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1.

DINÂMICA DE GRUPO

O texto aborda a compreensão grupal e aplicação a partir da compreensão da


historia da Dinamica de Grupo. Buscamos então classificar os diferentes grupos a partir
de suas características essenciais.

Lewin busca assim compreender os macro-fenômenos a partir do estudo de


pequenos grupos, Lane (1985) critica os estudos de Lewin dizendo que o grupo é visto
como a-histórico em uma sociedade a-histórica.

Em uma pesquisa sobre a forma de liderança e seu impacto no comportamento dos


grupos, analisou-se a atmosfera autocrática, democrática e laissez faire em grupos de
crianças comparando e levando em conta as variáveis procurando tornar esse grupo
homogêneo, para entender a dinâmica estabelecida entre esses grupos. Na liderança
autocrática constatou-se um grupo submisso e agressivo uns com os outros, ou com o
material de trabalho, tal fato pode estar relacionado com a rede de comunicação desse
grupo, exposto por Bavelas (apud MAILHIOT, 1970), como uma rede em roda onde a
autoridade exerce um poder de modo arbitrário controlando todas as comunicações do
grupo, a comunicação nesse grupo dá-se de maneira vertical. Não pode ser
desconsiderada também a típica hostilidade autista do autocrata, que “regride em suas
relações com os outros a ponto de torna-se inconsciente da existência do outro.”
(MAILHIOT, 1970)

No grupo laissez faire temos um aumento do comportamento agressivo e predomina


o trabalho isolado, pode-se atribuir tal questão a passividade do líder, que não assume
papeis de responsabilidade, deixando as comunicações entre o grupo se estabelecerem a
nível da afinidade, não existindo assim integração entre o grupo ou solidariedade.
(MAILHIOT, 1970)

O grupo democrático encontrou um maior trabalho em conjunto, mesmo que com


algumas tensões, essa relação pode ser explicada por conta da rede de comunicação
horizontal em circulo estabelecida no grupo, onde o líder é um catalizador e
coordenador para o grupo, garantindo uma integração entre o grupo. (MAILHIOT,
1970)
Entretanto, não pode-se esquecer que tais grupos foram criados artificialmente,
assim não correspondendo à realidade. Porem, assim a Dinâmica de Grupo acontece em
diferentes contextos e com isso tomando-se por parte dos pesquisadores diferentes
estratégicas, buscando estabelecer uma relação de causa e efeito entre os fenômenos
grupais com objetivo de predizê-los.

O desenvolvimento do homem se da em grupos, porem o estudo de pequenos grupos


demorou para acontecer, passando dos estudos dos filósofos europeus buscando
entender a relação do individuo e coletividade no século XVII ao interesse pelos
processos e mecanismos sociais exercidos pelos pequenos grupos. Temos então um
enfoque do controle social do grupo, podendo então citar as questões da maioria
psicológica que determina as questões ideológicas pois possuem estatuto e direitos que
lhe permita auto determina-se contra a minoria psicológica, que mesmo sendo muitas
vezes mais numerosa, depende das decisões dos grandes grupos.

Existiu assim um clima favorável nos Estados Unidos para as pesquisas no campo
da Dinamica de Grupo, por conta de interesses sociais e das tendências sociais, nas
quais as próprias instituições viam a necessidade de aperfeiçoar as questões das relações
humanas, pois tínhamos uma necessidade de melhorar as ações das nações
democráticas. Essa questão implicou sobre a liderança a ser exercida, Robbins (2002)
aponta que o tipo de liderança a ser exercida iria depender das características do líder e
do liderado, de modo que u o líder deveria se adequar aos liderados, ou os liderados ao
líder.

Outros experimentos envolvendo processos democráticos abordava que os


participantes examinassem e discutissem eventos de maneira aberta dentro do grupo,
isso permite assim uma comunicação mais horizontal, e maior integração entre os
membros do grupo. Esses grupos assim possibilitaram uma forma de aconselhamento
para os participantes além de uma ênfase na compreensão de si mesmo, sendo chamados
como grupos de sensibilidade ou de encontro.

Os grupos denominados de grupos T eram inicialmente grupos de treinamento


em relações humanas e da Dinâmica de Grupo , e tinham o foco de ajudar lideres
comunitários . Esses grupos discutiam entre si, tinham o role playing, ou a dramatização
que assegurava a participação psicológica do individuo e do grupo, e buscam juntos
soluções alternativas. Assim existiu um compartilhamento entre os grupos, de suas
analises e observações, um compartilhamento de resultados que permitia enriquecer
todos os grupos.

O grupo T, passou então, de uma forma de treinamento de relações humanas para


um âmbito que proporcionava o crescimento pessoal e a autoconsciência, e as ideias
antes baseadas em Lewin, foram acrescidas de ideias humanistas e posteriormente,
gestalticas e transacionais.

Enquanto Cartwright e Zander propõe uma definição estruturada de dinâmica de


grupo, como algo pronto, que busca o conhecimento da natureza dos grupos, de como
eles se desenvolvem e como se estabelecem as inter-relações por meio da pesquisa
empírica, a interdependência dos fenômenos, buscando aperfeiçoar o trabalho dos
grupos e suas consequências na sociedade, Lapassade aborda uma dialética entre os
grupos, como se estes fossem coisas inacabadas que esta sempre em constante
constituição, abordando um materialismo histórico que visa conhecer os pequenos
grupos e as relações do individuo com a sociedade para assim ele torna-se consciente de
sua produção na historia social.

A sociedade mudou, e junto mudou-se as características dos grupos, e nesse novo


contexto de “sociedade global”, ainda não se acha bem definido os rumos da Dinâmica
de Grupo, porem há a necessidade de revisões e transformações das teorias já feitas,
pois ainda é de extrema importância e grande relevância social.

A Dinâmica de Grupos no Brasil é presente antes mesmo do estabelecimento da


Psicologia como profissão, por meio de seminários psicodramáticos inspiradas nos
grupos T e nas técnicas de Moreno. Surgiu na mesma época o “laboratório de
sensibilidade”, que buscava o treinamento da sensibilidade social, inspiradas nos grupos
T. Assim o desenvolvimento da pratica, teorização e do ensino de dinâmica de grupo se
ramificou sendo direcionado de acordo com a crença de cada concepção.

A Dinâmica de Grupo se tornou algo presente nos currículos dos Cursos de


graduação, ao lado do aumento da ênfase na Psicologia comutaria, essa necessidade da
compreensão da dinâmica dos grupos se dá pelas suas implicações dos grupos nos
indivíduos, na comunidade, ou instituição, o que remete novamente a questão das
maiorias e minorias psicológicas, quando apontamos que existem indivíduos que tentam
influenciar o grupo que faz parte, essa capacidade de influencia estará relacionado com
o poder que esse possui, ou seja como em uma relação social um grupo tem a
capacidade de impor sua vontade sobre as outras.

São diversas as abordagens teóricas que influenciara a Dinamica de Grupo, como a


Gestalt-terapia, o psicodrama de Moreno, aonde o grupo discute seus problemas como
na vida, a experiência é intensa, isso inclui uma dramatização, não pe uma discussão
meramente verbalizada. O psicodrama é assim não somente terapêutico, mas também
educativo, podendo ser aplicado tanto no contexto clinico, como escolar, como outros.
Porem a Dinâmica de Grupo não se restringe apenas aos contextos, clínicos, escolar, ou
organizacional, mas é importante para a compreensão de diversos campos da psicologia.

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