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Fusão da identidade: relação

entre a identidade pessoal e


a identidade social
5 minutos

A fusã o da identidade é um tipo de identidade que relaciona outros tipos de


identidades. Para entender melhor, devemos pensar que todos nós temos,
pelo menos, duas identidades: uma identidade pessoal e uma, ou vá rias,
sociais. Nossa identidade pessoal está relacionada diretamente com a nossa
personalidade: podemos ser mais extrovertidos, mais amá veis, menos
neuró ticos, etc.

Enfim, nossa identidade pessoal vai ser formada por diferentes


características que nos definem. Por outro lado, as identidades sociais
correspondem aos grupos aos quais nó s pertencemos. Por exemplo, a
família, o país, a religiã o, a etnia, o time esportivo, etc. Estas identidades
tê m normas, valores e papé is.
Como nós nos comportamos? Atendendo às características da personalidade
ou às normas do nosso grupo? Entende-se que isso vai depender de qual das
identidades estiver ativa. Normalmente, vai ser a nossa identidade pessoal,
por isso vamos nos comportar conforme for a nossa personalidade. Poré m,
em algumas ocasiõ es, o grupo é mais importante, e vamos agir segundo o
papel que tivermos no grupo e as suas normas. Por exemplo, quando o
nosso grupo se sentir ameaçado.

Problema de integração das


identidades
A relaçã o entre a identidade pessoal e social, que já explicamos
anteriormente, gera alguns problemas:
 A motivação é o que induz os nossos comportamentos. Por um lado, se
a motivação  deriva do “eu pessoal”, o comportamento atenderá à nossa
personalidade. Por outro lado, se a motivação provém do grupo “eu
social”, o comportamento estará determinado pelas normas e os papéis do
grupo.
 Os membros de um grupo definem a si mesmos em função de sua
identidade social. Portanto, os membros do grupo são considerados
equivalentes. Por exemplo, em muitos grupos, uma pessoa ocupa o papel
de engraçado e, como membro do grupo, não importa que essa função
seja dessa pessoa ou de outra. O importante é que alguém,
independentemente de quem for, ocupe o papel de engraçado.
 O grau com o qual nos identificamos com o grupo vai depender do
contexto, e as mudanças farão com que nos adaptemos mais ou menos a
ele. Por exemplo, se nosso time esportivo ganha uma competição
importante, a identidade social (com esse time) será bem forte. No
entanto, com o passar do tempo, essa identidade vai ficando mais fraca.

A fusão da identidade
A relaçã o entre ambos os tipos de identidade, como foi demonstrado, tem
limitaçõ es que nã o podem ser explicadas sem apelar para a outra
identidade. Esta é a fusão da identidade que se define como um sentimento
visceral de unidade com um grupo. Nas pessoas com identidade fundida, a
uniã o com o grupo é tã o forte, que os limites entre a identidade pessoal e a
social se tornam muito permeá veis. O que isso significa? Que, apesar de
estar ativa como uma das identidades, a primeira pode afetar a segunda. Por
exemplo, ao questionarem a nossa personalidade, isso vai levar as pessoas
que tê m a identidade fundida a defender o seu grupo.
Esta nova relação entre as duas identidades leva à formação de um forte
senso de conexão com o grupo. Ele, por sua vez, alimenta a motivaçã o das
pessoas com a identidade fundida a fazer pelo grupo o mesmo que elas
fariam por si mesmas. Ao mesmo tempo, as relaçõ es pessoais com os
membros do grupo també m sã o fortalecidas.

Princípios da fusão da identidade


As principais características ou princípios da fusã o de identidade sã o
quatro:

 O primeiro princípio é o da agência pessoal,  e ele propõe que as ações


das pessoas fundidas reflitam tanto a sua identidade pessoal quanto a
social. Neste caso, os membros do grupo não serão substituíveis, porque
eles são valorizados tanto na sua personalidade quanto no seu papel
dentro do grupo.
 O segundo princípio é o de sinergia da identidade. Este princípio
sugere que a identidade pessoal e a social podem chegar a se combinar,
sendo substituídas por uma alta motivação para fazer coisas em benefício
do grupo. Estas pessoas vão ser as primeiras a colaborar, e qualquer
elogio vai fazer com que elas contribuam mais, tanto no nível pessoal
como no grupal.
 O terceiro principio é o dos laços de relacionamento. Segundo este
princípio, as pessoas fundidas que têm as identidades pessoais e sociais
muito fortes pensam que os outros membros do grupo também as
possuem. Assim, elas irão valorizar os membros do grupo pela sua
personalidade e identidade social, por isso criarão relações muito fortes.
 Por último, nos deparamos com o princípio da irrevocabilidade. De
acordo com a irrevocabilidade, a fusão de identidade vai se manter
independentemente do seu contexto. Os laços que nós tivermos formado
com os outros membros do grupo vão reforçar o sentimento de fusão,
fazendo com que eles se tornem permanentes. Além disso, apesar de
possuirmos várias identidades sociais, a fusão só acontece com um grupo.
Esta exclusividade nos faz renunciar a desenvolver fortes identidades
com outros grupos e, assim, a fusão se mantém.
Resumindo, as relaçõ es entre a identidade pessoal e a social costumam ser
excludentes, uma ou outra se manté m ativa. No entanto, em algumas
pessoas, estas identidades se fundem e se retroalimentam, fazendo com que
estas pessoas façam mais coisas em favor do grupo. Portanto, os
comportamentos dependerão, em grande medida, da condição de que a
nossa identidade esteja fundida ou não.

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