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Grupos

Profa. Dra. Livia Gomes dos Santos


Psicologia Organizacional - Relações Públicas
Psicologia Da análise das multidões à análise dos
pequenos grupos

Social
O que é um
grupo?
O que é um
grupo?
Unidade que se dá
quando os indivíduos
interagem entre si e
compartilham algumas
normas e objetivos.
Sobre o grupo
Na tentativa de compreender o comportamento grupal,
ou de modificá-lo, é necessário conhecer:

A natureza do grupo Seu funcionamento Relação indivíduo-grupo Relação Grupo-sociedade


Sobre o grupo
As forças psicológicas e sociais que atuam no grupo se
fazem sentir através de

Coesão Coersão pressão social atração

rejeição Resistência à mudança interdependência Equilíbrio/quase equilibrio


Parte de um movimento que levou a psicologia, no
período do pré ao pós Segunda Guerra, a

Kurt Lewin direcionar-se para os processos inerentes às


coletividades humanas, de modo a pensá-las e
conceituá-las a fim de administrar indivíduos e
organizações. Formuladas entre as décadas de
1930 e 1940, as proposições de Lewin que
inauguram e lançam as bases fundamentais da
Dinâmica de Grupo parecem ainda integrar as
tecnologias de regulação (ou controle) social do
processo produtivo no capitalismo
contemporâneo, sobrevivendo à transição
histórica do taylorismo-fordismo ao assim
chamado pós-fordismo (ou modelo flexível).
Grupo x Indivíduo

A psicologia de grupos não é Mas a dinâmica das relações


redutível à Psicologia individual interpessoais e intergrupais partem
das mesmas premissas

A Psicologia da Gestalt
Psicogrupo Sociogrupo
Grupo estruturado, orientado e Grupo de tarefas, isto é, o
dirigido em função dos grupo organizado e orientado
próprios membros que o na execução de uma tarefa
constituem
Recursos
O comportamento de uma pessoa é explicado como função da particular situação de
forças em seu espaço vital, entendido este como totalidade dos fatos que determinam o
comportamento de um indivíduo em um determinado momento. Para isso, é preciso
considerar a estrutura do espaço de vida (psicologia topológica) e, também, examiná-
lo dinamicamente, isto é, como campo de forças (psicologia vetorial).
Assim, são duas ideias que se reapresentam em sua psicologia dos grupos: o
comportamento é derivado da totalidade de fatos coexistentes e importa examinar o
campo dinâmico atual e presente, analisando-se os sistemas de tensão que se
produzem pelas forças em ação (atração, repulsa, coerção etc.).
Campo, ou espaço de vida
(Aspecto topológico)

a
P d
e
c

b
M

Meio Psicológico Campo para o Indivíduo


Comportamento do indivíduo e
seu espaço de vida
a
c
b
d

e
Grupo como sistema de
forças

Centrípetas Centrífugas
Forças que atuam na coesão do grupo. Forças que atuam na dissolução do grupo.
Entre elas, estão: a pertinência das Estas podem ser o resultado de qualquer
finalidades, a clareza compartilhadas das tipo de traços desagradáveis do próprio
finalidades e a aceitação das finalidades grupo, ou talvez sejam expressão da maior
pelos membros atratividade de um grupo exterior
A relação entre grupo e
liderança

Autocrático Democrático Laiser Faire


Decisões são impostas

Autocrático Não há autonomia para decisões em grupo e


pelo grupo
A direção é distante e tende a se referenciar
Aquele cuja coordenação (direção) é como um “deus”
autoritária, não têm autonomia de decisão e
Prática de distribuição de privilégios
as tarefas são impostas
As inter-relações entre os membros são
competitivas
Não há cooperação
Surgimento de relações de tirania
Decisões são partilhadas entre o grupo e pelo

Democrático grupo
As responsabilidades são divididas
Todos têm os mesmos direitos e mesmo
Aquele cuja coordenação é democrática, as deveres
decisões são tomadas em grupo e pelo
O coordenador pertence ao grupo • É
grupo e as responsabilidades são divididas
cooperativo
Lassai-faire Não há coordenação, mesmo havendo a
pessoa com essa função
O grupo fica a deriva de seu próprio
Não tem coordenação, o grupo fica a deriva funcionamento e vulnerável a varias tendências
de seus próprios movimentos dependendo de quem liderar no dia
Muitas lideranças e nenhuma ao mesmo tempo
Não consegue realizar a tarefa que se propôs
porque se auto desorganiza a todo o momento
ou episódio
Difícil distinguir um crescimento grupal
Vulnerável ao surgimento de uma liderança
autocrática
Martín-Baró e
os processos
Grupo como uma experiência histórica, que se constrói
num determinado espaço e tempo, fruto das relações
que vão ocorrendo no cotidiano, e ao mesmo tempo,

grupais
que traz para a experiência presente vários aspectos
gerais da sociedade, expressas nas contradições que
emergem no grupo:
"O grupo tem sempre uma dimensão de realidade
referida a seus membros e uma dimensão mais
estrutural, referida à sociedade em que se produz.
Ambas dimensões, a pessoal e a estrutural, estão
intrinsecamente ligadas entre si. (MARTÍN-BARÓ,
1989:207)
Compreensão Todos os grupos, em sua singularidade, expressam
múltiplas determinações e as contradições presentes

dialética do
no capitalismo; como, por exemplo, individual/social;
competição/interdependência; ter/não ter recursos
(materiais, culturais e/ou pessoais) para submeter o

grupo
outro aos seus interesses (exploração);
dependência/independência.
Compreensão Uma estrutura de vínculos e relações entre pessoas
que canaliza em cada circunstância suas necessidades

dialética do
individuais e/ou interesses coletivos. Trata-se de uma
estrutura social: é uma realidade total, um conjunto
que não pode ser reduzido à soma de seus membros.

grupo
Um grupo constitui um canal de necessidades e
interesses em uma situação e circunstância específica,
afirmando com isso o caráter concreto, histórico de
cada grupo.
Parâmetros para análise de um
grupo
Identidade Poder Atividade
– formalização organizativa: determinação das condições de

Identidade
pertencer ao grupo (normas formais ou informais, rígidas ou
flexíveis, estáveis ou passageiras); requer ainda uma definição
de suas partes e uma regulação das relações entre elas (divisão
ou não das funções, sistematização das tarefas, distribuição de
trabalho e atribuições);
– as relações com outros grupos: a dialética intergrupal
produzida historicamente em cada sociedade interfere no
surgimento do grupo, assim como a sua conexão com as
necessidades e os interesses de uma classe social;
– a consciência de pertencer a um grupo: o grupo passa a ser
para o indivíduo uma referência para sua própria identidade ou
vida, referência essa criada a partir do sentimento de pertença
subjetiva a um grupo. Este sentimento é que contribui para que
um grupo de pessoas se sintam e atuem como grupo,
possibilitando a sua identificação.
Aquele diferencial favorável de recursos que se estabelece

Poder
quando se relaciona com outros grupos em função de alguns
objetivos, e que permite fazer avançar seus interesses na
convivência social.

O que faz com que o poder se mantenha e que seja aceito é


simplesmente que ele não pesa só como uma força que diz não,
mas que de fato ele permeia, produz coisas, induz ao prazer,
forma saber, produz discurso. Deve-se considerá-lo como uma
rede produtiva que atravessa todo o corpo social muito mais do
que uma instância negativa que tem por função reprimir (p.8).
Que atividade ou atividades desenvolve?

Atividade
Possui duas dimensões: externa, relacionada com a sociedade
e/ou outros grupos, quando o grupo deve ser capaz de
produzir um efeito real sobre eles para afirmar sua identidade,
e interna, vinculada aos membros do próprio grupo, em direção
à realização dos objetivos que levem em consideração as
aspirações individuais ou comuns.
Identidade, poder e atividade não são
aspectos grupais independentes [...]
em cada situação concreta os grupos
se encontram imbricados, diretamente
ou através de seus membros, o que
gera identidades grupais parcialmente
comuns ou difusas, poderes
compartilhados e ações

com efeitos
múltiplos. (MARTÍN-BARÓ, 1989: 227)
Tipos de grupo

Primários Funcionais Estruturais


Caracterizados pelos vínculos interpessoais (identidade), as

Primários
características pessoais (poder) e a satisfação de necessidades
pessoais (atividade grupal).

Quatro fatores podem influir na formação espontânea de um


grupo primário: a) a atração entre seus membros; b) alguma
semelhança entre eles; c) a ansiedade; d) a
complementaridade de suas características pessoais [...] A
própria atividade dos grupos primários vai gerando vínculos
afetivos e de complementaridade funcional entre os membros,
tornando-os mais interdependentes, até o ponto de modelar as
necessidades e ainda a identidade pessoal de cada um.
(MARTÍN-BARÓ, 1989:305-6)
Sua identidade é construída pelo papel social que o indivíduo

Funcionais
desempenha, sendo o poder centrado geralmente na
capacitação e na ocupação social de seus membros, tendo,
portanto, como eixo de sua atividade grupal a satisfação de
necessidades sistêmicas e não pessoais como ocorre no
grupo primário.

Os grupos funcionais são aqueles que correspondem à divisão


do trabalho no interior de um determinado sistema social. Se
trata, por conseguinte, de pessoas que cumprem a mesma
função com respeito a um sistema, pessoas que têm os mesmos
papéis e ocupam uma posição equivalente. O poder dos grupos
funcionais enquanto tais depende do valor ou importância
que o seu trabalho tenha em uma sociedade[...] (MARTÍN-
BARÓ, 1989:225)
caracterizado por: comunidade de interesses objetivos

Estrutural
(identidade), controle dos meios de produção (poder) e
satisfação de interesses de grandes grupos e classes (atividade
grupal).

Esta divisão em classes sociais é de tal profundidade que influi


em todas as relações humanas que se produzem no interior da
sociedade. Neste sentido se afirma que as relações
determinadas pela diferenciação em classes sociais são
relações estruturais, já que têm a força de estruturar os
esquemas fundamentais da convivência humana .
(MARTÍN-BARÓ, 1997:76)

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