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GRUPOS SOCIAIS

Vinícius Souza

Segundo a Sociologia, grupos sociais são conjuntos de pessoas em


contato contínuo através de relações estáveis em razão de objetivos e
interesses comuns. Esses interesses em comum criam sentimentos de
identidade grupal, assim como sentimentos partilhados de pertencimento entre
elas em suas relações estabelecidas com as outras.
Por serem unidades coerentes, e, portanto, estáveis, os grupos sociais
existem mesmo que não se estejam próximos dos componentes que fazem
parte deles. Por isso os grupos são entendidos como realidades intermentais,
isto é, mesmo que os indivíduos estejam longe, permanece o sentimento de
pertença dentro da consciência de cada um.
Podemos ter grupos como os de referência positiva ou negativa. Os
primeiros são os grupos dos quais participamos, como também de outros grupos
dos quais não pertencemos, mas que recebemos boas influências. Um grupo de
colegas de sala que motiva o indivíduo que não fazia parte do grupo a ter um
bom rendimento na escola é um exemplo.
No caso da referência negativa o mesmo é válido. A família que deveria
ser de referência positiva por exemplo, torna-se negativa a partir do instante
em que, não havendo um clima de harmonia para o indivíduo na família, este
indivíduo, por estar vivenciando momentos de conflitos profundos com os seus
parentes, termina caindo em seu desempenho escolar.
Podemos também ter grupos sociais informais e formais. Os grupos
informais são aqueles dos quais fazemos parte sem uma regra ou norma
documentada legalmente para controlar nosso comportamento dentro dele. Os
grupos informais tendem a ser pequenos e as relações que acontecem neles são
dadas por semelhança, afinidade, intimidade e afeto.
Já os grupos formais são pautados pela alta racionalidade, e o indivíduo
que a ele pertence está pautado por leis. Nesses grupos, as relações sociais são
mediadas por dispositivos normativos, por exemplo. Os grupos formais são
geralmente grandes e as suas relações tendem a ser objetivas, impessoais,
pautadas em exigências racionais-legais.
Vale notar que enquanto nos grupos informais o objetivo último da
relação é ela em si, e não um meio para se alcançar algo, nos grupos formais as
relações são meios para se atingir um fim. Enquanto nos grupos formais as
relações são baseadas em interesses, nos grupos informais as relações são
desiteressadas, valendo-se muitas vezes apenas do afeto.
Esses grupos de relações mais íntimas, duradouras e de contato direto
chamamos de primários. Os que envolvem relacionamentos mais institucionais
são chamados de secundários. Por fim, temos os intermediários que é quando
desenvolvemos relações íntimas com pessoas pertencentes a um grupo que
provavelmente estabeleceríamos contatos mais impessoais.
Além dos grupos sociais, temos o que chamamos de agregados sociais. O
que difere os dois é justamente a forma de interação entre as pessoas. Uma
multidão numa passeata por exemplo, compartilha de alguma forma de um ideal
em comum, no entanto, durante sua realização, as pessoas estabelecem o
mínimo de comunicação e de relações entre elas.
Em se tratando da maneira como os grupos sociais são definidos,
podemos encontrar duas abordagens principais. A primeira entende o grupo
como uma forma coesa que congrega relações sociais coerentes e regulares. A
segunda entende a contribuição quase que autônoma dos atores sociais a partir
das suas ações individuais em meio à experiência grupal.
Entretanto, o que devemos ter em mente é que por mais que o coletivo
seja fundamental ao grupo, visto que sem ele não existiriam relações de
cooperação entre os diversos atores sociais, esses atores dentro desses
grupos vivem em meio aos espaços de trocas que, assim como os constituem
enquanto produto do coletivo, também os transformam individualmente.
Em outras palavras, o sujeito, ao se constituir em ator social por ser
influenciado pelo coletivo, passa também a ser fonte de produção de novos
atores em relação aos grupos sociais por também influenciar outras pessoas.
Ou seja, a possibilidade de construir novas relações sociais trazem constantes
movimentos e mudanças dentro e fora dos grupos sociais.

Referências Bibliográficas

VILA NOVA, Sebastião. Introdução à sociologia. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000
ZANELLA, Andréa Vieira, et.al. Contextos Grupais e Sujeitos em Relação:
Contribuições às Reflexões sobre Grupos Sociais. Psicologia: Reflexão e
Crítica, 2002. (p. 211-218)

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