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Introdução ao Estudo da História das Sociedades

1.1. Conceito de Sociedade e de Cultura


Sociedade: conjunto de pessoas que vivem em estado gregário, ou é o conjunto de
indivíduos unidos pelas leis comuns para atingir um fim determinado.

Cultura: é um sistema complexo de códigos e padrões partilhados por uma


sociedade ou um grupo social e que se manifesta nas normas, crenças, valores, criações e
instituições que fazem parte da vida individual e colectiva dessa sociedade ou grupo. (In
Dicionário da Língua Portuguesa, 2004, p.458).

Sociedade humana: é o conjunto de grupos sociais, compostos de pessoas unidas


por laços de interdependência e sociabilidade, cujo comportamento predominante é
regulado por uma estrutura social dinâmica resultante das acções dos vários
agrupamentos que a constituem, especialmente dos mais poderosos ou influentes.

A própria natureza humana exige que os Homens se agrupem. A vida em sociedade é


condição necessária à sobrevivência da espécie humana. É neste sentido que os seres
humanos organizam-se de muitas maneiras para poderem viver e trabalhar juntos dentro
da sociedade. Segundo Karl Maunheim, os contactos e processos sociais que aproximam
ou afastam os indivíduos, provocam o surgimento de formas diversas de agrupamentos
sociais. Tais formas são os grupos sociais e os agregados sociais.

Os grupos sociais são mais duradouros, resultam em formas mais estáveis de integração
social. Nos grupos sociais há normas, hábitos e costumes próprios, divisão de funções e
posições sociais bem definidas. Por exemplo, na família, na escola, na igreja, no clube,
no estado, etc.

1.2. Noção de Grupo Social e sua Natureza


Geralmente quando falamos de grupo, automaticamente queremos indicar uma junção de
pessoas que ocupam determinado lugar.

Segundo Fichter, os grupos sociais formam uma colectividade identificável, estruturada,


contínua de pessoas sociais que desempenham papeis recíprocos, segundo determinadas
normas, interesses e valores sociais, para a consecução de objectivos comuns. O que quer
dizer que não é somente um termo aplicado à mera colecção de pessoas que
espontaneamente se encontram em determinado lugar sem que estejam relacionadas entre
si, mas sim a uma colecção de pessoas que respondem a certos critérios.

1.3. Características dos Grupos


Os grupos apresentam diversidades entre si, não só na forma de recrutamento como
também na organização, finalidade e objectivos. A maioria dos autores destacam como
características dos grupos sociais as seguintes: identificação, estrutura social, papeis
individuais, relações recíprocas, normas comportamentais, interesses e valores comuns,
finalidade social e permanência.

Identificação: o grupo deve ser identificado como tal pelos seus membros e pelos
elementos de fora. As pessoas envolvidas devem ter consciência de que são membros do
grupo. Os grupos sociais são superiores ao indivíduo, isto é, quando uma pessoa entra no
grupo, ela já existe; ao mesmo tempo o grupo é exterior ao indivíduo, quer dizer quando
a pessoa sai do ele continua a existir;

Estrutura social: No grupo cada componente ocupa uma posição relacionada com a
posição dos demais.

Papeis individuais: constituem a condição essencial para a existência do grupo e sua


permanência como tal, pois cada um dos seus membros tem uma participação
determinada;

Relações recíprocas: As pessoas que constituem um grupo devem interagir mutuamente


de modo directo e indirecto;

Normas comportamentais: são certos padrões, escritos ou não que orientam a acção dos
componentes do grupo e determinam a forma de desempenho do seu papel;

Interesses e valores comuns: o que é considerado bom, desejável, aceite e compartilhado


pelos membros do grupo. Os membros unem-se em torno de certos princípios e valores,
para atingir um objectivo de todo o grupo. Existe de algum modo uma interdependência
– o que acontece para um afecta o outro. Os indivíduos envolvidos em um grupo devem
procurar alcançar os objectivos estabelecidos;

Finalidade social: é a razão de ser e do objectivo do grupo (ex. económica, religiosa,


cultural, filantrópica, corporativa, etc.);

Permanência: Para que um grupo seja considerado como tal, é necessário que a
interacção entre os membros se prolongue durante determinado período de tempo
(semanas, meses ou anos). As interacções passageiras não chegam a formar grupos sociais
organizados, forma sim os chamados (agregados sociais – público, multidão, massa), que
se podem reunir em eventos de pouca duração. Ex. comícios, espectáculos, greves, etc.

1.4. As Categorias do Social


“Uma categoria social é uma pluralidade de pessoas que são consideradas como uma
unidade social pelo facto de serem efectivamente semelhantes em um ou mais aspectos”
(Fichter, 1973, p.85) – Não há necessidade de proximidade ou contacto mútuo para as
pessoas pertencerem a uma mesma categoria social, exemplo: adolescente, operários,
soldados, analfabetos, etc. Um destes grupos corresponde a uma categoria social. Em
relação aos aspectos semelhantes entre as pessoas, só nos interessam aquelas que têm
significação sociológica, mesmo estas, variam de acordo com o objectivo do estudo,
exemplo: se quisermos analisar os padrões de comportamento religioso, a classificação
abrangeria as categorias de ateus, crentes, cristãos, judeus, budistas e outras; homens,
mulheres, jovens, adultos e idosos. As categorias estudadas pela sociologia são as que
implicam valores sociais: parentesco, riqueza, ocupação, educação, religião, factores
biológicos.

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