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KURT LEWIN Pesquisa –

Ação (Action – Research)

Professor Doutor Marcello Santos


Pesquisa - Ação
Lewin detém-se na
análise da relação
indivíduo-grupo, nos
problemas globais
do funcionamento de
um grupo. Esses
problemas devem
ser remetidos às
necessidades do
grupo enquanto
unidade
Pesquisa - Ação
Estudo de minorias judias

Se o grupo social no qual o indivíduo se insere


lhe oferece certo status social, este indivíduo
se sentirá mais seguro com relação a si
mesmo e com relação aos outros.
Porém, se ao contrário, o grupo social não
oferecer ao indivíduo um status satisfatório,
este indivíduo será acometido de forte
sentimento de insegurança.
Pesquisa - Ação
A pesquisa científica dos problemas relativos
ao campo da psicologia das relações inter-
grupais deve levar em conta o contexto
sócio-cultural em que estas realidades se
inscrevem.

Assim, uma realidade social, dada a sua


complexidade, não pode ser estudada dentro
de um laboratório, mas deve ser feita
no campo.
Pesquisa - Ação
A pesquisa em psicologia social só será plenamente
válida quando feita a partir de uma realidade social
concreta a modificar. Deve fazer referência ao
contexto e ter uma abordagem interdisciplinar.

A realidade social é multidimensional e, na mudança


social, o pesquisador deve partir da compreensão,
consentimento e participação dos grupos
envolvidos. Dessa maneira, a mudança social
envolve um compromisso tanto desses grupos
quanto do próprio pesquisador
Pesquisa - Ação
 Ação social Mudança
Deve obedecer a duas condições
essenciais:          
 Pequenos grupos engajados em problemas
sociais reais visando modificar a situação
social onde procuram atingir seus objetivos;
 Realização por pesquisadores engajados e
motivados em relação à mudança que
querem introduzir Pesquisador e
Observador
Pesquisa - Ação

Os fenômenos de grupo não podem ser


observados do exterior e só se tornam
inteligíveis ao pesquisador que consente em
participar de seu dever, tomando como
objeto: os micro-fenômenos de grupos
Pesquisa - Ação
A metodologia da pesquisa-ação permite trabalhar os grupos
considerando seus participantes como sujeitos e objetos da
experiência.Uma ação social para atuar sobre o processo
de mudança deve seguir as seguintes etapas:

1. Levantamento dos comportamentos e situações de grupo


que caracterizam os indivíduos, os subgrupos e o grupo
como um todo. Trata-se da fase do diagnóstico.
2. Construir a partir deste levantamento conjecturas sobre a
possível evolução do comportamento deste grupo. É o
momento em que se deve planejar uma estratégia para a
intervenção.
3. Descobrir e prever novos modos de comportamento que
estarão em harmonia com as modificações construídas
dentro do grupo. É o momento em que a transformação
social deve ser operada.
Pesquisa - Ação
Kurt Lewin constrói, então, quatro hipóteses
acerca dos pequenos grupos:
1. O grupo constitui o terreno sobre o qual o
indivíduo se mantém. É no interior do pequeno
grupo que o indivíduo constrói sua identidade,
aprendendo valores e comportamentos que
norteiam o seu modo de ser e estar no mundo.
2. O grupo é para o indivíduo um instrumento de
satisfação de necessidades. É no grupo e pelo
grupo que um indivíduo tem espaço para
desenvolver e realizar as suas aspirações sociais.
Pesquisa - Ação
3. O grupo é uma realidade da qual o indivíduo
necessariamente faz parte. Mesmo aqueles indivíduos que
se sentem ignorados ou rejeitados possuem um determinado
lugar em seu grupo social. A dinâmica de um grupo sempre
tem impacto social sobre os indivíduos que o constituem,
sendo que nenhum indivíduo pode escapar totalmente da
vida em grupo.
4. O grupo é para o indivíduo um dos elementos determinantes
de seu espaço vital. Por espaço vital compreende-se a
totalidade dos fatos que determinam o comportamento de um
indivíduo num determinado momento.
Pesquisa - Ação
Lewin propõe duas grandes questões, para o
estudo dos pequenos grupos:
- Porque o grupo age da maneira como age?
- Porque a ação do grupo é estruturada da
maneira como é estruturada?
Pesquisa - Ação
Estrutura é a forma de organização do grupo,
a partir da identificação de seus membros.

A Dinâmica, diz respeito às forças de coesão e


dispersão, que geram movimento e
transformação no grupo.
Pesquisa - Ação
A dinâmica do grupo inclui:
- os processos de formação de normas;
- comunicação;
- cooperação e competição;
- divisão de tarefas;
- distribuição de poder e liderança.
Pesquisa - Ação
Enfim, se faz necessário criar novas formas de
organização da comunicação, da liderança e
do poder em sociedade. 

Lewin usa o termo “adaptação social” :


Ao se comprometer com as mudanças sociais,
os indivíduos devem criar formas ativas de
buscar seus objetivos sem romper os laços
com a realidade coletiva ou campo social.
Pesquisa - Ação
Para Lewin, a postura de uma aprendizagem ativa
e participativa se articulava a três idéias
essenciais:
1. A importância do papel ativo do indivíduo na
descoberta do conhecimento;
2. A importância de uma abordagem compreensiva
na intervenção, que incluiria aspectos cognitivos e
afetivos;
3. A importância do campo social para constituir e
transformar a percepção social e o processo de
construção de conhecimento.
Pesquisa - Ação

Os grupos são campos sociais onde as


pessoas interagem e o grupo ajuda o
indivíduo a constituir o seu espaço vital,
sendo ao mesmo tempo: influência,
instrumento e contexto para a mudança
social.
Pesquisa - Ação
O participante do grupo é sujeito social cujas formas
de compreender o mundo e de se compreender no
mundo são construídas em interação e
comunicação social. Está envolvido:
- Em um esquema de ação em dado contexto sócio-
histórico;
- Em um processo de comunicação intersubjetivo
(com linguagem verbal e não verbal);
- Partilham de valores, linguagem e práticas sociais,
apesar da vivência de conflitos;
Pesquisa - Ação
A dinâmica externa do A dinâmica interna do
grupo é o resultado grupo diz respeito

a) das forças externas: a) à sua organização:


institucionais, econômicas, regras, papéis, liderança e
etc., que sobre ele atuam; comunicação

b) da forma como o grupo b) e ao seu processo de


reage a tais forças externas: mudança e resistência à
receptividade, resistência ou mudança.
passividade.
Pesquisa - Ação
Os objetivos do trabalho com grupos envolvem:

a) Análise e compreensão pelos participantes


da sua dinâmica interna e externa, referida
ao contexto sócio-histórico;
b) Experiência e análise dos vínculos sociais e
afetivos, das relações interpessoais, vividas
e construídas pela linguagem;
c) Compreensão e facilitação dos processos
decisórios do grupo como um todo e de cada
participante na dinâmica grupal.
Pesquisa - Ação

            De acordo com Lewin, a liderança no


grupo toma três formas básicas: autoritária,
democrática e laissez-faire.
E as redes de comunicação também se
organizam de três formas básicas:
centralizadoras, descentralizadas e
dispersas.
Essas formas básicas se correlacionam: o
estilo de liderança e a forma de
comunicação.
Lideranças
Democrática:
nestes grupos criou-se um clima de
“colaboração viva” entre os membros; a
produção quantitativamente baixa (quando
comparada com a do grupo autocrático), mas
qualitativamente melhor, mais rica e criativa.
Eram freqüentes: a cooperação, elogios,
sugestões construtivas e comportamento
prático e tranqüilo entre os membros.
Lideranças

Autoritária:
Nestes grupos geravam-se, pelo contrário,
fenômenos de competitividade e
agressividade, sendo estes últimos apenas
canalizados para alguns membros
específicos – os bodes expiatórios , contra os
quais se descarregavam as tensões
provocadas pelo líder nos outros membros
do grupo.  O estilo que prevalece é a ênfase
no “eu” e no líder.
Lideranças
Laissez-Faire:

O líder não atua como coordenador, deixando


completa liberdade de ação ao grupo. Este
estilo de liderança atua como fonte de atritos,
desorganização e insatisfação e a produção
foi baixa.
Concluindo ...
Pode parecer que tudo depende da personalidade do
líder, mas não é isso. O funcionamento democrático
do grupo vai depender da inter-relação de três
fatores: a figura do líder, a organização do grupo e
as pressões do contexto.

Pode parecer que o melhor estilo de liderança seja o


democrático, mas não o é sempre. Estudos
mostram que se depende de uma série de variáveis
relativas ao grupo, à situação e às características
pessoais do líder.

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