a comunicação
podem ser:
Aprimoramento da Comunicação
nas Organizações
O desenvolvimento da comunicação para garantir a fluidez e a qualidade da operação nas
organizações ocorre simultaneamente à evolução dos sistemas de produção e das relações de
trabalho. No mundo contemporâneo, com a informatização e a integração dos sistemas de
comunicação, exige-se maior agilidade e mais atenção prévia, a fim de evitar os ruídos e as
barreiras – fazendo-se necessária a predisposição de todos os envolvidos na busca de soluções
eficazes.
Processo de
compreensão
recíproca, com
Século XXI: escola e
sentido
empresa com concepção
compartilhado.
de serviço e abordagem
Respeita as
humanista. Discurso de
Comunicação liberdades de
natureza intersubjetiva.
autêntica pensamento e
Favorece a expressão e a
opinião sobre ações
participação de todo
assumidas em
colaborador ou estudante
conjunto. Abordagem
como sujeito ativo.
Socioemocional:
implica a cognição e
a emoção.
A comunicação é, por natureza, dinâmica e nos estimula a mudar nosso vocabulário para nos
adaptar às mudanças e avanços sociais. Novos termos e novas formas de se comunicar surgem
por meio das inovações tecnológicas, pela intensificação das relações globais e interculturais e
contribuem para corrigir distorções nas relações de poder e de discriminação entre grupos
sociais. A boa comunicação organizacional pressupõe uma combinação entre a gestão
estratégica dos instrumentos formais e as ações de comunicação baseadas no diálogo e na
autenticidade dos sujeitos envolvidos.
Reflita
Comunicação “politicamente correta”:
Que palavras você utilizaria para mencionar um colega que necessita de a uma
cadeira de rodas?;
Quais termos você usaria para se referir a uma cliente do sexo feminino?;
Faça uma lista de termos que devem ser evitados e foram substituídos por palavras com
significados mais adequados à contemporaneidade.
Mediação de Conflitos
Não existe convivência grupal e nem evolução de equipes sem conflito. Além do conflito ser
inerente à condição humana, parece que, quanto mais o tempo avança, mais ele se manifesta no
cotidiano da humanidade. Lidar com conflitos e encarar as diferenças é parte da nossa realidade
social. Quanto mais democráticas e mais globalizadas são as relações, mais emergem os
conflitos. Eles podem ser saudáveis.
Portanto, lidar com conflitos, não significa necessariamente eliminá-los. Além de inevitáveis,
eles podem ser úteis à medida em que geram mudanças, estimulam o surgimento de novas
ideias, levam a atitudes mais adequadas e à correção de injustiças. Nas escolas, podem gerar
saberes, e nas empresas, prosperidade.
Um conflito não é um episódio único. É mais do que isso: um processo que se estabelece ao
longo do tempo. Ele deve ser legitimado pela percepção antagônica de dois ou mais lados
envolvidos. Para ser real, sua existência deve ser declarada pelos envolvidos. Esse processo se dá
em cinco etapas:
Negociação
Para que todos sejam beneficiados ou atendam aos seus propósitos, um conflito deve ser
administrado de forma racional e coerente. A negociação é uma disciplina que busca métodos e
formas de conduzir o processo de medição de conflitos, levando em conta fatores que podem
influenciar a evolução e o resultado final. Esses fatores incluem a cultura, as crenças, os valores,
os costumes, o grau de entendimento da situação, bem como as emoções de cada sujeito
envolvido. O intuito da negociação é encontrar uma solução harmoniosa – independentemente
da intensidade do conflito – e chegar a um resultado satisfatório para todos.
A gestão de conflitos nas organizações é responsável por ações preventivas, capazes de evitar
que o ambiente se torne tóxico pelo excesso de competição, ofensas, fofocas ou assédio. Tais
ações, bem como a multiplicação de recursos como os da comunicação não-violenta, fortalecem
os canais de comunicação interna e favorecem um ambiente acolhedor, com o desenvolvimento
da empatia e o incentivo da cultura da paz.
Mesmo com as medidas preventivas adotadas por um número cada vez maior de organizações,
há situações em que o conflito se instala. Para lidar com ele, estão disponíveis, há tempos,
estudos e modelos, além de uma diversidade de profissionais capacitados para atuar como
negociadores ou mediadores. A Havard University desenvolveu um modelo conhecido como
“negociação baseada em princípios” que visa promover acordos positivos sem que nenhuma
das partes tenha de fazer concessões.
O modelo propõe uma mudança de paradigma na posição das partes antagônicas no processo de
negociação. Não se trata de ser afável, amigável e aceitar eventuais perdas, nem de agir com
rigor, tratando o outro como o inimigo e exigindo todos os ganhos. A ideia é negociar por mérito
(FISHER, 2014). O método está alicerçado em quatro pontos:
Nem toda situação de conflito admite uma negociação positiva e de resultado favorável. Existem
realidades difíceis de produzir uma solução favorável a todos, principalmente quando há grande
desequilíbrio de poder entre as partes. De qualquer forma, uma boa gestão ou uma mediação
eficiente do conflito pode proteger e evitar que o desequilíbrio aumente ainda mais.
Considerando que as condições socioeconômicas e culturais são dinâmicas, todo conflito, ainda
que acarrete prejuízos particulares, leva a aprendizados e evoluções nas relações coletivas.
A Agile Learning (aprendizagem ágil) é uma educação evolutiva, enfatiza uma forma de
aprendizagem autodirigida, organizada e potencializada por ferramentas ágeis. Com a influência
do movimento Ágil, o primeiro centro educacional dessa modalidade, o ALC (Agile Learning
Center) foi criado em Nova York, em 2013, e tem como base quatro princípios (raízes):
aprendizagem, autodireção, experiência e sucesso.
Leitura
Agile Learning Centers – ALC
O ALC tem uma abordagem educacional reforçada por ferramentas de
gerenciamento ágil e mais alinhada às demandas do século XXI.
ACESSE
Metodologias Ativas
A partir da década de 1990, alguns educadores como o professor americano Roger Schank,
crítico do modelo tradicional de educação, segundo o qual o verdadeiro aprendizado vem da
prática, difundiram o conceito de aprendizagem ativa e metodologias ativas, principalmente no
ensino universitário. Mesmo os princípios sendo mais antigos, foi Charles C. Bonwell que
utilizou e sistematizou o que chamamos de metodologias ativas. A essência dos métodos ativos
são atividades práticas estruturadas para a autonomia do aprendizado.
Estimular a autoaprendizagem;
Estimular a curiosidade para pesquisar;
Esses e outros métodos ativos, como Aprendizagem Profunda, Tutoria entre Pares, Técnica de
Perguntas, Storytelling, Estudos de Casos, Action Maze, Philipps 6/6, Incidente Crítico, 70:20:10,
estão voltados para desenvolver o protagonismo do aluno. Eles promovem a autonomia, a
criatividade, o senso crítico e a tomada de decisão no processo de aprendizagem e para a vida
pessoal e profissional.
Ciclo de Aprendizagem Vivencial – CAV
Criado pelo educador Daniel Kolb (1984), doutor pela Harvard University, o modelo CAV
preconiza as etapas para uma aprendizagem mais significativa e eficaz, valorizando a
experimentação. Sua estrutura potencializa o aprendizado mais rápido e prazeroso. Para o autor,
o funcionamento em ciclo contínuo é importante para saltos qualitativos e de aprofundamento
da experiência de aprendizagem. Ele organiza o processo de aprendizagem em quatro estágios:
Considerando que a aprendizagem é única e diferente para cada pessoa, tanto na apreensão e
significado do conteúdo quanto na forma mais eficaz de assimilação, a personalização e a
subjetividade são as bases do CAV. Elas oferecem uma trajetória em que cada um protagoniza seu
aprendizado – pois, o que é significativo para uma pessoa, pode não ser para a outra.
Métodos Ágeis
Metodologias ágeis surgiram a partir de doze princípios e valores definidos no “Manifesto Ágil”,
lançado em 2001 por um grupo internacional de desenvolvedores de software. A principal
motivação desses especialistas era identificar as mudanças de paradigmas que estavam
acontecendo diante da velocidade demandada pelos novos sistemas e ambientes
organizacionais.
Entre os princípios que identificam as metodologias ágeis estão os que as mostram como
adaptativas a um contexto complexo e indicam que são orientadas às pessoas e não aos
processos. Sua programação é de curto prazo para maior quantidade de feedback e mais rápido
realinhamento.
Entre os métodos, o Scrum é a ferramenta mais conhecida e utilizada no mundo para gestão de
projetos (de qualquer área ou setor). Sua origem foi influenciada pelos modelos japoneses
desenvolvidos por empresas como Honda e Toyota, que utilizam equipes pequenas e
multidisciplinares que produzem melhores resultados em seus projetos.
O nome scrum, inspirado no jogo de rugby, remete a uma formação para reiniciar o jogo. Cada
time age como uma unidade integrada, em que cada integrante tem um papel específico e todos
se ajudam em busca de um benefício em comum.
Os princípios e métodos ágeis se popularizaram por serem eficazes e alinhados com a velocidade
das mudanças do mundo atual. Mesmo tendo sido concebidos para atender às necessidades da
área de desenvolvimento de software das organizações, eles passaram a ser adotados em
diversas áreas com o objetivo de assegurar mais dinamismo e velocidade ao andamento dos
projetos. Eles substituem os antigos modelos e as práticas de gestão que não mais dão conta de
atender à demanda acelerada dos ambientes de trabalho e educacionais, em constante
transformação.
Podem ser utilizadas em qualquer contexto no qual pessoas precisem trabalhar juntas para
atingir um propósito comum. Já existem experiências positivas com escolas americanas e
holandesas que utilizam o scrum para que seus alunos façam a autogestão de seu aprendizado.
A área de gestão e desenvolvimento de pessoas pode ganhar muito com a integração das
metodologias ativas com os métodos ágeis – sobretudo naquilo que se refere aos princípios
comuns existentes e à complementaridade entre as duas. Enquanto a primeira tem o foco no
processo de aprendizagem, a segunda está voltada para a gestão e para a eficácia do processo.
Tanto nas metodologias ativas quanto nas metodologias ágeis, promovem a aprendizagem ágil e
põem as pessoas em primeiro lugar. Para alcançar a automotivação e a autoadaptabilidade dos
integrantes de uma equipe de trabalho, o método propõe revisões regulares do processo e, ao
final de cada reunião, a resposta a quatro perguntas (SBROCCO, 2012):
ʪ Material Complementar
Vídeos
Leitura
Diferenças e Desigualdades Negociadas: Raça, Sexualidade e
Gênero em Produções Acadêmicas recentes.
ACESSE
ACESSE
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ʪ Referências
COUNCIL OF EUROPE; 2003; Compass – A Manual on Human Rights Education with Young
People; Council of Europe, Hungary.
DUTRA, J. S.; DUTRA, T. A.; DUTRA, G. A. Gestão de pessoas – realidade atual e desafios futuros.
1ª ed. São Paulo: Grupo GEN - Atlas, 2017. 9788597013320. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013320/>. Acesso em: conjunto
2021. 01
FISHER, R. Como chegar ao Sim: como negociar acordos sem fazer concessões. Rio de Janeiro:
Solomon, 2014
GRIFFIN, R. W.; Moorhead, G. Comportamento organizacional: gestão de pessoas e associações.
11ª ed. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522120970/>. Acesso em:
19/10/2021.